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nents nrc sis so oleate te Apresentacie’- 7 APRESENTAGAO [Nas ilkimas décadas o estudo da criminologia tem ganhado muito espago rio apenas no mundo jusidico, mas entre as ciencias biolégicas € humanas de modo geral,fato este comprovado recentemente pela inclusio da disciplina nos editais de concursos piiblicos, principalmente para as earreiras policiais Isso ocorre por conta da rela¢io direta existente entre a policia e a sociedade, além do fato de uma preoeupagio atual da Instituigzo para com ‘© melhor preparo possivel do profissional policial frente 2 alarmante ques~ io da criminalidade. A caiminologia cada vez mais vem angariando novos adeptos. Estudio- 08, 08 quais tg ~ cada qual em sua rea de atuacio ~ contribuido em muito para seu aprimotsmento através da intervenci0 no fenémeno criminal, busean- do no mais a tepressio do crime ¢ sim métodos preventivos para que ele no acontesa, pois como bem diz o insigne mestre ‘mais leis, mais penas, mais policiais, mais juizes, mais prises significam mais presos, porém, no necessa- Hiamente menos delitos” (Jeffry, CP). Ceiwirologs 1 0! [200% =eRRIOIMPSH Eowcal es YORSM | 8 Apresentagio on Histra Natural do Delta - 9 1. Historia Natura po Dettto ‘A evolugio do homem na sociedade dew-se através do desenvolvimento da ratio, A metida que se tansformava em uit se acon, o homem foi diferen- Giando-se de seus ancestais - os anims. Fato este em decoraéncia da vida em grupos, posteiormente em comunidades atualmente em sociedade ‘A integrasio social foi fundamental para o desenvolvimento ¢ evolugio do homem, entretanto, por conta deste ipo de relagio sempre que houvesse desas- monia nessa integragio, a agressividade existente em cada um de nds aflorava, ‘bem como o sentimento de nos vermos “vingados” em algumas situagdes, sur- gia, fazendo com que fosse criado um mecanismo competente para defender o individuo, seu patriménio € a comunidade promovendo ainda a vida pacifica ‘em sociedade. Surge assim 0 jus unind, ou seja, 0 direito de punir, materaliza- do através de kis penais fruto do dircito penal entio criado, uma vez que, se houvesse respeito a vida, 4 honra, 20 patriménio e demais direitos do cidadio, no seria necessiria a eriagio deste acervo panitivo, © cxime é algo muito antigo, do antigo que tsaz suas primeiras previsdes na Biblia com a morte de Abel por Caim. Acompanhando © homem através dos tempos, passou por alguns periodos no decorter da histia, 0s quais ve- remos a seguir Periodo da Vinganca + Reinado da Monarpuia Absoluta (séculos XV e XVI). Sistema penal caé: tico, arbitrario, eruel. Os eriminasos cram mutildas ou enti marcados com ferro em brasa, pais 0 fogo era considerado elemento purificador da natureza + Fase da vinganga privada: Lei de Talido, materializada no Cédigo de Hammurabi, onde caberia & vitima agir na proporgio da ofensa sofrida ~ “fazia-se justiga com as proprias mos”. Contava-se ainda com 0 institu: to da compesigio, onde o ofensor comprava sua lberdade, + Fase da vinganga divina: grande influéncia da religiio na vida das crim noses, cis que a sancio penal ficava a cargo dos sacerdates, o8 quails alegam que “a repressio ao crime € a satisfagio das deuses”. Ex: ordilias ‘ou juizo de Deus, onde aplieava 0 sofrimento fisico como intimida ainda como prova da culpa ou inocéncia do acusado. 10 - Histéria Natural do Delta + Pase da vinganga publica: a sancio passa a ser aplicada pelo Estado, 0 qual age em nome dos interesses da coletividade, Era o rei, principe ou imperador quem aplicava as penalidades, exercendo sua autoridade “em nome de Deus”. Pena de more era injusta e largamente aplicada Periodo Humanitario + Butado Literal (séeulos XVI ¢ XVII). Surge uma nova;forma de pensar devido a organizagio € crescimento da burguesia = lluminismo ou “Filo sofia das Luzes”, com John Locke como patrono, seus pensadores defen- diam ampla teforma do ensino ¢ critcavam a lgreja e a nobreze Deus era a expressio maxima da raza, era 0 exiador da lei. ‘Transformacio do diteito penal, através dos escritos de Montesquieu — o Exprit das kis que pregava a separacio dos poderes estatais como forma de fisealizagio de um sobre 0 outro; Voltaire que eriticava o clero © Rousseau com sua obra afirmativa de que a sociedade esta ligada por um ccontrato social — O wonirato social + Surge Escola Classica do Diteito Penal => Etapa Pré-Cientifica da Criminologia. Periodo Cientifico + Naturalis (séculos XVII e XIX). Com base na ceoria da evolugio — Charles Danwin © Lamarck, forma-se a corrente jusnaturalista do direito € © positivismo de Augusta Comte ‘A natureza humana basta para ser sueito de diteitos, sendo reconhecidos 6s direitos naturais inatos, + Surge a Escola Positiva do diteito penal => Etapa Ciensifica da Criminologia. Wistcia Natura do Dalit - a4 Esco CLissica Escots Postriva (Gee ei) (Gaulle) apa pe ten da criminteg Hapa denice da ining Bsns mo minds Bg, dau dogo. Basen ao méxlo empleo auange de ane lise observagioe indusio, ‘Sinbulins um mond abso, magico” ‘Simbu a pstgem par o mundo recom enn, ‘A pers cinta fnaidade absotuta (xing de justin late (evencio gl) mits Fade c exigencies). Serpe como fooma de combater riminalidade que 0 coaseaia ser didn pels Escola Cssen lig da jst wo ge dh bleed ‘A eauras que den ong an eine Frain element pra nesta. ie Ati, Demin, Mio hia penepario coma n inne do come onarent rns nem an ceo veo, Prope cam os aspecos socoligions € scolded eriminora. Dini se an dat perados FStco/ ico represen pot Cae Resa Jeo 0 rio presenado por Hanan Cara Rea iene de forma geod, cars 0 auslio de ivemss omar ence Incense Toiciadoces| ior Boncsna (laguts de Becca) Sur obea "Dor