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Disso resulta uma “selecio natural” e uma evolu- ‘80 organica continua. Darwin inspirou-se nas obras do pastor briténico con- servador Thomas Robert Malthus, que defendia a idéia de que os sistemas piiblicos de protecao social estavam condenados ao fracasso. A caridade do Estado nao fa- zia sendo encorajar os pobres a se multiplicarem, 0 que apenas intensificava a luta a seguir. Muitos foram os que consideraram, assim, que também Darwin defen- dia (em nivel substancial) uma filosofia social da inter- vengio minima do Estado ou /aisser fuire~ & como Marx via, conforme sua correspondéncia com Engels~e que ele sustentava uma visio da sociedade, impregnada de Diologia, desde entao conhecida pelo nome de “darwi- nismo social”. Mas as relagbes si0 mais complexas do que isso, tanto no plano hist6rico quanto no conceittal. Para comecat, Darwin tomava a direcio oposta de Malthus, pois afirma- va, nio que a luta pela sobrevivéncia conduz ao fracasso inevitével de toda tentativa de methoria, ¢ sim, a0 contré- rio, que ela é 0 motorde toda mudanga. A seguit, se é ver- dade que Darwin constatava que a sociedade moderna ‘com freqiiéncia contrariava aestratégia biolégica mais sen- sata (mais “adaptada”), mesmo assim ele considerava que essa atividade humana era também uina coisa boa. A me- dicina moderna, por exemplo, permite manter em vida muitas pessoas que estariam condenadas no estado de natureza; ora, ninguém pensaria em negar o valor moral de fal melhoria da esperanca de vida. Isso nao implica, de maneira nenhuma, que Darwin fosse indiferente & relagio entre evolugio e moralidade. Ao con- ttirio, ele seguramente considerava a moralidade como ‘um fendmeno natural, o produto final da evolugao resul- tante da selegio natural. Em realidade, Darwin procurava cexplicar de que maneira um processo que dé aparente- mente prioridadea agio interessada pode, no entanto, con duzir a uma moral que esti, por natureza, a servico da sociedade. (No final de sua vida, ele invocava uma proto- versio do que hoje denominamos de “altruismo recipro- co”, afirmando que os primeiros seres humanos que aju- daram outros eram mais suscetiveis de receberem a ajuda destes em troca.) Quaisquer que fossem as incertezas que Darwin sentia ¢ as ambigiiidades que marcavam seu pensamento, elas n&o eram partilhadas por seu compatriota Herbert Spencer, que foibem mais influente, tanto como tesrico da moral quanto como evolucionista, em particular no Novo Mundo (Russett, 1976). Em seus primeitos escritos, que pregam tuma adesio inflexivel a0 /aiser faire, Spencer chegava até a negar que o Estado devesse fornecer farGis para orientar ‘os barcos, e muito menos servicos tais como 0 ensino; por essa razio, considerase, geralmente, que ele encarna o darwinismo social, Todavia, assim como em relagaio a Darwin, as verdadeiras concepgdes de Spencer so mais ‘complexas do que aquelas que a lenda the atribui. Embo- ratenha descoberto essa idéia por si mesmo, Spencer nunca afirmou vigorosamente que a selecio natural fosse a cau- sa principal da evolugao. Ele se aproximava mais do lamarckismo, e dava a “sobrevivéncia dos mais aptos” (survival of the ftest, sua propria expressao para designar ‘a selecao natural) um papel secundéri EvoLucho Isso nao significa que a biologia nao exercia nenhuma in- fluéncia sobre 0 contetido do pensamento de Spencer. De smaneira mais particular, é evidente que 0 desenvolvimen- to do sua reflexao sobre a evolucao levow-o a revisar stia posicéo moral. Spencer tornou-se cada vez. mais conven cido da importincia das viitudes da cooperagéo, ¢ isso se traduz em sua ética que reflete igualmente (em conseqiién- cia de sua adesio ao