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ae Fi UCP associacdo de estudantes FACULDADE DE DIREITO Universidade CATOLICA Portuguesa COLECTANEA DE DIREITO COMERCIAL UNIVERSIDADE CATOLICA PORTUGUESA CENTRO REGIONAL DO PORTO DIREITO COMERCIAL Data: 07-01-2005 Duracio: 2b30m I “Analise o pressuposto objective da declaragio de insolvéncia. 3 valores) 0 No dia 13 de Dezembro de 2003, A sacou sobre B e a favor de C ‘uma letra de cémbio, a ser paga um ano depois. B subscreveu a letra ne qualidade de aceitante, © 8 sua obrigagfo foi avalizada por D. Contudo, na data de vencimento, 0 aceitante, B, recusou efectuar 0 pagamento, O portador da letra, C, pretende hoje (07/01/2005) exercer 0 seu direito de acglio contra o avelista do aceitante, apesar de nfo ter realizado o protesto por falta de pagemento da letra, . Quid iuris? (4 valores) . m “Alberto props ums aosfo judicial. contra as sociedades '«NorteDoce ~ Dogaria Regional, Lda» ¢ «Bernardo Sesimibra, Comidas & Coises, SQU» pedindo que se declarasse nulo o pretenso trespasse de estabelecimento comercial levado a efeito por estes, Foram datos como provados os seguintes factos: 1) Em Dezembro de 1999, Alberto celebrou com @ sociedade comercial «NorteDocen um contrato de arrendamento de uma fracgéo auténoma de r/c e cave de aque era propretirio na Rua Roberto Ivens, em Matosinhos, O espago arendado deninavise 20 exercicio da indistin e comércio de confeitaria, podendo também ser destinada a qualquer outto ramo de coméreio ou indistria, 4 excepeo de casa fanerdria e de bar ou discoteca. 2) Bm Fevereiro de 2002, a «NorteDocen trespassou a «Bemardo Sesimbrayo sou estabelecimento comercial, com todas as suas existéncias, méveis, utensilios ¢ demais activo do mesmo estabelecimento, contratos de locago financeira, 0 direito 20 arrendamento ¢ ainda todo 0 passivo; 3) Deis meses depois da realizagio do negicio de tespasse do estabelecimento, a «Bernardo Sesimbray “reabriu as portes” do esparo arrendado com o exeroicio de um restaurants. 2) Analise a situagio deserita¢, tendo em conta 08 facios provados, justiique seo pedido de declaraglo de nulidade intentado por Alberto tem fundamento, (4 valores) 1) Relativamente aos elementos includes no negécio de tespasse & referidos no segundo parigrafo dos factos provados, distinga justificando os que fazem parte do tmbito natural ¢ 08 que fazem perte do fmbito convencional de entrega. (3, 5 valores) ¢) Suponha que até hoje o prego do negésio de transmisséo do do em Fevereiro de 2002. estabelecimento ainda nfo foi pago, apesar de se ter v Poderd nesta dain o eredor ((NorteDocen) exisir ainda esse pagamento’ E que taxa de juros moratérios poderé eobrar? (3 valores) a)Supondo que Bernardo Sesimbra casado, no regime de comunhio de adguiridos, com Diana, propristtia de um vasto patriménio imobiliério que adquiriu por sucess, poderia este ser executado para pagamento das divides da «Bernardo Sesimbra, Comidas & Coisas, SQU»? (2, 5 valores) Universidade Catélica Portuguesa DIREITO COMERCIAL 2 de Fevereiro de 2005 Duragéo: 2h30m I Refira-se As principais especificidades do regime juridico dos contratos comerciais, face ao regime dos contratos em geral. (3 valores) 0 ‘André Ramos, conhecido como “André, 0 Merceciro” (apesar de nunca se ter registado como tal), é casado no regime de separagdo de bens com Beatriz, escultora, ¢ dedica-se A compra para revenda de produtos alimentares. Durante algum tempo a sua actividade foi muito lucrativa e André teve muitos. ons clieates que procuravam 0 seu estabelecimento comercial pela reputaro dos seus produtos biolégicos, sempre frescos de qualidade. ‘Recentements, porém, 0 seu empregado mais antigo, Rui André Lopes, decidiu despedir-se e abrir na esquina oposta da rua