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Reflexos

Francisco A. Romanelli

Nas palmas das mos


No centro da testa
No peito, sobre o corao
H buracos, profundos buracos
Tneis imensos,
Sem fundo, imundos.
Uma lupa que me empresta
O olhar distorcido, vesgo
Do outro lado,
Do outro mundo
Onde espantos se agigantam
E questes, questionveis, sem presente, passado ou futuro,
Se levantam e se agitam
Vejo, descreio
Mal aturo
Tal sincretismo maldoso e maldito
Jorrando quente
Da dor dos buracos
Para ver, apavorado e temente
Que ali se fez o espelho em que me reflito

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