lamarckismo ¢ no & teoria da sele- ‘40 natural) um édio intenso ao militarismo, que se alas- trava pelos diferentes Estados a0 aproximar-se o final do século XIX (Spencer, 1892). Infelizmente, Spencer nao ti- ha o habito de retratar-se abertamente, e podemos des- cobris, em sua obra volumosa, afitmagdes praticamente conttaditérias. Assim,a historia da influencia exercida por Spencer, como a do cristianismo, é a hist6ria de reivindi cagoes muito diferentes feitas em nome de um mesmo mest. Encontramos, numa extremidade da gama, capitalistas como John D. Rockfeller ¢ partidarios entusiastas como 0 socidlogo norte-americano J. B. Sumner, que defendia (er nome de Spencer) a idéia de um Estado centrado no co- ‘mércio, no qual os direitos da propriedade privada seriam. soberanos. Para eles, 60 laiser,fuire que deve reinar. De- pois, na metade da gama, encontramos filantropos como ‘© magnata do ferro e do ago Andrew Carnegie, que em- pregou grande parte de sua fortuna em funda bibliotecas piblicas, nas quais as criangas pobres mais dotadas pu- dessem melhorar suas condigdes gragas & leitura. O que contava para ele eraa sobrevivencia dos mais aptos, endo ‘© desaparecimento dos menos aptos. Na outra extremidade, encontramos diversos pensadores de esquerda. Alfred Russell Wallace, que descobriu com Darwin aselegio natural, justificavao socialismo em nome da evolugio—um tipo de evolugao spenceriania. Na Amé- rica, os marxistas norte-ameticanos pensavam também que tum tipo de evolugao lamarckiana conduziria finalmente a um Estado integrado, dirigido pelos trabalhadores em seu proprio beneficio (Pittenger, 1993). Enfim, na China pré-modesna, Spencer era uma leitura ‘essencial para os pensadores de vanguarda, Claro que Spencer nio era a tinica figura influente, nes- se final de século XIX. Na Alemanha, em particular, ha- via filosofias morais e sociais impregnadas de biologia, mais ou menos independentes tanto da religido quanto da ciéncia. Ade Ernst Haeckel era uma das mais infli- entes, sobretucto em seu Estado, a Prussia, e nos paises situados a leste dele. Em realidade, embora se apresen- tasse ele préprio como um disefpulo de Darwin, Haeckel devia sua inspiragao principal mente ao ramo do idea- lismo alemao conhecido pelo nome de “Naturphi- losophie”. Transposta para o plano social, essa filosofia preconizava exatamente 0 contrério do aisser faire, em- bora nao estivesse mais inclinada ao socialismo. Saben- do-se que a Priissia buscava entéo unificar a Alemanha = sem falar de sua vit6ria sobre a Franga ~ ndo é sur- preendente que Haeckel tenha encontrado na biologia a justificagio de um Estado centralizado forte, 0 qual exige uma funcao publica poderosa ~ ¢ especialmente um sistema universitério influente -, jé que a selecao ‘opera-se nio em nivel do individuo mas do grupo. O objetivo da luta pela vida éa sobrevivencia do Estado, nao a de seus membros. Evowgio ‘A questio do progresso O final do século XIX viu 0 apogeu do darwinismo social, ‘embora ele jf fosse o objeto de profundas eriticas. Estas eram, na maioria das vezes, de natureza metaética ~ incidiam sobre os fundamentos ~, © que era previsivel, dada grande diversidade das teses defendidas em maté- ria de ética substancial, No plano filosofico, a critica mais devastadora partiu do fildsofo britinico G. E. Moore, em seus Principin Ethic (1903, cap. IL, § 29-34). Moore acusava os filésofos evolucionistas da moral, em particular Spencer, de come- ter o que ele chamava “o sofisma naturalista”. A proprie- dade de ser bom, dizia Moore, é uma proptiedade nao natural, que significa que cla nao pertence & experiéncia fisica. Ora, todo sistema de ética evolucionista define ne cessariamente o que é bom com o auxilio de