uma mercearia em tudo semelhante A de ‘André, apresentando-se como “André, 0 verdadeiro Merceeiro” (firma cujo registo imedintamente requereu) © descrevendo a todos os clieates que 0 visitavam episédios ficticios sobre as péssimas condigdes de higiene e de armazenamento dos produtos do estabelecimento comercial do seu antigo patrio. a) — Quulifique, do ponto de vista jurfdico-comercial, todos os intervenientes. (3 valores) b) — Diga como poderé André reagir para impedir que Rui conquiste toda a sua clientela. (3 valores) c) — Imagine que, ao fim de algum tempo, a mercearia de, André acaba por se encontrar numa sitiagio de crise, com graves dificuldades econémico-financeiras, ¢ que este deixe de poder cumprir as obrigagdes que assumira perante os seus fornecedores. Quid iuris? (3 valores) d) ~ Finalmente, suponba que para fazer face & sua situagBo de crise econémico- finenceira André decide aceitar a proposta de Rui de se associarem ¢ de juntos constituirem uma sociedade comercial, destinada A exploragio das mercearias de ambos, © dé 0 seu estabelecimento comercial como entrada. Quem passa @ responder pelas dividas que André contraira até entio na exploraco desse mesmo estabelecimento? (4 valores) 1 . No dia 30 de Margo de 2004, Ricardo, gerente da sociedade “A Transportadora de Portugal, Lda.” Que se dedica ao transporte de mobilias na zona do Minko, aceitou em nome desta uma letra “no @ ordem”, como forma de pagamento de um camido adquirido pela sociedade. A letra fora sacada por José, vendedor do dito camifio, no dia 2. de Margo de 2004, com a data de vencimento de 2 de Margo de 2005. Entretanto, Guilherme, tomador da letra ¢ credor de José pelo valor de um antomével que este lhe adquirira, decide endossé-la « Filomena, : ‘Na data de vencimento da letra, Filomena demanda o aceitante que se recusa @ efectuar o pagamento. 2) ~ Aprecie a legalidade da firma da sociedade de que Ricardo ¢ gerente. (7 valor) b) ~ Contra quem pode Filomena exercer of. seus direitos cambiérios, tendo em conta que Guilherme, entretanto, descobrira que fora enganado ¢ que 0 automével estava irremediavelmente danificado? (3 valores) Universidade Catélica Portuguesa — Porto Faculdade de Direito Direito Comercial Epoca especial Data: 02/03/2005 Duragio: 2h30m I — Alberto é proprietério e explora um armazém na Rua de Santa Catarina que ¢ ntilizado pelos comerciantes dessa zona comercial para depositar as mercadorias © produtos que vendem nos seus estabelecimentos. Qualificando os syjeitos ¢ os actos ritma perspectiva juridico-mercantil, responde as seguintes questBes: a) — Em Margo de 2003, Alberto efectuou obras de ampliagio do armazém © adquiriu & «Mobiladora Mimosa, Lda.» um conjunto de estantes metilicas de grandes dimensées para colocaso das mercadorias depositadas. Até hoje nada foi pago. Que bens do devedor responderao por esta divide, sabendo que Alberto & casado com Bemardina no regime de comunhio de adquiridos, e que taxa de jjuro poderd ser cobrada pelo credor? (4 valores) b) — Um dos comerciantes da Rua de Santa Catarina, Camilo, deve a Alberto, desde Maio de 2001, a quantia de 2000 €, relativa a depésitos de mercadorias feitos no seu armazém. Poder ainda hoje ser cobrada? E, no caso afirmativo, que taxa de juro podera ser aplicada por Alberto? (3 valores) TI- Em Janeiro de 2001, A sacou sobre B uma letra de cambio a seis meses da-vista, 2 favor de C, Por cautela, A inseriu na letra a clausula «aceite proibido». Para pagamento de uma divide contraida com D, C endossou a letra a este, pedindo a um seu familiar E que apusesse a sua assinatura na letra como avalista. D transmitiu a letra a F com & cléusula «sem regressov. Em Margo de 2001, F apresenta a letra 0 aceite do sacado, que recusa fornecé-lo. Demandados