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oainvz0i8 Conhora daz histérias de corrupea durante aditadura militar | blogimpirhoschoireso Conhega dez histérias de corrupcao durante a ditadura militar Militares em Brasilia, em 2 de abril de 1964. Foto do acervo do Arquivo Nacional / Memérias Reveladas. Marcelo Freire, via Folha onlinel'] em 1°/4/2015. Os protestos de 15 de marco, direcionados principalmente contra 0 governo federal e a presidente Dilma Rousseff, indicaram a insatisfagao de parte da populacao com os casos de corrupgao envolvendo partidos politicos, empresas publicas e empresas privadas. Algumas pessoas, inclusive, chegaram a pedir uma intervengao militar, alegando que essa seria a solugdo para o fim da corrupeao. Mas ser que nesse periodo a corrupeao realmente nao fazia parte da esfera politica? Apesar da blindagem proporcionada pelas restrigdes ao Legislativo, Judiciério e imprensa, ainda assim a ditadura nao passou imune a diversas denuncias de corrup¢ao. O UOL listou dez delas, tendo como fonte a série de quatro livros de Elio Gaspari sobre o periodo (A Ditadura Envergonhada, A Ditadura Escancarada, A Ditadura Derrotada e A Ditadura Encurralada) e reportagens da época. © primeiro item que envolve Delfim Netto contém uma resposta do ex-ministro sobre os casos. 1) Contrabando na Policia do Exército A partir de 1970, dentro da 1* Companhia do 2° Batalhao da Policia do hiepitimpinnoccheiroso.com/201506(conheca-dez-histerias-de-corrupcao-durante-actadura-miliar carvots Canepa de istras de corupeao duane a dadira mia |blogipinhoeche ceo Exército, no Rio de Janeiro, sargentos, capitaes e cabos comecaram a se relacionar com 0 contrabando carioca. O capitéo Ailton Guimaraes Jorge, que ja havia recebido a honra da Medalha do Pacificador pelo combate 4 guerrilha, era um dos integrantes da quadrilha que comercializava ilegalmente caixas de uisques, perfumes e roupas de luxo, inclusive roubando a carga de outros contrabandistas. Os militares escoltavam e intermediavam negécios dos contraventores. Foram presos pelo SNI (Servico Nacional de Informagées) e torturados, mas acabaram inocentados porque os depoimentos foram colhidos com uso de violéncia ~ direito de que os civis ndo dispunham em seus processos na época. 0 capitao Guimaraes, posteriormente, deixaria o Exército para virar um dos principais nomes do jogo do bicho no Rio, ganhando fama também. no meio do samba carioca. Foi patrono da Vila Isabel e presidente da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba) Sérgio Paranhos Fleury. 2) A vida dupla do delegado Fleury Um dos nomes mais conhecidos da repressdo, atuando na captura, na tortura e no assassinato de presos politicos, o delegado paulista Sérgio Fernandes Paranhos Fleury foi acusado pelo Ministério Publico de associagao ao trafico de drogas e exterminios. Apontado como lider do Esquadréo da Morte, um grupo paramilitar que cometia execugées, Fleury também era ligado a criminosos comuns, segundo o MP, fornecendo servico de protecao ao traficante José Iglesias, 0 “Juca”, na guerra de quadrilhas paulistanas. No fim de 1968, ele teria metralhado 0 traficante rival Domiciano Antunes Filho, 0 “Luciano”, com outro comparsa, e capturado, na companhia de outros policiais associados ao crime, uma caderneta que detalhava as propinas pagas a detetives, comissarios e delegados pelos traficantes. O caso chegou a ser divulgado a imprensa por um alcaguete, Odilon Marcheronide Queiroz (“Carioca”), hiepitimpinnoccheiroso.com/201506(conheca-dez-histerias-de-corrupcao-durante-actadura-miliar oonans Canepa de istras de corupeao duane a dadira mia |blogipinhoeche ceo que acabou preso por Fleury e, posteriormente, desmentiu a histéria a jornais de Sao Paulo. Carioca seria morto pelo investigador Adhemar Augusto de Oliveira, segundo o préprio revelaria a um jornalista, tempos depois. Os atos do delegado na repressao, no entanto, Ihe renderam uma Medalha do Pacificador e muita blindagem dentro do Exército, que deixou de investigar as dentincias. Promotores do MP foram alertados para interromper as investigagdes contra Fleury. De acordo com o relato publicado em A Ditadura Escancarada, 0 procurador-geral da Justica, Oscar Xavier de Freitas, avisou dois promotores em 1973: “Eu nao recebo solicitagées, apenas ordens. [...] Esquecam tudo, nao se metam em mais nada. Existem olheiros em toda parte, nos fiscalizando. Nossos telefones estao censurados”. No