propriedades “naturais", isto 6, de propriedades fisicas. No caso de Spencer, o caréter bom é definido em termos de felicida- de, felicidade que Spencer considera como o produto da evolugao. Daf 0 sofisma. Fmbora isto nao fosse reconhecido na época, agora € ge- ralmente aceito que a acusagdo de Moore era uma varia te da critica que Hume fizera (em seu Tratado da natureza jnumana, My, {, seco 1) contra todas as tentativas que pro- curavam justificar a moralidade por razdes naturais, Hume deplorava que, indefectivelmente, se recorresse a uum me- canismo ilegitimo para passar das premissas relativas & maneira como as coisas so a conclusdes sobre a maneira como as coisas deceriam ser. Assim, pata tomar 0 caso da ética evolucionista, passa-se da maneira como a evoliigio funciona (pela selegio natural ou qualquer ouito proces- '50) a teses sobre o cardter bom desse funcionamento ede seus resultados (como o /isser-faire ou outro). 1380, segun- do uma perspectiva humiana, é ir longe demais. Se essa critica, de um ponto de vista histérico, foi retida pelos filésofos, ela deixou geralmente indiferentes os de- fensores da moral evolucionista. Mesmo se estavam dis- ppostosa aceité-la em relacao.ao naturalismo em geral, eles achavam que o caso da evolucio era especial, pois é a evolugio que, no nivel metaético,justifica a moral (ubstan- cial). A razio dessa conviegio era facil de descobrir. Os dofensores da moral evolucionista da época pensavam que 2 evolugio, como fato ¢ processo, possufa e conferia ela prépria sentido e valor. Em particular, esses autores consideravam - assim como 95 primeiros evolucionistas — que a evolugio era uma as- censio do simples ao complexo, do solititio ao social, da ménada ao homem. Em suma, a evolugao & pragressiew, implicando, assim, um crescimento de valot. Pot isso, a0 defender a evolucio — 0 proceso e seus resultados =, pre~ serva-se o que é bom e talvez amplia-se até mesmo seu valor. Nio é tanto que seja preciso dar um valor intrinseco a0 /aisser faire, a fandagao de uma bibiiateca, ow a fangao publica prussiana, mas sim que se deve defendé-los como Ieios destinados ao progresso biol6gico, e, portanto, 20 pprogresso humano. Mas, enquanto os defensores do darwinismo social, entre outros, sustentavam o progressismo, os criticosfaziam seu caminko. O final do século XIX, em particular, foi um pe riodo em que os problemas da sociedade — pobreza, de- semprego, criminalidade ~ suscitavam inquietacdes cada 608 vex maiores, sem falar do mal-estar crescente produzido pelo imperialismo e 0 militarismo que aqueles problemas fornavam aparentementenecessérios. A “degenerescéncia” tornou-se uma obsessio da época, fazendo nascer a intui- gio de que o progresso social era uma esperanca VA. Esse gentimento logo ganhou a biologia e trouxe consigo um ‘efcito negativo sobre a ética evolucionista. Nesse filao, 0 critico mais poderoso foi o grande partidé: rio de Darwin, Thomas Henry Huxley (Evolution and Ethics), Durante os anos de 1890, depois de desembara- ‘car-se de um entusiasmo de juventude por Spencer; ele Tancou um forte ataque contra a idéia de progresso evolucionista e contra as conseqiiéncias morais que dele tirava 0 darwinismo social, Sublinhando que nao era de modo algum evidente que a evolugdo registrada até entao fosse um indiscutivel progresso, Huxley afirmava (am- pliando consideravelmente as primeiras diividas de Darwin) que uma grande parte do que parece ter valor na luta pela vida representa precisamente aquilo que as mo- raisjulgam universalmente dever combater com afinco. A violencia, 0 egofsmo, o embuste so as caracteristicas que Jevam mais seguramente ao éxito da evolucio; no entan- to, sao justamente earacteristicas que todo