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PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA

PREFEITO
CARLOS ALBERTO RICHA

VICE-PREFEITO
LUCIANO DUCCI

SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE

SECRETÁRIO
MICHELE CAPUTO NETO

SUPERINTENDENTE
EDIMARA FAIT SEEGMÜLLER

DIRETORA DO CENTRO DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE


ELIANE REGINA VEIGA CHOMATAS

3ª EDIÇÃO - DEZEMBRO DE 2005


Produção, distribuição e informações:

SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE DE CURITIBA


Centro de Informação em Saúde – CIS
Coordenação do Programa Mãe Curitibana
Coordenação de Normas Técnicas e Sistema de Informação em Saúde

Endereço:
Av. João Gualberto, 623, 3º andar, Torre A
CEP 80.030-000
Curitiba, Paraná, Brasil.
Telefone 0xx41 – 33509455
FAX 0xx41 – 33509498
E-mail: maecuritibana@sms.curitiba.pr.gov.br
Edição - 2005

Dados internacionais de catalogação na publicação


Bibliotecária responsável: Mara Rejane Vicente Teixeira

Boza Jimenez, Edvin Javier


Planejamento familiar / Edvin Javier Boza
Jimenez, Márcia Luiza Krajden, Raquel Ferreira
Scholz Uhlig ; co-autores Ana Maria Cavalcanti ...
[et al]. – 3. ed. - Curitiba : Secretária Municipal da
Saúde, 2005.
98 p.: il. ; 30 cm
Inclui bibliografia.
1. Planejamento familiar. 2. Ginecologia. 3.
Protocolos médicos. I. Krajden, Márcia Luiza. II.
Uhlig, Raquel Ferreira Scholz. III. Cavalcanti, Ana
Maria. IV. Programa Mãe Curitibana. V. Título.

CDD ( 21ºed.)
304.66

Proibida a reprodução sem autorização da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba


PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia do Paraná

Sociedade Brasileira de Urologia - Regional Paraná

Universidade Federal do Paraná


Serviço de Reprodução Humana - Departamento de Tocoginecologia
AGRADECIMENTO

Agradecemos a todos os Servidores da Prefeitura


Municipal de Curitiba que participaram da concepção
e revisão deste Protocolo e também aos que com seu
trabalho e dedicação fizeram do Programa de
Planejamento Familiar, uma realidade.
Às Sociedades Científicas, Universidades e
Profissionais de Saúde, bem como ao Conselho
Municipal de Saúde, parceiros que permitiram esta
realização, nosso reconhecimento.
Programa
Mãe Curitibana

Planejamento Familiar
Sumário
1. OPERACIONALIZAÇÃO
1.1.Abordagem geral do Planejamento Familiar no município de Curitiba ............ 16
1.2.Ações em Planejamento Familiar .................................................................... 17
1.3.Critérios de Elegibilidade Médica .................................................................... 18
1.4. Atenção ao Planejamento Familiar ................................................................. 19
1.5. Fluxograma do Planejamento Familiar ........................................................... 20

2. ASSISTÊNCIA À PRÉ-CONCEPÇÃO
2.1.Quanto à avaliação da mulher ........................................................................ 23
2.2.Quanto ao conteúdo educativo ...................................................................... 25

3. INFERTILIDADE CONJUGAL
3.1. Quanto à avaliação da infertilidade ............................................................... 31
3.1.1. Avaliação do casal ....................................................................................... 32
3.2. Abordagem terapêutica .................................................................................. 33
3.3. Infertilidade Feminina .................................................................................... 33
3.3.1. Avaliação da mulher ................................................................................... 35
3.3.2. Abordagem terapêutica ............................................................................... 38
3.4. Infertilidade Masculina ................................................................................... 39
3.4.1. Avaliação do homem .................................................................................. 40
3.4.2. Abordagem terapêutica ............................................................................... 42
3.5. Critérios de encaminhamento ........................................................................ 42

4. ASSISTÊNCIA À ANTICONCEPÇÃO
4.1. Quanto à avaliação da mulher/docasal .......................................................... 45
4.2. Quanto ao conteúdo educativo ..................................................................... 46
4.3. Quanto aos métodos anticoncepcionais ........................................................ 47
4.3.1. Métodos Naturais ....................................................................................... 48
4.3.2. Métodos de Barreira ................................................................................... 55
4.3.3. Métodos Hormonais ................................................................................... 59
4.3.4. Dispositivo Intra-Uterino ............................................................................. 65
4.3.5. Métodos Definitivos .................................................................................... 68
4.3.6. Anticoncepção de Emergência .................................................................... 73
4.3.7. Anticoncepção Pós-parto e Pós-abortamento ............................................. 74
4.3.8.Anticoncepção no Climatério ....................................................................... 76
4.3.9. Anticoncepção na Adolescência .................................................................. 78
4.3.10 Anticoncepção e Doenças Sexualmente Transmissíveis .............................. 82

ANEXOS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Apresentação
Curitiba, a capital do Paraná conta, segundo censo de 2005, com 1.757.903
habitantes; e vem nos últimos 35 anos, mudando o seu perfil.Tornou-se pólo de
uma região metropolitana dinâmica, que busca conquistar seu espaço dentro do
cenário nacional e internacional. Durante sua história, Curitiba recebeu um grande
fluxo de imigrantes europeus, especialmente italianos, poloneses, alemães e
ucranianos. Nas últimas décadas recebeu migrantes de áreas rurais e pequenas
cidades do interior do estado, assim como estudantes e empresários de todo o
país. Implantou, a oeste da cidade, a região industrial e atraiu investidores de
todo o mundo, sendo considerada por muitos a metrópole brasileira que ofere-
ce a melhor qualidade de vida e uma das melhores cidades brasileiras para se
13
fazer negócios.
Neste novo século, Curitiba continuou crescendo, tornando-se totalmen-
te urbana, expandiu-se ao sul, onde ainda há espaços para novas moradias e
cresce verticalmente nos bairros centrais e ao longo de suas vias rápidas. A
cidade de Curitiba é especialmente conhecida por suas soluções urbanas inova-
doras como os ônibus bi-articulados com suas faixas exclusivas, modelo adotado
por cidades de outros países.
A área verde da cidade com 51 metros quadrados por habitante, é cerca de
três vezes maior que a área mínima recomendada pela Unesco.
Se na década de 70, o município chegou a crescer 5,34% ao ano, em
2000 esta taxa caiu para 1,82 ao ano. Assim também o número de habitantes
por domicílio vem decrescendo. Em 1991, tínhamos 3,65 pessoas por residência
e em 2000 esta média caiu para 2,93. Curitiba conta com 610.422 mulheres na
faixa etária de 10 a 49 anos, e 535.847 mulheres de 15 a 49 anos,
No mundo existem 63 países cuja taxa de fertilidade encontra-se abaixo do
nível de reposição. Uma nação, para manter estável a sua população precisa ter
uma taxa total de fertilidade (TTF) de 2,1. Em outras palavras, cada grupo de 10
mulheres precisa gerar 21 filhos durante a sua vida reprodutiva para que ocorra
a reposição da população. Quando a TTF cai abaixo de 2,1 o país fica abaixo da
taxa de reposição e a perspectiva é de declínio populacional. Hong Kong é o
país que atualmente tem a TTF mais baixa, igual a 1. A TTF média da Europa
atualmente é de 1,3 e a do Brasil em 2000 era de 2,3. Em Curitiba no mesmo
ano era de 1,98 e em 2004 esta taxa caiu para 1,58.
O coeficiente de natalidade (Número de nascidos vivos por mil habitantes),
manteve-se praticamente estável entre 1996 e 2000 que eram respectivamente
19,53 e 18,5 nascidos vivos por mil habitantes respectivamente. De 2000 a
2004 baixou de 18,5 para 14,8. O número de nascidos vivos em 2000 foi de
29.369 e em 2004 foi de 25.171; revelando uma diminuição de 14.3%.
Existem vários fatores que levam à redução do crescimento populacional:
entre eles o acesso e o uso de métodos anticoncepcionais, a urbanização e a
alfabetização das mulheres. O coeficiente de natalidade também está diminuin-
do nos países em que e a idade média de casamento é mais tardia e apresen-
tam altos índices de divórcio.
Curitiba mostra uma posição privilegiada entre as capitais brasileiras, apre-
senta 44,8% da população com mais de 11 anos de estudo; uma taxa de
alfabetização de 94,2% para pessoas de mais de 10 anos de idade; o número
de domicílios ligados à rede geral de esgoto sanitário ou com fossa séptica é de
92,9% e a cobertura para a coleta de lixo chega a 99,5% do território municipal
(Censo 2000).
14 Este quadro geral mostra uma clara tendência de cidade de Curitiba para
firmar-se enquanto capital social moderna, em fase de estabilização demográfica.
Apesar de o Programa de Planejamento Familiar existir desde 1989, observa-se
que o coeficiente de natalidade reduziu em nossa cidade quando em 1999, o
Programa de Planejamento Familiar foi efetivamente implantado, com todos os
métodos disponíveis.
Desde o início do Programa de Planejamento Familiar foram realizados vári-
os treinamentos e jornadas de atualização para os profissionais de saúde envol-
vidos no atendimento da saúde reprodutiva da população; e trabalhos em esco-
las através do Programa Adolescente Saudável e da Coordenação Municipal de
DST/Aids, visando reduzir a gravidez precoce e doenças sexualmente
transmissíveis.
Em 2004 foi realizada uma campanha visando alertar a população e os
profissionais de saúde para a importância do Planejamento Familiar no risco
reprodutivo; visando diminuir a gravidez de risco e conseqüente redução mor-
talidade materna.
Oportunizar escolhas responsáveis no tempo/espaço da vida cidadã é
função do poder público. A Secretaria Municipal da Saúde, reconhecendo o
direito e a vontade dos habitantes da cidade, re-edita o Protocolo de Planeja-
mento Familiar, que integrado ao Protocolo de Pré-natal, Parto e Puerpério do
Programa Mãe Curitibana e ao Protocolo Adolescente Saudável, estão
contextualizados ao Sistema Integrado de Serviços de Saúde.
Com tais ações pretende-se, principalmente salvar vidas, e reduzir gravidez
precoce, gestações indesejadas e morbimortalidade materna e infantil.

Michele Caputo Neto


Secretário Municipal da Saúde
Introdução
Este Protocolo de Atenção ao Planejamento Familiar é mais um passo da
Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba na padronização das condutas, per-
mitindo seu acompanhamento, avaliação e retroalimentação.
A Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, no que diz respeito ao Planeja-
mento Familiar, preconiza a educação continuada assim como a avaliação e o
monitoramento das variáveis que possam interferir na saúde reprodutiva dos
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casais/mulheres residentes no município.
O objetivo maior é a humanização do atendimento e a qualificação da aten-
ção ao planejamento familiar em suas várias etapas pré-concepção, infertilidade
e anticoncepção; com avaliação e assistência priorizada ao risco reprodutivo,
visando a redução da morbi-mortalidade materna e neonatal.
O resultado dessa política, associada à assistência ao pré-natal, parto, puerpério
e recém-nascido, culmina com a redução das complicações evitáveis durante o
pré-natal, parto e o puerpério, em decorrência da assistência qualificada e
priorizada a todas as etapas, que englobam desde a pré-concepção até o puerpério
e atenção à criança.
Os casais bem orientados e assistidos conseguem manter suas famílias dentro
dos limites por eles planejados, assim como dar a elas uma melhor qualidade de
vida.
As ações de assistência, prevenção e promoção de saúde das pacientes de
risco que querem engravidar, permitem o monitoramento e o diagnóstico preco-
ce de complicações e intercorrências que podem comprometer a saúde mater-
no-infantil. Já para as mulheres/casais de risco que não desejam engravidar, o
programa de anticoncepção se propõe a orientar e a garantir a oferta do método
de anticoncepcional mais adequado. Dentre estes métodos, os definitivos serão
indicados considerando-se critérios pré-estabelecidos pelo Ministério da Saúde
e pela Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba.
Operacionalização
1.1. ABORDAGEM GERAL DO PLANEJAMENTO

16 FAMILIAR NO MUNICÍPIO DE CURITIBA

POPULAÇÃO ALVO:
Mulheres/homens em idade fértil.

POPULAÇÃO PRIORIZADA:
Mulheres que apresentem um ou mais fatores de risco reprodutivo relacionados a
seguir:
• Idade acima de 35 anos e menor que 16 anos;
• Escolaridade menor que a 4ª série do ensino fundamental;
• Antecedentes obstétricos desfavoráveis, tais como abortos, mortes fetais e
neonatais;
• Recém nascidos com baixo peso ao nascer, pré-eclampsia, malformações con-
gênitas, cerclagem, amniorrexe prematura, trabalho de parto prematuro;
• Doenças crônicas (Risco reprodutivo severo): Hipertensão arterial sistêmica,
diabetes mellitus, doença renal, cardiopatia, doenças auto imunes,
pneumopatias, hepatopatias, infecção HIV/AIDS e outras doenças sistêmicas
graves;
• Uso/abuso de drogas: benzodiazepínicos, anticonvulsivantes, tabagismo, alco-
olismo e outras drogas lícitas e/ou ilícitas;
• Obesidade e desnutrição.
1.2. AÇÕES EM PLANEJAMENTO FAMILIAR

As ações de planejamento familiar devem estar voltadas para a população em


idade fértil, assegurando continuidade no atendimento e avaliação.
A Equipe de saúde deve estar motivada, treinada e organizada para dar assistên-
cia à saúde reprodutiva da população, com intervenções preventivas, educativas e
terapêuticas, garantindo um serviço de qualidade.
Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade res-
ponsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado
proporcionar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, veda-
da qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas” (Constitui-
ção Brasileira, 1988).
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Os elementos fundamentais na qualidade de atenção são: escolha livre de méto-
dos, informação completa para os usuários, competência técnica de quem dispensa
os métodos, boa relação usuário-serviço, acompanhamento adequado e a integração
do planejamento familiar ao atendimento em saúde reprodutiva.
A ação educativa em planejamento familiar deve ser realizada em pequenos gru-
pos, usando metodologia participativa, tendo o objetivo de estabelecer um processo
contínuo de educação, que vise trabalhar a atenção integral, focalizando outros as-
pectos da saúde reprodutiva, tais como a sexualidade, conhecimento do corpo, ques-
tões de gênero, vulnerabilidade às doenças sexualmente transmissíveis, violência, di-
reitos sexuais e reprodutivos e também sobre as diferentes opções anticoncepcionais,
de maneira que o usuário seja capaz de realizar uma escolha livre e informada.
Devem ser fornecidas as informações de maneira clara e completa sobre mecanis-
mo de ação dos anticoncepcionais, modo de uso, eficácia, efeitos colaterais e efeitos
não contraceptivos para que o usuário possa ter:
Capacidade - habilidade de a pessoa reproduzir-se, regular sua fecundidade e
desfrutar de uma vida sexual.
Segurança - significa que a regulação da fecundidade, a gravidez e o parto não
levem risco para a saúde, logo a relação sexual não pode ser de alto risco.
Resultado - que no processo reprodutivo, a mulher/casal tenha um filho saudá-
vel e desejado.
O principal objetivo destas orientações é possibilitar “o direito de decidir quantos
filhos quer ter e quando tê-los”. Quando uma pessoa toma uma decisão baseada em
informações úteis e acuradas, terá realizado uma escolha informada.
1.3. CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE MÉDICA
Os critérios de elegibilidade médica para uso de métodos anticoncepcionais fo-
ram desenvolvidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 1996) com o objetivo
de auxiliar os profissionais da saúde na orientação das (os) usuárias (os) de métodos
anticoncepcionais.
Consiste em uma lista de condições das (os) usuárias (os), que poderiam significar
limitações para o uso dos diferentes métodos. As (os) clientes devem ser informados
(as) de que existem condições médicas que poderiam significar limitações para o uso
dos diferentes métodos.
A lista dos critérios de elegibilidade médica dividem-se em quatro categorias:
18 OMS 1:
O método pode ser usado sem restrições.

OMS 2:
O método pode ser usado. As vantagens geralmente superam riscos possíveis ou
comprovados. As condições da categoria 2 devem ser consideradas na escolha do
método. Se a mulher escolhe este método, um acompanhamento mais rigoroso pode
ser necessário.

OMS 3:
O método não deve ser usado, a menos que o profissional de saúde julgue que a
mulher pode usar o método com segurança. Os riscos possíveis e comprovados supe-
ram os benefícios do método. Deve ser o método de última escolha e, caso seja esco-
lhido, um acompanhamento rigoroso se faz necessário.

OMS 4:
O método apresenta um risco inaceitável.
1.4. Atenção ao
planejamento familiar

DIREITO REPRODUTIVO 19
A lei n.º 9.263 de 12 de janeiro de 1996, que regula o parágrafo 7º do artigo 226
da Constituição Federal do Brasil, considera o planejamento familiar como direito de
todo cidadão, englobando o conjunto de ações de regulação da fecundidade que
garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher,
pelo homem ou pelo casal. Cabe às instâncias gestoras do Sistema Único de Saúde
garantir atenção integral à saúde, no que diz respeito a concepção e contracepção,
através de ações preventivas e educativas, utilizando-se de métodos e técnicas pres-
critos após avaliação, acompanhamento clínico e orientações prévias sobre os riscos,
as vantagens, desvantagens e a eficácia de cada método.
Em 1968 a anticoncepção foi reconhecida mundialmente como Direito Humano
Básico. Em 1979 foi caracterizada como ação básica de Saúde Pública e no período
de 1974 a 1994, nas Conferências Mundiais sobre População, os princípios básicos
de planejamento familiar foram constituídos como:

z A política demográfica é de soberania de cada país;


z A decisão sobre o número e o espaçamento dos filhos é direito inalienável do
indivíduo e/ou do casal;
z A função do Estado restringe-se à garantia do exercício deste direito (informa-
ção e acesso), bem como à vigilância sanitária ao uso de metodologia conceptiva
e anticonceptiva;
z O planejamento familiar deve ser implementado em um conjunto de ações
que visam à assistência integral à saúde;
z Nenhum procedimento na área de planejamento familiar é totalmente inócuo,
exigindo como responsabilidade coletiva contínua avaliação dos usuários por
pessoal capacitado, com qualidade e resolução.
1.5. FLUXOGRAMA DO PLANEJAMENTO FAMILIAR E RISCO REPRODUTIVO

Mulheres
em idade
fértil

Avaliação
do risco
Presente reprodutivo Ausente

20 Avaliação pela Deseja


equipe de saúde engravidar
Sim Não

Deseja Assistência à Assistência à


engravidar pré-concepção contracepção
Sim Não

Orientações gerais
Avaliação médica Assistência à
Assist. à pré-concep. contracepção

Caracteriza
infertilidade?
Sim Não

Avaliação geral Acompanhamento


Encaminhamento por 12 meses
à especialidade *Insucesso carac.
Infertilidade

Obs.:* considerar a idade dos cônjuges e as condições encontradas durante a avaliação clínica de ambos
Assistência à
Assistência à Pré-Concepção

Pré-Concepção
A saúde do casal exerce impacto na fertilidade e na gestação, portanto, a
assistência à pré-concepção tem o objetivo de orientar e assistir as mulheres/
casais em idade fértil, que desejam engravidar, com o intuito de prevenir even-
tos que possam alterar a evolução saudável de uma futura gestação.