dedion e dis pense” ct 1764 oem bol den Worl panorama pal de Ep elec p= Ji pensaneto durant de Montesgiee Rowen vidumbro om soe fan nen pea sen pl Franeren Cara olden 0 crime usu ate aie fens do Est) ‘ec eaneinaea com“ nied edo Tema, poomaenda para pune a eg ‘aca doy idaios, rrclnae Ge UO AO ‘xtra haem, psi ow npr, inoralmente inguticle piieamene wo aes ee € ere ft ie emg 3 pol Gian Dewees Romagna 0 dita pseu area sconce man Tm ss Cede Din Pe rf ssa ue fim da pss & dest Groscedad ete cin «+ Jeroen: ens pe a pew se Sos pelt na eile a & cig enue pense isn clade Tnicadores * Ces Loeb: io pgs expen ‘do mira empin de elo dei Tale Gino cam atm etn 2 Antpel- (Gr Cini cnc Bg cine na Eas 1876 laa sn obra “0 hae dei ice” yu a de event 3 fw Jae Gola ss. Par ce 3 caine tn andameno bilge No eal vega seo staio do milieu © cigs Ramends Niza Rodkgas em 1991 sags buns 2 repansbade peal m9 Bet cones {4 pagulamente cs Leebnon doe Ta pleats hap via ins den poy Fada ota px i pospoale Unio Ferre alvogath, conse a diese toca par coinage. Casni Seopa da soc evi” atone de Sus msi “mens jsoga evil © mals inniga roi, Ha prin eecar alae Gari aici como ‘meat cio, cua» ce Pir Hig da ermine de be rnin, ft poo 4 el em 1885 expresso om nc 1 | | i | | cd Satins Embora hi quem considere 6 nascimento da eriminologia com o trabalho de Cesare Bonesana, academicamente para a grande maioria dos doutrinadores a certidio de nascimento da criminologia ocorre com a publicagio da obra de Lombroso em 1876, cuja tese principal era a do delingleate nato. Isto ocorte vido & divisio do estudo em duas importantes etapas — pré-cientifica ¢ cien- tifica — cujo diferencia é a passagem da especulaco deduce para a observa- io e anilise do fenémeno criminal, para somente entio, induzir ¢ estabelecer regtas preventivas. A linha divisGria entre tais escolas foi dada pela Estatistica Moral ou Escola Cartogrifica, fundada por Garry © Onetiet precursores do Positivismo socioldgica © do mécado estatistico, para os quis o delito € um fendmeno coletivo, constante € regular regido por leis natursis como qualquer ‘outro fatcr de natureza (natalidade, chuvas etc) esigindo uma andlise quantita- tiva para serem identificados. Representa uma inevitavel ponte entre criminologia clissiea € a positiva Concoito - 13 2. Concerro Etimologicamente, a palavra Criminologia deriva do latim erimen (ct: me, delito) ¢ do vocabulo grego dao (tratado), sendo 0 antropélogo francés Paul Topinaed o primeizo a utilizar este termo que apenas adquire reconheci- mento oficial como ciéneia com a obra Crininalagia publicada por Rafaelle Garéfalo em 1885, Para o mestre Antonio Gareia-Pablos de Molina, ciminologia é a “tfncia npn ¢interceiplinar qu soca da etd do erie, da pesoa do ifrato, da wtina do conte social do compartameato dektvo ¢ que sata de subministrar uma informasto lide, consiratada, sobre a ginese, dinéwica ¢ varies princpais do crime ~ contemplado ste como problema individual « coma problema socal ~ assim cono sobre pregramar de prevengio fc, do mesma e thnicas de interengo positina no homer deingentee nos cdversos modelos on sistemas de respota ao del Concluindo desde logo que, apresenta esta definicio algumas caracteris- ticas fundamentais do seu método (empitico ¢ interdisciplinar), antecipando seu objeto de estudo (andlise do delto, do delinquente, da vtima e do controle social) ¢ suas fangs (explicar € prevenir o crime ¢ intervie na pessoa do infra- tor, avaliando os diferentes modelos de resposta 20 crime. Nesse sentido, apesar da proximidade do Direito Penal com a Criminologia a realidade de interpretacio ¢ 4 metodologia de ambas as matérias so por demais antagdnicas. @OWTRATIAS ) Assim, distingdes precisas entre essa ciéneia ¢ © Diteito Penal foram surgindo ao longo dos tempos, raz40 pela qual deixou a criminologia de ser ciéncia ausiliar do direito penal passando a ciéncia autaoma mantendo, en- tretanto, 2 interdependéncia reciproca com as ciéncias penais — 0 herco de sua criagio, Vejamas: 0: AWALSE, ORSERUNGAG ,Mrugie cupie L Dinero Pewat (Crrmanovocta jou ben ans wawkwenT ? rnoco de bins essncsh a0 ermvniog | Pacem do del & um de xan pps sociedade, Langando mio das sangées pe- | abjetives. peer ts cia cond soles Nido dagndsic do enimen criminal | Fas 0 dagndstico do cme © tpologia do timinoso,asasando © mein em que vive, seus uniecedentes empcionas, motvagbes Ao rime. x Preveupa-se micamente com a dagen, | Tasca conhucee a wealdade para intespacth isu €, cam o crime enguanto fits desesio | Ia e erat whueses pars prevent © lio ‘81 momma legal, para descobrir sun adoqua- | vtandso progress. ‘ia ties Fa eines nonnative do DEVER SER, | a efacn nomatva do “SER™ Indagacio feita diurumnamente € o fato de ser ou no a ctiminologia uma iéncia. Tal resposta ¢ obtida com a simples anilise de dois requisitos primordi- sis para determinado estudo ser consagradlo como ciéncia, qual seja, 0 fato de basear-se em um método de estudo possuir uma finalidade, Assim, comprova- do resta sero estudo do crime uma ciéncia, uma vez que norteia-se pelo método empitico de trabalho buscando comprecader a realidad pata ctiar solugdes pre- ventivas a0 combate da criminalidade (finalidade). Métodos de Estude = 15 3. Méropos pe Estupo A) Empirismo. Heranga das pesquisas lombrosianas, 0 método de estudo ut lizado pela Criminologia & o empiric, isto é , aquele onde somente através da anise ¢ da observacio podemos chegar a uma conclusio, que se dara por meio Vitimas inocentes: sendo aquelas que nto contributm de qualquer ‘modo para o fato delituoso, Exemplos:vitima de maus tritos, extorsio mediante seqiiestro, assédio moral, ataque de animal, preconceito acial etc > Vitimas natas. as que