sistema moral adequado rejeita de mancira absoluta, O que é justo eo quenioo éexistem claramente, conclufa Huxley, mas no 0s encontramos na evolucio. Oséculo XX As criticas de Huxley e de Moore significaram 0 abando- no das pretensdes da ética evolucionista a obter um reco- mhecimento universal. No entanto, emboraa reputagio de ‘Spencer tenha despencado e sua influéncia passe hoje des- percebida,e ainda que a maior parte dos pensadores pre- ficam evitar 0 rétulo historicamente marcado de dar- winismo social, restam defensores de algumas versbes da Gtica evolucionista. Por menos reconhecido que seja Spencer, o homem e suas idéias continuiam a ter curso. Muito conhecido e muito lido no inicio do século XX, 0 anarquistae principe russo Pedro Kropotkin afirmava que todos os organismos sentiam um desejo inato de praticar a “ajuda miitua”. Ele supunha que, se fosse dado livre ‘curso a esse desejo, 0 Estado modemo e seu aparato tor nar-se-iam supérflios. Esse sentimento de grupo baseado na biologia, colocado a servigo de uma visio nao-violenta e ndo-coercitiva do Estado, encontrou nos anos de 1930, ‘uma grande receptividade entre os ecologistas norte-ame- ricanos, mesmo se estes nao partilhavam precisamente a filosofia politica de Kropotkin. Muitos deles associavama essa visio uma forma de pacifismo cristao, que era a fonte inicial de sua sensibilidade & natuteza. (O desejo de tomar a religiao e a evolucéo complementa- res, em vez de contraditérias, marcou também os pensa dores franceses mais influentes do século. E 0 caso parti- cularmente do fildsofo Henri Bergson. Ainda que seduzi- dos algum tempo por Spencer, Bergson eos que ele infiuen- tou (antes de tudo, o paleoantropslogo e padre jesutta ‘Teilhard de Chardin) nao desejavam substituir 0 pensa- mento religioso par uma concep¢ao puramente leiga da moral. invocando a no¢ao de “élan vital”, uma forca que subjaz ao funcionamento e ao ser mesmo dos organismos vivos, Bergson via na evolugéo um processo dirigido ascensionalmente para a espécie humana, progredindo (no nivel élico) das sociedades fechadas, nas quaisa religiao & dogmiatica e ritual e a moralidade rigida e introspectiva, as sociedades abertas, nas quais a religido e a moralidade sao fluidas e desenvolvemse, incluindo, assim, nio ape- nas os membros dessas sociedades mas todos os indivi- duos, Como se sabe, Teilhand de Chardin (O Fendmerio hue ‘mano, 1948) foi ainda mais longe na via religiosa, supondo quea evolugao completava-se na “noosfera”, uma dimen- sio da consciéncia que ele identificava, de uma certa ma- neira (herética para sta igreja), com a divindade (0 “pon- to Omega”). A reflexto desses pensadores situava-se no nivel teérico. Importa também assinalar que, como no século preceden- t/a ética evolucionista ndo se restringiu a esse nivel pura mente filosético. E 0 caso, por exemplo, do bidlogo ingles Julian Huxley (neto de Thomas Henry Huxley), que foi, depois da Segunda Guerra Mundial, o primeiro diretorge- ral da UNESCO. Ela nio era democrata, pois pensava que apenas alguns individuos (principalmente cientistas) li- nham a capacidade inata de decidir ¢ de comandar. No entanto, essa crenga particular e sua filosofia global de humanismo, que o motivavam em seus esforgos por me- Ihorar a cultura e a educagao (sobretudo cientitica) no mundo, apoiavam-se explicitamente numa vontade de preservar a espécie humana (Huxley, 1948). Mais recentemente, 0 sociobiologista e entomologista de Harvard, Edward O. Wilson, pronunciow-se vigorosamente (Biophilio, 1984) em favor da salvaguarda das florestas tro- icais. Elese diz convencido de que os seres humanos evo- lufram em simbiose com 0 resto da natureza, e que so- ‘mente a sobrevivencia da natureza