os outros obrigados cambiérios, todos recusam efectuar 0 pagamento: E defende-se, alegando que apenas subscrevera a letra para prestar um favor a C; 0s outros obrigados cambidrios invocam as cldusulas apostas na letra, Quid iuris? (6,5 valores) THT - Augusto ¢ proprietirio de uma ourivesaria instalada num imével arrendado, Cansado da sua actividade, decide locar o seu estabelecimento a Cristiano por um perfodo de dois anos. Convencionaram que o pagamento da renda seria feito anuslmente, O proprietirio do prédio onde o estabelecimento funciona desconhece 0 negécio, Quatro meses depois do contrato celebrado com Augusto, Cristiano passa vender nese mesmo estabelecimento material informético, tomando o éstabelecimento muito mais rentivel. Aprecie os factos apresentados, referindo-se 20s direitos do senhotio € do locador em relag8o ao sucedido, (6,5 valores) Mini-teste de Direito Comercist ate: 4 de Novembro cs 2005 Gurag&ie: 30 minutos (+ 15 minutos de toierSncia) Suponhe a seguinte situacio: 8) Luisa e Ivone escrevem e liustram em conjunto livros de banda esenhada cuja edicdo contrataram com a sociedade «0 prazer da leltura — Editora, Lda». No dia 10 de Outubro de 2003, Luisa e Ivone contrairam um empréstimo bancério com a finalidade de adquirirem novos materials técnicos para a realizac3o da sua actividade. Para o efeito solicitaram & sociedade editora que subscrevesse 0 contrato de miituo na qualidade de fiadora. Em virtude da falta de pagamento de algumas prestagbes do empréstimo, © Banco debitou tais prestacSes @ sociedade fladora «O prazer da leitura — Editora, Lda.». Esta recusa-se porém a satisfazer a quantia em divida invocando 0 beneficio da excussS0 prévia. Quid juris? b)Suponha ainda que Luisa e Ivone adquiriram o material informatica que pretendiam junto de Rufino, revendedor de material informatico, no dia 10 de Novembro de 2003. Até & data no cuidaram, porém, de satisfazer também este débito. Poderé Rufino ainda hoje obter o respectivo pagamento? Em caso afirmativo qual a taxa de juro que poderé cobrar? UNIVERSIDADE CATOLICA PORTUGUESA CENTRO REGIONAL DO PORTO DIREITO COMERCIAL Epoca Ordinéria Data: 6 de Junho de 2005 Duragio: 2130m 1 Refira-se sucintamente ao regime juridico dos actos de comércio mistos, dando particular refevincia ao sistema adoptado entre nés ¢ fornecendo alguns exemplos de regime. 0 Alberto Rocha tomou-se conhecido no mundo dos negécios pelo nome «Rocha, © Brincalhiio” que sempre utiliza na assinatura de todos 0s seus contraios © até na designagio do estabelecimento de comercializago de brinquedos que explo". Nunes cuidou porém de proveder ao respectivo registo. Entretanto, a sociedade “O Duimcatio — Brinquedos e Jogos para Criangas, Lda.” decide abrir uma loja de brinquedos na mesma me (Rua de Santa Catarina) onde finciona 0 estabelecimento de Alberto, Alberto pretende reagir. 8) Como poder’ fazé-lo? b) A mesma sociedade, pertencente em quotas iguais aos sécios gerentes Jone ¢ André, tem uma rede de estabelecimentos de venda 20 piblico nas principais cidades do pais. Em Tancito de 2004, vendeu a Allberto o estabelecimento situado no Porto, na Tee de Santa Catarina. Em Margo de 2004, André vende a sua quota na sociedade @ Kiberto e-abre, a dois quarteirSes de distincia, na Rua Si da Bandeira, um aap tcecimento destinado 20 comércio de artigos para eriangas. Alberto, incomodado coma situaglo, inferela André para ele mudar o ramo do nepécio, ao que este responde negativamente, Comente a situapo descrita, mm Rodrigo, gerente da sociedade por quotas X, a fim de garantir 0 pagamento. do prego relative 20 trespasse de um estabelecimento de biciletas, acordado coe © Prete sade X e Monica, subscreve uma letra “nko & ordem” sobre Leonardo a favor