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Resumo: O presente estudo, tem por objetivo analisar a música cristã nos primeiros
séculos de sua formação, suas principais características e funções, tanto no contexto
social como no religioso. Faz-se necessário abordar a música na Igreja primitiva tendo
em vista que a história da música ocidental européia começa a florescer a partir da
mesma. Muitos dos elementos presentes na música cristã eram provenientes de outras
culturas, todavia, partes destes elementos foram desaparecendo pela razão de não serem
condizentes com o ideal filosófico cristão. Portanto, se faz necessário tentar
compreender quais eram estes ideais. Após apresentar cada um dos principais elementos
que fundamentavam a música dos primeiros cristãos será feita uma análise sobre a visão
da Igreja a respeitos destas características. O estudo será finalizado com uma breve
discussão sobre as razões que teriam levado o clero a determinada ideologia, de acordo
com as fontes pesquisadas.
Introdução
A música na Igreja cristã primitiva carrega consigo uma série de elementos
provenientes da cultura ocidental antiga (Grécia, principalmente e Roma) bem como da
oriental. Apesar de os primeiros cristãos haverem sido judeus, a Igreja não incorporou à
sua liturgia muitos aspectos da música e do ritual judaico, provavelmente até mesmo
pelo fato de não querer propiciar uma associação entre ambas, visto que o cristianismo
surgia no ambiente judaico, mas não fazia parte deste.
A música antiga estava repleta de significados místicos e teóricos, como a idéia
de que a música possuía origem divina e a crença de que tinha a capacidade de interferir
e influenciar na personalidade do indivíduo (Doutrina do Ethos). De acordo com
Pitágoras a música estava diretamente associada à matemática, enquanto que Platão e
Ptolomeu adicionavam a esta idéia a ligação entre música e astronomia.
No contexto popular, deixando-se a parte todos estes ideais teóricos e
rigorosamente elaborados, a música fazia parte da vida da sociedade e de forma gradual
ia se direcionando, no mundo pagão, para dois eixos paralelos, o primeiro deles era o
cultivo da música pelo prazer e o outro, o crescente refinamento da técnica instrumental,
ou seja, busca pelo virtuosismo. Neste ambiente surge a Igreja Cristã, com um objetivo
primordial: a conversão dos povos pagãos.
I Simpósio Sergipano de Pesquisa em Música
Apesar das perseguições sofridas pela Igreja nos primeiros séculos, ela
absorveu elementos musicais das civilizações pré-existentes, outros elementos, porém,
foram rejeitados. Faz-se relevante, portanto, a abordagem desta temática visto que não é
possível um entendimento satisfatório da música ocidental atual, sem o conhecimento
prévio de sua origem, no sentido sistemático. A grande importância da Igreja para a
música provém da razão de ter sido ela a responsável por sistematizá-la e conservá-la ao
longo dos séculos.
Para tanto, serão destacados, ao longo deste estudo, elementos como: melodia,
texto, uso de instrumentos musicais etc, e sua relação com o ideal filosófico cristão.
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Agostinho escreveu um tratado De Música, como decorrência da necessidade de se fazer um estudo
sobre música.
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Conclusão
Em meio a um mosaico de diferentes formas de pensamento, características e
culturas, a Igreja cristã ocidental, em seus primeiros séculos de formação apresenta sua
ideologia que, obviamente, condizia com o contexto histórico e social da época.
Por meio da adoção, ou melhor, da assimilação de determinados elementos de
outras culturas e da rejeição de outros ela estabeleceu sua música, com características
próprias. Mas afinal, o que realmente teria levado o clero a se opor a determinados
aspectos da música profana?
LE MÉE (1996, p.47-48), relacionando este fato com a perseguição religiosa
sofrida pelos cristãos diz:
Uma coisa é certa: as autoridades, em Roma, encaravam com suspeita
o que os cristãos faziam, levando-os a adotar práticas clandestinas,
(...) Seria natural, para os primeiros cristãos, continuar a cantar
músicas já conhecidas, talvez mudando a letra, num dado momento,
no sentido de refletir suas novas experiências e crenças. (LE MÉE
,1996, p.47-48)
2
Cf. Lê Mée, 1996, p. 60.
3
BASURKO, O canto cristão na tradição primitiva, 2005, p. 39.
4
GROUT/PALISCA, História da música ocidental, 1995, p.43-44.
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I Simpósio Sergipano de Pesquisa em Música
Referências Bibliográficas
AGOSTINHO, Santo. Confissões. Tradução de Amaria Luiza Jardim Amarante. São
Paulo: Paulus, 1984.