impediré 0 deelinio © desaparecimento do homo sapiens. Caso quase tinico no género, Wilson afirma sem reservas seu entusiasmo pelo Pensamento de Spencer. Mas nio devemos pensar que todos 0s filésofos que se interessam pela biologia sejam tao profundamente evolucionistas quanto Bergson, Julian Huxley ou Wilson. Em realidade, ha controvérsias sobre em que medida al guns dos mais infames sistemas totalitérios do século XX deveram seu nascimento a uma concepsio biolégica dos homens e de sua sociedade, No caso do nacional-socialis- mo, 6 inteiramente verdadeito que alguns dos que contri bufram para promover o conceito de supremacia da raca ariana baseavam-se numa certa interpretacao da biologia. Mas, além de isso ter pouco a ver com 0 que podemos encontrar em Darwin e em Spencer ~ ou mesmo em Haeckel, embora este pensasse que os alemaes estavam no topo da evolugéo 05 nazistas mantinham, de manei- 1a geral, uma certa distancia em relagio a teoria da evolu- «0, Nao tinham muito entusiasmo por uma doutrina que insistia sobre nossas origens simiescas comuns. O darwinismo ortodoxo tampouco era favorecido na URS. Sabemos muito bem de que maneira Lyssenko e seus acélitos desviaram a biologia para seus préprios fins Em que consistem os fundamentos que invocam os filéso- fos evolucionistas deste século? Sob alguns aspectos, es- ses fundamentos sao tio diferentes quanto 0s filésofos que les sustentam. Pode nao haver nenhum ponto de contato entre o cristianisino de Teilhard e o ateismo declarado de Julian Huxley. Mas, sob outros aspectos, seus argumentos Evoucko, seassemelham. Teilhard, que supunha a existéncia de uma “ei de complexificaszo” eterna e divina, era conhecido Por seu “progressionismo”. O mesmo acontece em rela- sao a Julian Huxley. Influenciado ao mesmo tempo pela Evolugio criadora de Bergson e pelo Fendmeno humana de Teilhard ~ embora pensasse que o dan vital bergsoniano, assim como o ponto Smega teilhardiano, ultrapassavam as fronteiras da ciéncia -, Huxley dedicou uma parte im- ortante de sua carteira cientifica & busca de uma sélida justificagao darwiniana da evolucio ascendente. A questo de saber se Huxley, ou algum outro, chegou a encontrar tal justficacao continua sendo matéria de deba- te, Um das mais ardorosos detratores do progressionismo, que criticou pessoalmente Teilhard no plano tanto intelec. tual quanto moral, é © paleontélogo e ensaista Stephen Jay Gould (1989). Ele afirma que, numa perspectiva darwiniana, temos pelo menos tantas razdes de pensar que a evolugao se inverterd para voltar a simplicidade quantas de acreditar que ela continuaré a progredir rumo as mais altas esferas do que poderiamos chamar a complexidade. Nio é porque prezamtos a inteligéncia que a selecio natu. ral faz 0 mesmo. Esse debate ainda nao esté encerrado. EO. Wilson recen- femente propés uma solucdo para sair desse impasse acerca do progresso: cle sugere que deveriamos distinguir os melhoramentos que trazem uma vantagem a curto praza daqueles que sio, por assim dizer, investimentos no futu- 10, No entanto, mesmo se Wilson julga que essa distingio ‘nos permite contomar numerosas objegSes tradicionais con- tra o progressionismo — por exemplo, nio somos mais obri gados a admitir que um movimento répido rumo A sim- Plicidade € um obstaculo ao progresso a longo prazo ~, nic € de modo algum evidente que sua sugestio produza to- dos os resultados requeridos. De que maneira devemos, desse ponto de vista, classificar a inteligéncia humana? Seguramente, 0 argumento que dissesse que ela condiz apenas a vantagens de curto prazo é pelo menos to con- vincente quanto o argumento em favor de sua classifica- ‘Ao entre os melhoramentos de longo prazo. Dado que sabemos sobre o poder