contsibuem para a ococécia de uma infragho penal «em decorréncia de sua petsonalidade agressiva que acaba por instgar sew aconte- cimenta, Sto também denominadas vismas provocacoras ou menos culpada que © delingiiente, pois em muitos casos adotam comportamentos inadequados que Jevam 0 criminoso 4 praticar 0 ato lesivo deseneadeando © que se denomina perigee sitinal, considerada 2 ecapa inicial da visimizacio. Exemplos: crimes de triasito (agressio por conta da “batda”),estupro Govem exibindo cozpo com [Poucos tajes 20 praticaresporte em um parque piblic},roubo a transcuate (que, ‘ostentando jdias ou celular de alta tecnologia caminha pela via pablica) ou em interior de veiculos (GPS ou DVD no painel do veiculo com os vidios sberos). > Vitimas omissas: si aquclas que permanecem silentes, nio comuni cando a pritica delitva sofrida 4 auroridade pabliea competente, tazendo com que nio se tome ciéncia dos fatos estimulando assim os delingientes em suas praticas ctiminosss. Exemplos: pequenos furtos, crimes e abusos sesuais, vio- encia doméstica > — Vitimas da politica social sto as vitimas do Estado, que em vista da impropridade administativa de alguns administeadores faz. com que a popula io pagadora de impostos tenha ainda que arcar com gastos particulares na satide, educagio e seguranga, uma vez que no podem contar com a amparo do Estado nesta questio, devido 4 ma qualidade da prestacio do serviga. > Vitimas inconformadas ou atuantes: si aquelas que buscam incansa: velmente a reparacio judicial pelos danos sofridos, comunicando © fato as ait toridades piblieas, contratando advoyados ou ainda buscando outras vitimas de crime idéntico ou similar 20 praticado contra si. Exemplos: integeantes de es de Protecio As diversas modalidades de vitimas (acidente aérco, crime de teinsito, crime passional) ete OE content dn Comeurene Vitimologla - 43 Para Mendelson: > Visine completamente inocente: & a vitima ideal, que nio tem pastci pagio alguma no crime. > Virima menos eulpada que o delingitente: & a vtima descwidads, que de alguma forma conteibui para 0 evento criminoso, seja freqientado locais perigos0s, scja falando para estranhos sobre seu patriménio etc > Vitima téo culpada quanto o delingtiente: é aquela onde sem sua con tribuicio o crime nio teria ocortido, como nos casos de corrupezo, abosto con. sentida ou ris > Vitima mais culpada que o delingitente: nos casos dos crimes pratica- ddos pds injusta provocacio da vitima, tornando-se crimes privilegiadas tendo sua pena reduzida > — Vitima como tinica culpada: sempre-que houver revide a injusta agees- so, ou seja, quando o agressor agi em legitima defesa. Neste caso a vitima soft a influéneia de seu proprio ato. Ha ainda as hipéteses de vikima de homi- _wttima primiria: & 4 pessoa que softe a agio delituosa, ou seja, 0 sujeito assivo do crime > vitina secundisia (sobrevitimizagao): ocorre quando a vitima amarga conseqiéncias outras do delto que nio a propria acio delitiva. E-um softimen- {0 adicional que os érgios piblicos, 2 impreasa e a sociedade provocam. Ea pior das vitimizagdes e esti vinculada ao fendmeno das cifras negras (conjunto de crimes que nio chegim a0 conhecimento do Estado, pois muitos cidadios ‘optam por niio apresentarem queixas de pequenas ocorténcias concortendo para 1 distorgao das estatstcas ¢ para redugio dos meios e recursos disponibilizados para melhorar a seguranca das pessoas e da comunidade) > vitima terciéria: é a estigmatizacio social sofrida pelas vitimizagdes pri méria € secunditia. E a rotulagio da vitima pelas pessoas, causindo-lhe muitas vezes vergonha ¢ humilhacio, > uitima indireta: é a vitimizacio de pessoas préisimas ou ditetamente ligadas 4 vitima, como seus familiares, parentes € amigos, E> central de Concursos — Vitimotogia = 45 Crimes com a participagio ativa da vitima Sto eles o homicidio privigiada (art. 121, §1°) a0 diminuit a pena do agente «gue impclido por motivo de relevante valor social, ou sob o dominio de violenta emogio — logo apés injusta provocagio da vitina — pratica 0 crime; o bora consentido (art. 124 € 126) onde a gestante intcrromipe a prdpria gravider ou permite que outem a interrompa, desde que nio eaructetize abort legal (necessé- 50 ou sentimental) a sixa (att. 137) que eonsiste na brign entre mais de doas pessous, isto é, trés contendores; 0 ¢stelionato (art. 171) onde a tompeza bilateral ‘a maloria das vezes esti presente; a corsupcio passiva ¢ ava (art. 317 ¢ 333) solictando ou rceebendo 0 servidor pablico vantagem indevida em razio de sua funcio bem como a0 ofezecer ou promerer vantagem indevida a servidor piiblico para que deixe de realizat ato de oficio, respectivamente,¢ por fim o curandeirsmo previsto no artigo 284 todos do Cédigo Penal, onde hi a inabiltasao profssional or parte do agente que, presereve, ministsa, aplica substincia ou diagnostics docngas por meios nio reconhecidos pela medicina mediante remunesagio ou ddoacio da vitima que contsbui para ensténcia desta figura tipi. Avitima ea Lei Embora 0 xs punend isto €, 0 diteto de punie pertenga 40 Estado, em alguns crimes determina nosso diploma penal vigente ~ Cédigo Penal, que caberi vitima manifestar seu descjo em ver 0 criminoso processado para que o ingué- rito policial e a aco penal sejam instaurados, a0 que denominamos de repre- scatagio ou oferecimento de queixa-crime, conforme o caso Nos crimes contra a honra (cakinia, injsia e difamagio), por exemplo, spe 0 sutigo 145 do Codigo Penal que tis ctimes somente se procede mediante qua da ‘itima a qual deve ser oferecida dentro do prazo de seis meses a partir do conheci- ‘mento da autoria tornando a aco penal privada. Jé no crime de lesio corporal