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2.º A receita da taxa de gestão de resíduos relativa ao da TGR às despesas previstas no artigo anterior e manter
ano de 2009 pode ser consignada a projectos já executados actualizados relatórios de contas respeitantes à aplicação
pelos sujeitos passivos que contribuam para o cumprimento do produto da TGR.
dos objectivos nacionais em matéria de resíduos, desde
que as transferências estejam autorizadas nos termos do
artigo 7.º da Lei n.º 64-A/2008, de 31 de Dezembro. CAPÍTULO II
3.º A presente portaria entra em vigor no dia 1 de Ja- Despesas de acompanhamento do sector dos resíduos
neiro de 2010, salvo o disposto no número anterior, que
produz efeitos no dia seguinte ao da publicação no Diário
Artigo 4.º
da República.
Despesas de acompanhamento
O Ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território
e do Desenvolvimento Regional, Francisco Carlos da As despesas de acompanhamento a que pode ser afecta
Graça Nunes Correia, em 15 de Setembro de 2009. a receita da TGR nos termos da alínea a) do n.º 1 do ar-
tigo 2.º compreendem todas as despesas incorridas na
ANEXO actividade quotidiana da APA ou das CCDR de acompa-
nhamento do sector dos resíduos que, directa ou indirec-
REGULAMENTO DE APLICAÇÃO DO PRODUTO DA TAXA tamente, respeitem aos sujeitos passivos da TGR, nome-
DE GESTÃO DE RESÍDUOS adamente as despesas correntes respeitantes às seguintes
actividades:
CAPÍTULO I a) Elaboração e implementação de normas técnicas;
b) Harmonização de procedimentos de licenciamento
Disposições gerais
e controlo;
c) Realização de auditorias técnicas e financeiras;
Artigo 1.º
d) Controlo de unidades de incineração e co-incineração
Âmbito de resíduos, de aterros e de CIRVER;
O presente Regulamento estabelece as condições de e) Outras acções de acompanhamento das actividades
aplicação das receitas da taxa de gestão de resíduos (TGR), desenvolvidas pela APA ou pelas CCDR.
prevista no artigo 58.º do Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de
Setembro, com a redacção que lhe foi dada pelo artigo 121.º CAPÍTULO III
da Lei n.º 64-A/2008, de 31 de Dezembro.
Despesas de financiamento de actividades
Artigo 2.º
Consignação Artigo 5.º
Despesas de financiamento de actividades da APA ou das CCDR
1 — Em conformidade com o disposto no n.º 8 do ar-
tigo 58.º do Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, As despesas a que pode ser afecta a receita da TGR nos
as receitas globais da TGR são consignadas às seguintes termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 2.º compreendem
despesas: todas as despesas com o financiamento de actividades da
a) Despesas de acompanhamento das actividades dos APA ou das CCDR que contribuam para o cumprimento
sujeitos passivos da TGR; dos objectivos nacionais em matéria de gestão de resíduos,
b) Despesas com o financiamento de actividades da designadamente:
Agência Portuguesa do Ambiente (APA) ou das comis- a) Planeamento em matéria de resíduos;
sões de coordenação e desenvolvimento regional (CCDR), b) Promoção de acções em matéria de prevenção de
conforme aplicável, que contribuam para o cumprimento resíduos;
dos objectivos nacionais em matéria de gestão de resíduos; c) Definição de estratégias para a valorização de deter-
c) Despesas com o financiamento de actividades dos
minados fluxos e fileiras de resíduos;
sujeitos passivos que contribuam para o cumprimento dos
d) Promoção do mercado organizado dos resíduos;
objectivos nacionais em matéria de gestão de resíduos.
e) Elaboração de estudos de apoio à diferenciação sub-
2 — O montante anualmente afecto às despesas da APA produto/resíduo e à aplicação de critérios para a aplicação
ou das CCDR referidas nas alíneas a) e b) do número an- do estatuto «fim de resíduo»;
terior não pode exceder 70 % do valor global arrecadado f) Acções de promoção da recolha selectiva;
por cada uma daquelas entidades. g) Promoção de acções no âmbito do eco-consumo;
3 — A definição do montante anualmente afecto às des- h) Promoção da política integrada do produto;
pesas previstas nas diversas alíneas do n.º 1 é determinada i) Promoção da educação para a gestão de resíduos;
pela APA ou pelas CCDR, consoante o caso, tendo em j) Participação em projectos no domínio dos resíduos
conta as receitas obtidas. associados a organizações não-governamentais de am-
biente (ONGA);
Artigo 3.º l) Acções de investigação e desenvolvimento ao nível
da concepção dos produtos e adopção de melhores técnicas
Obrigação de informação
disponíveis para gestão de resíduos;
Constitui obrigação da APA e das CCDR divulgar anu- m) Outras acções que estimulem o cumprimento dos
almente informação completa sobre a afectação do produto objectivos nacionais em matéria de gestão de resíduos.