nuclear, quem ousaria afiemar que nossa espécie ainda continuars existindo dentro de um milhéo de anos? E isso representa menos de um contési- mo da duragdo de existéncia dos dinossauros na Terra Novas perspectivas © argumento metaético tradicional em favor da moral ‘evolucionista parecia desacreditado. No entanto, nos tlt- mos vinte anos ele voliow 8 tona, suscitando entre fildso- fos e biologistas um renovado interesse nunca visto desde ‘nd um século. A razao principal disso é uma avalanche de descobertas apaixonantes em biologia evolucionista; mas 9s fil6sofos também desempenharam um papel decisiva nessa renovacio. No que concerne & biologia, ¢ 0 imenso aprofundamento ‘de nossa compreensio da natureza e das causas da evolu- ‘gi do comportamente social, a “sociobiologia”, que esta na origem desse interesse renovado (Wilson, 1975). Mani festamente, a adaptagdo ¢ 0 éxito de um organismo de- pendem pelo menos tanto de seu comportamento quanto de suas caracteristicas fisicas; 6 igualmente manifesto que, —_— Bvotugao se 0 comportamento se opde com freqiiéncia, de maneita direta e brutal, a outros organismos, hé pelo menos wma necessidade, geralmente, de que ele seja socidvel em rela- ‘cho a progenitores ou outros organismos que o individuo possa encontrar 6 exemplo mais convincente é 0 do apego dos progenito- res sua progénie. Masha muitos outros exemplos decom portamentos sociais, que vao do conflito ritual entre mem: bros da mesma espécie - 0 qual pode ser violento, mas raramente forna-se tuma luta de morte ~ a0 caso mais ex- {remo dos insetos sociais cujas {@meas operérias, cuidan- do da progenic de suas irmas férteis, devotam toda a sua vida a0 bem-estar da colbnia. Os iiltimos anos presenciaram a multiplicagio de provas empiricas que atestam a existéncia de tal cooperacao bio- Idgica ~ conhecida tecnicamente pelo nome de “alt mo”, Enire os animais que foram o objeto de um estudo aprofundado, muito poucos deixaram de manifestar tal Comportamento de uma forma ou de outra. Além disso, 6s evolucionistas realizaram avancos importantes na pes ‘quisa dos mecanismos darwinianos do altrufsmo biol6gi- co. Embora o altrufsmo, quase por definigto, nao benef ‘cic imediatamente 0 organismo, constata-se com freqié td que, a longo prazo, ele se converte em vantagem reprodutiva daquele que o pratica. Uma ave que finge es tar ferida diante de um predador coloca-se talvez em peri- go, mas, ao chamar para sia atencio, ela protege a ninha- da que, do ponto de vista da evolucio global, tem wma importancia bem maior que sua propria sobrevivencia. Pesquisas apaixonantes foram realizadas sobre as mane: ras precisas pelas quais a selecao natural pode tornar © Comportamento social proveitoso para o organismo em questio. Contentemo-nos em assinalar aqui que as conse- Giiencias de todas essas pesquisas — empiticas e tesricas— para nossa prépria espécie nfo escaparam a ninguém. Os fumanos sto, mais que qualquer outro organismo ou qua- se, seres sociais por exceléncia, Temos uma grande neces- Sidade de cooperar. Considerados individualmente, figu- ramos entre os animais mais frageis, embora sejamos do- fados para a cooperacio quase tanto quanto as abelhas, Considerados em grupo, figuramos entre os mais fortes. E & com boas razdes que 0 poeta John Donne afirma que *nenhuma pessoa ¢ uma ilha”: vivemos em sociedade, na {qual cooperamos com os outros ¢ deles dependemos. Tanto 08 filésofos como os biologistas perceberam o quan- to esses fatos empiricos concordam com os resultados mais claborados da reflexdo moderna sobre a natureza da éti- a,a0 menos do pensamento moral sobre as regras de con- Guta, Isso 6 particularmente verdadeiro para os que de- fendem uma espécie de teoria da moral