fim daquele ano de 1973, 0 delegado chegou a ter a prisao preventiva decretada pelo assassinato de um traficante, mas 0 Cédigo Penal foi reescrito para que réus primarios com “bons antecedentes” tivessem direito A liberdade durante a tramitagdo dos recursos. Em uma conversa com Heitor Ferreira, secretario do presidente Ernesto Geisel (1974- 1979), o general Golbery do Couto e Silva - entdo ministro do Gabinete Civil e um dos principais articuladores da ditadura militar — classificou assim o delegado Fleury, quando pensava em afasta-lo: “Esse 6 um bandido. Agora, prestou servicos e sabe muita coisa”. Fleury morreu em 1979, quando ainda estava sob investigacao da Justica. wltiy Toninho Malvadeza, FHC e Bornhausen. 3) Governadores bidnicos e sob suspeita Em 1970, uma avaliacao feita pelo SNI ajudou a determinar quais seriam os governadores do Estado indicados pelo presidente Médici hiepitimpinnoccheiroso.com/201506(conheca-dez-histerias-de-corrupcao-durante-actadura-miliar oonans Canepa de istras de corupeao duane a dadira mia |blogipinhoeche ceo (1969-1974). No Parana, Haroldo Leon Peres foi escolhido apés ser clogiado pela postura favordvel ao regime; um ano depois, foi pego extorquindo um empreiteiro em US$1 milhao e obrigado a renunciar. Segundo o general Joao Baptista Figueiredo, chefe do SNI no governo Geisel, os agentes teriam descoberto que Peres “era ladrao em Maringa” se o tivessem investigado adequadamente. Na Bahia, Antonio Carlos Magalhaes, em seu primeiro mandato no Estado, foi acusado em 1972 de beneficiar a Magnesita, da qual seria acionista, abatendo em 50% as dividas da empresa. Maluf e seu padrinho, o ditador Joao Baptista Figueiredo. 4) O caso Lutfalla Outro governador envolvido em dentincias foi o paulista Paulo Maluf. Dois anos antes de assumir o Estado, em 1979, ele foi acusado de corrupgao no caso conhecido como Lutfalla ~ empresa téxtil de sua mulher, Sylvia, que recebeu empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econémico e Social) quando estava em processo de faléncia. As dendncias envolviam também o ministro do Planejamento Reis Velloso, que negou as irregularidades, e terminou sem punicées. 8) As mordomias do regime Em 1976, as redagées de jornal ja tinham maior liberdade, apesar de ainda estarem sob censura. O jornalista Ricardo Kotscho publicou em O Estado de S.Paulo reportagens expondo as mordomias de que ministros ¢ servidores, financiados por dinheiro publico, dispunham em Brasilia. Uma piscina térmica banhava a casa do ministro de Minas e Energia, enquanto 0 ministro do Trabalho contava com 28 empregados. Na casa do governador de Brasilia, frascos de laqué e alimentos eram comprados em quantidades desmedidas - 6.800 paezinhos teriam sido adquiridos num mesmo dia. Filmes proibidos pela censura, como o erético hiepitimpinnoccheiroso.com/201506(conheca-dez-histerias-de-corrupcao-durante-actadura-miliar oav018 Canepa de istras de corupeao duane a dadira mia |blogipinhoeche ceo Emmanuelle, eram permitidos na casa dos servidores que os requisitavam. Na época, os ministros nao viajavam em voos de carreira, ¢ sim em jatos da Forga Aérea. Antes disso, no governo Médici ja se observavam outras regalias: 0 ministro do Exército, cuja pasta ficava em Brasilia, tinha uma casa de veraneio na serra fluminense, com direito a mordomo. Os generais de exército (quatro estrelas) possuiam dois carros, trés empregados ¢ casa decorada; os generais de brigada (duas estrelas) que iam para Brasilia contavam com US$27 mil para comprar mobilia. Cabos e sargentos prestavam servigos domésticos as autoridades, e o Planalto também pagou transporte e hospedagem a aspirantes para um churrasco na capital federal. Delfin Netto, José Maria Marin (sim, ele mesmo!) a direita da foto; sentados, ditador Figueiredo e Maluf. 