culposa, materalizada por uma lesio decorrente de colisio de veiculos, por exern- plo, requer a legislacéo uma ‘autorizagio’ denominada juidicamente de npreente sada vitima ou sea representante legal para que se dé inicio ao procedimento penal Isto ocorre porque muitas veres os efeitos do inquérito policial e do proces: 30 penal, sio, aos olhos da vitima, muito piores que a propria acio delituasa sottida, O fato de vivenciarem novamente a situagio delitiva ao nazzat 4 au- toridade policial os fatos; a estigmatizagio softida pelos membros de scu con vivio social ou os rumores e escindalos decorrentes da publicidade do erime sio elementos que obrigaram o legislador a transferir a decisio da instauragio do processo a0 ofendido. Outrossim, insticutos do diteito penal como o arrependimento posterior o ainda 2 reparacio do dano devem ser mencionados também no estudo da vitima e seus aspectos, pois geralmente entre a restituigio do bem ~ nos eximes b 46 - Vithmetost patrimoniais prasicados scm violéncia contra a pessoa ~ e a punigio criminal do autor, preferem Js vitimas a primeira opcio. Assim, por questées de politica eriminal,reza o artigo 16 do Cédiga Penal que ‘nos crimes comtidos sem violin ou grave ameaza i pesoa, rparada 0 dano on rstitda 4 coisa até 0 reebimento da dewincia ow da queixa, por ato vobuntinio do agent, a pena sen reduc de ua a dis ters" Igualmente, o artigo 74 © parigrafo tnico da Lei 9.099/95egue instituiu 0 jnizados especiais assegura que a composigio dos danos civis, isto & a repara- ‘0 do dano quando teduzida a escrito homologando 0 aeordo, acarretari re- nincia da vitima 20 diteito de queixa ou representagio. Ji 0 Céxlgo de Defesa do Consumidor, Lei 8078/90 assegura que havendo danos causados a0s consumidotes, o fomecedor dev. indenizé-los em sua integralidade centze outras previsdes em prol do consumnidor hipossuiciente-vitima Hii ainda a Lei 9.807/99 que dispSe sobre protegio de vikimas e testemunhas de crime, a Lei 9.505/95 que insttuiu 0 Céxligo de Teinsito Brasileiro que em seu artigo 297 faz previsio de multa reparat6ria, consistindo esta no pagamento i vitima sempre que houver prejuizo demonstrado no processo, a Lei 9.605/98 prevendo no mbito dos crimes contra o meio ambiente a pena pecuniicia auavés de pagamento em dinheiro a vitima ou entidade piblica ou privada de acordo com o artigo 45, §1° do Cédigo Penal a sexem fisados pelo juz . DECLARAGAO UNIVERSAL DOS DIREITOS DA VITIMA RESOLUCAO N° 40/34 DA ASSEMBLEIA GERAL DAS NAGOES UNIDAS, DE 29 DE NOVEMBRO DE 1985 A Assembléia Geral, Lembrando que o VI Congresso das Nagdes Unidas sobre Prevencio de Deli- to € Tratamento do Delingitente recomendou que as Nagdes Unidas continuas- sem com seu atual trabalho de elaboracio das diretsizes e normas acerca do abuso do poder econtimico e politico; Consciente de que milhides de pessoas no mundo sofrem danos como resulta: do de delitos ¢ do abuso de poder e de que as dircitos dessas vitimas aio sio adequadamente reconhecidos; Reconhecendo que as vitimas de delitos ¢ as vitimas do abuso de poder, € freqiiencemente cambém suas familias, as testemunhas € outras pessoas que thes prestem auxilio, estio expostas injustamente a perdas e danos ou prejuizos -~ Vitimotogla - 47 € que, slém disso, podem softer dficuldades quando comparccerem 20 julga mento dos delingjicates: |, Afirma a necessidade de que sejam adotadas medidas nacionais e intcrnacio- nais a fim de garantit o reconhecimenta ¢ o respeito universais e efetivos dos direitos das vitimas dos delitos ¢ do abuso de poder. 2. Destaca a necessidade de promover o progresso de todos os Estados nos esforgos que realizem nesse sentido, sem prejuizo dos ditctos dos suspeitos ou delingiientes, 3. Aprova a Declaracio sobre os Principios Fundamentais de Justica para as Vitimas de Delitos ¢ do Abuso de Poder, incluida como anexo da presente Resolugio, que tem por objetivo ajudar os governos e a comunidade interna- ional em seus esforcos para garantir a justica e a assisténcia as vitimas de dalitos ¢ as vitimas do abuso de poder. 4. Insta 20s Estados-membros pata que tomem as medidas necessiias para por fem vigor as disposigdes contidas na Declaragao ¢, a fim de seduzit 0 nimmero de witimas a que se faz referéncia mais adiante, a esforgar-se para 4) aplicar politicas sociais, sanivirias, inelufda a sadde mental, cducativas ¢ ‘econdmicas ¢ politicas drigidas especificamente & prevengio do delito com 4 finalidade de reduzir 0 nimero de visimas e estimular a assisténcia is vitimas que dela necessitem; by promover os esforcos da comunidade e a participagio da populagio na prevencio do delito; ) examinar periodicamente sua leislagio e priticas vigentes a fim de adapt las as cicunstincias variances, e promulgar e fazer curmprir kis pelas quais scjam proscritos os atos que infrinjam normas internacionalmente reco- shecidas relativas aos direitos humanos, & conduta das empresas ¢ outros busos de poder; 4) criar € fortalecer 05 meios para detectar,julgar © condenar os culpados de delios; ©) promover a revelagio da informagio pertinente, a fim de submeter 0 com- Portamento oficial e 0 comportamento das empresas a exame publica, ¢ ‘outros meios que atentem mais com as inquietagdes da populscio; 9) fomentar a observincia dos cédigos de conduta e principios éticos, em Particular as normas internacionais, pelos funcionirios pablicos, inclusive © pessoal encarregado de fazer cumprir a Ii, 0 correcionsl'o médico, o dos servigos sociais ¢ © militar, assim como os empregados das empresas de ®) proibie as pritcas ¢ os procedimentos conducentes a0 abuso, como 0s liga: res de detengio sccretos ¢ a detengio com incomunicabilidade; sent h) cooperar com outros