O marco inicial do Modernismo em Portugal foi a publicao da
revista Orpheu, em 1915, influenciada pelas grandes correntes estticas europeias, como o Futurismo, o Expressionismo, etc., reunindo Fernando Pessoa, Mrio de S Carneiro e Almada Negreiros, entre outros. A sociedade portuguesa vivia uma situao de crise aguda e de desagregao de valores. Os modernistas portugueses respondem a esse momento, deixando atrs o acanhado meio cultural portugus, entregandose vertigem das sensaes da vida moderna, da velocidade, da tcnica, das mquinas. Era preciso esquecer o passado, comprometer-se com a nova realidade e interpret-la cada um a seu modo. Nas pginas da revista Orpheu, esta gerao publicou uma poesia complexa, de difcil acesso, que causou um grande escndalo naquela poca. Mas a revista Orpheu teve uma curta durao publicando-se apenas um nmero e no tornou a haver novas edies da mesma. So caractersticas de estilo deste movimento: o rompimento com o passado, o carcter anrquico, o sentido demolidor e irreverente, o nacionalismo com mltiplas facetas - o nacionalismo crtico, que retoma o nacionalismo em uma postura crtica, irnica e questiona a situao social e cultural do pas, e o nacionalismo ufanista (conservador), ligado principalmente s posturas da extrema-direita. Aquele perodo apresentava-se dividido em trs partes:
Orfismo - escritores responsveis pela revista Orpheu, e por trazer
Portugal de volta s discusses culturais na Europa;
Presencismo - integrada por aqueles que ficaram de fora do orfesmo,
que fundaram a revista Presena e que buscavam, sem romper com as idias da gerao anterior, aprofundar em Portugal a discusso sobre teoria da literatura e sobre novas formas de expresso que continuavam surgindo pelo mundo;
Neo-Realismo - movimento que combateu o fascismo, e que defendeu
uma literatura como crtica/denncia social, combativa, reformadora, a servio da sociedade extremamente prxima do realismo no Brasil, da advindo a nomenclatura neo-realismo, um novo realismo para alertar as pessoas e tir-las da passividade.