6) Delfim e a Camargo Corréa Delfim Netto — ministro da Fazenda durante os governos Costa e Silva (1967-1969) e Médici, embaixador brasileiro na Franca no governo Geisel e ministro da Agricultura (depois Planejamento) no governo Figueiredo - sofreu algumas acusagées de corrupedo. Na primeira delas, em 1974, foi acusado pelo proprio Figueiredo (ainda chefe do SNI), em conversas reservadas com Geisel e Heitor Ferreira, Delfim teria beneficiado a empreiteira Camargo Corréa a ganhar a concorréncia da construcao da hidrelétrica de Agua Vermelha (MG). Anos depois, como embaixador, foi acusado pelo francés Jacques de la Broissia de ter prejudicado seu banco, o Crédit Commercial de France, que teria se recusado a fornecer US$60 milhdes para a construcao da usina hidrelétrica de Tucurui, obra também executada pela Camargo Corréa. Em citagao reproduzida pela Folha de S.Paulo em 2006, Delfim falou sobre as dentincias, que foram publicadas nos livros de Elio Gaspari: “Ele [Gaspari] retrata 0 conjunto de intrigas armado dentro do staff de Geisel pelo temor que o general tinha de que eu fosse eleito governador de So Paulo”, afirmou o ex- ministro. Outro lado: Em relagao as dentincias que envolvem seu nome nesse hiepitimpinnoccheiroso.com/201506(conheca-dez-histerias-de-corrupcao-durante-actadura-miliar carvots Canepa de istras de corupeao duane a dadira mia |blogipinhoeche ceo texto, o ex-ministro Delfim Netto respondeu ao UOL: “Trata-se de velhas intrigas que sempre foram esclarecidas. Nunca tive participagéo nos eventos relatados”. 7) As comissées da General Electric Durante um processo no Cade (Conselho Administrative de Defesa Econémica) em 1976, o presidente da General Electric no Brasil, Gerald Thomas Smilley, admitiu que a empresa pagou comisséo a alguns funcionarios no pais para vender locomotivas a estatal Rede Ferroviaria Federal, segundo noticiou a Fotha de S.Paulo na época. Em 1969, a Junta Militar que sucedeu a Costa e Silva e precedeu Médici havia aprovado um decreto-lei que destinava “fundos especiais” para a compra de 180 locomotivas da GE. Na época, um dos diretores da empresa no Brasil na época era Alcio Costa e Silva, irmao do ex-presidente, morto naquele mesmo ano de 1969. Na investigagao de 1976, o Cade apurava a formagao de um cartel de multinacionais no Brasil e 0 pagamento de subornos e comissées a autoridades para a obtencdo de contratos. Newton Cruz. 8) Newton Cruz, caso Capemi e o dossié Baumgarten © jornalista Alexandre von Baumgarten, colaborador do SNI, foi assassinado em 1982, pouco depois de publicar um dossié acusando 0 general Newton Cruz!I de planejar sua morte — segundo o ex-delegado do Dops Claudio Guerra, em declaragaéo de 2012, a ordem partiu do préprio SNI. A morte do jornalista teria ligagdo com seu conhecimento sobre as dentincias envolvendo Cruz e outros agentes do Servico no escandalo da Agropecuaria Capemi, empresa dirigida por militares, contratada para comercializar a madeira da regiao do futuro lago de Tucurui. Pelo menos US$10 milhdes teriam sido desviados para beneficiar agentes do SNI no inicio da década de 1980. O general foi hiepitimpinnoccheiroso.com/201506(conheca-dez-histerias-de-corrupcao-durante-actadura-miliar oainvz0i8 Conhora daz histérias de corrupea durante aditadura militar | blogimpirhoschoireso inocentado pela morte do jornalista. 9) Caso Coroa-Brastel Delfim Netto sofreria uma terceira acusagao direta de corrupgao, dessa vez como ministro do Planejamento, ao lado de Ernane Galvéas, ministro da Fazenda, durante o governo Figueiredo. Segundo a acusagao apresentada em 1985 pelo procurador-geral da Republica José Paulo Septilveda Pertence, os dois teriam desviado irregularmente recursos publicos por meio de um empréstimo da Caixa Economica Federal ao empresério Assis Paim, dono do grupo Coroa-Brastel, em 1981. Galvéas foi absolvido em 1994, ¢ a acusagao contra Delfim - que disse na época que a demtncia era de “iniciativa politica” - nao chegou a ser examinada. 10) Grupo Delfin Denuncia feita pela Folha de S.Paulo de dezembro de 1982 apontou que © Grupo Delfin, empresa privada de crédito imobilidrio, foi beneficiado pelo governo por meio do Banco Nacional da Habitagao ao obter Cr$70 bilhdes para abater parte dos Cr$82 bilhdes devidos ao banco. Segundo a reportagem, o valor total dos terrenos usados para a quitagdo era de apenas Cr$9 bilhdes. Assustados com a noticia, clientes do grupo retiraram seus fundos, o que levou a empresa 4 faléncia pouco depois. A demincia envolveu os nomes dos ministros Mario Andreazza (Interior), Delfim Netto (Planejamento) e Ernane Galvéas (Fazenda), que chegaram a ser acusados judicialmente por causa do acordo. Leia também: * Os 10 mitos sobre a ditadura no Brasil ou por que vocé nao deve querer que ela volte! * Coletanea de textos: O que vocé precisa saber para nao ter saudade da ditadura civil-militar!*! ‘This entry was posted on 06/11/2015 at 18:36 and is filed under Brasilll, Political You can follow any responses to this entry through the RSS 2.01" feed. 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