2.1. QUANTO À AVALIAÇÃO DA MULHER


A equipe de saúde deverá, ao assistir os casais, prevenir, detectar e tratar fato-
res que possam interferir na fertilidade e na concepção. Para tanto, toda mulher,
residente em Curitiba, que desejar engravidar e procurar os serviços de saúde do 23
município deverá:

z Ser orientada a anotar o primeiro dia dos seus ciclos menstruais subseqüentes.
Esta atitude diminui significativamente o número de mulheres que desconhece
a data da última menstruação, comprometendo posteriormente o cálculo da
idade gestacional;
z Passar por avaliação de enfermagem com aferição dos dados vitais e do peso
pré-gravídico. Aquelas que apresentarem desnutrição, sobrepeso ou obesidade
e/ou alterações dos dados vitais deverão ser encaminhadas à consulta médica;
z Realizar o exame preventivo de câncer de colo uterino, caso não o tenha feito
há mais de um ano;
z Ser avaliada quanto à presença de patologias crônicas que necessitem de uso
prolongado ou mesmo esporádico de medicação que possa comprometer a
fertilidade, a concepção e o feto:
- Quimioterápicos - provocam alterações das funções ovarianas e testiculares,
menopausa prematura e azoospermia;
- Lítio - causa ablação da tireóide fetal;
- Antagonistas dos folatos - aumentam o risco de malformações do SNC (o uso
prolongado dos anticoncepcionais hormonais pode acarretar diminuição da
absorção do ácido fólico);
- Prednisolona;
- Warfarin;
z Adequar sua situação vacinal (rubéola, tétano e hepatite B) após avaliação
pela equipe de saúde.
Assistência à Pré-Concepção

Vacinar todas as mulheres que:

RUBÉOLA:
z não tenham sido vacinadas anteriormente;
z não possam comprovar imunidade anterior por doença ou vacina através de
documentos confirmatórios (carteira vacinal, carteira de gestações anteriores,
prontuário médico).

TÉTANO:
A) Não vacinada ou não sabe informar passado vacinal:
Fazer 3 doses de TT ou DT com intervalos de 30 dias ou pelo menos duas
doses na gestação e a terceira 180 dias após a primeira.
B) Com vacinação incompleta (tendo recebido uma ou duas doses de DPT, DT ou TT):
Completar o número de doses para três, obedecendo o intervalo de 30 dias, ou
pelo menos duas doses na gestação e a terceira 180 dias após a primeira.

24 C) Vacinada com esquema completo, última dose há menos de cinco anos:


Nenhuma dose a aplicar.
D) Vacinada com esquema completo, última dose há mais de cinco anos:
Aplicar uma dose de reforço tão logo seja possível.

HEPATITE B:
z Menores de 20 anos ou que apresentem fator de risco com maior vulnerabilidade
à doença.

SER ASSESSORADA QUANTO À PRESENÇA DE FATORES DE RISCO GENÉTICO, TAIS COMO:


z Idade materna e/ou paterna avançada;
z filhos afetados em gestações anteriores;
z antecedentes de familiares com doença genética;
z características étnicas especiais.

SER AVALIADA QUANTO AO RISCO REPRODUTIVO:


z A mulher caracterizada como de risco reprodutivo deverá ter seu desejo de
gestar respeitado pelos serviços de saúde. Contudo, é responsabilidade do ser-
viço orientar o casal sobre os riscos presentes na gestação, tanto para a mãe
quanto para o bebê;
z As mulheres com risco reprodutivo devem ser priorizadas no programa de
assistência à concepção e encaminhadas para avaliação e acompanhamento
médico periódico, com o intuito de detectar precocemente, prevenir e tratar
possíveis complicações;
z Naquelas com doenças crônicas, o acompanhamento é fundamental para uma
maior efetividade das ações no controle das doenças.
Assistência à Pré-Concepção

2.2. QUANTO AO CONTEÚDO EDUCATIVO:


As mulheres/casais deverão receber informações educativas, individuais ou coleti-
vas, que orientem sobre a maternidade/paternidade segura. Para tanto, as equipes de
saúde devem abordar, minimamente, os temas descritos a seguir:

INFORMAÇÕES SOBRE SAÚDE E REPRODUÇÃO:


z A importância do ambiente familiar harmônico para a chegada de um novo
membro;

z A importância do planejamento familiar na morbimortalidade materna e


neonatal. Deve-se incentivar o casal a:
– Planejar o número de filhos que pretende ter;
– Planejar para que as gestações ocorram, preferencialmente, dentro da faixa
etária preconizada como de menor risco (20 a 34 anos);
– Planejar o espaçamento mais adequado entre as gestações (preconiza-se 24 25
meses de intervalo).

z Informações básicas sobre o aparelho reprodutor feminino e masculino e sobre


a fertilidade - reconhecimento do período fértil na mulher, concentração das
relações sexuais nesse período etc.;

z A importância da qualidade de vida sobre a saúde em geral e sobre a fertilida-


de, atividade física periódica, lazer, medidas anti-estresse, alimentação etc.;
z A importância da dupla proteção, contra gravidez e DST/AIDS
z A necessidade do conhecimento do método de anticoncepção de emergência

ORIENTAÇÕES GERAIS SOBRE ALIMENTAÇÃO:

A importância da alimentação balanceada:


z Os padrões normais para uma alimentação saudável incluem uma dieta
adequada em proteínas, vitaminas, minerais e fibra alimentar, não deven-
do conter quantidades excessivas de calorias, gordura total, gordura
saturada, colesterol, sódio, açúcares adicionados e álcool. Para tanto, ori-
enta-se a ingestão de carnes, ovos, leite, feijão, frutas, verduras, arroz,
massas, pão, feijão, cereais integrais etc. Com o objetivo de reduzir o con-
sumo de gorduras saturadas e de colesterol, orienta-se a redução do con-
sumo de manteiga, gordura da carne, gema de ovo, nata, queijo amarelo,
frituras etc. O consumo de bolos, sorvetes, doces, conservas, embutidos
(salsicha, lingüiça, salame, presunto, apresuntado, mortadela e outros) e
temperos prontos também deve ser moderado;
Assistência à Pré-Concepção

z Incentivo ao consumo de alimentos ricos em ferro para prevenção de anemia.


Orienta-se o consumo de vísceras (especialmente o fígado), carnes, feijão e
vegetais verde-escuros, como couve, brócolis, folhas de nabo e almeirão. A
vitamina C favorece a absorção do ferro; sendo assim, é interessante ingerir,
durante as refeições, frutas cítricas como a laranja e o limão, na forma de suco
ou sobremesa. O chá e o café prejudicam a absorção do ferro; desta forma,
não devem ser tomados logo após as refeições, respeitando-se um intervalo
de aproximadamente 2 horas;
z Incentivo ao consumo de alimentos com alto teor de ácido fólico para preven-
ção de malformação congênita do tubo neural - folhas verde-escuras, banana,
leite, carne de gado, laranja, cereais em geral (arroz, soja, feijão etc.).

PREVENÇÃO DE OBESIDADE E DESNUTRIÇÃO:


Para as mulheres de baixo peso, na ausência de doenças associadas, recomenda-

26 se a ingestão de alimentos que forneçam energia. Deve-se orientar lanches entre as


refeições principais, com pão ou biscoitos com margarina, por exemplo. Também re-
comenda-se o repouso, 20 a 30 minutos no período da manhã e 20 a 30 minutos no
da tarde, para reduzir o gasto energético com atividade física. Este repouso não deve
significar redução da jornada de trabalho e sim da atividade física. Para aumentar o
teor calórico da dieta a um baixo custo, recomenda-se acrescentar no almoço e no
jantar uma colher de sopa de óleo de soja, farinha de mandioca e meio pãozinho
(inclusive no café da manhã) e aumentar a porção de arroz;
z Para as mulheres com sobrepeso ou obesas, preconiza-se restrição dos alimen-
tos energéticos, de acordo com o peso que se pretende alcançar. Orienta-se o
não consumo de açúcares e doces e a redução ou eliminação de massas, pão,
bolachas, frituras. Recomenda-se também a prática de caminhadas diárias;
z Cuidados com o consumo excessivo de cafeína - a cafeína provoca aumento da
resistência vascular corporal, uterina e ovariana contribuindo para uma menor
taxa de implantação e um maior número de abortamentos espontâneos;
z Tabagismo, alcoolismo e drogadição e as conseqüências para o casal e o bebê -
diminuição da fertilidade, maior incidência de abortos, crescimento intra-uterino
retardado e bebês de baixo peso, malformação congênita, parto prematuro e
morte perinatal.

PREVENÇÃO DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS ATRAVÉS DE ORIENTAÇÃO DA


PRÁTICA DE SEXO SEGURO PELO USO DE PRESERVATIVOS:
z Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV/Aids);
z Sífilis;
z Gonorréia;
z Clamídia e outras patologias de transmissão sexual.
Assistência à Pré-Concepção

PREVENÇÃO DE OUTRAS INFECÇÕES:


Toxoplasmose
z Evitar contato com gatos. Evitar manusear os materiais contaminados com as
fezes de gatos ou fazê-lo com uso de luvas e em seguida lavar as mãos com
sabão e água. Alimentar os gatos em casa com carne cozida ou ração. Manter o
animal em casa;
z Evitar consumir carne crua ou mal cozida, principalmente de porco e de carneiro;
z Após o manuseio da carne crua, lavar as mãos e utensílios com água e sabão ou
usar luvas;
z Retirar a casca de vegetais e frutas ou lavá-los com água e sabão e enxaguar
bem antes do consumo;
z Evitar que moscas e baratas contaminem verduras, frutas, legumes e outros ali-
mentos;
z Usar luvas para trabalhar com a terra;

27
z Evitar leite não pasteurizado.

Hepatite B
z orientação sobre sexo seguro, uso de agulhas descartáveis (injeções, tatuagens,
acupuntura); transfusões sangüíneas com sangue não contaminado.
Vírus da Inclusão Citomegálica
z Lavar as mãos cada vez que houver contato com urina, principalmente mulhe-
res que trabalham com crianças que usam fraldas (creches, berçários, escolas
pré-primárias) ou têm outro filho pequeno.

EFEITOS DELETÉRIOS DE AGENTES QUÍMICOS E OUTROS PRODUTOS TÓXICOS SOBRE A


CONCEPÇÃO E A SAÚDE EM GERAL, ENTRE ELES:
z Chumbo -presente nas tintas e vernizes;
z Óxido de etileno - usado na esterilização de materiais cirúrgicos e em alguns
pesticidas;
z Agentes encontrados em inseticidas (dibromo cloropropano);
z Radiação ionizante.
Infertilidade Conjugal
Infertilidade Conjugal

Infertilidade conjugal é a ausência de gravidez em um casal com vida sexual ativa,


sem uso de medidas anticonceptivas, em um período de um ano ou mais. Entretanto,
fatores como a idade dos cônjuges e a presença de condições determinantes de
infertilidade podem alterar o prazo estabelecido.

A INFERTILIDADE SE SUBDIVIDE EM:


z Primária- ausência de gestação prévia;
z Secundária - falha na capacidade reprodutiva após uma ou mais gestações;
z Esterilidade - incapacidade definitiva em gestar;
z Abortamento habitual - 3 ou mais abortos espontâneos até a idade de 20 se-
manas de gestação.

3.1. QUANTO À AVALIAÇÃO DA INFERTILIDADE


A avaliação da infertilidade conjugal engloba uma avaliação minuciosa do casal, já
que 1/3 dos problemas se relaciona aos homens, 1/3 às mulheres e 1/3 a ambos.
Vários fatores podem interferir na fertilidade e na concepção e os serviços de atenção
31
primária de saúde podem orientar e assistir os casais diagnosticados como inférteis,
por um período determinado, e referir aos serviços especializados aqueles que não
obtenham sucesso na concepção ou os casos em que, após avaliação inicial, apresen-
tem critérios para referência secundária.

A EQUIPE DE SAÚDE DEVE:


z Acolher o casal e dialogar sobre suas dúvidas, ansiedades e receios, buscando
orientar sobre a importância do equilíbrio físico e emocional na fertilidade e
na concepção;
z Determinar se o casal é supostamente infértil, devendo ser investigado. Para
tanto, utilizar os parâmetros descritos a seguir:
z Casais que estejam tentando engravidar há um ano ou mais com vida sexual
ativa e sem uso de medidas anticonceptivas;
z Casais onde a mulher tenha mais de 35 anos e que estejam tentando engravidar
há seis meses ou mais;
z Encaminhar os casais não considerados inférteis para o programa de assistência
à pré-concepção;
z Informar sobre a investigação a ser realizada pela equipe de saúde e sobre os
possíveis resultados do tratamento. Em geral, 2/3 dos casais com infertilidade
conseguem conceber através das opções biológicas existentes;
Infertilidade Conjugal

z Realizar avaliação clínica minuciosa do casal e afastar patologias concomitantes;


z Introduzir conteúdos educativos, individual ou coletivamente, que orientem o
casal:
- a identificar o período fértil da mulher através do método de temperatura
basal, do muco cervical ou sintotérmico;
- a concentrar as relações sexuais no período fértil;
- a eliminar fatores que interfiram com o depósito de sêmen ejaculado na vagi-
na ou na migração espermática no trato genital feminino (duchas vaginais
pós-coito, uso de lubrificantes e outros);
- a eliminar fatores que interfiram no processo de fertilidade e de concepção
(descritos anteriormente nas orientações de concepção);
- encaminhar ao Cenplafan os casais que desejam engravidar por métodos na-
turais; (Centro de Planejamento Natural da Família - Rua 24 de Maio nº 95,
sala 05 - Telefone: 41- 3233-8203).
z encaminhar os casais que requeiram tratamento especializado, dentro de crité-
rios pré-determinados (descritos posteriormente), para serviços de referência.

32 3.1.1. AVALIAÇÃO DO CASAL


HISTÓRIA CLÍNICA:
z Dados pessoais de cada um;
z Tempo de união;
z Prática sexual:
z Freqüência do coito;
z Período do ciclo menstrual em que ocorrem os coitos;
z Métodos anticonceptivos utilizados;
z Tratamentos anteriores de fertilidade;
z Antecedentes de cirurgia abdominal;
z Antecedentes de infecção/DST;
z Antecedentes de parotidite;
z Antecedentes de criptoquirdia;
z Avaliação psicológica, quando necessário.

EXAME FÍSICO E COMPLEMENTAR


Será especificado na avaliação da mulher e do homem.
Infertilidade Conjugal

3.2. ABORDAGEM TERAPÊUTICA


Antes do início de qualquer tratamento para infertilidade o casal deve ser infor-
mado sobre:
z Os riscos com o tratamento;
z Os prováveis custos do tratamento;
z Em quanto o tratamento aumenta as chances de conceber;
z Quantos tratamentos serão necessários para que se possa conceber;
z Se este tratamento elimina outras opções;
z Quais as opções existentes caso este tratamento não obtenha sucesso.

3.3. INFERTILIDADE FEMININA


A infertilidade feminina se relaciona a:

A. DISFUNÇÕES
33
OVULATÓRIAS
30 a 50% das mulheres com infertilidade têm algum problema ovulatório. As cau-
sas mais freqüentes são:
- Síndrome dos ovários policísticos;
- Insuficiência lútea;
- Elevação das taxas de prolactina: uso de medicamentos como anticon-
vulsivantes, antidepressivos, consumo de cocaína e heroína; estresse;
hiperestimulação das mamas;
- Endocrinopatias: Diabetes mellitus, adenoma de hipófise, alterações
tireoideanas, alterações de supra-renal, erros do metabolismo;
- Anovulação pós-pílula: em geral o organismo feminino demora até seis meses
para retornar à produção hormonal normal;
- Menopausa precoce: radioterapia, quimioterapia ou de causa desconhecida;
- Fatores imunológicos: doenças auto-imunes;
- Alterações cromossômicas;

B. ALTERAÇÕES MECÂNICAS OU NO TRANSPORTE


50% das mulheres com infertilidade apresentam problemas pélvicos em decor-
rência de infecção, aderência com obstrução e/ou destruição das trompas. As princi-
pais causas são:

z Por fatores vaginais (incidência de 0,2%):


- Infecções;
- Anomalias congênitas ou adqüiridas;
Infertilidade Conjugal

- Uso de lubrificantes vaginais;


- Vaginismo.

z Por fatores da cérvice uterina (incidência de 10%):


- Seqüelas de cirurgias e cauterizações - sinéquias, estenose, lesões de criptas;
- Infecções;
- Pólipos e miomas;
- Malformação congênita;
- Fatores imunológicos e outros;
- Ausência de muco cervical adequado.

z Por fatores uterinos (incidência em torno de 5%):


- Aderências após infecções, curetagem após abortos;
- Leiomiomas (1 em cada 4 mulheres com mais de 30 anos tem mioma
uterino), pólipos;
- Endometrite tuberculosa;
- Alterações congênitas.

z Por fatores tubo-peritoneais (incidência em torno de 30 a 50% dos fatores tubários


e 10% dos fatores peritoneais):

34 - DST (principalmente Clamídea e Blenorragia) desencadeando Doença Infla-


matória Pélvica;
- Tuberculose;
- Aderências após apendicite rota e peritonite;
- Endometriose;
- Neoplasias;
- Iatrogenia;
- Cirurgia pélvicas anteriores.

C. ALTERAÇÕES GENÉTICAS
- Anormalidades cromossômicas;
- Malformações congênitas do aparelho reprodutor feminino.

D. ABORTAMENTO ESPONTÂNEO DE REPETIÇÃO (INCIDÊNCIA DE 0,1 A 0,2%)


Uma em cada seis gestações termina em abortamento espontâneo. O caso é ca-
racterizado como abortamento habitual ou de repetição quando ocorrerem três ou
mais interrupções espontâneas alternadas ou consecutivas da gestação até a idade de
20 semanas. O casal deve ser encaminhado a um serviço de referência especializado.

As principais causas são:


- Anormalidades cromossômicas;
- Anormalidades uterinas - congênitas, miomas ou pólipos, sinéquias;
- Insuficiência lútea;
Infertilidade Conjugal

- Incompetência istmo-cervical, congênita ou iatrogênica;


- Hipotireoidismo, Diabetes mellitus;
- Colagenoses (principalmente Lupus Eritematoso Sistêmico);
- Fatores imunológicos;
- Causas infecciosas - listeriose, micoplasma.