Estados, mediante a assisttncia judicial ¢ administra ‘iva métua, em assuntos tais como a busca € o julgamento de delingiientes, sua extradigio © a expropriagao de seus bens, para destini-los ao ressarci- mento das vitimas, 5. Recomenda-se que, nos planos internacional ¢ regional, sejam adotadas t0- das as medidas apropriadas tendentes 2 4) promover as atividades de formagio destinadas a fomentar o respeito is ‘otmas © principios das Nagdes Unidas € reduzir os possivgis abusos; b) patrocinar as investigacies priticas de cariter cooperative sobre os meios dé reduzit 0 niimeso de vitimas e prestar auxilio as vitimas, ¢ promover inter- cimbios de informagio sobre og meios mais eficazes de alcancar esses Fins, ©) prestar ajuda direta aos governos que a solicitem com intuito de ausili-los 2 reduzir 0 mimero de vitimas e alviar a situagio das vitimas; 4) estabelecer meios de propiciar recursos is vitimas quando os procedimen- tos nacionais resultem insuficientes; 6, Pede 20 secretitio-geral que solicite aos Estados-membros que informem. petiodicamente & Assembléia Geral sobre a aplicagio da Declaragio, assim ‘como sobre as medidas que adotem para esse fim, 7. Pede também a0 secretivio-geral que aproveite as oportunidades que ofere- com todos os drgios ¢ organizacées pertinentes a0 sistema das Nagées Uni das a fim de dar assisténcia aos Estados-membros, quando for aece fim de melhorat os meios de proteger as vitimas em nivel nacional e median- te a cooperagio internacional, 8, Pede também 20 secrevisio-geral que promaca os objetivos da Declara- io, buscando principalmente que a difusio desta seja feita 0 mais am: plamence possivel. 9. Solicita aos dugios especializados, outras cntidades ¢ organismas do sistema das Nagdes Unidas, © a outras organizagdes pertnentes,intergovernamentais € no governamentais, assim como & populacio em ger, sua cooperagio na aplicagio das disposigdes da Declaragio. itimotogia - 42 ANEXO DECLARAGAO SOBRE OS PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS DE JUSTIGA PARA AS VETIMAS DE DELITOS E DO ABUSO DE PODER As vitimas de delitos 1, Entende-se por vitimas as pessoas que, individual ou coletivamente, tenham sofrido danos, inclusive lesdes fiseas ou mentais, softimento emocional, perda financeira ow diminuigio substancial de seus diteitos fundamentais, como conseqiténcias de agdes ou omissdes que violem a legistacdo penal vigente 1nos Bstados-membros, incluida a que proscreve o abuso de poder. 2. Poderi ser considerada vitima uma pessoa, de acordo com a presente Decla- racio, independentemente de ser identifieado, detido, julgado ou condenado © perpetrador ¢ independentemente da relacio familiar entre perpettador e a vitima. Na expressio “vitima” estio inclufdos também, se fot 0 caso, os familiares ou pessoas dependentes que teahatn relacio imediata com a viti- ima diteta ¢ as pessoas que tenham sofride dans ao intervir para dar assis- ‘téncia a vitima em perigo ou para prevenir a acio danificadora, 3. As disposiges da presente Declaracio serio apliciveis a todas as pessoas sem distincio slguma, quer seja de raca, cor, sexo, idade, idioma, religiio, nacionalidade, opinito politica ou de outta espécie, crengas ou priticas cul. totais, situagio econdmica, nascimento ou situagio familiar, origem étnica 6 social, on impediment fisico. Acesso i Justiga € tratamenta justo 4. As vitimas serio tratadas com compaisio e respeito por sua dignidade. Terao citeito de acesso 20s mecanismos da Justica € a uma imediata reparagio do dano {que tenham softido, de acordo com o disposto na legislagio penal nacional Serio estabelecidos e reforgados, quando for necessirio, mecanismos judici- ais © administrativos que permitam as vitimas obter repasagio mediante pro- cess05 oficiais ou oficiosos que sejam expedidos, justos, nao muito onerosos © acessiveis. AS vitimas serio informadas sobee os seus diteitos para obter reparacio mediante esses mecanismos. 6, Seri facilitada » adequagio dos processos judiciais © administrativos as ne- cessidades das vitimas: 8) prestando informagdes sobre © seu papel e a respeito do alcance, do desen- volvimento cronoligico ¢ do andamento das atuagies, assim como da decisio de suas causas, especialmente quando se trate de deliros graves € quando tc- ham soliciado essa informacio; cs € preocupardes das vitimas sejam apresentadas € ‘examinadas em etapas apropriadas das atuagSes sempre que estejam em jogo seus intcresses, sem prejuizo do acusado e de acotdo com 6 sistema nacional da justica penal correspondence; ©) prestando is vitimas assisténcia apropriada durante todo o processo judicial; d) adotando medidas para minimizar os sofrimentos causados as vitimas, prote- get su intimidade, se houver necessidade, e garantir sua seguranga, bem como a de seus familiares e das testemunhas em seu favor, contra qualquer ato de intimidagio e represilia; ©) evitando atrasos desnecessirios na resolucio das causas e na ekecucio dos mandados ou decretos que conceclam indenizagées as vitimas. 20 utilizados, quando proceda, mecanismos oficiosos para a solucio das controvérsias, ineluidas a mediagio, a arbicragem ¢ as priticas de justiga consuerudiniris ou autSctones, a fim de facilita: a conciliacdo ¢ a repasacio em favor das vitimas. Ressarcimento 8, Os delingiientes ou terceiros responsiveis por sua conduta ressarcitio equitativamente, quando proceda, as vitimas, seus familiares ow as pessoas sob sua dependéncia, Esse ressarcimento compreenderi a devolugio dos bens ou pagamento pelos danos ou perdas sofridos, 0 reembolso dos gastos realizados em conseqiiéneia da acio que a vitimou, a prestagio de servigos € a testituigio de direitos 9. Os governos reverio suas priticas, regulamentagées ¢ leis de modo que se considere 0 ressarcimento como uma sentenga possivel nos casos pensis, além de outras sangées penais. 