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Oflia

A lua agora est em Sagitrio


Os anis de Saturno se entrelaaram
No houve a sombra da Terra, no houve eclpse
No houveram mais os trpicos de cncer e capricrnio
A rosa dos ventos murchou sem sair do lugar
A morte lenta nos deu uma trgua
Temos ainda estradas cheias de estacas
Ainda temos um cu com estrelas
Existe uma vida fora deste lugar
Que logo vir me buscar
E logo terei a recordao das constelaes
Existe uma vida em mim que no me pertence
Existe um lugar onde no existe tempo
Existe uma gravidade muito superior a do Sol
Existem desenhos ainda para pintar
Recobrei-me da noite anterior
Das velas e dos brindes
Das enormes mesas fartas
Das valsas e das orquestras
Deitei-me a meia noite totalmente cheio
Tomei de uma taa envenenada
Apaguei meus rascunhos e queimei meus escritos
Olhei para velha cruz de madeira centenria
E ela ainda estava l
Despertei no outro dia iluminado
Radiante de novas margaridas
Banhei-me em um rio, com pssaros de arame
Vi os frutos voltarem a semente
Joguei no ar alguns versos frios e quentes
Toquei um pouco de violo olhando as nuvens que passavam
Fiz muitas coisas que gostava, rezei uma Ave Maria
Deite-me na grama
E acordei entre quatro paredes rsticas
Novamente controlei meu medo e andei pelo cho de fogo
Sentia-me em casa como se procurasse algo perdido
Encontrei uma pedra pequena e branca, como vinda do espao
Passei meus olhos nela, toquei-a delicadamente
No era perfeita, parecia gasta de sua queda
E de sua viagem longa e demorada
Avistei quantos buracos negros haviam no infinito
Quantas estrelas j haviam morrido
Olhei novamente na pedra e pude ler um nome novo
Mas este nome eu no posso falar

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