E. ENDOMETRIOSE PÉLVICA
A endometriose acomete 40 a 50% das mulheres com infertilidade. Em geral aco-
mete mulheres na faixa etária de 30 a 40 anos e que ainda não tiveram filhos, muitas
vezes com história familiar de endometriose. Não se sabe exatamente porque interfe-
re na fertilidade, mas suas conseqüências são aderências, obstrução tubária e altera-
ções ovulatórias. A clínica mais freqüente é dor pélvica pré-menstrual, menstrual ou
durante o coito com penetração profunda; dor durante a defecação no período pré-
menstrual e menstrual e menstruação irregular.

F. OUTROS FATORES
Cerca de 10% dos casais com infertilidade não têm causa conhecida. Acredita-se
que os fatores psicológicos envolvidos possam contribuir para essa condição.
Fatores ambientais também estão envolvidos na fertilidade, como uso de determi-

35
nados medicamentos ou substâncias e produtos químicos ou físicos que interferem na
ovulação e na concepção.

3.3.1. AVALIAÇÃO DA MULHER


A avaliação da mulher pelas equipes de saúde engloba:

ANAMNESE:
z Determinação da ovulação - verificar os registros feitos pela mulher sobre
os ciclos menstruais, a temperatura basal e o muco cervical. Caso a mulher
não tenha feito acompanhamento anterior no serviço de saúde ou não
tenha feito registros, solicitar que o faça a partir desse momento, com ori-
entação prévia;
z Sintomatologia presente - dispareunia, vaginismo, galactorréia, leucorréia, pru-
rido vulvar ou vaginal, ardor, sintomas sugestivos de outras patologias que pos-
sam interferir na fertilidade, avaliação do estado mental (ansiedade, medos,
expectativas, pessimismo etc.);
z Desenvolvimento puberal - idade e característica da telarca, pubarca e menarca;
Infertilidade Conjugal

z Ciclos menstruais - periodicidade, duração do fluxo, quantidade do fluxo,


presença de dismenorréia, mudanças nas características dos ciclos. Ciclos mens-
truais com período menor de 21 dias ou maior de 35 - 40 dias sugerem distúr-
bio hormonal;
z Vida sexual - comportamento de risco para DST, múltiplos parceiros, uso ou
não de preservativos, práticas de higiene pós-coito com duchas vaginais, uso de
lubrificantes durante o coito.

ANTECEDENTES OBSTÉTRICOS:
z Gestações anteriores (em uniões anteriores ou na atual);
z Abortos espontâneos ou provocados;
z Gravidez ectópica ou molar;
z Curetagens anteriores;
z Infecções puerperais;
z Hemorragias pós-parto com necessidade de transfusão (Síndrome de Sheehan:
necrose hipofisária por isquemia);
z Filhos afetados por doenças genéticas em gestações anteriores.

ANTECEDENTES MÓRBIDOS PESSOAIS:

36 z
z
z
Métodos anticoncepcionais utilizados - Anticoncepcional hormonal oral, DIU;
Distúrbios hormonais anteriores;
Doença inflamatória pélvica;
z Doenças sexualmente transmissíveis;
z Cirurgia pélvica ou abdominal baixa;
z Doenças associadas - Diabetes mellitus, hipotireoidismo, hipertireoidismo,
cardiopatias, nefropatias, hipertensão arterial sistêmica, tuberculose;
z Quadros anteriores de anorexia, bulemia, dietas e alterações freqüentes de peso;
z Tratamentos anteriores ou atuais com uso de hormônios, quimioterapia, radio-
terapia, drogas antimitóticas, anticonvulsivantes, antidepressivos, carbolítio,
warfarin, antagonistas dos folatos, prednisolona e outros;
z Tratamentos anteriores para infertilidade e seus resultados.

ANTECEDENTES MÓRBIDOS FAMILIARES:


z História familiar de infertilidade e suas causas;
z Endometriose;
z Doenças - hipertensão arterial, Diabetes mellitus, hipotireoidismo ,
hipertireoidismo, cardiopatias, nefropatias, tuberculose e outras;
z Antecedentes de familiares com doença genética.

CONDIÇÕES E HÁBITOS DE VIDA:


z Tabagismo;
z Drogadição;
Infertilidade Conjugal

z Alcoolismo;
z Exposição freqüente a substâncias químicas e outros produtos tóxicos:
z Chumbo - presente nas tintas e vernizes;

z Óxido de etileno - usado na esterilização de materiais cirúrgicos e em alguns

pesticidas;
z Agentes encontrados em inseticidas (dibromo cloropropano);

z Radiação ionizante.

z Ginastas e atletas com treinamentos prolongados e atividade física excessiva -


amenorréia da atleta;
z Estresse e medidas antiestresse.

EXAME FÍSICO:
z Geral: tipo físico, pressão arterial, peso, altura, índice de massa corporal, distri-
buição dos pêlos, presença de acne, comedões e oleosidade;
z Avaliação da tireóide;
z
z
z
Avaliação cardiorrespiratória;
Exame do abdômen - presença de cicatrizes, visceromegalias, gânglios inguinais;
Exame de mamas - forma, simetria, presença de pêlos, grau de desenvolvimen-
37
to, gânglios, galactorréia, nódulos.

EXAME GINECOLÓGICO:
z Órgãos genitais externos - distribuição de pêlos, conformação da vulva, clitóris,
intróito vaginal;
z Exame especular e bimanual;
z Exame vaginal - forma, presença de septos, lubrificação, cor da mucosa, secre-
ção, sinais de infecção;
z Colo uterino - forma, posição, mobilidade, sensibilidade, consistência, presen-
ça de secreções, muco cervical;
z Corpo uterino - posição, forma, tamanho, mobilidade, sensibilidade;
z Anexos e paramétrio - sensibilidade, consistência, espessura, massas tumorais,
outros achados.

EXAMES COMPLEMENTARES:
z Eritrograma;
z VDRL; HIV;
Infertilidade Conjugal

z Parcial de urina e sedimentoscopia;


z Parasitológico de fezes;
z Tipagem sanguínea e fator Rh, caso seja desconhecida ou duvidosa;
z Colpocitologia oncótica;
z Progesterona plasmática 3 a 10 dias após a data prevista da ovulação;
z Prolactina;
z Testosterona, DHEA;
z FSH e LH;
z Histero-salpingografia.

PESQUISA DE PATOLOGIAS ASSOCIADAS:


z TSH, T4 Livre;
z Glicemia de jejum e pós-prandial; se necessário, solicitar teste oral de tolerân-
cia à glicose;
z Pesquisa de células LE e provas de atividade inflamatória;
z PPD, investigação de tuberculose;
z Cultura para micoplasma;
z Soroaglutinação para listeriose.

38
3.3.2. ABORDAGEM TERAPÊUTICA:
z Encaminhar para psicoterapia de apoio; caso os fatores emocionais sejam rele-
vantes;
z Afastamento de fatores ambientais deletérios;
z Mudança de hábitos de vida;
z Tratamento das infecções;
z Hiperprolactinemia - Bromocriptina ou Cabergolina - Fazer controle trimestral e
após seis meses sem gravidez, encaminhar para referência em infertilidade;
z Tratamento clínico da endometrite tuberculosa;
z Tratamento das doenças associadas.
Infertilidade Conjugal

3.4. INFERTILIDADE MASCULINA


A infertilidade masculina incide em 30 a 40% dos casais com infertilidade
conjugal e relaciona-se a:

A. PROBLEMAS NA PRODUÇÃO E MATURAÇÃO DOS


ESPERMATOZÓIDES
• Alterações da síntese hormonal interferindo na ação das células germinativas
- medicamentos, malformação congênita, traumas, doenças, fatores deletérios
do meio ambiente, doenças sexualmente transmissíveis;
• Destruição das células de Sertoli - orquite, torção testicular, traumas, trata-
mento inadequado da não descida do testículo na infância;
• Fatores genéticos (10% dos casos);
• Fatores ambientais - chumbo, mercúrio, calor excessivo ao nível dos testículos
(sauna, hidromassagem, fornos, etc.), radiação, estresse, produtos químicos in-
dustriais (conservantes, detergentes fortes, solventes),
• Consumo de drogas - tabaco, álcool, cocaína, maconha e outros;
• Uso de medicamentos - antidepressivos, anticonvulsivantes, anti-hipertensivos,
antiulcerosos.

B. PROBLEMAS NA MOTILIDADE DOS ESPERMATOZÓIDES 39


• Fatores que interferem na produção do espermatozóide podem interferir tam-
bém na sua motilidade;
• Varicocele;
• Infecções prostáticas.

C. OBSTRUÇÃO OU BLOQUEIO DO SISTEMA DE CONDUÇÃO


• Alterações congênitas como agenesia de epidídimo;
• Infecções, blenorragia;
• Fibrose cística.

D. PROBLEMAS DE EJACULAÇÃO
• Distúrbios psiquiátricos;
• Paraplegia ou tetraplegia;
• Distúrbios de ordem sexual - Ejaculação prematura, retrógrada ou retardada,
distúrbios psicossexuais, impotência sexual;
• Doenças - Diabetes mellitus, hipertensão arterial, neuropatologias e outras;
• Medicamentos - ansiolíticos (provocam ejaculação retrógrada).
Infertilidade Conjugal

3.4.1. AVALIAÇÃO DO HOMEM


A avaliação do homem é menos invasiva, mais simples e menos onerosa que a da mulher.
Ao se detectar infertilidade o casal deve iniciar investigação ao mesmo tempo,
porque ambos podem estar comprometidos.

ANAMNESE:
z Idade e características do desenvolvimento puberal - mudança de voz,
pubarca, desenvolvimento do aparelho genital;
z Fatores emocionais envolvidos;
z Sintomatologia sugestiva de patologias que possam comprometer a fertilida-
de e a concepção;
z Vida sexual: comportamento sexual de risco para DST, múltiplas parceiras, prá-
ticas sexuais habituais, distúrbios da função sexual - ejaculação prematura, re-
trógrada ou retardada, impotência;

ANTECEDENTES MÓRBIDOS PESSOAIS:


z Doenças sexualmente transmissíveis;

40
z Orquite;
z Criptorquidia;
z Traumas, torções testiculares;
z Cirurgias genitais - varicocele, hidrocele e outras;
z Cirurgias inguinais - hérnias;
z Tratamentos hormonais anteriores;
z Radioterapia, quimioterapia, antidepressivos, anticonvulsivantes, anti-
hipertensivos, antiulcerosos, bicarbonato de sódio;
z Doenças como tuberculose, Diabetes mellitus, hipertensão arterial, neuropatias,
plegias, cardiopatias, dislipidemia, aterosclerose, doenças autoimunes.

ANTECEDENTES MÓRBIDOS FAMILIARES:


z Fertilidade da família;
z Tuberculose;
z Diabetes mellitus, hipertensão arterial, cardiopatias, aterosclerose, dislipidemia;

CONDIÇÕES E HÁBITOS DE VIDA:


z Tabagismo;
z Alcoolismo;
z Drogadição;
z Atletas com uso atual ou anterior de anabolizantes;
z Ambiente profissional - calor excessivo, radiação, produtos químicos com efei-
tos deletérios sobre a fertilidade (chumbo, mercúrio);
z Estresse e medidas antiestresse.
Infertilidade Conjugal

EXAME FÍSICO
z Geral: tipo físico, pressão arterial, peso, altura, índice de massa corporal,
caracteres sexuais secundários;
z Avaliação de todas as regiões do corpo, buscando identificar patologias associa-
das.

EXAME GENITAL:
z Distribuição dos pêlos pubianos;
z Gânglios inguinais;
z Pênis - forma, posição do meato uretral (hipospádia, epispádia), secreções, re-
lação prepúcio/glande (fimose, parafimose);
z Testículos - forma, tamanho, posição da bolsa escrotal, consistência, mobilida-
de através do canal inguinal, massas palpáveis (varicocele, hidrocele, hérnias e
outras).

EXAMES COMPLEMENTARES:
z Espermograma - a coleta é obtida por masturbação após 2 a 5 dias de abstinên-
cia, em frasco estéril, no próprio laboratório (o material pode permanecer fora
do laboratório por 30 a 60 minutos apenas, em temperatura máxima de 24º C).
41
Quando houver dúvidas deve-se solicitar novo exame.
Resultado (manual FIGO 1990):
- Volume > 2,0 ml
- Concentração > 20 x 106 espermatozóides/ml (> 20.000.000/ml);
- Motilidade > 50% com movimento progressivo ou > 25% com progressão
linear rápida após 60 minutos de coleta;
- Morfologia > 50% de formas normais;
- Leucócitos < 1x 10/ml, 1 a 2%.
z Espermocultura e antibiograma;
z VDRL e pesquisa de outras DSTs (blenorragia, Clamídia etc.); HIV;
z Investigação laboratorial de patologias associadas - glicemia de jejum e pós-
prandial, dislipidemia, investigação de tuberculose etc.;
z Detecção de anticorpos antiimunoglobulinas (IgG, IgA, IgM) no sêmen e no
sangue.
Infertilidade Conjugal

3.4.2. ABORDAGEM TERAPÊUTICA:


z Acompanhamento psicoterápico se necessário;
z Mudanças nos hábitos de vida;
z Afastamento dos fatores ambientais deletérios à fertilidade;
z Tratamento das infecções;
z Tratamento das doenças associadas.

3.5. CRITÉRIOS DE ENCAMINHAMENTO PARA


SERVIÇOS DE REFERÊNCIA EM INFERTILIDADE
Deverão ser encaminhados aos serviços de Infertilidade Conjugal os casais/
pessoas que obedecerem os seguintes critérios:

QUANTO AO PERFIL DO USUÁRIO:


42 z
z
Mulheres com idade inferior a 40 anos;
Vida sexual ativa;
z Desejo expresso de engravidar.

QUANTO AO TEMPO DE INFERTILIDADE:


z Um ano para casais que estejam tentando engravidar com vida sexual ativa e
sem uso de medidas anticonceptivas;
z Seis meses quando a mulher tiver idade superior a 35 anos;
z Quando já avaliados (temperatura basal, muco cervical, espermograma, histero-
salpingografia e assistidos com orientações e investigações já descritas) pelos
serviços de saúde de atenção primária. Caso contrário, estes casais deverão ser
acompanhados por um período mínimo de seis meses no programa de assistên-
cia à pré-concepção e, não ocorrendo gestação, poderão ser referidos à aten-
ção especializada;
z Qualquer tempo, na presença de fatores diagnosticados que necessitem de in-
vestigação e assistência especializada.
Assistência à Anticoncepção

44
Assistência à Anticoncepção
Assistência à Anticoncepção

A assistência à anticoncepção tem o objetivo de assistir as mulheres/casais, que


não desejam engravidar nesse momento. Os serviços de saúde do município devem,
através de instruções a respeito da fertilidade, da anticoncepção e dos métodos anti-
concepcionais, subsidiar a escolha consciente e o uso adequado do método que mais
se adapta à realidade do casal/mulher, bem como fornecer o método anticonceptivo
escolhido.

4.1. QUANTO À AVALIAÇÃO DA MULHER/CASAL


A CONSULTA INICIAL ENGLOBA:

A- AVALIAÇÃO CLÍNICA E GINECOLÓGICA COMPLETA:


z Anamnese;
z Exame físico geral;
z Exame de mamas;
z Exame ginecológico e realização do exame preventivo de câncer de colo uterino
se o mesmo foi realizado há mais de um ano.

B- ANÁLISE DA ESCOLHA E PRESCRIÇÃO DO MÉTODO ANTICONCEPCIONAL BUSCANDO: 45


z Esclarecer sobre o uso e os possíveis efeitos esperados, específicos de cada método;
z Alertar sobre as complicações e orientar para que procure atendimento imedi-
atamente.

C- ENCAMINHAR ÀS ATIVIDADES EDUCATIVAS;

D- REALIZAR O PREENCHIMENTO ADEQUADO DOS REGISTROS CONTENDO INFORMAÇÕES SOBRE:


z Tipo de risco;
z Método disponibilizado;
z Avaliação clínica;
z Conclusão do atendimento.

AS CONSULTAS DE RETORNO ENGLOBAM:


z Reavaliação da indicação e da aceitabilidade do método, de acordo com a
presença ou não de reações adversas e efeitos colaterais, dificuldades na aplica-
ção do método, participação do parceiro etc.;
Assistência à Anticoncepção

z Informação sobre a menstruação;


z Avaliação de: peso, PA, exame das mamas, exame ginecológico, intercorrências
clínicas ou ginecológicas;
z Solicitação de exames complementares, se necessário;
z Orientação sobre a importância do retorno e a participação nas atividades
educativas;
z Agendamento do retorno - a periodicidade dos retornos depende do método
em uso.

REGISTRO DE:
-- Ocorrências;
-- Intercorrências;
-- Método em uso;
-- Avaliação clínica;
-- Conclusão do atendimento;
-- Em caso de exclusão: data e motivo.

4.2. QUANTO AO CONTEÚDO EDUCATIVO

46 TEM
z
COMO OBJETIVO:
Oferecer à clientela informações necessárias para a escolha e o posterior uso do
método mais adequado;
z Utilizar metodologia que melhor se adapte à disponibilidade de pessoal, tem-
po, espaço, bem como às características e necessidades da clientela;
z Priorizar prática educativa participativa que permita a troca de informações e
experiências baseadas nas vivências das próprias mulheres. A linguagem do pro-
fissional deve ser acessível, simples e precisa.

ABORDAR OS SEGUINTES TÓPICOS, ENTRE OUTROS:


z Importância do Planejamento Familiar;
z Noções sobre fisiologia e anatomia dos órgãos sexuais e sexualidade;
z Tipos de métodos;
z Características, vantagens, desvantagens, efetividade, contra-indicações e com-
plicações relativas aos métodos;
z Prevenção de DST/AIDS.
Assistência à Anticoncepção

4.3. QUANTO AOS MÉTODOS


ANTICONCEPCIONAIS
A indicação do método anticoncepcional a ser utilizado pelo casal/mulher deve
considerar:

QUANTO AO MÉTODO PROPRIAMENTE DITO:


z Eficácia, inocuidade, disponibilidade, facilidade de uso, aceitabilidade e
reversibilidade;

QUANTO AOS USUÁRIOS:


z Estado de saúde, presença de risco reprodutivo, escolha pessoal, condições
sócioeconômicas, entendimento do uso adequado do método, fase da vida,
hábitos de vida, padrão de comportamento sexual, idéias e preconceitos a res-
peito dos métodos, aspirações reprodutivas, métodos utilizados anteriormente
e sua respectiva eficácia etc.

CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS


DISPONÍVEIS NA SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE
CLASSIFICAÇÃO TIPO

Métodos de Abstinência

Periódica e Natural
Temperatura Basal
Ogino Knauss (Calendário ou “Tabelinha”)
Billings (Muco cervical)
47
LAM (Amenorréia durante lactação)
Sintotérmico

Métodos de Barreira Condom - Masculino


Condom - Feminino
Diafragma
Espermaticida

DIU T Cu 380 A

Métodos Hormonais Orais - Minipílulas, Pílulas Combinadas, Pílulas


só de progestogênio para anticoncepção de
emergência
Injetáveis - Mensal e Trimestral

Métodos Definitivos Laqueadura


Vasectomia
Assistência à Anticoncepção

A TABELA ABAIXO DESCREVE A TAXA DE FALHA DOS DIFERENTES MÉTODOS.


TAXA DE FALHA DE ANTICONCEPCIONAIS (NÚMERO DE
GESTAÇÕES PARA CADA 100 MULHERES QUE USAM OS
MÉTODOS DURANTE 01 ANO)
MÉTODO TIPO TAXA DE FALHA (%)

NATURAL Temperatura Basal 20


Ogino Knaus 9 a 20
Billings 3 a 20
LAM* 1,8

BARREIRA Condom 2 a 12
Diafragma 6 a 18
Esponja/Mulheres Nulíparas 6 a 18
Esponja/Mulheres Multíparas 9 a 28
Espermaticida 3 a 21

DIU MLCu 375 1,2


T Cu 200 2a3
T Cu 380 0,5 a 1
DIU com Levonórgestrel 0,0 a 0,3

HORMONAIS Pílulas Combinadas 0,1 a 3


Pílula Progestágeno Puro 0,5 a 3
Norplant 0,2 a 0,4
Depo-Provera 0,3 a 0,4

48 Cyclofen
Lovelle (Vaginal)
Mesigyna
0,0 a 0,2
0,1 a 0,3
0,4
Implanon 0,0

DEFINITIVOS Laqueadura 0,2 a 0,4


Vasectomia 0,1 a 0,15
Fonte: Hatcher, R.A. ET AL Contraceptive Technology, 1990 - 1992
* nos primeiros 6 meses após o parto e em amamentação exclusiva e amenorréia.

4.3.1. MÉTODOS NATURAIS


Os métodos naturais de anticoncepção englobam todas as técnicas baseadas na
auto-identificação dos diferentes momentos do ciclo menstrual feminino e conseqüente
abstenção de relação sexual com contato genital no período fértil.

MÉTODO RÍTMICO
O método, também denominado Ogino-Knaus, calendário ou tabelinha, consiste
Assistência à Anticoncepção

na abstenção das relações sexuais sem contato genital durante o período fértil. A
mulher (casal) deve ser orientada a registrar o primeiro dia de cada menstruação du-
rante, no mínimo, seis meses, a fim de se estabelecer seu padrão menstrual e determi-
nar, com segurança, o período de maior risco para concepção.

TÉCNICA DE USO
z Verificar o número de dias de cada ciclo - período que engloba o primeiro dia
do ciclo (primeiro dia da menstruação) ao último dia (dia anterior ao primeiro
dia da próxima menstruação);
z Anotar o ciclo mais curto e o ciclo mais longo;
z Calcular a diferença entre o ciclo mais curto e o mais longo, para identificação
das mulheres cuja diferença é maior ou igual a 10 dias, para as quais o método
é considerado inadequado devido a grandes chances de falha;

CALCULAR O PERÍODO FÉRTIL MEDIANTE A SEGUINTE FÓRMULA:


Início = ciclo mais curto menos 18
Fim = ciclo mais longo menos 11
z Abster-se de relações sexuais com contato genital no período fértil;
z Orientar que os cálculos sejam refeitos periodicamente, a cada 6 meses, deter-
minando-se ajustes na identificação do período fértil. Para tanto, as mulheres
devem permanecer anotando as datas de início dos ciclos.

49
EXEMPLO:

1º DIA DO CICLO NOS ÚLTIMOS 12 MESES:


21/01 18/02 18/03 17/04 12/05 10/06 10/07 08/08 06/09 04/10 01/11 25/11

28 28 30 25 28 30 29 29 29 28 28 24

Número de dias entre os ciclos

ciclo mais curto: 24 dias


ciclo mais longo: 30 dias
diferença entre os ciclos: 30 - 24 = 6 dias (padrão hormonal adequado para o método)
início do período fértil: 24 - 18 = 6º dia
fim do período fértil: 30 - 11 = 19º dia

Orientar abstinência sexual com contato genital no período entre o 6º e o 19º dia
dos ciclos posteriores. Se o ciclo atual iniciou dia 3 de abril, do dia 8 até o dia 21 de
abril recomenda-se abstinência.
Assistência à Anticoncepção

CONTRA-INDICAÇÃO
z Ciclos menstruais irregulares, com diferença superior ou igual a 10 dias entre o
ciclo mais curto e o mais longo;
z Pós-menarca, pré-menopausa, pós-parto e pós-aborto imediato e primeiros ci-
clos após o uso de anticonceptivos hormonais;
z Amenorréia;
z Lactação;
z Alteração psíquica que impossibilite o uso adequado do método.

PRECAUÇÃO
z Mulheres de alto risco gestacional.

AVALIAÇÃO INICIAL
z Ensinar a paciente a fazer o cálculo de sua tabela, com base nos 6 a 12 ciclos
mais recentes;
z Orientar a paciente e/ou casal a abster-se de relações sexuais com contato genital
no período fértil;
z Alertar que a eficácia depende da participação do casal;
z Cada mulher tem padrão menstrual próprio e o cálculo, portanto, deve ser indi-
vidualizado;
z Algumas circunstâncias podem desencadear ovulações fora do período espera-
do, tais como: doenças, viagens, estresse, depressão, mudança de ritmo de traba-
lho etc. Nesse período, o casal deve ser orientado a tomar maiores precauções.

50 RETORNO
z Avaliar se houve adaptação ao método;
z Esclarecer dúvidas;
z Reforçar as orientações dadas na 1ª avaliação.

PERIODICIDADE DOS RETORNOS


z Primeiro retorno: 1 mês após avaliação inicial;
z Semestral - para refazer os cálculos do período fértil e reforçar as orientações.

MÉTODO DA TEMPERATURA BASAL CORPORAL


Baseia-se na avaliação das variações da temperatura basal corporal nas diferentes
fases do ciclo menstrual, com o intuito de determinar o período fértil e orientar absti-
nência sexual, sem contato genital, durante este período.
Assistência à Anticoncepção

A temperatura basal corporal é a temperatura do corpo em repouso. Antes da


ovulação permanece em nível baixo. Após a ovulação (segunda fase do ciclo) se eleva
ligeiramente, em virtude da elevação dos níveis de progesterona, e se mantém assim
até a próxima menstruação.

TÉCNICA DE USO
z A mulher deve registrar a temperatura diariamente, a partir do 1º dia do ciclo,
num gráfico apropriado;
z O termômetro deve ser colocado na cavidade oral, pela manhã, antes de levan-
tar-se e de qualquer atividade, por cinco minutos, preferencialmente sempre à
mesma hora e após um período de sono de pelo menos 5 horas;
z Orientar para evitar relações, desde o primeiro dia da menstruação até que a
temperatura se eleve de 0,3 a 0,8 ºC por três dias consecutivos;
z No dia da ovulação observa-se queda da temperatura, seguida de elevação nos
dias subseqüentes.

CONTRA-INDICAÇÃO
z Amenorréia;
z Irregularidade menstrual;
z Alterações psíquicas;
z Estresse;
z Sono irregular;
z Pré-menopausa.

PRECAUÇÃO
z Mulheres de alto risco gestacional.
51
AVALIAÇÃO INICIAL
z Orientar a técnica de uso do método;
z Solicitar que a paciente elabore o registro da temperatura basal durante um
ciclo, abstendo-se de relações sexuais sem proteção;
z Caso apresente dificuldade para traçar o gráfico, solicitar que anote os dias
com as respectivas temperaturas e traga as anotações ao serviço para que, com
o apoio de um profissional de saúde, possa construir o gráfico;
z Recomendar especial atenção a fatores que possam influir nos valores da tem-
peratura basal e registrar sua ocorrência no gráfico.

RETORNO
z Avaliar a qualidade do registro e a capacidade de sua interpretação pela paciente;
z Se houver registro e interpretação adequados, orientar o casal sobre abstenção
de relações sexuais, durante a fase pré-ovulatória do ciclo até a manhã do 4º
dia depois da elevação da temperatura;
Assistência à Anticoncepção

z Caso a paciente retorne apenas com as anotações, fazer o gráfico com ela, ex-
plicando o procedimento;
z Reforçar as orientações iniciais.

PERIODICIDADE DOS RETORNOS


z Primeiro retorno: 1 mês após avaliação inicial;
z Retornos:
z Mensais nos primeiros 6 meses de uso do método,
z Retornos anuais.

MÉTODO DO MUCO CERVICAL


Também chamado método de Billings, baseia-se na auto-observação das modifi-
cações cíclicas do muco cervical durante todo o ciclo menstrual, o que permite à
mulher/ao casal a identificação do período fértil.
O muco cervical, produzido pelas criptas cervicais, apresenta-se pegajoso e grumoso
no início do ciclo, dando sensação de secura na vulva. No período fértil torna-se transpa-
rente, abundante fluido, elástico, escorregadio, como clara de ovo, dando sensação de
umidade e lubrificação. O dia do ápice é o último dia com sensação de umidade lubrifi-
cante e pode ser reconhecido pela mudança posterior para secura ou muco pegajoso.

52 TÉCNICA DE USO
z Pesquisar diariamente a presença do muco, observando atentamente a sensa-
ção ocasionada por ele;
z Registrar as informações sobre a menstruação, os dias das relações sexuais e as
alterações do muco, utilizando os termos pegajoso, turvo, elástico, claro, trans-
parente ou escorregadio;
z Interromper a atividade sexual ao menor sinal da presença do muco, após o
período de secura vaginal que normalmente sucede a menstruação;
z Observar o aumento progressivo do muco que atinge o pico durante a ovula-
ção, passando a diminuir a partir dela, por ação da progesterona;
z Permanecer em abstinência por no mínimo 3 dias a partir do pico (ápice), po-
dendo reiniciar a atividade sexual no 4º dia.

CONTRA-INDICAÇÃO
z Alterações psíquicas graves.

PRECAUÇÃO
z Mulheres de alto risco gestacional.
Assistência à Anticoncepção

AVALIAÇÃO INICIAL
z Explicar e discutir com a paciente/o casal a técnica de uso;
z Solicitar o registro das características e sensações na vulva durante o ciclo, abs-
tendo-se de relações sexuais no primeiro mês, evitando interferência do fluido
seminal na avaliação;
z Recomendar a observação do muco (aparência e sensação) durante todo o dia
e fazer o registro à noite. Se no mesmo dia forem observados 2 tipos de muco,
adotar o tipo de muco indicativo de fertilidade.

z Reforçar:
z Que o aspecto e a sensação do fluxo mucoso são mais importantes que a
quantidade;
z Que o padrão de muco de cada mulher é individual;
z Que nos ciclos menstruais curtos e períodos menstruais longos o muco pode
aparecer junto com o fim da menstruação;
z Que a descrição do muco e da sensação deve ser feita com suas próprias
palavras.

RETORNO
z Avaliar a qualidade dos registros e a capacidade de interpretação das modifica-
ções do muco pelo casal/mulher;
z Se a mulher/o casal não for capaz de distinguir os tipos de muco, deve-se orien-
tar abstinência sexual na presença de qualquer tipo de muco ou lubrificação,

53
até a 4ª noite após a desaparição do mesmo;
z Se a mulher/o casal for capaz de fazer a distinção, orientar para a abstinência
sexual até a 4ª noite após o dia do ápice;
z Reforçar as orientações iniciais.

z Periodicidade dos retornos


z Semanais durante o 1º ciclo;
z Quinzenais do 2º ao 4º ciclos;
z Mensais do 5º ao 6º ciclos;
z Semestrais após o 6º ciclo.

MÉTODO SINTOTÉRMICO
Baseia-se na observação de múltiplos indicadores do período ovulatório com a
finalidade de determinar, com maior eficácia, o início e o término do período fértil.
Para tanto, utiliza-se a identificação dos sinais e sintomas relacionados à tempera-
Assistência à Anticoncepção

tura basal corporal e ao muco cervical, além de outros dados subjetivos e objetivos
de ovulação, como dor abdominal, alterações do humor e da libido, mastodínia e
aumento de volume das mamas, cefaléia, acne, distensão abdominal, aumento de
apetite e outros.

TÉCNICA DE USO
z Registrar as informações obtidas diariamente sobre o muco cervical, a tempera-
tura basal e os sintomas eventuais;
z Identificar o início do período fértil:
z Detectar o aparecimento do muco cervical (sensação de umidade e lubri-
ficação);
z Fazer o cálculo do período fértil pelo método rítmico (calendário);
z Combinar ambos os métodos.

z Identificar o final do período fértil:


z Observar as modificações do muco (4ª noite após o ápice do muco);
z Avaliar as variações da temperatura basal corporal (4 dias após a manuten-
ção da temperatura elevada);
z Combinar ambos os métodos ou o que ocorrer por último, para identificar o
período fértil e abster-se de relações sexuais enquanto ele durar.

CONTRA-INDICAÇÃO
z As mesmas dos demais métodos naturais.

54 PRECAUÇÃO
z Mulheres de alto risco gestacional.

AVALIAÇÃO INICIAL
z Explicar e discutir com a mulher/o casal a técnica de uso do método;
z Fazer as recomendações referentes a cada um dos métodos naturais.

RETORNO
z Avaliar a quantidade dos registros e a capacidade de interpretação deles;
z Reforçar as recomendações para cada um dos métodos naturais.

z Periodicidade dos retornos


z Semanais durante o 1º mês;
z Quinzenais até o 3º mês;
z Mensais até o 6º mês;
z Trimestrais até o 1º ano;
z Semestrais após o 1º ano.
Assistência à Anticoncepção

4.3.2. MÉTODOS DE BARREIRA


Os métodos de barreira são aqueles que evitam a gravidez por meio do impedi-
mento da ascensão dos espermatozóides ao útero. Esse impedimento pode ser mecâ-
nico, químico ou misto.
Com a pandemia do HIV/AIDS a indicação do uso desses métodos pelas equipes
de saúde deve ser considerada em todos os casais/mulheres que procurem assistência,
quer como método anticoncepcional isolado ou como método associado a outros já
escolhidos, para a prevenção da DST/AIDS, uma vez que os outros métodos
anticonceptivos não têm ação preventiva para essas doenças.

CONDOM MASCULINO
Também chamado preservativo masculino ou camisinha. Trata-se de um envoltório
de látex que recobre o pênis durante o ato sexual e retém o esperma por ocasião da
ejaculação. Oferece proteção contra Doenças Sexualmente Transmissíveis.
O preservativo masculino faz parte da Farmácia Curitibana.

TÉCNICA DE USO
z Usar o preservativo em todas as relações sexuais;
z Colocar o preservativo antes de qualquer contato do pênis com os órgãos genitais
femininos;
z Desenrolar o preservativo sobre o pênis ereto, deixando um espaço da extremi-
dade sem ar, para o sêmen;
z

z
Se houver necessidade de lubrificação, utilizar substâncias à base de água para
evitar a ruptura pela fricção;
Proceder a retirada do pênis logo após a ejaculação, enquanto estiver ereto,
55
pressionando as bordas do condom contra o mesmo;
z Usar uma única vez e descartar.

CONTRA-INDICAÇÕES
z Anomalias do pênis.

EFEITOS COLATERAIS
z Alergia ao látex;
z Irritação vaginal devido à fricção (sem o uso de lubrificantes).

AVALIAÇÃO INICIAL
z Avaliar o grau de participação masculina na prática do anticoncepcional;
z Explicar e discutir a técnica de uso;
z Insistir na importância do uso a cada relação;
z Recomendar a manipulação cuidadosa do preservativo, evitando o contato com
unhas longas; não esticar ou inflar;
Assistência à Anticoncepção

z Prescrever em quantidade suficiente para o primeiro mês de uso, considerando


a freqüência de relações sexuais.

RETORNO
z Avaliar a regularidade do uso do método;
z Discutir sobre a possível interferência do método na espontaneidade sexual;
z Reforçar as recomendações iniciais.

z Periodicidade dos retornos


z Um mês após a avaliação inicial;
z Anual após o primeiro retorno.

CONDOM FEMININO
Também conhecido como camisinha feminina ou preservativo feminino.
Contraceptivo de barreira vaginal, de poliuretano. Recobre a cérvice uterina, paredes
vaginais e parte da vulva. É mais resistente e durável que o preservativo masculino e
oferece proteção mais efetiva contra as DST. Pode ser inserido fora do intercurso sexu-
al, ficando o seu uso sob o controle feminino.

TÉCNICA DE USO
z Posicionar recobrindo a cérvice uterina, paredes vaginais e parte da vulva. Devi-
do à maior área genital recoberta, oferece proteção efetiva contra a transmissão

56
de doenças sexualmente transmissíveis.

CONTRA-INDICAÇÕES
z Anomalias vaginais.

EFEITOS COLATERAIS
z Alergia.

DIAFRAGMA
É um pequeno dispositivo circular de borracha, com bordas firmes e flexíveis, que,
ao ser colocado na vagina, forma um barreira física sobre o colo uterino, impedindo a
ascensão dos espermatozóides ao útero.

TÉCNICA DE USO
z Usar espermaticida nas bordas e no lado côncavo do diafragma;
Assistência à Anticoncepção

z Inserir o diafragma um pouco antes da relação sexual, porém não mais que seis
horas antes da relação sexual;
z Verificar se o diafragma está colocado corretamente, sentindo o colo uterino
através da sua cúpula, com o dedo indicador;
z Remover o diafragma seis a oito horas após o coito;
z Após o uso, lavar com sabão neutro e água fria e enxugar em toalha de pano ou
papel. Depois de seco, espalhar amido de milho por toda a superfície e guardar
em recipiente próprio;
z Verificar se não tem pequenos furos, olhando contra a luz ou colocando água
na sua concavidade e verificando se não há escape.

CONTRA-INDICAÇÃO
z Mulheres que nunca tiveram relação sexuais;
z Configuração anormal da vagina;
z Cistocele ou retocele acentuada;
z Retroversão uterina;
z Prolapso uterino;
z Presença de septos, cistos e fístulas vaginais;
z Pós-parto até a 6ªsemana;
z Alergia ao látex ou ao espermaticida;
z Alterações psíquicas graves;
z Cervicocolpites agudas;
z O uso contínuo (acima de 24-36 horas) é contra-indicado, pois há risco de
infecção geniturinária e choque tóxico.

EFEITOS COLATERAIS
57
z Irritação da vagina ou pênis;
z Reação alérgica à borracha ou aos espermaticidas.