10. Nos casos em que scjam caussdos danos consideriveis ao meio ambiente, 0 ressarcimento cxigida compreenders, na medida do possivel, a reabilitacao do meio ambiente, a reconstrugio da infraesteuruta, a reposicio das instala- ‘GOes comunitirias © 0 reembalso das despesas de rcurbanizacio quando es- tes danos causem ad “io de uma comunidade. 1, Quando funcionitios piiblicos ou outzos agentes que atuem a titulo oficial ‘ou quase-ofical tenham violado a legislagio penal nacional, as vitimas serio ressarcidas pelo Estado eujos funcionarios ou agentes tenham sido respon siveis pelos danos esusados. Nos easos em que ji no exista © governo sob euja auroridade foi produzida 2 a¢io ou omissio danificadora, o Estado e 0 overno sucessor devera prover a ressarcimento das vitimas. Indenizagio 12, Quando nio for suficiente a indenizagio procedente do delingiiente ou de foutras Fontes, os Estados procurario indeniaar financeiramente: 4) as vitimas de delitos que teniham softido importantes lesdes corporais ou debiltagio de sua saide fisica ou mental como conseqjiéncia de delitos graves, b) a familia, particularmente as pessoas dependentes das vitimas que tenham sido mortas ou fieado fsica ou mentalmente incapacitadas como conseqiéncia da acio danificadora; 13, Sera fomentado o estabelecimento, 0 reforco e a ampliagio de fundos naci- ‘onais para indenizar as vitimas. Quando proceda, também podetio ser esta- belecidos outros fandos com esse propdsit, incluidos os casos nos quais 0 Estado de nacionalidade da vitima nio esteja em eondligdes de indenizi-la pelo dano sofrido. Assisténcia 14. As vitimas receberio assisténcia material, médica, psicaldgiea e social se for necessiria, através dos meios governamentais, voluntirios, comunitirios € autéetones. 15. As vitimas serio informadas a respeito da disponibildade dos servigos sanité- tos € sociais ¢ demais assisténcias pertinentes ¢ se facilitard seu acesso a cles. 16. Seri dada 20s integrantes da Policia, da Justiga, da sade, dos servigos socits ¢ as demais pessoas interessadas, eapacidade que os tome recept- vos is necessidades das witimas e divetrizes que gacantam ausilio apropti- ado € rapido, 17. Ao proporcionar servigos € assisténcias as vitimas, se prestard atengio is que tenham necessidades especiais pela indole dos danos saftidos ou devido a fatores como os mencionados na 1.°3 supra. As vitimas do abuso de poder 18, Seto consideradas vitimas as pessoas que, individual ou coletvamente, te ‘tham sofiido danos inclusive lesdes fsicas ou mentais, softimento emocional, perda financeira ou diminui¢io substancial de seus direitos fundamentais, ‘como conseqiiéncia de agdes ou omissdes que no cheguem a constituir vi- ‘olagaes de dircito penal nacional, mas violem normas internacionalmente reconhecidas relativas 20s direitos humans. 19. Os Estados considerardo a possibilidade de anexar & legislacio nacional rhormas que proscrevam os abusos de poder e proporcionem recursos is viti- ‘mas desses abusos. Particularmente, esses recursos incliitio o ressarcimen- to € a indenizagio, assim como a assisténcia eo apoio materiais, médicos, psicolégicos © sociais necessirios, 20. Os Estados considerario a possibilidade de negociar tratados internacio- nais multilaterais rclativos 4 vitimas, definidas no a> 18, 21. Os Estados fario tevisio periédica da legislagio e da pritica vigentes pata assegurar sua adaptacio as circunstincias variantes, promglgatao ¢ apliea- Fo, se for 0 caso, leis pelas quais sojam proibidos os atos que constituam sggaves abusos de poder politica ou econdmico e scjam fomentadas medidas ‘© mecanismos para prevenir esses atos, facilitando-lhes o seu exercicio. Prognéstico Criminotégico 2. Procnostico CRIMINOLOGICO Segundo 0 dicionirio Auréio, progmdstico consiste em um parecer médico acerca do seguimento ¢ desfecho de uma doenge. Em se tratando de prognds- ico criminolégico aorscando-se pela base juridica de nossos conhecimentos ¢ teansportando para a realidade brasicira, podemos afirmar ser este 0 popular- mente conhecido “exame eriminolégico” previsto nos artigos 5° e 6° da Lei de Exceugio Penal ~ Lei 7210/84. Trata-se de uma avaliagio feita em conjunto por equipe interdisciplinar de psicslogos, psiquiatras ¢ assstentes socinis. E uma periia reaizada quando da entrada do individuo no sistema carcesitio, pela Comissio Técnica de Classifi- cagio (CTO) que elaborari © programa individualizador © acompanhari a exe~ cugio das penas privativas de Uberdade € resttivas de direitos, devendo pro- por & autoridade competente, as progressdes e regressbes dos regimes bem como as converses, indicando uma conduta a ser tomada quanto 20 preso 2 uma garania que 0 Estado_Juiz possi para a concessio da liberdade a um condenado, pois nio seno 0 magitrado perto em céncasbiliyicas, 0 do téenico Ihe dard melhor soporte para formar sen coavencimento e frmar sa decsio. Importantesaientr que 0 magistado nio fica adstrto 9 Ido, Referido esame é sealizado em dois momentos: Inicio do Cumprimento da Pena: o coesado co cumprinenty de pena priativa de berdade, om rain fchado, deve ser submetido a exane eriminallgo para a ebencio dos elementos necesris a waa adeguada casfeaa som vistas & indvidualcaio da expo — Artigo 8° da Lei 7210/84. + Para Obtengio de Beneficio: para rexiero lsramento condonal, 0 condenade ‘bor cine dolose, anelido come vioknia on grare ansasa d pesos, deve demonstrarcondi- es pessoas que Joga presumir que no valent a debngnir ~ Axtivo 83, parigrafo Xinico do Cédigo Penal Doutrinariamente, nos ensina Mirabete