de Ménica. Para garantir a divida proveniente da compra de um quadro, Ménica, por 8 vez, endosse a letra & vendedora Zélia que vera a pordé-la. A mesme letra &, depois, Gneontrada pela sua empregada Cristina que, na data do respective vencimento, & presenta a Leonardo, Este recusa 0 pagamento com fundamento na sua Posse ilegitima Pro facto de nunca a tor aceite, Cristina decide, enti, demandar sucessivaments Ménlea, Rodrigo e a sociedade X. Méniea recusa pagar # letra com fundams falsidade do quadro que, afinal, era uma o6pia © néo um verdadeiro quadro de Tillio Ponta Rodrigo recusa pagar o letra dizendo que apenas intervrk na cadeia cambiérie Como representanto da sociedade X. Esta recuse pagar a letra alegando Gs, corn ncrente 20 acardado, o estabelecimento fora entregue sem algumas (es mais caras) bicicletas de montanha, Comente # situaglo descrita. Direito Comercial Epoca Ordinéria 6 de Junho de 2005 Pés-Laboral 1 Descreva sucintamente os principios fundamentais do regime legal do nome ¢ ins{gnia do estabelecimento. 0 Maria, casada em regime de comunhiio de adquiridos com Bernardo, © Carlota, solteira, decidiram explorar um estabelecimento dedicado & compre ¢ venda de produtos alimentares. Nesse Ambito, compraram a Dolores, agricultora, toda a sua produgio de cerejas de 2000. ') No tendo Maria ¢ Carlota pago as cerejas a Dolores, de que bens poderé esta langar mio para satisfazer 0 seu crédito? b) Podera Dolores, em qualquer caso, exigir dos seus devedores o pagamento de juros moratérios & taxa de 14%? c) Suponha que s8 agora, em 2005, Dolores vem exigir o pagamento da divida questio. Quid iuris? @) Bernardo, que explora uma drogaria, assustado com os maus negécios da mulher, resolve partir para o Brasil e, entretanto, trespassa o seu estabelecimento a Graga, autorizando-a a alterar o ramo do negécio do estabelecimento, Filomena, proprictiria do imével onde © mesmo é explorado, opte-se, alegando a necessidade do seu consentimento. Quid iuris? m Tiilio sacou e Paula accitou uma letra no montante de 15 0006, na sequéncia de um empréstimo de 10 000 € feito pelo primeiro & segunda. Ernesto, marido de Paula, tscinou na face anterior da letra uma declaraco nos seguintes termos: “Bom para aval” 1) Na data do vencimento, Julio exige a Paula o pagamento da letra, mas esta recusa com a alegagio de que fora coagida a aceitar uma letra de valor superior 20 montante do empréstimo que ela contraira. Quid iuris? b) Admita que Jiilio havia endoseado a letra a Ricardo, que nada sabia, e fim de garantr a sua divida de jogo e de, simultaneamente, evitar que Paula pudesse invocar coacgto, Poderia Paula excepcionar o vicio da vontade contra Ricardo? ©) Admita que Rieardo obtém o desconto da letra num banco ¢ que este, no vencimento, exige 0 pagamento a Paula, Se Paula no pager, o banco poderé exigix imediatamente 0 pagamento a Jiilio, a Ricardo ¢ a Ernesto? ‘d) — 0 avalista Ernesto poderia invocar a coacglo de que a sua mulher foi vitima face a Jilio? E face ao banco? E se Ernesto pagar a letra ao banco: teré algum direito contra Silio, Paula e Ricardo? NOTA: Os alunos que realizam a 2° Frequéncia deverdo responder apenas aos grupos Le III do presente enunciado. UNIVERSIDADE CATOLICA PORTUGUESA ~ PORTO DIREITO COMERCIAL Epoca de Recurso Data: 04-07-2005 Duragdo: 2b30m Curso Diurno 1 Concorda com a afirmagio de que a teoria do acessério foi integralmente acolhida pelo legislador portugués? Justifique a sua resposta. (¢ valores) 0 ‘Afonso, casado, é proprietirio de um estabelecimento comercial, situado na zona da Foz, destinado a venda de jomnais e de revistas. ') Em { de Janeiro de 2005 ¢ para grande desespero da sua mulher, Afonso comprou um valioso presente para oferecer & jovem empregada do