AVALIAÇÃO INICIAL
z Ensinar a técnica de uso;
z Determinar o tamanho e o tipo de diafragma a ser utilizado através do exame
ginecológico;
z Testar, através do toque vaginal, o diafragma posicionado;
z Solicitar que a paciente retire e recoloque o diafragma no consultório e verifi-
car, pelo toque, se a colocação está correta;
z Pedir que se locomova por 10 a 15 min, com o diafragma, e verificar se há
desconforto;
z Colocar e remover o diafragma várias vezes, na primeira semana após a consul-
ta inicial, como aprendizagem, fazendo abstinência sexual neste período;
z Agendar retorno em uma semana, orientando para que venha com o diafrag-
ma colocado.
Assistência à Anticoncepção

RETORNO
z Verificar se o diafragma está posicionado corretamente, pelo toque vaginal;
z Solicitar que a paciente retire e recoloque o diafragma, verificando a exatidão
da técnica;
z Repetir a medida do diafragma:
z após cada parto;
z após abortamento;
z variação de peso superior ou inferior a 5 kg;
z após cirurgia vaginal ou perineal;
z a cada dois anos, rotineiramente (substituir o diafragma por outro novo).

z Periodicidade dos retornos


z Primeiro retorno após uma semana da avaliação inicial;
z Segundo retorno 30 dias após;
z Seguimento posterior anual.

ESPERMATICIDA
Conjunto de substâncias químicas que formam uma película que recobre a vagi-
na e o colo do útero, impedindo a penetração dos espermatozóides, além de lesar a

58 membrana celular dos espermatozóides e inativá-los. Por não apresentar proteção


contraceptiva adequada quando utilizado isoladamente, deve ser usado de forma
combinada com o diafragma ou preservativo, a fim de aumentar a eficácia isolada de
cada um. O agente espermaticida recomendado pelo Ministério da Saúde é à base de
nonoxinol-9. Espermaticidas que contenham acetato de fenil-mercúrio não devem
ser usados, pois há possibilidade de absorção do mercúrio e teratogenicidade.
As apresentações são: óvulos, supositórios, geléias, cremes, tabletes, espu-
mas, aerossóis.

TÉCNICA DE USO (GELÉIA)


z Tirar a tampa do tubo e colocar o aplicador na sua abertura, girando-o;
z Apertar o tubo desde o fundo, forçando seu conteúdo para o cilindro do aplicador,
até que o êmbolo esteja totalmente exposto e o cilindro completamente cheio;
z Separar o aplicador do tubo, fechar o tubo e enroscá-lo desde o fundo, após cada uso;
z Segurar o aplicador cheio e inseri-lo na vagina, o mais profundo possível;
z Aplicar uma hora antes da relação sexual;
z Reaplicar a cada relação sexual;
z Evitar duchas vaginais até 8 horas após o coito;
z Lavar o aplicador com água e sabão, enxaguando-o bem. Não se deve fervê-lo.
Assistência à Anticoncepção

CONTRA-INDICAÇÃO
z Mulheres de alto risco gestacional;
z Irritação por reação alérgica (vaginal ou peniana).

EFEITOS COLATERAIS
z Alergia na vagina ou pênis.

AVALIAÇÃO INCIAL
z Ensinar a técnica de uso;
z Esclarecer que o método não oferece proteção satisfatória se usado isolada-
mente;
z Explicar a associação com o diafragma ou o preservativo. Solicitar que a pacien-
te venha ao serviço de saúde com o diafragma colocado.

RETORNO
z Solicitar retorno, se o método for usado em associação com o diafragma ou o
preservativo.
z Periodicidade dos retornos
Vide diafragma ou preservativo.

4.3.3. MÉTODOS HORMONAIS


59
Inibem a ovulação, através do bloqueio da liberação de gonadotrofinas pela hipófise,
modificam o muco cervical tornando-o hostil à espermomigração, alteram o
endométrio, modificam a contratilidade das tubas - interferindo no transporte ovular
- e alteram a resposta ovariana às gonadotrofinas.

ANTICONCEPCIONAL HORMONAL COMBINADO ORAL (AHCO)


Conhecido como pílula. São esteróides isolados ou em associação, com a finalida-
de de impedir a concepção.

CLASSIFICAM-SE EM:
z minipílulas = progestogênio isolado
z combinada = estrogênio + progestogênio
– monofásicas
– bifásicas
– trifásicas
Assistência à Anticoncepção

AS VANTAGENS PRINCIPAIS SÃO:


z praticidade;
z não interferência no relacionamento sexual;
z diminuição do fluxo menstrual;
z melhora da dismenorréia e da tensão pré-menstrual;
z regularidade do ciclo menstrual;
z diminuição de doenças benignas das mamas;
z regressão dos cistos funcionais ovarianos;
z diminuição da incidência de endometriose e miomatose uterina;
z diminuição da incidência de câncer de ovário e de endométrio;
z diminuição do risco de doença inflamatória pélvica;
z diminuição do risco de gravidez ectópica e moléstia trofoblástica;
z melhora de doenças como artrite reumatóide, anemia, acne, hirsutismo e eczema
seborréico.

COMPONENTES DAS PÍLULAS COMBINADAS


Estrogênio
z Etinilestradiol;

Progestogênios
z Levonorgestrel;
z Noretindrona;
z Acetato de Ciproterona;

60 z Desogestrel;
z Gestodene;

COMPONETES DAS MINI-PÍLULAS


z Levonogestrel;
z Norestisterona;
z Desogestrel;

TÉCNICA DE USO
z Iniciar no 1º dia do ciclo menstrual;
z Ingerir um comprimido por dia até o término da cartela, preferencialmente no
mesmo horário;
z ao final da cartela:
z pílula combinada (21 dias de uso): fazer pausa de 7 dias e iniciar nova cartela,
independentemente do fluxo menstrual.
z minipílula: (35 dias) não deve haver interrupção entre uma cartela e outra,
nem durante a menstruação.
Assistência à Anticoncepção

CONTRA-INDICAÇÃO
z Neoplasia hormônio-dependente ou suspeita;
z Câncer de mama declarado ou suspeito;
z Tromboflebite ou doenças tromboembólicas (no presente ou passado);
z Doença coronariana, doença cerebrovascular;
z Sangramento uterino anormal não diagnosticado;
z Gravidez;
z Hipertensão arterial grave;
z Diabete insulino-dependente;
z Fumante com mais de 35 anos;
z Hepatopatias.
z Doenças cardiovasculares: prótese valvar, hipertensão pulmonar primária ou
secundária, estenose mitral com fibrilação atrial ou aumento do átrio esquerdo,
cardiomiopatia, doença cardíaca vascular hipertensiva, Síndrome de Marfan e
coarctação de aorta complicada;
z Lupus eritematoso sistêmico.

SITUAÇÕES QUE NÃO CONTRA-INDICAM O USO DO AHCO MAS


EXIGEM ACOMPANHAMENTO CRITERIOSO:

61
z Fatores de risco para tromboembolismo - varizes, imobilização, sobrepeso ou
obesidade, anemia falciforme;
z Fatores de risco para doença cardiovascular aterosclerótica - tabagismo, his-
tória familiar, dislipidemia, hipertensão arterial, diabete, obesidade;
z Fatores de risco para doença hipertensiva - antecedentes de toxemia gravídica,
história familiar, idade avançada;
z Doenças da vesícula biliar, icterícia gravídica anterior e anomalias da excreção biliar;
z Cefaléia tipo hemicrânia;
z Insuficiência Renal e Cardíaca;
z Otosclerose;
z Hiperprolactinemia;
z Esclerose em placas;
z Epilepsia, psicose e neuroses graves.

EFEITOS COLATERAIS
z Cefaléia;
z Ganho de peso;
z Náuseas;
z Vômitos;
Assistência à Anticoncepção

z Cloasma;
z Mastalgia;
z Sangramento intermenstrual - principalmente com produtos de baixa dose;
z Acidentes flebíticos ou tromboembólicos;
z Hipertensão Arterial;
z Hepatopatias.

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
z Medicamentos que comprovadamente diminuem a eficácia dos AHCO:
carbamazepina, barbitúricos, hidantoína, rifampicina e griseofulvin.
z Medicamentos cuja ação é reduzida pelo AHCO: benzodiazepínicos,
anticonvulsivantes, metildopa, guanetidina.

AVALIAÇÃO INICIAL
z Investigar contra-indicação ao uso de pílulas (Anamnese, exame físico e gineco-
lógico);
z Explicar a técnica de uso;
z Esclarecer a ocorrência de pequenos sangramentos intermenstruais durante os
primeiros meses do uso de pílula combinada de baixa dose. No entanto, se o
sangramento persistir por mais de 10 dias, procurar o serviço de saúde;
z Orientar para procurar atendimento, se tiver sangramento e/ou dor abdominal
de causa indeterminada;
z Recomendar que informe o uso de pílula sempre que for à consulta médica;

62
z Recomendar que em caso de esquecimento de uso procure a Unidade de Saú-
de mais cedo possível para orientação.

RETORNO
z Investigar interferência clínica e/ou condições para contra-indicação do uso de
pílula;
z Avaliar possíveis reações adversas e orientar que, após período de adaptação,
elas devem desaparecer ou diminuir;
z Avaliar as condições de uso (regularidade, tolerância, aceitabilidade etc.);

z Avaliar:
z peso;
z pressão arterial;
z exame ginecológico e de mama;
z colpocitológico anual.
z Prescrever a quantidade de cartelas de pílulas necessárias até o próximo retorno.

z Periodicidade dos retornos


z Mensal após avaliação inicial;
z Anual.
Assistência à Anticoncepção

ANTICONCEPCIONAL HORMONAL VAGINAL


É semelhante ao anticoncepcional oral. Deve-se fazer a aplicação de um compri-
mido vaginal ao dia.

ANTICONCEPCIONAL HORMONAL INJETÁVEL


São anticoncepcionais para uso feminino, que contêm progestogênio isolado ou
associado ao estrogênio natural, para administração parenteral intramuscular, com
doses de longa duração.

ANTICONCEPCIONAL INJETÁVEL MENSAL


z Vantagens:
z Alta eficácia;
z Comodidade de aplicação por ser dose única mensal;
z Não interfere com o ato sexual;
z Menor repercussão metabólica que os AHCO, devido ao emprego dos
estrogênios naturais;
z Preservação de sangramento semelhante ao do fluxo menstrual, ao fim do
efeito contraceptivo.

COMPONENTES
z Enantato de Noretisterona 50 mg e valerianato de Estradiol 5 mg;
z Acetato de medroxiprogesterona 25 mg e Cipionato de Estradiol 5 mg; (na far-
mácia curitibana – Mesigyna®). 63
TÉCNICA DE USO
z Na primeira vez deve ser aplicado entre o 1º e 5º dias do ciclo menstrual;
z Repetir a cada 30 dias;
z Aplicação por via intramuscular, na região glútea ou no braço;
z Recomenda-se não massagear ou usar compressa quente no local;
z É obrigatório o uso de seringas de pequeno volume e de agulhas estéreis e
descartáveis, agitando-se bem e aspirando todo o conteúdo para administração
da dose adequada.

CONTRA-INDICAÇÃO
z Lactação;
z Gravidez;
z Câncer genital e mamário;
z Hepatopatia;
z Enxaqueca grave;
z Sangramento vaginal sem diagnóstico etiológico.
Assistência à Anticoncepção

EFEITOS COLATERAIS
z Alterações menstruais;
z Cefaléia;
z Náuseas e vômitos;
z Mastalgia;
z Aumento de peso.

AVALIAÇÃO INICIAL
z Realizar anamnese, exame físico e investigação de todas as condições que con-
tra-indiquem o uso de hormônio;
z Explicar possíveis ocorrências de irregularidade menstrual e outros sintomas/sinais;
z Orientar para procurar atendimento quando houver qualquer dúvida, ou sus-
peita de gravidez ou intolerância às irregularidades menstruais.

ANTICONCEPCIONAL INJETÁVEL TRIMESTRAL


Anticoncepção realizada com acetato de medroxiprogesterona de depósito, com
alta eficácia por três meses e menor número de efeitos colaterais pela inexistência do
estrogênio. Pode ser utilizado no pós-parto e durante a lactação, na presença de
amenorréia, e não apresenta interação medicamentosa. Os principais efeitos colaterais
são: irregularidades do ciclo menstrual, amenorréia, alterações de humor, cefaléia,
demora no retorno da fertilidade, diminuição da libido, depressão, acne, náuseas,
distensão abdominal, desconforto mamário e aumento de peso.

64
A primeira dose deve ser feita até o sétimo dia do ciclo menstrual, indicando-se o
uso de outro método anticonceptivo até o oitavo dia após a aplicação.
Repetir a injeção a cada 90 dias.

RETORNO
z Avaliar o uso do método;
z Pesquisar condições de contra-indicação.
Analisar:
z peso e pressão arterial;
z realizar exame físico geral e ginecológico.

Periodicidade dos retornos


z Mensal ou trimestral (dependendo do tipo injetado) após avaliação inicial;
Assistência à Anticoncepção

4.3.4. DISPOSITIVO INTRA-UTERINO


Os dispositivos intra-uterinos são artefatos de polietileno que exercem efeito
anticonceptivo quando colocados na cavidade uterina. Provocam uma reação infla-
matória uterina, desencadeando alterações bioquímicas que interferem no transporte
dos espermatozóides no aparelho genital feminino e alteram os óvulos e
espermatozóides, impedindo a fecundação.

CLASSIFICAÇÃO:
z DIU não medicado ou inerte - não libera substâncias ativas. Não é aprovado
no Brasil.
z DIU medicado ou ativo - além do polietileno, contém substâncias (metais ou
hormônios) que exercem ação bioquímica. Os mais utilizados são os de cobre.
O cobre impregna as secreções do cérvix, cavidade uterina e trompas de Falópio,
interferindo no transporte do espermatozóide pelo aparelho genital feminino e
influi, também, na vitalidade e no transporte do óvulo na trompa.

TÉCNICA DO PROCEDIMENTO
z Orientar detalhadamente a paciente sobre os procedimentos a serem realizados;
z Solicitar a paciente que assine o termo de consentimento livre e esclarecido
para a colocação do DIU.
z Exame ginecológico normal.
z Momento da inserção:
Preferencialmente durante ou logo após a menstruação (até o 5º dia do ciclo).

65
z
z Pós-parto - Logo após a dequitação da placenta ou pela histerotomia, se o
parto for cesariana, ou até 48 horas do parto. Fora desse período, deve ser
colocado na 1ª menstruação, se a mulher não estiver amamentando, ou após 6
semanas do parto, se estiver amamentando.
z Na amenorréia por lactação ou no uso de outro método contraceptivo, afastar
a possibilidade de gestação.
z Os diferentes modelos exigem técnicas diferenciadas de inserção.
z Etapas:
z toque vaginal bimanual;
z colocação do espéculo estéril;
z assepsia da vagina e do colo uterino;
z pinçamento do lábio anterior do colo, delicadamente;
z realizar a histerometria (medida < 6 e > 9cm contra-indica o uso);
z colocar o DIU no aplicador (conforme anexo III);
z realizar a inserção de acordo com o modelo;
z remover cuidadosamente a pinça.
z Etapas para a remoção:
z Explicar o procedimento;
z Inserir o espéculo;
Assistência à Anticoncepção

z Realizar assepsia da vagina e do colo uterino;


z Apreender os fios do DIU perto do colo uterino;
z Puxar firme e delicadamente para retirar o DIU.
z A reinserção de outro DIU pode ser feita no mesmo momento da remoção do
anterior.

CRITÉRIOS DE INDICAÇÃO E CONTRA-INDICAÇÃO SEGUNDO A OMS:


Serão descritos abaixo fatores que, quando presentes, orientam a escolha ou não
do DIU como método anticonceptivo.

CATEGORIA 4 - CONTRA-INDICAÇÃO ABSOLUTA


z Neoplasias malignas do colo ou do endométrio, do ovário e coriocarcinoma;
z Sangramento uterino;
z Suspeita de gravidez;
z Doença inflamatória pélvica - episódio atual ou nos últimos 3 meses, ou ante-
cedentes de dois ou mais episódios;
z Malformação uterina;
z Tuberculose pélvica;
z Cervicite purulenta;
z Infecção pós-parto e pós-aborto.

CATEGORIA 3 - CONDIÇÕES ONDE OS RISCOS HABITUALMENTE SUPERAM OS BENEFÍCIOS


z Sangramento menstrual aumentado;

66 z
z
Pós-parto entre 3 e 28 dias;
Risco aumentado de DST - parceiros múltiplos ou parceiro com parceiras
múltiplas;
z Risco aumentado de contrair HIV;
z AIDS;
z Doença trofoblástica benigna.

CATEGORIA 2 - CONDIÇÕES EM QUE OS RISCOS SÃO MENORES QUE OS BENEFÍCIOS


z Idade menor que 20 anos;
z Nuliparidade;
z Anemia ferropriva, anemia falciforme, talassemia;
z Pós-parto e pós-aborto de 2º trimestre (inserção antes de completar 48 horas);
z Mioma ou outros problemas anatômicos que não alteram a cavidade uterina;
z História de DIP sem gravidez anterior;
z Vaginite sem cervicite;
z Endometriose;
z Dismenorréia severa;
z Doença cardíaca valvular complicada - fibrilação auricular, risco de
tromboembolismo.
Assistência à Anticoncepção

CATEGORIA 1 - USO SEM RESTRIÇÕES


z Doenças da mama;
z Cefaléia;
z Epilepsia;
z Idade superior a 35 anos;
z Antecedentes de gravidez ectópica e DIP com gravidez posterior;
z Antecedentes de cirurgia abdominal ou pélvica, incluindo cesariana;
z Hipertensão arterial sistêmica, doenças tromboembólicas, doença cardiovascular
isquêmica, cardiopatia valvular, doenças hepáticas, obesidade e hiperlipidemias;
z Mais de quatro semanas pós-parto sem infecção;
z Após aborto de primeiro trimestre sem infecção;
z Condições que não aparecem em outras categorias.
A presença de dois ou mais fatores concomitantes eleva a categoria da paciente.
Uma adolescente solteira de 15 anos, sem filhos, com história de múltiplos parcei-
ros no ano, por exemplo, apresenta dois fatores da categoria 2 (nuliparidade e idade
inferior a 20 anos) e um fator da categoria 3 (risco aumentado de contrair DST/HIV/
AIDS - múltiplos parceiros). Pertence, portanto, à categoria 4.

REAÇÕES ADVERSAS APÓS A INSERÇÃO


z Dor - afastar perfuração uterina, se persistir deve ser retirado;
z Reação vagal - manter a paciente em decúbito dorsal com a cabeça baixa até melhorar;
z Sangramento - fazer compressão. Se abundante, afastar perfuração uterina e
lesão de vasos;

67
z Laceração de colo - fazer sutura;
z Perfuração - retirar o DIU;
z Bacteremia transitória - pode desencadear endocardite bacteriana.

INTERCORRÊNCIAS DURANTE O USO


z Dismenorréia e dor pélvica;
z Alergia aos componentes;
z Sangramento menstrual exagerado ou prolongado;
z Expulsão (mais freqüente nos três primeiros meses);
z Gravidez - intra-uterina ou ectópica.