como a de Rousseau, teoria para a qual os mandamentos morais s0 supostos serem o resultado do acordo coletivo de um gru- po de seres egoistas mas racionais, cujo destino ¢ viverem Em sociedade, e portanto preocupados em maximizar as vantagens dessa vida coletiva. ‘Oceminente filésofo norte-americano John Rawls defende justamente tal perspectiva do contrato social em sua Teo- va da justica (1971). Rawls nao pretende que cada um de- ‘Yeria obler uma parte igual das boas coisas que a socieda~ de pode oferecer, pois reconhece que, para que todos pos sain beneficiar-se delas, talvez.seja preferivel remunerar alguns talentos individwais mais que outros. Para ver exs- 610 tamente como asociedade deveria ser formada eseus bens repartidos, Rawls pede-nos para imaginar que estamos Tehocados atris de um “véu de ignorancia”, nao sabendo {que lugar poderiomos ter na sociedade. O fato de que po- qeriamos ocupar tanto o pior dos lugares quanto o me- thor confere, segundo Rawls, uma priosidade significat- va h egifidade da reparticao das vantagens. fa dnica ma- rreira pela qual podemos estar certos dle que, seja qual for rosso lugar real, obteremos a maior vantagem possivel Mas, € claro, como Rawls e outros contratualistas © reco- sshecom, tudo isso permanece muito hipotético. Ninguém upoe realmente que individ uos guiados por seu interes- se pessoal tentam efeivamente decidido a conduta mais facional a seguit, nem que alguém tenha sido realmente folocado atrés de tal véu de ignorancia, Parece, portanto, haver aqui um lugar para a biologia evolucionista. Supo- hemos simplesmente, com os sociobiologistas, que os feres humanos tenham evoluido no sentido de uma maximizagao da cooperacio e do “altrufsmo”, © que aneira, especifica a nossa espécie, pela qual o fazemos ‘obedecer aos sentimentos (inatos, oriundos da sele- ao natural) de eqiiidade e a necessidade de maximizar para todos as vantagens da sociedade. Nao é necessrio Eupor que agimos sempre com eqiidade ~ a ética nunca dine que somos sempre moras ~, mas apenas que: sent nos, chquanto organiamos cuja biologia evoluiu (no sen- fidodarwiniano desse termo),o dever de agir com justica ‘A biologia moderna vem completar a filosofia moderna ‘Aevolugio, por meio da seleco natural, efetuao trabalho ho qual o fildsofo contratualista via 0 efeito do contrato ocial, Nada disso, tornado como tal, nos informa sobre @ natureza dos fandamentos. Rawls, em particular, tem 0 cuidado de sublinhar que néo vé nenhuma justificacao da moralidade (substancial) no processo de evoluao. Para le, assim como para um neokantiano, essa justificagio deve situarse nas condiqBes necessarias & interacao social ddos seres racionais~ isto é em condicoes que nao tem ab- solutamente relagio alguma com a evolucio, ‘Alguns autores que nao adotem a solucio de Rawls con- ‘Cordam pelo menos com sua critica. Philip Kitches, oflé- Solo das ciéncias anglo-americano, pensa que é um “en- gano” supor que a moralidade possa realmente fundar-se i biologia. Segundo ele, 0 sofisma naturalisa nunca es- feve tio marcado quanto hoje. Kitcher concede que os 1e6- ticos da moral devem prestar mais atengao 3s descobertas da biologia do que estariam dispostos a fazé-lo; mas ele cha que, em iillima instancia, essas descobertas no po dem cervir sendo para nos ajudar a tomar decisdes ctjos fandamentos situam-se num outro nivel Outros filésofos nao esto {Go certos de que uma concl sio negativa como.essa se justifique. Allan Gibbard admi te que é na evolucio que devemos situar as origens cau sais de nossa moralidade;e, como Rawls, que foi seu pro- fessor, ele pensa que, em razio dessa hist6ria,€ deslocado buscar fatos morais ou justificagBes morais no seio da ever Tugdo mesina (como o fazem 05 progressionistas), Contu- ido, Gibbard sustenta que podemos, como membros cle ‘ima comunidade de usuérios evolufdos da linguagem, spirar a uma “objetividade modesta” no que concerne As teses relacionadas com 0 contetido da moral, na medida fem que devemos prociraralcanar, come criaturas poten- ‘Galmente racionais, uma certa coeréncia em relagioa nos- ou sos semelhantes, no apenas em nossas crengas sobre a realidade exterior mas também em nossas crengas morais em nossos comportamentos morais. Num certo nivel, na medida em que somas seres morais, submetemo-nosa uma critica intersubjetiva (Gibbard, 1990). Mais extremos s80 os autores que acothem bem o que eles consideram como a mensagem negativa da evolucao. Como o sugeriram com freqiiéncia os fil6sofos que véem na moralidade uma origein natural, é possivel que 0 erro consista simplesmente em buscar os fundamentos dela! Hume jf afirmava (de uma maneira certamente pré- ‘evolucionista) que a moral talvez.ndo seja sendo 0 sent mento. Em termos evolucionistas, é possivel que a moralidade substancial - os sentimentos relativos a justi- ae outros ~ nao seja sendo uma ilusdo coletiva criada pela selecio natural para fazer de nds bons cooperadores. ‘A moralidade substancial existe, com certeza, © que nao existe sua justificacto, Significa isso, entio, que a moralidade ¢ completamente relativa, que ela & uma questio de decisao pessoal ou co- Jetiva? Alguns parecem pensar assim, John Mackie falava de “criar © bem ¢ 0 mal”. Outros, entre os quais 0 teérico do direito Jeffrie Murphy, comparam a moralidade as qua- lidades segundas, tais como as cores. A moralidade nao existe independentemente de nés, mas,na medida em que ‘ela é uma fungio biolégica, néo nos compete decidir acer- cado bem edo mal, como tampouco decidimos acerca do vermelho e do verde. Além disso, como o fazemos em re lagio as cores, “objetivamos” a moralidade. Se comecis- semos a ser infigis a um costume generalizado, a moralidade sucumbiria e serfamos inadaptados & vida comum. Seria possivel entdo que, associada a nossos sen- timentos morais, a evolucio nos tenha feito de tal forma ‘que ~seja qual for o estatuto verdadeiro desses sentimen- tos ~ sejamos perstiadidos de que a moralidade ¢ de al- gum modo absoluta ou objetiva? Em outras palavras,nes- se momento mesmo, nossa biologia faria de tal forma que recusdssemos acreditar que a realidade ni € senio 0 pro- duto de nossa biologia? ‘Tudo isso € muito especulativo. Repetimos simplesmente que, a despeito da histéria contrastada dos pontos de vis- {a evolucionistas sobre a ética, as perspectivas e 05 inte- resses nesse dominio parecem hoje mais vivos do que ja- mais 0 foram desde a época mesma de Darwin e de EvoLUucAo Spencer. E isso nao é a menor das coisas que se pode ale- ‘gar em favor de uma filosofia. 1% DERGSONHL, Liu ritrie( 90) Pols PUR Ed du Centensite”, 1958. = CANGUILHEM G, ef a, “Du développement Vévelution”, ‘This 3, 960. = CONRY Darin en perspire, Pacis, ie 1987, Uhiratcton du daroinione en France a XIX &, Pais, Vi, 1975. = DALGWINCh, Ci the Orin Specs, Landes, fbn Marray 1859 (ra fra Barbi, £ Org es spies, Pacis, Maspero, 1980), The Deca of ‘an, Lome, Jobe Mucray, 181 (ad. fy kt Dsendane de lene of ‘este tol Pai, Complexe 1981) ~GAYON., rane apes ‘Darn; nein depose destin Basi, Km, CHBBARD A., Wie Chas, Apt Feelings, Cambridge (MIA, Harvard Univ. res, 1990 (ead. fy Sgn dhs, estes seinen Pai PUR, 3986) - GOULDS J, mii Lif New York, Norton, 1989 (rad ft, Lees ele Lessarprits de oon, Pats, Le Seal, 1991) HUME, DA Tels of Hn Nate, Oxoed, Uri. Press, 1978 (ea. tr, Ph. Sate, Pit fr atm, Pais, Parnmation "GF", 190), - HUXLEY}. 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