estabelecimento, que facia anos nequele més. Nuo tendo Afonso ainda pago esse presente, que bens do seu patriménio poderé o credor executar? Poderé esse credor executar os bens do seu pe tabelecimento? E a solucSo seria a mesma se o estabelecimento de Afonso fosse um estabelecimento individual de responsabilidade limitada? (4 valores) b) Agora, Afonso pretends ceder a exploraro do seu estabelecimento “O Quiosque do Afonso” a Bernardo, Quel o destino do nome do estabelecimento ¢ de fama de Afonso (“Afonso, O Jomaleiro)? Poderio ser transmitidos com aquele estabelecimento? (2 valores) ¢) Imediatamente depois de efectuada a cessio de exploragio, Afonso abrit um novo estabelecimento na zona da Boavista, chamado “O Novo Quiosque do Afonso", Oude vende o mesmo tipo de artigos que jé vendia no estabelecimento “O Quiosque do ‘Afonso”. Bernardo pretende reagir. Poderd faz8-lo? Como? (2 valores) Tl No dia 2 de Janeiro de 2005, Alves, sécio-gerente da sociedade «Docinha — Produglo e Distribuigdo de Doces Casciros, Lda.» aceitou, em nome ¢ representagio desta, uma letra de cimbio, cuja data de vencimento foi fixada no dia 2 de Julho de 3008, O mesmo Alves avalizou, a titulo pessoal, o aceite, A letra foi emitida & ordem do proprio sacador ~ a sociedade «M. Silva, SA» — como garantia do pagamento de mercadorias forecidas por esta sociedade & «Docinhan, Na data do respectivo vencimento a Jetra nfo foi paga, pelo que a sociedade «; - Marta, por seu turno, a 15 de Novembro de 2006, apondo a cidusula «sem despesas», endossou-a em branco e entregou a letra a Natacha; = a 15 de Marco de 2007, Natacha entregou a letra a Orlando; ~ Orlando apresentou a letra ao aceite do sacado, tendo o sacado aceite a letra com data de 15 de Abril de 2007; ~ depois, Orlando, a 1 de Junho de 2007, endossou a letra a José; - no dia 9 de Julho de 2007 (hoje), José apresentou a letra a Katia para pagamento, tendo esta recusado. Analise o percurso efectuado por esta letra e descreva os direitos que assistem agora a José, seu portador.. mW Distinga os sinais distintivos firma e nome e insignia, e analise o regime aplicdvel & sua transmisséo (bem como a prépria possibilidade de tal transmissdo ocorrer) em caso de trespasse do estabelecimento comercial a cuja exploracéo estejam, de algum mods, ligados. Universidade Catélica Portuguesa Centro Regional do Porto Faculdade de Direito Direito Comercial Epoca de recurso Data: 9-07-2007 Duragio: 2 horas e 30 minutos I - Ernesto, casado em regime de comunhao de adquiridos com Frederica, € gerente da sociedade “REPAR - Reparagdes de veiculos automéveis, Lda.”. Regularmente, em virtude da fraca reputaco financeira da sociedade no mercado, Ernesto afianga (a titulo pessoal) as dividas da sociedade. Suponha que a sociedade “Repar” falhou o pagamento de algumas dividas que ascendem a um montante de 100 000 €. Diga como podem proceder os credores para obter 0 pagamento dessas dividas, qualificando devidamente Ernesto e os actos de prestacio de garantia por ele praticados na sua relevncia juridico-comercial. (6 valores) II - Partindo da distingo entre o estabelecimento comercial e 0 EIRL, do ponto de vista da autonomia patrimonial, analise a diferenca entre o regime de transmiss&o de créditos e dividas, em caso de trespasse, relativamente a cada uma das figuras. (S valores) iI — A, sociedade comercial com sede em Braga, tem por objecto o comércio a retalho de artigos de vestudrio em pele e a confeccdo dos mesmos em sistema de pronto-a-vestir. Desde 30 de Janeiro de 2000, é& titular do registo do sinal distintivo «Casa das Peles», que utiliza para identificar o respectivo estabelecimento e em cuja divulgacde publicitdria tem investido, obtendo, reconhecido prestigio no mercado. B, sociedade comercial