AVALIAÇÃO INICIAL
z DIU deve ser oferecido como uma opção entre outros anticoncepcionais;
z Verificar se a paciente assinou o termo de consentimento livre e esclarecido e
explicar a técnica de inserção;
z Orientar sobre complicações/intercorrências e enfatizar para procurar atendi-
mento se houver sinais/sintomas;
z A paciente após ser orientada sobre prazo de validade, complicações e índice
de falha do DIU deve assinar um termo de consentimento livre e esclarecido
conforme modelo encontrado no anexo.
Assistência à Anticoncepção

z O médico que realiza a inserção deve estar treinado para o uso do método.
Toda a equipe de enfermagem deve estar preparada para atender as
intercorrências ou referi-las;
z Na Farmácia Curitibana encontra-se disponível o T Cu 380.

SINAIS DE ALERTA
z A paciente deve ser orientada a procurar o serviço de saúde imediatamente,
caso apresente:
z Atraso menstrual e sintomatologia sugestiva de gestação;
z Sangramento vaginal severo ou irregular e sintomatologia de gestação (há ris-
co de ser gravidez ectópica);
z Perda dos fios ou percepção da ponta de plástico do DIU ao toque;
z No relacionamento sexual, sem uso de preservativo, com múltiplos parceiros
por parte de um dos membros do casal;
z Dor em baixo ventre, febre, comprometimento do estado geral e leucorréia.

RETORNO
z Avaliar a adaptação ao método;
z Pesquisar intercorrências ou complicações;
z Avaliar prazo de validade do DIU a partir da data de inserção, para substituição:
z T Cu 380 A - 10 anos (na Farmácia Curitibana);

Periodicidade dos retornos

68 z Primeiro retorno uma semana após a inserção;


z Segundo retorno após a 1ª menstruação depois da inserção;
z Terceiro retorno após três meses;
z E depois, a cada seis meses.

4.3.5. MÉTODOS DEFINITIVOS


Consiste na realização de procedimento cirúrgico voluntário, masculino ou femi-
nino, objetivando a esterilização permanente.

CRITÉRIOS PARA A REALIZAÇÃO DE ANTICONCEPÇÃO CIRÚRGICA


A esterilização cirúrgica por meio da laqueadura tubária e da vasectomia será indicada
nos casos em que se caracterizar como a melhor opção, conforme critérios definidos
pela Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba. A portaria 144 do Ministério da Saúde,
de 20 de novembro de 1997, atualizada pela portaria 048 de 11 de fevereiro de
1999, permite a realização deste procedimento.
Assistência à Anticoncepção

A. Somente será permitida a esterilização voluntária em homens e mu-


lheres, com capacidade civil plena e maiores de 25 anos de idade
ou, pelo menos, dois filhos vivos, e através de expressa manifestação
da vontade em documento escrito e firmado, após a informação a res-
peito dos riscos de cirurgia, possíveis efeitos colaterais, dificuldades de
sua reversão e outras opções de contracepção existentes. Deverá ser
observado o prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade
e o ato cirúrgico. Período no qual será propiciado, a pessoa interes-
sada , acesso ao serviço de regulação da fecundidade, incluindo
aconselhamento por equipe multidisciplinar, visando a desencorajar a
esterilização precoce. Tal informação deverá estar contida em ficha clí-
nica individual do paciente.

B. Quando se evidenciar clinicamente risco, à vida ou à saúde da mulher ou do


futuro concepto, que recomende a esterilização, o procedimento deverá ser tes-
temunhado em relatório escrito e assinado por dois médicos.

C. A esterilização cirúrgica como método contraceptivo somente será executada


através de laqueadura tubária, vasectomia ou de outro método cientificamente
aceito, sendo vedada sua realização através de histerectomia e ooforectomia.

D. É vedada a esterilização cirúrgica em mulher durante períodos de parto,


aborto ou até o 42º dia pós-parto ou aborto, exceto nos casos de com-
provada necessidade, por cesarianas sucessivas anteriores ou quando a
mulher for portadora de doença de base e a exposição a segundo ato
cirurgico ou anestésico representar maior risco para sua saúde. Neste
69

caso, a indicação deverá ser testemunhada em relatório escrito e assina-


do por dois médicos.

E. Na vigência de sociedade conjugal, a esterilização depende do consentimento


expresso de ambos os cônjuges.

QUANTO AOS SERVIÇOS DE REFERÊNCIA CREDENCIADOS


z A esterilização cirúrgica somente deverá ser realizada pelos Serviços de refe-
rência credenciados ao SUS - Curitiba, segundo os seguintes critérios:
z A instituição deverá dispor de, e oferecer, todas as opções dos vários métodos
contraceptivos.
Assistência à Anticoncepção

z A instituição deverá comprovar a existência de médico habilitado para a reali-


zação do ato, no seu corpo clínico.
z A instituição deverá manter arquivo individual dos pacientes submetidos a
esterilização, nos quais conste, além do prontuário médico, toda a docu-
mentação complementar, à disposição de fiscalização a ser exercida pela
instância gestora.
z É obrigatório o preenchimento de notificação compulsória, conforme modelo
da portaria MS 144 de 20 de novembro de 1997, quando da realização dos
procedimentos laqueadura tubária e vasectomia.
z Se necessária laqueadura no momento do parto, devido ao número elevado de
cesarianas ou doença severa de base, deverá haver manifestação expressa da
vontade do casal/mulher e pareceres de dois médicos, indicando a esterilização
cirúrgica e justificando-a.
z A laqueadura será realizada sempre nos primeiros dez dias do ciclo menstrual,
antes da ovulação, no período pós-menstrual ou em qualquer período, desde
que haja uso correto de método anticoncepcional de alta eficácia.

LAQUEADURA
Laqueadura tubária consiste na obstrução do lumem tubário, impedindo o encontro
do óvulo com o espermatozóide. Por se tratar de método definitivo, a indicação deve
obedecer os critérios pré-estabelecidos, respeitando a legislação e a normatização vigentes.
70 FLUXO
z Serviço de Saúde de Atenção Primária:
z Avaliar se tem indicação;
z Solicitar ao paciente que assine o termo de manifestação da vontade de rea-
lização de anticoncepção cirúrgica;
z Solicitar os exames pré-operatórios;
z Grupo sangüíneo ABO e Rh (se desconhecidos ou na presença de dúvida);
z Hemograma e Coagulograma;
z Glicemia de jejum; Parcial de urina;
z Papanicolaou;
z VDRL; HIV;
z Creatinina (doenças crônico-degenerativas);
z Solicitar teste imunológico de gravidez se for necessário;
z Encaminhar para serviço de referência credênciada.

z Serviço de referência credenciado:


z Confirma indicação;
z Solicitar teste de gravidez se for necessário;
z Realizar o ato cirúrgico.
Assistência à Anticoncepção

z Vias de acesso:
z minilaparotomia; laparoscopia; colpotomia posterior.

z Técnicas de laqueadura tubária:


z Pomeroy; Eletrocoagulação Bipolar; Anéis de Silástico (Yoon); Clipes tubários.

z Orientações gerais:
z Após a cirurgia, orientar abstinência sexual por 14 dias;
z Retornar ao serviço de saúde em 7 a 14 dias, para reavaliação;
z Procurar imediatamente assistência médica se apresentar febre >38ºC, dor
abdominal persistente, sangramento ou saída de secreção pela incisão.

FALHA CONTRACEPTIVA (0,3 GESTAÇÕES PARA CADA 100 MULHERES NO ANO)


z Paciente grávida no momento da esterilização;
z Erro cirúrgico (30-50% das falhas) - ligadura dos ligamentos redondos, próprios
do ovário ou outra estrutura confundida com as trompas;
z Fistulização;
z Falha no equipamento (laparoscopia).

CONTRA-INDICAÇÃO
z Mulheres grávidas;
z Infecções pélvicas ou sistêmicas agudas;
z Fatores que contra-indicam realização cirúrgica;
z Incerteza do casal/mulher sobre a escolha;
z Casos que não preenchem os critérios pré-determinados.
71
VASECTOMIA
Consiste na secção e/ou oclusão dos canais deferentes, com o intuito de impedir
que os espermatozóides façam parte do sêmen ejaculado.

FLUXO
z Serviço de Saúde de Atenção Primária:
z Avaliar se está dentro dos critérios citados anteriormente - é pré-requisito;
z solicitar ao paciente que assine o termo de manifestação da vontade de rea-
lização de anticoncepção cirúrgica.

O serviço de saúde de atenção primária colhe os exames pré-operatórios:


z grupo sangüíneo ABO e Rh (se desconhecidos ou na presença de dúvida);
z Hemograma e Coagulograma;
Assistência à Anticoncepção

z Glicemia de jejum; Parcial de urina;


z VDRL; HIV;
z Creatinina (doenças crônico-degenerativas);
z Encaminhar para serviço de referência credênciado com impresso próprio,
preenchido em três vias sem papel carbono.

Serviço de referência credenciado:


z confirmar indicação e aguarda 60 dias da solicitação;
z realiza o ato cirúrgico.

Técnica cirúrgica:
z Consiste na secção/oclusão do canal deferente, bilateralmente;
z As diversas técnicas diferem entre si quanto ao coto proximal, o qual poderá
ser fechado ou aberto.

Orientações gerais:
z Orientar para que o paciente procure imediatamente o serviço de saúde na
presença de febre >38ºC, sangramento ou secreção pela incisão e dor ou
aumento de volume escrotal;
z Orientar abstinência sexual por 4 dias e, posteriormente, utilizar métodos de
anticoncepção até a realização do espermograma de controle demonstrando
azoospermia;
z Realizar espermograma de controle após 20 ejaculações, para confirmar a

72 FALHA
efetividade do método.

CONTRACEPTIVA
z Raramente ocorre recanalização espontânea;
z A falha contraceptiva é de 0,1 a 0,15 gestações por 100 homens por ano, uma
vez estabelecida azoospermia.

CONTRA-INDICAÇÃO
z Infecção local na pele ou escroto;
z Infecção de trato genital masculino ou orquite;
z Distúrbios de coagulação;
z Presença de fatores que impedem a realização de ato cirúrgico;
z Homens/casais que não estejam seguros da decisão;
z Homens/casais que não preenchem os critérios pré-determinados.

PRECAUÇÕES
z Hérnia inguinal; Orquidopexia;
z Hidrocele; Varicocele;
z Desajustes sexuais.
Assistência à Anticoncepção

4.3.6. ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA


Consiste na utilização de pílulas contendo estrogênio e progestogênio, ou só
progestogênio, depois de uma relação sexual desprotegida para evitar uma gestação.
Estes hormônios irão interferir na ovulação, na fase lútea, na espermomigração, na
fertilização e no transporte e nutrição do ovo. Há evidências experimentais de que, na
espécie humana, a administração de esteróides com atividade estrogênica ou
progestacional não interfere com o processo de nidação, uma vez que este tenha se
iniciado.

INDICAÇÕES:
• Indicar em situações emergenciais: estupro, relações sexuais desprotegidas, rup-
tura de condom, esquecimento de mais de dois comprimidos dos contraceptivos
orais, ou mais de 90 dias da última injeção do anticoncepcional injetável trimes-
tral, ou mais de 33 dias da última dose do anticoncepcional injetável mensal;
• Deve ser usada no máximo até 72 horas após um coito fecundante. Tem me-
lhor eficácia quanto mais cedo for iniciada;
• A anticoncepção de emergência não protege de DST e nem de outra gravidez
no ciclo menstrual que foi administrada. A próxima menstruação pode ser
antecipada, retardada ou vir no tempo certo; pode ainda ter um fluxo normal,
mais intenso ou com volume inferior ao habitual.
• Deve-se pensar em gravidez, caso a menstruação não ocorra em 3 semanas.

MÉTODO DE YUZPE:
• Pílula combinada com 50 mcg de Etinilestradiol + 0,25 mg de Levonorgestrel
2 comprimidos a cada 12 horas (duas doses); ou
• Pílula combinada com 30 mcg de Etinilestradiol + 0,15 mg de Levonorgestrel
4 comprimidos a cada 12 horas (duas doses);
• O método de Yuzpe previne 77% das gravidezes esperadas se usado até 24
73
horas, 36% entre 25 e 48 horas, e 31% entre 49 e 72 horas da relação sexual
desprotegida.

PÍLULA SÓ DE PROGESTOGÊNIO:
• Comprimido com 0,75 mg de Levonorgestrel – um comprimido a cada 12 horas
(duas doses); ou
• Comprimido com 0,75 mg de Levonorgestrel – dois comprimidos em dose úni-
ca; ou
• Comprimidos de 1,5 mg de levonorgestrel – um comprimido em dose única
Observações:
• O levonorgestrel previne 95% das gravidezes esperadas quando tomado até 24
horas do coito desprotegido; 85% se usado entre 25 e 48 horas, e 58% entre 49
e 72 horas;
• Estudo recente da OMS demonstrou taxa de gravidez da dose única de 1,34%
contra 1,69% para o esquema de duas doses. O mesmo estudo mostrou que a taxa
de gravidez mantem-se em níveis relativamente altos, se usado até cinco dias após
a relação sexual desprotegida (2,44% em dose única e 2,67% em dose dividida)
Assistência à Anticoncepção

• Há evidência de menor taxa de gravidez em mulheres que após o uso de


levonorgestrel não tiveram coito até a próxima menstruação. Deve-se orientar a
abstenção sexual até a menstruação seguinte, mesmo nas mulheres que inicia-
ram imediatamente outro método anticoncepcional.

CONTRA-INDICAÇÃO
z Considerar as contra-indicações para o uso de anticoncepcionais hormonais;
z Avaliar a relação risco/benefício, respeitando a opção da usuária;
z Embora haja riscos no uso de ACHO em altas doses em fumantes, maiores de
35 anos, obesas, hipertensas etc., estes são, na maioria, dependentes do perío-
do de tempo de uso. Deve-se considerar também o risco de uma gestação
indesejada nesta população.

EFEITOS COLATERAIS
z Náuseas e vômitos entre 20 a 70% dos casos (usar antieméticos);
z Cefaléia, mastalgia, dores abdominais;
z Irregularidades menstruais - se houver atraso menstrual ou sangramento mens-
trual prolongado e anormal, deve-se descartar gestação;
z Repetir a dose se houver vômitos até 2 horas após a ingestão dos comprimidos.
Fazer anti-emético e aguardar 30 minutos para nova tomada.

4.3.7. ANTICONCEPÇÃO PÓS-PARTO E PÓS-ABORTAMENTO


A duração da amenorréia e do período anovulatório no pós-parto relaciona-se

74
com a freqüência e duração das mamadas, com a continuidade da amamentação
noturna e a administração de outros alimentos ao bebê. No aleitamento materno
exclusivo durante os 6 primeiros meses após o parto, as taxas de gestação são em
torno de 1,8% em mulheres amenorréicas.
A eficiência anticonceptiva declina nos casos em que a amamentação é par-
cial, quando houver associação de outros alimentos para o bebê e no retorno da
menstruação.
Nos casos em que não houver amamentação, a fertilidade retorna num período
estimado de 1 a 2 meses após o parto, sendo que a ovulação pode ocorrer em até
40 dias, e nos casos de pós-aborto o retorno à fertilidade se dá no primeiro ciclo.

z A equipe de saúde deve:


z Captar precocemente as mulheres no período de puerpério para o programa
de planejamento familiar;
z Incentivar o aleitamento materno exclusivo;
z Orientar para a consulta de puericultura;
z Iniciar programa educativo;
z Informar sobre a importância do período de 24 meses entre as gestações para
a saúde materno-infantil.
Assistência à Anticoncepção

z Indicar o uso de medidas anticonceptivas antes que o casal/mulher retorne às


relações sexuais. A lactação deve ser prioridade e o método anticonceptivo
não deve interferir negativamente nesse processo. Para tanto, considerar as
informações descritas a seguir:

MÉTODOS MULHERES QUE MULHERES QUE


ANTICONCEPTIVOS AMAMENTAM NÃO AMAMENTAM

LAM - método da amenor- Amamentação exclusiva - não há ne-


réia na lactação (amamen- cessidade de anticoncepção antes de 6
tação exclusiva +amenor- meses, considerando a presença da
réia +período até 6 meses amenorréia, mamadas noturnas com in-
após o parto) tervalo inferior a 6 horas e menos de
10% de uso de outros alimentos (suco,
chá, água) Amamentação parcial - indi-
car anticoncepção a partir de 45 dias
após o parto.

MÉTODOS DE Condom - em todas as relações sexu- Condom - em todas as rela-


BARREIRA ais. Sugerir o uso dos lubrificados. ções sexuais. Sugerir o uso dos
Diafragma - em todas as relações se- lubrificados.
xuais. Fazer nova medição do tamanho, Diafragma - em todas as re-
após 6 a 8 semanas após o parto. lações sexuais. Fazer nova me-
dição do tamanho, após 6 a 8
semanas após o parto.

DIU Inserido logo após a dequitação da pla- Imeditamente após dequita-


centa ou pela histerotomia, se o parto ção no parto; ou após 48 ho-
for cesariana, ou até 48 horas do parto.
Fora desse período deve ser colocado
após 6 semanas do parto.
ras do parto, também logo após
curetagem por aborto; pode ser
inserido na 1ª menstruação ou
75
6 semanas após o parto.

ANTICONCEPCIONAL Minipílula - iniciar após 40 dias do parto. Minipílula - iniciar no 1º dia


HORMONAL COM Injetável trimestral - muito eficazes da 1ª menstruação ou após 40
PROGESTOGÊNIO mesmo após o término da amamen- dias do parto.
ISOLADO tação. Uso recomendado 6 semanas Injetável trimestral - início 40
após o parto, principalmente em pre- dias após o parto.
maturos, pela imaturidade do sistema
hepático do recém-nascido.

MÉTODOS NATURAIS Avaliação do muco cervical e da tem- Para mulheres com experiên-
peratura basal após 15 dias do parto. cia no método.
Indicado para mulheres com experiên- O método do calendário deve
cia anterior no uso do método.
Método de difícil controle pela ser iniciado a partir de 6 ciclos
amenorréia da lactação. menstruais após o parto.

ANTICONCEPCIONAL Contra-indicado na lactante. Pílula combinada ou injetá-


HORMONAL vel mensal - iniciar nos pri-
COMBINADO meiros 5 dias da 1ª menstrua-
ção ou após 40 dias do parto.
Assistência à Anticoncepção

4.3.8. ANTICONCEPÇÃO NO CLIMATÉRIO


O climatério representa o período de transição entre os períodos reprodutivo e
não reprodutivo. Não tem início bem definido, podendo ser considerado aproxima-
damente dos 35 aos 45 anos.

z Esta fase caracteriza-se pela diminuição da fertilidade do casal por:


z Diminuição da fertilidade;
z Aumento dos ciclos anovulatórios;
z Diminuição da freqüência das relações sexuais em geral.