que “no exame eriuinaligiee, a persoual- dade do erininaso & examinada om relagéo a0 eine em conceta, a fato por ele pratcada, pretendondose, com itso eplcar a ‘dndmica eriwinal (diagnistco eriminaligia), propanda ‘medidas recuperadoras fasistinia eriminiérea)’e a avahacko da possiildadt de dein: ‘gir (ragnéstce vival)” Para Paulo Liicio Nogueisa “secon eninialigice cond classifica do condena- do para a desiquaio do establecinento adequado « ezalba das mitados de tratamente, pais ee 6 cobeineto da pralidade da reo a praia do ew tratamento tm en sta Jnstamete sua resaabapie”. E-contioua © dovtsinader, “nm tpn 0 angles ‘amprineto den resto dl ena pode ensgiar a presi, ps eondnade dese cmp peo manos ese lepen temporal ue nen sempre pode ser stietcn, dadh 0 onan da ‘ene oplcada,E tambin, dese ralar mareinent, 0 gue dase prado aa de ua esonaliade nia cpenet do en componamente renin, pus ete tnd dee ‘metosperigsosdenonstraren bam conpartamento a prise, 0 qe Rio dies de er terdadia simula” hy Ocorre. enirctanto. que a Lei 10,792/05 slterou o artigo 175 da Li de Exe- sucio Penal extinguindo oexame criminologin pata fins de progressio de 1 me ou mesme para concessi de outs henefivins que aie eno 0 esi bastando apenas o atesado_de bom comportamenta carceriiofrmaso pelo diretor do estabelecimento prisional, Contudo, conforme posicionamento do excpresidente.e ministto da ST] = Raphael de Barros Monteiro, pode. 1h.o magistrado detecminar a sua realizacio se entender necessiria pata 1 formacto de seu convencimento desde que o face por meio de deviséa jentada c nas peculiaridades do caso em concreto, OE contest te trnrurcne ~ aT Prevengdo do Delite - $5 1G. Prevencéo po Detito ‘Como bem indaga Renato Sécrates Gomes Pinto, em artigo publicado em ste iutidico, por que a criminalidade e a violéncia se multiplicam em pleno terceio rilénio, com a humanidade jé num estigio avangado do processo civilizatério? E por que a prisio, algo to negativo, cruel, desumano, degradante ¢ ineficaz, ainda é praticamente a Gnica resposta penal contemporinea & ctitminalidade? E ponvel pensar um outro modelo de justia criminal que sia capar de ofrecer algum spo de coatrole sobre as privcasdelitaosas, que sea capt de sathaner efecvamente as vias e, a0 mesmo tempo, prevent a ocorrénca de novos crimes? © que sabemos é que existe um consenso geral em reconhecer que a preven- ‘s20 do delito constitu um dos principais objetivos da criminologia, afirmando- se com freqiiéncia que é melhor prevenie 0 crime do que reprimi-lo. De forma ‘mais concreta, quase todos os especialistas na matéria estimam que a preven- 20 do delito representa, senio a principal funsio, pelo menos uma das mais imporcantes e tradicionais da atividede polical Mesmo certos filbsofos tendo abordado tal questo hi muito tempo, « preocupe- ‘0 com a prevencio do delito € uma tendéncia atual ¢ nunca esteve tio em moda na seatajuridica. A nocio de prevengio do delio aparece timidamente com a esco- la elissica, segundo a qual a pena excrce uma importante fungio de intimidacio _geral, mas tem a sua verdadcira origem na escok positiva de finais do século XIX. crime é um “problema” interpessoal e comunititio nos dizeres do iosigne Luiz Flivio Gomes. Um problema da comanidade que nasce na comunidade € que deve ser resolvido pela comunidade. Para o mesire, “a Criminologia classica contemplou o delito como enfrentamento formal, simbslico € direto entre dois rivais - 0 Estado € 0 infra for ~ que lucam entre si solidariamente, luta esta incondicionada a submissio do vencido & forga do Estado. A reparacio do dano eausado a vitima nio inte tessa, tampouco a ressocializagio do infrator Ji a moderna Criminologia, pelo contcitio, é mais ativa no que tange a0 aco dclitivo, preocupando-se com seus protagonistas além de destacar 6 lado human € 05 problemas relacionados aos custos deste doloroso problema. Para esta, apenas 0 castigo ao infrator nio resolve a questi, Ressocializar 0 delingiiente, reparar 0 dano a vitima e prevenie 0 problema si0 0 imago deste estudo, sendo considerado assim, 0 enfoque mais sutisfatério e adequado is exigéncias de um Estado Democritica de Direito”. Formas de Prevengio do Delito Como conccito de prevengio, devemos compreender como 0 mero eftito dissuasrin da pena, onde dissuadir o infracot consiste em The desmotivar € 0 amea- ‘car com a imposigfo do castigo. Para alguns, € sind, nfo uma forma de evitar 0 dlelio mas sim de evitar a teincidéncia do infrator teetanto, criminologicamente considerando, prevenir o delito é algo mais ¢ também diverso que apenas dificutar seu cometimento através da imposicio de obsticules no ceniio do crime ou dissuadir um infrator potenc®leom a ameaga do castigo. Faz-se necessirio uma interveacio mais dinimica’e positiva que neutralize suas causas. Outrossim, corroborando com Garcia-Pablos, deve ha- ver uma mobilizacio de todos os serores comunititios para enfientar solidaria- mente esse problema social, nfo interessando a prevencio exclusivamente aos Poderes Paiblicos, 20 sistema juridico, sendo a todos — comunidade inteira. + PREVENCAO PRIMARIA > — € amis eficaz das trés modalidades de prevencio do delito; > ania de médio a longo prazo; > exige prestagdes sociais ¢ intervengio comunitiri, alo bastando a mera dissuasio; > Ecomposta por agdes ditigidas a0 meio ambiente fsico c/ou social, com foco prioritirio nos fatores de risco ¢/ou de protecio no meio ambiente urbano, no qual ocorte a criminalidade e a violéacin > materializa-se, por exemplo, nas oportunidades de educagio e trabalho oferecidas na comunidade (agdes tipicas de prevencio social); > ainda através de limitagio e controle do uso de armas, modifieagio de horirios ¢ locais de atividades econémieas, sociais ¢ culturais e aumento da vigilincia; > por fim, estratégias de politica culearal, econémica ¢ social, com objet vo tinico de dotar os cidadios de eapacidade social para superar de forma produtiva eventuais conflitos, + PREVENGAO SECUNDARIA > tua posteriormente, apenas quando jé of > opera a curto de médio prazos; > _engloba a politica legisaiva penal assim camo a agio policial, pois é eom- posta por agi dirgidas a pessoas e grupos mis suscesveis de prticar ou $0- fier erimes € violéncias e aos fatores ie eomtsibuem para sua vulhessbilidade e/ ou resilncia, visando evita © seu envolvimemto com 0 erime e a voléncia Ov limiar os danos eausados pelo scu cavolvimento com 0 erime e a violinca, > suas agdes preventivas sio geralmente diigidas 20s jovens ¢ adolescen- tes, € a membros de grupos vulneriveis e/ou em situacio de vsco, inlusive ido 0 contflite criminal; Provencio do Delite - 57 criangas, mulheres ¢ idosos em e250 de violéncia doméstica ou intrafamiliar, mulheres em easos de violéncia de géncro, ¢ afto descendentes em casos de violencia contra minotias + PREVENGAO TERCIARIA > a nica das formas de prevengio que possui destinatirio identifcivel ~ 0 recluso — bem como objetivo eerto — evitar a reincidénci; > possui forte carter punitivo; > composta por agdes dirigidas a pessoas que ji praticaram crimes € vio- lencias, visando evitar a reincidéncia e a promover 0 seu tratamento,reabili- tacio € reintegracio familar, profissional ¢ socials > visa evitar a repeticio da vitimizacio e a promover 0 seu traamento, reabilitagio e reintegracio familiar, > a preveagio do cxime e da violéncia pode ser realizada por distibuicio de acies em algumas ieas teméticas especificas, como comunidad, ferf- lia, escola, trabalho e geragio de renda, policia, justiga criminal, sistema prisional ¢ sadide Salienta-se que todo projeto de prevengio situacional compreende visas eta- pas, onde num primeito momento se obtém informacao sobre « natureza e di mensio do problema deltivo. Postesiormente, analisam-se as condicées que permitem ou facilitam a pritica de delitos no ambico examinado, em seguida levase a cabo 1m estudo sistemitico dos meios, estratégas e inicatvas capa- zs de bloquear as oportunidades existentes, optando-se pelas mais promisso rs, econémicas e simples. Finalmente, avaliase a experiéncia, introduzindo-se mudangas necessirias em funcao de resultados obtidos. Inobstante, hi numerosas tenicas de prevengaa situacional, cvjos quatso principals grupos, sto: + ESFORGO Por esta técnica, pretende-se dificultar a pritica do delito pelo infrator. Isso pode ser alcangado, alterando-se 0 cenario eriminal, por exemplo, mediante ins- talagio de barreias fisicas como cadeados, cereas elétricas, alarmes, por meios de obsticulos materiais como muros, portas, ou ainda por meios pessoais com porteicos, vigilantes, recepcionistas etc + RISCO. Auravés do controle de entradas ¢ saidas, cuja finalidade no € excluir pessoas ‘io desejadas, mas sim incrementar 0 risco de detencio daqueles que no cum. ‘prom os requisicos para acessar ou abandonar um determinado espaco. Sio exer plos, os dispositivos de seguranca utilizados por estabelecimentos comerciais —_ ros produtos expostos & venda, procedimentos convencionais de alfindega ¢ imigracio, a video-vigilincia, boa iluminagio nas ruas do bairso. + RECOMPENSAS Nesta téeniea almeja-se demonstrar ao infrator a redugio dos ganhas ou re- compensas com a pritica do delito, deixando-o sem estimulo para prosseguir nna pritica delitiva. Uma medida muito eficaz consiste no deslocamento do ob- jet, isto é, na substituigio da utilizagio do dinkeiro como meio de pagamento Por outros objetos, tais como cartes (débito, crédito, refeicio). Ainda, resulta- do satisfatério traz também a identificacio da propriedade com Sinais indelé- veis que alertam a orjgem da coisa subtraida -conseguindo facilmente sua eventual recuperagio ~ além de dificultar sua revenda do mercado, Exemplo: ntimeto de série nos objetos, inclusive ein eédulas de dinheico, “SENTIMENT DE CULDA Do INRATOR Desta fei, conchi-se que a prevensio do delto, um problema de todos ~ como jf dito ~ am problema comunitico, nlo excusivamente rescevado 20 Estado nem as instincias do controle socal formal ou informal, Oucrossim, 0 controle social informal tem perdido efetvidade como conseqiéneia da pro. gressivaincorporasio da mulher 20 mereado de trabalho, da precaredade do emipcego, do crescente poder econsmico, assim como acontece com o contiole formal incapaz de dar resposta com sun atual esrutura aja vista as mudangas sociais, econdmicas ¢ teenoldgicas que enseja © inftatoe. Por isso, as estratéyias convencionais de prevengio devem ser complementadas com outras, rotincira, sssociadas aos estilos de vida, hibitos, costumes © ati dads rotineitas do individuo e das organizacies. Urge a ponderacio das justas expectativas da vitima (ceparagio do. dano), proprio infrator (ressocializacio), da comunidade (paciticacio das rc ciais), Assim, voltamos a afirmar que, reparagdo do dano causado, ressocializagiio do infrator e pacificagio das relagées sociais siv metas inrenunciiveis de qualquer sistema de resposta a0 delito e devem ser levadas em conta no momento de se avaliar a qualidade da intervengio neste complexo problema social 11. Rererénctas Bistrocréricas BUJAN, over Alejandeo. Elo deine reldd sil — ana otal sealer ene Boenos Aires, Abaco de Rodolfo Depaima, 1959. CALHAL, Lélio Brags. Cesare Lanbvas: Criminolegia « a Escola Positive de Dinsto Peal Revista Sintese de Direito Penal e Processual Penal. Porto Alegre, 2004, CALHAU, Lalo Braga. 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