com sede no Porto, vende, desde Fevereiro de 2003, casacos e ‘Outros artigos em pele, utilizando nas suas etiquetas a expresso «Casa das Peles». Além disso, esta expresso é parte componente do seu endereco na Internet e serve-lhe ainda para referenciar o respectivo estabelecimento comercial. Em Janeiro de 2004, A propés accSo contra a sociedade comercial B, pedindo que esta seja condenada a abster-se de usar a expressdo «Casa das Peles». B contesta o pedida de A, alegando, essencialmente, que esta expressio é “sobejamente vulgarizada na linguagem corrente e nos habitos do comércio com o significado especifico de ser 0 estabelecimento de artigos de pele e ao qual falta, & partida, capacidade distintiva individualizadora”. Partindo da identificag&o do sinal distintivo e dos principios informadores da respectiva constituigdo, aqui em causa, aprecie o mérito do pedido de A. (4 valores) TV - Apés prolongadas negociagies, Anténio comprou a Berta uma casa que, segundo esta, se encontrava em éptimo estado de conservagao. No dia 1 de Janeiro de 2006, para pagamento da casa, Anténio sacou uma letra sobre Maria e a favor de Berta, com vencimento no dia 1 de Setembro do mesmo ano. Na letra, Anténio apés a cldusula “aceite proibido”. Mas Anténio veio a descobrir que a casa, afinal, tinha graves defeitos de construcdo € apresentava problemas devidos a falta de adequada manutencSo, que tinham sido habilmente disfargados com uma decoracéo apelativa. Indignado, dirigiu-se a Berta, que jd tinha endossado a letra a Carlos, amigo de Anténio. Informado por Anténio do sucedido, Carlos ficou consternado, mas jé tinha endossado a letra a Daniela. Considere as sequintes hipsteses, que s8o independentes entre si: a) No dia 1 de Margo, Daniela apresentou a letra a aceite,.o-qual fol recusad ) No dia 1 de Setembro, data do vencimento da letra, Maria recusou 0 pagamento. Como pode Daniela reagir, tendo em conta que Carlos se recusa a pagar, invocando os problemas que apresenta a casa vendida por Berta a Anténio? ¢) Entretanto, Daniela reparou que Anténio apusera na letra uma cléusula de juros anuais até a0 vencimento no valor de 7%. Quid iuris? (5 valores) UNIVERSIDADE CATOLICA PORTUGUESA CENTRO REGIONAL DO PORTO DIREITO COMERCIAL 6 de Novembro de 2007 I Ant6nio € proprietério de um imével de armazenagem no centro do Porto, que & utilizado pelos comerciantes dessa zona comercial para depositar os seus produtos & mercadorias, a troco de uma remunera¢ao. ) Qualifique sucintamente os sujeitos e os actos numa perspectiva juridico-mercantil, b) No inicio de 2005, Anténio, casado com Berta, efectuou obras de ampliagdo do armazém, adquirindo 2 “Mobilflor — Mobiliario Modemo, S.A” um conjunto de prateleiras metélicas de grandes dimens6es ‘pelo prego de € 100.000. Até hoje, a divida continua por pagar. Poderé a divida ser ainda cobrada? Em caso afirmativo, que bens de Anténio responderdo pela divida e quais os respectivos juros moratérios? 1 Calisto, proprietério um restaurante que funciona num imével arrendado na Foz do Douro, cansado da sua actividade, decide vendé-lo a Duarte, Comente as seguintes hipéteses: a) Apés a venda, Duarte vem a descobrir que o restaurante se encontrava praticamente vazio: & excepgo do equipamento de cozinha, ¢ de uma ou outra mesa, nada mais 1a Calisto deixara, ~ py Aida’ mal refeito’ da surpiesa, Duarte vert ainda a descobrir que o restaurante acumulara um passivo enorme, designadamente com dividas a fornecedores e custos de pessoal: contra quem poderfio os credores agir na reclamagio dos respectivos créditos? ©) Tendo desbaratado rapidamente o pectilio da venda, Calisto decidiu abrir um "snack-bar" na Foz do Douro: como podera Duarte reagir? NOTA: Os alunos que realizam o Mini-teste