Nesta fase da vida, tanto a anticoncepção como as eventuais gestações oferecem


risco para a mulher e para a criança. Deve-se considerar, portanto, o uso de métodos
anticoncepcionais eficazes e que ofereçam menos riscos para os casais.
Esta população é priorizada no Programa de Assistência ao Planejamento Famili-
ar da SMS, por ser considerada de risco reprodutivo. Na concomitância de fatores de
risco, principalmente doenças crônicas, o risco será caracterizado como severo.

76
Assistência à Anticoncepção

A tabela a seguir aborda a indicação dos diferentes métodos anticoncepcionais


nesta fase da vida da mulher:

MÉTODOS INDICAÇÃO CUIDADOS NO USO


ANTICONCEPTIVOS
MÉTODOS NATURAIS Indicação limitada por serem menos Contra-indicação relativa para
eficazes devido, também, às irregu- as mulheres/casais com risco
laridades dos ciclos menstruais nessa reprodutivo severo.
época. Não devem ser estimulados.

MÉTODOS DE BARREIRA Mais eficazes pelo declínio da fertili- Diafragma - contra-indicado


dade nessa época. Indicado o uso em nos prolapsos urogenitais e nas
todas as relações sexuais. alterações de estática pélvica
O espermaticida associado melhora pelos partos anteriores.
a lubrificação vaginal

ANTICONCEPCIONAL Pílula combinada de baixa dose- Pílula combinada - contra-in-


HORMONAL ORAL previne osteopenia, melhora distúr- dicado no tabagismo, hiperten-
bios vasomotores, reduz o fluxo são arterial, hipercolesterole-
menstrual e a dismenorréia, reduz mia, diabetes.
a anemia e promove perfil lipopro- Minipílula - causa irregularida-
teico antiaterogênico. Realizar con- des menstruais, devendo-se
trole de glicemia e de colesterol to- descartar patologia endometri-
tal anual. al. Suprime a lipoproteína pro-
Minipílula - Menos eficaz que os tetora da aterosclerose. As de
AHCO, devendo ser indicada nos ca- 75 microgramas de desogestrel
sos de intolerância e/ou contra-indi- tem eficácia igual as combina-

77
cação ao uso deles. das e tendem à amemorréia.

ANTICONCEPCIONAL Injetáveis mensais - podem ser usa- Provocam alterações menstru-


HORMONAL INJETÁVEL dos com segurança. ais como amenorréia e irregu-
Injetáveis trimestrais - muito efica- laridades menstruais, devendo
zes, conferem proteção endometrial. ser afastadas anormalidades
endometriais.

DIU Eficácia aumentada em razão do de- Distúrbios menstruais reque-


clínio da fertilidade. Menor possibi- rem avaliação criteriosa.
lidade de perfuração, expulsão, re-
moção, dismenorréia, gravidez ec-
tópica.

ANTICONCEPÇÃO De acordo com os critério descritos Considerar as orientações des-


CIRÚRGICA na página 69. critos na página 69.
Assistência à Anticoncepção

4.3.9. ANTICONCEPÇÃO NA ADOLESCÊNCIA


A menarca, nas meninas vem ocorrendo cada vez mais precocemente, atualmente
por volta de 9 e 13 anos e a puberdade entre 10 a 14 anos para os meninos. Em
contrapartida, os aspectos atuais da sociedade, relacionados à educação e à realização
profissional para o homem e a mulher, ocasionaram a postergação do casamento; porém
a liberdade sexual e os estímulos presentes no cotidiano, associados a outros fatores,
implicam no início cada vez mais precoce da atividade sexual entre os adolescentes.
O adolescente procura os serviços de saúde quando já iniciou atividade sexual
e comumente não utiliza os métodos anticoncepcionais ou faz uso inadequado de-
les, e este fato se deve a vários fatores :
• Caráter esporádico e/ou não planejado das relações sexuais;
• Sentem-se invulneráveis ou envergonhados e não são suficientemente firmes
para negociar o uso de anticoncepção ou condom, principalmente as meninas
adolescentes (questão de gênero);
• Tem temor de ser julgado e que se descubra a sua atividade sexual;
• Medo do exame ginecológico;
• Falta de informação sobre os métodos disponíveis, acham que a pílula pode
fazer mal ou engordar;
• Dificuldade de acesso a serviços especializados e orientação sexual;
• Baixo nível socioeconômico e cultural;
• Alto custo de alguns métodos anticoncepcionais;
• Não conscientização da possibilidade de uma gestação, então não se protege
porque se liga ao pensamento mágico da infância, acreditando que com ela
não ocorrerá gestação ou doença;

78 • Não participação do parceiro na prevenção da gravidez;


• Há ainda um desejo não revelado de testar sua fertilidade e engravidar ou até de
repetir o modelo familiar, quando as suas mães foram grávidas adolescentes.

AS PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS DO INÍCIO PRECOCE DA ATIVIDADE SEXUAL SÃO:


• Gestação indesejada;
• Índices elevados de morbimortalidade materna por: hipertensão arterial, ane-
mia, hemorragia e infecção;
• Início tardio do pré-natal;
• Consumo de drogas lícitas e ilícitas;
• Abortos provocados;
• Índices elevados de morbimortalidade infantil no primeiro ano de vida por bai-
xo peso, prematuridade, abandono e marginalização;
• Perda da auto-estima, sensação de culpa, vergonha, rejeição familiar e social;
• Experiência sexual insatisfatória;
• Abandono da família, baixa escolaridade, bloqueio profissional, menor pers-
pectiva de ascensão social e perpetuação da pobreza;
• Doenças sexualmente transmissíveis;
• Maior risco de neoplasia cervical.
Assistência à Anticoncepção

Na Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde (PNDS) de 1996, 14% das


adolescentes entre 15 e 19 anos entrevistadas já haviam tido pelo menos um
filho, sendo que em 70% dos casos a primeira maternidade ocorreu entre 15 e 17
anos (BENFAM, 1997).
Em Curitiba, segundo dados do SINASC, em 2004 tivemos um Percentual
de 16% de grávidas adolescentes. A vida sexual dos adolescentes é um fato, e
cada vez mais está sendo estimulada a liberalidade sexual. Compete à sociedade
em geral assumir conjuntamente - família/ escola/ profissionais de saúde - o pro-
cesso de educação sexual das crianças e dos adolescentes. Os Serviços de Saúde,
em particular, devem estar organizados para assistir esta população, buscando
assumir uma postura aberta e franca, isenta de preconceitos, respeitando as esco-
lhas de cada indivíduo. Procurando promover educação continuada no que diz
respeito à sexualidade, relação sexual, anatomia, fisiologia da reprodução, sexo
seguro e responsável, anticoncepção e doenças sexualmente transmissíveis.
Transcrevemos aqui as diretrizes da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)
e Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO)
para o atendimento do adolescente:
Adolescência, contracepção e ética - Diretrizes
Sociedade Brasileira de Pediatria – SBP - e Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e
Obstetrícia - FEBRASGO (www.febrasgo.org.br/adolescencia.htm)
Considerando o numero cada vez maior de adolescentes iniciando a vida sexual e o risco que
envolve a atividade sexual desprotegida, pediatras e ginecologistas precisam estar preparados para
abordagem deste tema durante o atendimento dos jovens. Constitui grande desafio a adequada
orientação sexual, que implica em enfatizar a participação da família, escola, área de saúde e socie-
dade como um todo, nesse processo contínuo de educação. Para tanto é necessário que os profissi-

79
onais de saúde (generalistas ou especialistas) tenham também conhecimento sobre sexualidade,
incluindo a anticoncepção, bem como os aspectos éticos que envolvem a prescrição dos métodos
contraceptivos.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e Federação Brasileira das Associações de Ginecologia
e Obstetrícia (FEBRASGO), respaldadas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), ONU
(Cairo, 1999) e Código de Ética Médica, após o Fórum 2002 - Adolescência, contracepção e Ética,
estabelecem as seguintes diretrizes em relação à saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes:
1. O adolescente tem direito à privacidade, ou seja, de ser atendido sozinho, em espaço
privado de consulta. Deve-se lembrar que a privacidade não esta obrigatoriamente relacio-
nada à confidencialidade.
2. Confidencialidade é definida como um acordo entre o profissional de saúde e o cliente, no
qual as informações discutidas durante e depois da consulta ou entrevista, não podem ser
passadas a seus pais e ou responsáveis sem a permissão expressa do adolescente. A
confidencialidade apoia-se em regras da bioética médica, através de princípios morais de
autonomia.
3. A garantia de confidencialidade e privacidade, fundamental para ações de prevenção, favo-
rece a abordagem de temas como sexualidade, uso de drogas, violência, entre outras
situações.
4. Destaca-se a importância da postura do profissional de saúde, durante o atendimento aos
jovens, respeitando seus valores morais, sócio-culturais e religiosos.
5. O sigilo médico é um direito garantido e reconhecido pelo artigo 103 do Código de Ética
Medica, segundo o qual “É vedado ao medico ....” .
6. Em situações de exceção, como déficit intelectual importante, distúrbios psiquiátricos,
desejo do adolescente de não ser atendido sozinho, entre outros, faz-se necessária a pre-
sença de um acompanhante durante o atendimento.
Assistência à Anticoncepção

7. Nos casos em que haja referencia explicita ou suspeita de abuso sexual, o profissional esta
obrigado a notificar o conselho tutelar, de acordo com a lei federal 8069-90, ou a Vara da
Infância e Juventude, como determina o ECA, sendo relevante a presença de outro profissional
durante a consulta. Recomenda-se a discussão dos casos em equipe multidisciplinar, de forma
a avaliar a conduta, bem como, o momento mais adequado para notificação.
8. O médico deve aproveitar as oportunidades de contato com adolescentes e suas famílias para
promover a reflexão e a divulgação de informações sobre temas relacionados a sexualidade e
saúde reprodutiva.
9. A orientação deve incidir sobre todos os métodos, com ênfase na dupla proteção (uso de
preservativos), sem juízo de valor.
10. A prescrição de métodos anticoncepcionais deverá estar relacionada a solicitação dos adoles-
centes, respeitando-se os critérios médicos de elegibilidade, independentemente da idade.
11. A prescrição de métodos anticoncepcionais a adolescente menor de 14 anos, desde que respei-
tados os critérios acima, não constitui ato ilícito por parte do médico.
12. Na atenção a menor de 14 anos sexualmente ativa, a presunção de estupro deixa de existir,
frente a informação que o profissional possui de sua não ocorrência, a partir da informação da
adolescente e da avaliação criteriosa do caso, que deve estar devidamente registrada no prontu-
ário medico.
13. O médico pode prescrever contracepção de emergência, com critérios e cuidados, por ser um
recurso de exceção, as adolescentes expostas ao risco iminente de gravidez, nas seguintes situ-
ações:
a. não estar usando qualquer método contraceptivo
b. falha do método contraceptivo utilizado
c. violência sexual

Observações:
• a contracepção de emergência não e um método abortivo, conforme as evidências cientí-
ficas demonstram.
• deixar de oferecer a contracepção de emergência nas situações em que esta indicada, pode

80 ser considerada uma violação do direito do paciente, uma vez que este deve ser informado
a respeito das precauções essenciais.
14. Nos casos de violência sexual, devem ser respeitadas as normas do Ministério da Saúde, que
inclui a contracepção de emergência, devendo a mesma estar disponibilizada nos serviços que
atendem essas adolescentes.
15. Os adolescentes de ambos os sexos tem direito a educação sexual, ao sigilo sobre sua atividade
sexual, ao acesso e disponibilidade gratuita dos métodos. A consciência desse direito implica
em reconhecer a individualidade do adolescente, estimulando a responsabilidade com sua pró-
pria saúde. O respeito a sua autonomia faz com que eles passem de objeto a sujeito de direito.
Assistência à Anticoncepção

A tabela a seguir descreve as principais indicações e contra-indicações dos méto-


dos anticoncepcionais para adolescentes.

MÉTODO CARACTERÍSTICAS
MÉTODOS NATURAIS As variações dos ciclos menstruais nesta faixa etária são
significativas e não há possibilidade de prever o período
fértil com segurança.
Os métodos relacionados às transformações do muco
cervical, temperatura basal e sintotérmico, além de so-
frer as conseqüências das variações do ciclo, exigem dis-
ciplina e autocontrole, características pouco freqüentes
nesta idade.

CONDOM MASCULINO E Apresentam inúmeras vantagens como: proteção contra DST


CONDOM FEMININO e HIV/Aids, custo relativamente baixo, facilidade na aquisi-
ção, complicações raras e boa eficácia.
Devem ser usados de forma adequada em todas as rela-
ções sexuais
Quando não eleitos com método anticoncepcional de-
vem estar associados para prevenção de DST.

DIAFRAGMA Uso restrito pois exige colaboração, participação, e instru-


ção da usuária. Necessita avaliação médica prévia

DIU Contra-indicado abaixo de vinte anos, maior risco de


expulsaõ do DIU pela nuliparidade e maior risco de DIP.
Indicado nos casos de gestação anterior e parceiro único,

81
com risco mínimo de DST.

ANTICONCEPCIONAL Pílula Combinada - recomenda-se as de baixa dose. Nas


HORMONAL ORAL doses habituais não interfere na soldadura das epífises. Pode
ser utilizada nos casos de ciclos irregulares. Avaliar riscos e
benefícios. Iniciar após 6 meses da menarca mas se o risco
de gravidez for grande pode ser iniciada logo após a
menarca.
Minipílula - tem menor eficácia, provoca alterações mens-
truais e deve ser usada no caso de contra-indicação da pílu-
la combinada.

ANTICONCEPCIONAL Mensal - deve ser usado o de mais baixa dosagem - iniciar


HORMONAL INJETÁVEL 2 anos após a menarca.
Trimestral - não usar em menores de 16 anos devido ao
risco de osteoporose.

ANTICONCEPÇÃO DE Usar em situações emergenciais deve ser indicado até 72


EMERGÊNCIA horas após um possível coito fecundante. Ver pg. 73.
Assistência à Anticoncepção

4.3.10. ANTICONCEPÇÃO E DOENÇAS


SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS – DUPLA PROTEÇÃO
O programa de planejamento familiar na atualidade deve abordar a prevenção da
infecção HIV/AIDS e das doenças sexualmente transmissíveis, através das orientações
rotineiras dos casais/mulheres. O emprego dos métodos de barreira isoladamente,
como contraceptivos, ou em associação com outros métodos é fundamental para a
prevenção, já que esses últimos previnem gestação mas não DST/HIV/AIDS.
Deve-se estimular a dupla proteção (contra gravidez e DST/AIDS).

A tabela abaixo compara a eficácia dos diversos métodos contraceptivos quanto à


prevenção de gestação e de DST/HIV/AIDS.
PROTEÇÃO CONTRA PROTEÇÃO CONTRA
MÉTODO GRAVIDEZ DST/HIV/AIDS
PRESERVATIVO Muito boa, se usado correta e Muito boa
MASCULINO regularmente. O HIV e outros agentes de DST não o
atravessam
Deve ser usado em qualquer tipo de
relação sexual (anal, vaginal, oral).

PRESERVATIVO Muito boa, se usado correta e Muito boa


FEMININO regularmente. O HIV e outros agentes de DST
não o atravessam.

DIAFRAGMA Muito boa, se usado correta- Não oferece proteção contra o HIV
mente. Proteção relativa contra algumas DSTs.

82 ESPERMATICIDA Deficiente, se usado isolada-


mente.
Não oferece proteção contra o HIV
Proteção relativa contra infecções
bacterianas.
ANTICONCEPCIONAL Excelente, se tomado corre- Nenhuma.
ORAL tamente.

ANTICONCEPCIONAL Excelente. Nenhuma.


INJETÁVEL

DIU Excelente Nenhuma. Aumenta o risco de DIP após


a inserção ou quando o parceiro/usuária
tem comportamento de risco.

ESTERILIZAÇÃO Excelente. Nenhuma.

MÉTODOS NATURAIS Boa se observados correta- Nenhuma se usados isoladamente.


mente. Se associados ao preservativo, oferecem
proteção muito boa

ALEITAMENTO Boa se o aleitamento for ex- Nenhuma.


clusivo nos 6 primeiros meses.
Assistência à Anticoncepção

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, Rosires Pereira et al. Laqueadura Tubária e Vasectomia. Femina, junho/


98, vol.26 n.º 5, p.449-453.

ANDRADE, Rosires Pereira et al. Contracepção Promoção da Saúde Sexual e


Reprodutiva. Revinter: Rio de janeiro, 2000, 287 p.

BRASIL. Ministério da Saúde, Coordenação de Saúde da Mulher. Assistência ao Pla-


nejamento Familiar. 3 ed. Brasília, 1996. 169 p.

CEARÁ. Secretaria de Saúde do Estado. Guia para Prestação de Serviços em Saúde


Reprodutiva. s.ed., s.ed., Ceará, p 287-388.

CURITIBA. Secretaria Municipal da Saúde, Departamento de Assistência à Saúde,


Coordenação de Normas Técnicas, Programa de Atenção Integral da Saúde da
Mulher. Planejamento Familiar. 15 p.

FEDERAÇÃO BRASILEIRA DAS SOCIEDADES DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA.


Anticoncepção - Manual de orientação. Melo, N. R. e Pereira, S. F. 1997. 127 p.

PINOTTI, José Aristodemo et al. Reprodução Humana. São Paulo, Fundação BYK,
1996. 657 p.

RUSCHEL, S. B. ; Ceresér, K. M. M. Anticoncepcionais Orais. in RBM-GO, vol. IX, n.º


4, outubro de 1998, p. 164-175.

SERAFINI, Paulo et al, O Bê A Bá da Fertilidade. São Paulo, Organon, 1 de, 1998.


134 p. 83
Assistência à Anticoncepção

84
Assistência à Anticoncepção
Anexos

ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO
As ações de saúde devem estar voltadas para a população em idade fértil e
devem assegurar a continuidade no atendimento e avaliação. A motivação, a
capacitação da equipe, o envolvimento da comunidade e a acessibilidade ao serviço
de saúde são pontos fundamentais para o sucesso do programa.
O monitoramento das ações são importantes para avaliar a cobertura e a qualida-
de da atenção ao Planejamento familiar. A divulgação da assistência em Planejamen-
to Familiar é essencial para se efetuar a busca ativa das(dos) potenciais usuárias(as) do
serviço, não se limitando apenas ao atendimento da demanda espontânea. Também
é que ainda na maternidade a puerpera seja referida ao Planejamento familiar.

COMPETE AO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE:


• Cadastrar o usuário no cartão saúde;
• Informar às pessoas de sua área de atuação sobre o Programa de Planejamento
Familiar;
• Captar para o Programa do Planejamento Familiar: mulheres/casais em idade
fértil que desejam anticoncepção e mulheres/casais tenham dificuldade para
engravidar;
• Auxiliar a Equipe de Saúde no monitoramento dos usuários do Programa atra-
vés da busca ativa pela visita domiciliar.