Diário da República, 1.ª série — N.º 191 — 1 de Outubro de 2009 7109
tenham excedido o limite de acumulação dos auxílios de b) As despesas relacionadas com a execução de traba-
minimis previsto na legislação nacional e comunitária. lhos que consubstanciem trabalhos a mais ou adicionais,
6 — A inobservância das condições previstas nos nú- nos termos previstos no artigo 370.º do Código dos Con-
meros anteriores determina a exclusão dos beneficiários tratos Públicos;
do procedimento para atribuição de financiamento. c) As despesas relativas a encargos gerais dos sujeitos
passivos da TGR;
Artigo 11.º d) As despesas para pagamento de juros devedores;
e) As despesas que envolvam a aquisição de terrenos
Candidaturas
num montante superior a 15 % das despesas totais elegíveis
1 — As acções, projectos ou operações objecto de can- da acção, projecto ou operação.
didatura a financiamento por afectação de receita da TGR
devem contribuir para o cumprimento de objectivos na- 2 — Em casos excepcionais justificados pelos benefi-
cionais em matéria de gestão de resíduos. ciários, as entidades promotoras podem aceitar despesas
2 — Os objectivos nacionais em matéria de gestão para aquisição de terrenos em montante superior ao pre-
de resíduos encontram-se definidos nos planos de ges- visto na alínea e) do número anterior.
tão de resíduos previstos no artigo 13.º do Decreto-Lei
n.º 178/2006, de 5 de Setembro. Artigo 14.º
3 — As candidaturas podem ter um âmbito regional Critérios de selecção
ou nacional.
4 — Cabe aos candidatos demonstrar que as activida- 1 — A apreciação das candidaturas é efectuada com
des a financiar se enquadram no âmbito da candidatura base em critérios de selecção aprovados pela entidade
proposta. promotora do procedimento.
5 — As candidaturas de âmbito regional visam prosse- 2 — Na selecção das candidaturas para a realização de
guir interesses específicos de uma região e são apresentadas despesas com o financiamento de actividades dos sujeitos
para financiamento à CCDR territorialmente competente. passivos que contribuam para o cumprimento dos objec-
6 — As candidaturas de âmbito nacional prosseguem tivos nacionais em matéria de gestão de resíduos podem
interesses nacionais ou de duas ou mais regiões e são ser aplicados os seguintes critérios:
apresentadas à APA. a) Aplicação do princípio da hierarquia das operações
Artigo 12.º de gestão de resíduos, que privilegia a prevenção, reuti-
lização, reciclagem e outras formas de valorização pela
Condições de admissibilidade das candidaturas
ordem indicada;
1 — A mesma candidatura não pode ser apresentada b) Grau de inovação e de detalhe das acções, projectos
simultaneamente a nível regional e nacional. e operações propostos;
2 — As acções, projectos ou operações apresentados para c) Nível de complementaridade com acções co-
financiamento não podem ter sido concluídos, nem podem -financiadas por outros instrumentos de financiamento,
ter sido iniciados à data de apresentação da candidatura. nacionais e comunitários.
3 — Para além do disposto no número anterior, as can-
didaturas devem satisfazer as seguintes condições: 3 — Para além dos critérios de selecção previstos no
número anterior, podem ser adoptados outros critérios de
a) Demonstrar a relevância estratégica e o enquadra- selecção pelas entidades promotoras, desde que os mesmos
mento nos objectivos nacionais em matéria de gestão de se mostrem adequados à selecção de candidaturas que
resíduos; contribuam para o cumprimento dos objectivos nacionais
b) Justificar a necessidade e a oportunidade de realiza- em matéria de gestão de resíduos.
ção das acções cujo financiamento é solicitado; 4 — A aplicação dos critérios de selecção é realizada
c) Demonstrar que a acção conduz à optimização do por referência a parâmetros qualitativos e quantitativos
investimento na perspectiva do interesse público e dos cuja ponderação determina a hierarquização objectiva das
benefícios esperados; candidaturas.
d) Fundamentar os custos de financiamento e a calen- 5 — Os critérios de selecção, assim como os respectivos
darização proposta para realização das acções a desen- parâmetros qualitativos e quantitativos devem constar do
volver; aviso de abertura do procedimento.
e) Identificar os termos e condições de outros financia-
mentos de que seja beneficiária. Artigo 15.º
Elementos obrigatórios dos avisos de abertura
Artigo 13.º
Despesas não elegíveis 1 — O montante de financiamento global disponível, as
despesas elegíveis, a percentagem das despesas elegíveis,
1 — Constituem despesas não elegíveis para efeitos de o limite máximo de financiamento atribuível às candida-
financiamento aos sujeitos passivos da TGR: turas e os motivos de exclusão dos candidatos constam
a) As despesas relativas a acções, projectos ou operações obrigatoriamente do aviso de abertura.
que tenham sido desenvolvidos sem o respeito pelas regras 2 — Quando o financiamento de despesas dos sujeitos
e princípios aplicáveis, em particular os relativos a: passivos da TGR configure um auxílio de Estado, o limite
máximo de financiamento atribuível às candidaturas, em
i) Regras de contratação pública; termos de equivalente de subvenção bruto, não pode ex-
ii) Legislação ambiental; ceder o montante total dos auxílios de minimis permitido
iii) Instrumentos de gestão territorial; à data da decisão sobre a atribuição do financiamento.
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