devem responder apenas ao Grupo 1, dispondo 45 minutos (sem tolerdncia) para a sua realizacao. Os alunos que realizam a 1° Frequéncia devem aos grupos Grupos I IL, dispondo 1 hora e 30 minutos (sem tolerdncia) para a sua realizagdo. UNIVERSIDADE CATOLICA PORTUGUESA Escola de Direito do Porto DIRETTO COMERCIAL Epoca de Setembro: 03.09.2007 Duracdo: 2h30m_ I - Analise a questéo de saber se a alienaggo da totalidade das participacdes sociais (acgdes ou quotas) poderd ser equipardvel ao trespasse do estabelecimento comercial explorado pela sociedade em causa. Indique algumas das situagdes em que essa equiparacdo poderia ser relevante. (3 valores) II - Xavier Bichano, comerciante, é proprietdrio de um estabelecimento destinado a venda de animais de estimagao, que funciona num imével de que é proprietario, A certa altura, vende o referido estabelecimento, por escrito, 4 Zulmira. A trespasséria, uma vez que nao é conhecida no meio e do suporta o cheiro da bicharada, decide continuar a exploracdo do estabelecimento utilizando a firma do trespassante e passar a vender no mesmo, em vez de animais de estimagao, puzzles. a) Analise a utilizacao da firma pela trespassaria. (2,5 valores) b) Diga se poderé Zulmira recusar-se a pagar renda a Xavier Bichano, invocando 0 negécio de trespasse celebrado e, consequentemente, a sua propriedade do imével. (2 valores) c) Imagine, agora, que o estabelecimento funcionava num imovel arrendado a Gustavo,.que pretende reagir contra a alteracio do ramo de negécio. (2,5 valores) III - A sociedade «Palmira Rodrigues, Unipessoal Lda.» é titular da marca registada Doces da tia Palmira. Esta sociedade celebrou com Alzira, proprietdria de um estabelecimento de fabrico e venda de produtos de pastelaria, um contrato pelo qual a primeira concede & segunda, mediante o pagamento de uma quantia anual, licenga para exploragio da marca. Ha ja trés anos que Alzira ndo paga a quantia anual, devida por forga do contrato de licenga de exploragao de marca. UNIVERSIDADE CATOLICA PORTUGUESA ~ PORTO DIREITO COMERCIAL Data: 23-1-2008 Duragao: 2h30m Curso Pés-Laboral I A empresa “Pivete — Perfumes ¢ Aguas-de-colénia, Lda.” possui uma vasta redle de lojas dedicadas & venda de perfumes e Aguas-de-col6nia em Portugal. Dados os tmaus resultados da sua loja do Porto, que funciona num imével arrendado para 0 efeito, a referida empresa resolveu vender essa loja a outra empresa, que explora uma clinica de estética, Comente as seguintes hipéteses: a) A Ioja do Porto da “Pivete” havia acumulado um passivo enorme, desighiadamente com custos dé pessoal: contra quem poder os credores agit na reclamagdo dos respectivos créditos? b) Caso a “Pivete” decida abrir uma nova loja sia Maia, como © com que fundamiento se poderd a empresa de'estética opor a este facto? «) Suponhamos que a “Pivete” tinha apenas permitido & empresa de estética que esta explorasse a dita loja por sua propria conta ¢ risco pelo prazo de um ano, mediante determanadla contrapartida pecinidria: carecerd tal acordo da antorizagtio do senhorio? Uma vez decorrido o prazo citado, poderd a empresa de estética recusar-se a abrir mio da loja? (19 valores) an No dia 2 de Janeiro de 2007, Alves, s6cio-getente da sociedade «Docinha ~ Produsio ¢ Distibuigdo de Doces Caseiros, Lda.» aceitou, em nome e representagfo desta, uma letra de cimbio, cuja data de vencimento foi fixada no dia 2 de Julho de 20070 mesmo Alves avalizou, a titulo pessoal, o aceite. A letra foi emitida a ordem do proprio sacador — a sociedade «M. Silva, SA» ~ como gatantia do pagamento de mercadorias fomecidas por esta sociedade & «Docinha», Na data do respectivo vencimento a letra nao foi paga, pelo que a sociedade «

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