A cor desse abandono, tão sujo, tão cheio de uma resina estranha sem cheiro,

que prontidão desse terrível isolamento, a visão tornou-se tão turva por morar
nos seus olhos as inúmeras lágrimas que ficam…eu não quero que caiem, recuso
tal exposição. Nunca para mim se tornou tão desconfortável dar forma ao que
sinto. Estas palavras parecem-me mentira, não chegam aos meus profundos
pensamentos…elas não sabem como estão vestidas as sensações...não há
entendimento sequer, nem a lucidez faz sentido ao que eu digo, só me atrapalha
e desarruma esta vida que nunca foi serena.
Estou exausta de provar o gosto do tempo, tão amargo, tão áspero…que me tem
demonstrado o quão incapaz eu sou.
Cansei da embriaguez da chuva que molha as minhas mãos, as mesmas que
sentiram o rosto suave de uma gente, e agora com que eu toco nas imagens fixas
no meu quarto.