COMPETE AO AUXILIAR DE ENFERMAGEM:


• Captar para o Programa do Planejamento Familiar: mulheres/homens em idade
fértil que desejam anticoncepção e mulheres/homens tenham dificuldade para
engravidar;
• Realizar ações educativas;
• Realizar agendamento de consulta médica ou de enfermagem conforme a ne-

85
cessidade;
• Realizar a entrega dos métodos anticoncepcionais e reforçar a orientação do
modo de usar;
• Realizar busca ativa aos faltosos ao Programa através de visita domiciliar.

COMPETE AO ENFERMEIRO:
• Captar para o Programa do Planejamento Familiar: mulheres/homens em idade
fértil que desejam anticoncepção e mulheres/homens tenham dificuldade para
engravidar;
• Realizar e avaliar ações educativas;
• Abrir ou dar seguimento ao prontuário do paciente;
• Realizar consulta de enfermagem conforme a necessidade;
• Realizar a coleta do exame colpocitopatológico se necessário;
• Esclarecer sobre o uso e os possíveis efeitos colaterais de cada método;
Assistência à Anticoncepção
Anexos

• Realizar orientação e controle periódico e contínuo;


• Referenciar os casos específicos;
• Anotar no prontuário o método que a paciente está usando, intercorrências,
avaliação clínica, em caso de exclusão, anotar a data e o motivo;
• Programar o monitoramento dos usuários;
• Realizar agendamento de retorno.

COMPETE AO MÉDICO:
• Realizar atendimento através de consulta médica para mulheres/homens enca-
minhados pela equipe de enfermagem e mulheres/homens que na demanda
diária da Unidade de Saúde necessitem de anticoncepção e ou encaminha-
mento para investigação de infertilidade;
• Esclarecer sobre o uso e os possíveis efeitos colaterais de cada método;
• Avaliar o risco reprodutivo;
• Realizar a coleta da colpocitologia oncótica quando necessário;
• Realizar agendamento de retorno;
• Realizar orientação e controle periódico e contínuo;
• Referenciar os casos específicos;
• Realizar e avaliar as ações educativas e assistenciais;
• Anotar no prontuário o método que a paciente está usando, intercorrências,
avaliação clínica, em caso de exclusão, anotar a data e o motivo;
• Em caso de opção pelo DIU obrigatoriamente preencher o Termo de consenti-
mento pós informado em duas vias, solicitar a assinatura da paciente e de uma
testemunha, em ambas as vias, devolvendo uma via para a paciente e retendo a
outra para arquivo na Unidade de Saúde;
• No caso de opção por Métodos definitivos, verificar se o usuário contempla os
critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde e preencher o Termo ou Mani-
festação da Vontade em três vias. Solicitar a assinatura do usuário e do cônju-

86 ge, em caso de vigência de sociedade conjugal, em todas as vias.

A EQUIPE DEVERÁ TER ACESSO AOS SEGUINTES DADOS PARA MONITORAR O PLANEJAMENTO
FAMILIAR NA SUA ÁREA DE ABRANGÊNCIA:
Acompanhar, através da coleta e análise dos dados de prontuário, registros e ma-
pas:
• Prevalência do uso dos métodos anticoncepcionais;
• Número de homens / mulheres referendados para vasectomia /laqueadura;
• Avaliar a percentagem de homens/mulheres que estão sendo atendidos no to-
cante à anticoncepção, pré-concepção, concepção e infertilidade;
• Avaliar a percentagem de homens/mulheres referidos ao serviço especializado
de infertilidade;
• Avaliar o perfil de risco da clientela priorizada para anticoncepção;
• Avaliar o perfil das ocorrências e intercorrências detectadas.
Assistência à Anticoncepção
Anexos

FLUXOGRAMA DA LAQUEADURA
Usuária
feminina

Enfermagem
agenda consulta
médica

Avaliação
- Capacidadem Civil Plena médica confirma
- Riscos Cirúrgicos identidade, desejo de NÃO Planejamento
- Dificuldade de Reversão esterilização cirúrgica e familiar na US
- Outras Opções de indicação: >25 anos
- Contracepção e > 2 filhos

SIM

Médico solicita exames pré-operatórios


preenche o 1º parecer do documento para
a esterilização cirúrgica em 3 vias que
paciente e cônjuge assinam

Agendamento de consulta
via Central de Consultas
para a Referência

Médico da
Referência confirma
desejo e NÃO
indicação

SIM

Preenche o 2º parecer do documento para


87
a esterilização cirúrgica, devolve a 3ª via
para o paciente e retém as duas primeiras
(1ª via é arquivada no Hospital e a 2ª é
encaminhada para a US de origem).
Verifica prazo legal de 60 dias.

Orientações gerais
Execução do procedimento - febre > 38°C
Notificação - sangramento
ao SUS cirúrgico
- secreção na incisão
- dor abdominal

Retorno para a retirada


de pontos na Referência

Retorno à
Unidade de Saúde
de origem
Assistência à Anticoncepção
Anexos

FLUXOGRAMA DA VASECTOMIA
Usuário
masculino

Enfermagem
agenda consulta
médica

Avaliação
- Capacidadem Civil Plena médica confirma
- Riscos Cirúrgicos identidade, desejo de NÃO Planejamento
- Dificuldade de Reversão esterilização cirúrgica e familiar na US
- Outras Opções de
indicação: >25 anos
- Contracepção
e > 2 filhos

SIM

Médico solicita exames pré-operatórios


preenche o 1º parecer do documento para
a esterilização cirúrgica em 3 vias que
paciente e cônjuge assinam

Agendamento de consulta
via Central de Consultas
para a Referência

Médico da
Referência confirma
desejo e NÃO
indicação

88 SIM

Preenche o 2º parecer do documento para


a esterilização cirúrgica, devolve a 3ª via
para o paciente e retém as duas primeiras
(1ª via é arquivada na Referência e a 2ª é
encaminhada para a US de origem).
Verifica prazo legal de 60 dias.

Orientações gerais
Notificação Execução do procedimento - febre > 38°C
cirúrgico - sangramento
ao SUS - secreção na incisão
- aumento de volume escrotal

Retorno para a retirada


de pontos na Referência

Controle pós-cirurgia.
Espermograma após
20 ejaculações
Assistência à Anticoncepção

DOCUMENTAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DE ESTERILIZAÇÃO CIRÚRGICA – LAQUEADURA


1 - Solicitação de esterilização cirúrgica

Nome do Paciente: ________________________________________________________________

Data de Nascimento: ______________________________________________________________

Procedimento: ____________________________________________________________________

Local:_________________________________________________ – Data:_____/_____/_____

1º parecer médico do serviço de atenção primária solicitante

Nome do médico: _____________________________________________ CRM: _________________

Assinatura do médico e carimbo Assinatura da(o) paciente

2º parecer médico do serviço de referência credenciado

89
Local:__________________________________________________ – Data:_____/_____/_____

Nome do médico: _____________________________________________ CRM: _________________

Assinatura do médico e carimbo Assinatura da(o) paciente

Data da Cirurgia:_____/_____/_____

1ª via : - Serviço de Referência Credenciado - deve ser mantida anexada ao prontuário médico hospitalar. (branca)
2ª via : - Unidade de saúde de origem, anexada em ficha clínica. (amarela)
3ª via : - Deve ser entregue à paciente. (verde)
Assistência à Anticoncepção
Anexos

2- TERMO OU MANIFESTAÇÃO DA VONTADE – LAQUEADURA

Eu, , após ser informado(a) a respeito


dos riscos cirúrgicos descritos a seguir:
A saber: hemorragias, infecções, choque anafilático pós-anestésico;
Sabendo que para laqueadura existem riscos de gravidez por recanalização das
trompas uterinas, gravidez tubária e alterações do ciclo menstrual;
Sabendo da dificuldade de reversão cirúrgica;
Conhecendo as vantagens de outros métodos de contracepção reversíveis exis-
tentes;
Confirmo a vontade de realizar esterilização cirúrgica, de acordo com o protocolo
da Secretaria Municipal da Saúde do Município de Curitiba.

Nome do(a) paciente: ____________________________________________________

RG do(a) paciente: ______________________________________________________

Endereço residencial: ____________________________________________________

Assinatura:

90
Nome do cônjuge: ______________________________________________________
(em vigência de sociedade conjugal)

Assinatura:

Data:_____/_____/_____
Assistência à Anticoncepção

DOCUMENTAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DE ESTERILIZAÇÃO CIRURGICA – VASECTOMIA


1 - Solicitação de esterilização cirurgica

Nome do Paciente: ________________________________________________________________


Data de Nascimento: ______________________________________________________________
Procedimento: ____________________________________________________________________

Local:__________________________________________________ – Data:_____/_____/_____

1º parecer médico do serviço de atenção primária solicitante

Nome do médico: _____________________________________________ CRM: _________________

Assinatura do médico e carimbo Assinatura do paciente

2º parecer médico do serviço de referência credenciado

Local:__________________________________________________ – Data:_____/_____/_____

Nome do médico: _____________________________________________ CRM: _________________

91
Assinatura do médico e carimbo Assinatura da(o) paciente

Data da Cirurgia:_____/_____/_____

1ª via : - Serviço de referência Credenciado - deve ser mantida anexada ao prontuário médico hospitalar. (branca)
2ª via : - Unidade de saúde de origem, anexada em ficha clínica. (amarela)
3ª via : - Deve ser entregue ao paciente. (verde)
Assistência à Anticoncepção
Anexos

2- TERMO OU MANIFESTAÇÃO DA VONTADE – VASECTOMIA

Eu, , após ser informado(a) a respeito


dos riscos cirúrgicos descritos a seguir:
A saber: hemorragias, infecções, choque anafilático pós-anestésico;
Sendo que para vasectomia existem riscos de recanalização do canal deferente
possibilitando o retorno da fertilidade e granuloma gerado no local;
Sabendo da dificuldade de reversão cirúrgica;
Conhecendo as vantagens de outros métodos de contracepção reversíveis exis-
tentes,
Confirmo a vontade de realizar esterilização cirúrgica, de acordo com o protocolo
da Secretaria Municipal da Saúde do Município de Curitiba.

Nome do paciente: ______________________________________________________

RG do paciente: ________________________________________________________

Endereço residencial: ____________________________________________________

Assinatura:

92
Nome do cônjuge: ______________________________________________________
(em vigência de sociedade conjugal)

Assinatura:

Data:_____/_____/_____
Assistência à Anticoncepção
Anexos

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA A


COLOCAÇÃO DE DIU
Eu,____________________________________________________________ afirmo que estou
participando do Programa de Planejamento Familiar da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, na
Unidade de Saúde ________________________________, e declaro que fui informada sobre as indi-
cações, contra indicações, índices de falhas e eficácia dos métodos anticoncepcionais recomendados
pela Organização Mundial da Saúde e disponíveis e liberados para uso neste país.
Após o esclarecimento de todas as dúvidas, escolhi como método o DIU (Dispositivo Intra Uterino),
e estou ciente que o mesmo é um objeto pequeno de plástico flexível, com revestimento de fios de
cobre, a ser inserido no útero através da vagina; e de que o DIU Tcu 380 A tem um índice de falha de
3 em cada 1000 mulheres em um ano. Também estou ciente de que o DIU em 5 a 15 % do total de
usuárias pode apresentar os seguintes efeitos colaterais: alterações no ciclo menstrual; sangramento
menstrual prolongado e volumoso contribuindo para anemia; sangramento e manchas no intervalo
entre menstruações; cólicas de maior intensidade ou dor durante a menstruação. Durante o procedi-
mento de inserção, pode ocorrer uma sensação de fraqueza e, excepcionalmente, desmaio; e ainda
sei que o DIU, às vezes, pode deslocar-se e sair do útero, sem que eu me dê conta.
Receberei gratuitamente o DIU e comprometo-me a retornar regularmente para controle e ade-
quação do método, de acordo com o Protocolo de Planejamento Familiar em 30 90 180 dias; e após,
a cada ano. Entendi que sou livre para interromper ou não o uso do método e que este DIU colocado
em ___/___/______tem a validade de ___ anos e deve ser retirado em __/___/______. Fui informada
também que em caso de dor em baixo ventre, secreção vaginal anormal ou purulenta ou sangramento
excessivo, devo me dirigir à Unidade de Saúde______________________ ou a um Hospital credenciado
pelo SUS, onde receberei atendimento e encaminhamentos que se fizerem necessários.
Pelo presente termo, consinto na inserção do DIU, entendendo que o método não tem eficácia
contraceptiva de 100%, e caso venha a engravidar, isento de culpa e responsabilidade o médico que
colocou o DIU, bem como a Prefeitura Municipal de Curitiba, através da Secretaria Municipal da Saúde.
Afirmo ter ciência do texto acima e ter compreendido claramente as informações nele contidas.
Declaro que assinei este termo em duas vias, na presença de uma testemunha, para que produ-
zam os devidos efeitos legais.

Curitiba, ____ de _________________ de ______


93
Usuária __________________________________
RG nº

Médico __________________________________
Carimbo CRM/ Matrícula PMC

Testemunha:______________________________
RG nº

1ª via : - Arquivar na Unidade de saúde de origem. (branca)


2ª via : - Deve ser entregue à paciente. (amarela)
Anexos
Assistência à Anticoncepção

TÉCNICA DE COLOCAÇÃO DO DIU

z Preparar o DIU T CU 380A ainda dentro do pacote estéril para inserção:


z Abrir parcialmente o pacote e dobrar as duas bordas;

z Colocar o êmbolo dentro do tubo insertor;

94
Empurrar o tubo

Fonte: Blumenthal e McIntosh, 1996

z Colocar o pacote numa superfície plana;


Assistência à Anticoncepção
Anexos

z Segurar com os dedos polegar e indicador as hastes horizontais e empurrar o


tubo insertor para facilitar a aproximação das hastes;

Girar e empurrar o tubo

Fonte: Blumenthal e McIntosh, 1996

z Dobrar as duas hastes


z Quando as hastes estiverem totalmente dobradas, puxar o insertor para trás
e deixar as duas hastes se aproximarem uma da outra;
z Elevar o tubo insertor, empurrar e fazer rotação para captar as duas hastes
dentro dele.
z Posicionar a guia azul móvel do aplicador de DIU T CU 380 A de acordo com a
histerometria, ainda no pacote estéril;

95

z Introduzir o tubo insertor na cavidade uterina, através da cérvix, até que a guia
azul atinja o orifício externo da cérvix;
z Liberar as hastes horizontais do DIU usando a técnica de recolhimento (fixando
o êmbolo e puxando o tubo insertor);
z Empurrar delicadamente o tubo insertor para posicionar o DIU no fundo uterino;
z Remover delicadamente o êmbolo e posteriormente o tubo insertor;
z Remover cuidadosamente a pinça de Pozzi.
Anexos
Assistência à Anticoncepção

COMO USAR O PRESERVATIVO MASCULINO


Deve ser usada uma camisinha nova a cada relação vaginal ou anal. A camisinha deve ser colocada no
pênis ereto antes que ele entre em contato com a área genital ou anal do(a) parceiro(a).

1 Verifique a data de vencimento na 2 Coloque a camisinha na


embalagem. Retire a camisinha da ponta do pênis quando
embalagem com cuidado. estiver rígido e ereto, mas
antes que toque a área
genital do(a) parceiro(a).
Tenha certeza de que a
borda enrolada está virada
para fora.

4 Depois da relação, retire o pênis com cuidado, antes


3 Com a outra mão, pressione entre que perca a rigidez.
os dedos, belisque a ponta da Segure a borda da
camisinha para retirar o ar preso camisinha contra o
e desenrole a camisinha para pênis, de modo
cobrir o pênis. que o sêmen não
escorra para fora.

96
5 Retire a
camisinha e
dê um nó na 6 Depois de usar a
borda. camisinha, jogue-a
fora em um lugar
apropriado.

AÇÃO ANTI-AIDS Nº 37 JULHO-SETEMBRO 1997


Assistência à Anticoncepção
Anexos

COMO USAR O PRESERVATIVO FEMININO

1 Abra a embalagem com cuidado.

2 Segure o anel pequeno (na


parte fechada do preservati-
vo) entre o polegar e o
dedo médio.

3 Encontre uma posição confortável, seja deitada,


sentada com os joelhos abertos ou de pé, com
um pé apoiado em um banquinho. Aperte o anel 4 Coloque um dedo dentro do preservativo e
pequeno e coloque dentro da vagina, empurran- empurre o anel pequeno o mais longe que
do-a o máximo possível com os dedos. puder.

5 Certifique-se de que a parte do preservativo com


o anel externo está fora do corpo. O anel externo 6 Imediatamente após o sexo, retire o
97
preservativo, torcendo
ficará encostado ao corpo quando o pênis estiver
com delicadeza o
dentro do
anel externo e
preservativo.
puxado o
Quando o
preservativo,
pênis penetrar
tomando
a vagina,
cuidado para
esteja certa de
que o sêmen
que está
não se
dentro do
derrame.
preservativo.

7 Após o uso, jogue-o fora em lugar seguro.


Assistência à Anticoncepção

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALDRIGHI, J. M.; PETTA C. A. Anticoncepção - Aspectos Contemporâneos. Belo Ho-


rizonte: Editora Atheneu, 2005. p. 121-128.

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1996. 657 p.

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134 p.

www.febrasgo.org.br/adolescencia.htm
Assistência à Anticoncepção

EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DO PROTOCOLO

EDVIN JAVIER BOZA JIMENEZ

MARCIA LUIZA KRAJDEN

RAQUEL FERREIRA SCHOLZ UHLIG

CO-AUTORES:
ANA MARIA CAVALCANTI
ÂNGELA CRISTINA LUCAS DE OLIVEIRA
CLAUDETE REGGIANI MELLO
EDVIN JAVIER BOZA JIMENEZ
ELINA MASSUMI YOSHIARA SAKURADA
FERNANDO CÉSAR DE OLIVEIRA JÚNIOR
INÊS KULTCHEK MARTY
JÚLIA VALÉRIA FERREIRA CORDELLINI
MARIA ALICE CORREIA PEDOTTI
MÁRCIA LUÍZA KRAJDEN
MARIANA THOMAZ 99
RAQUEL FERREIRA SCHOLZ UHLIG
ROSIRES PEREIRA DE ANDRADE
SILVIA MARIA GOMES ROSSI
SORIANE KIESKI MARTINS
VERA MARIA ARAÚJO GARCIA BOZA
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Fone: 312-4250

Fone: 312-4250
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE UROLOGIA


Seção Paraná

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U M P A Í S D E T O D O S
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GOVERNO FEDERAL

Ministério
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CURITIBA
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da Saúde
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A C IDADE DA G ENTE
Secretaria da Saúde
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