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ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO NA PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA

TIPO TSD

(PRELIMINARY ANALYSIS OF RISK IN THE PAVING ASPHALT DST)

Luiz Henrique Cintra de Melo 1


Luciane Durante 2
José Antonio Lambert 3
Marta Cristina de Jesus Albuquerque Nogueira 4

RESUMO
A pavimentação das ruas na cidade de Rondonópolis-MT é executada em TSD
(Tratamento Superficial Duplo) e com o grande desenvolvimento da cidade nos
últimos anos, aumentou-se a quantidade deste tipo de obra. Porém, as empresas
atuantes na área ainda não se atentaram para a importância da segurança do trabalho
na execução de seus serviços, sendo que, seus funcionários desenvolvem suas
atividades, na grande maioria, sob condições inseguras. Visando mostrar aos
empreiteiros os riscos existentes na execução deste tipo de serviço, elaborou-se uma
Análise Preliminar dos Riscos (APR) para cada função do processo. Com o
resultado desta análise pode-se verificar que, são vários os riscos existentes de
cunho ergonômico, físico, químico, biológico e acidental e, alguns são considerados
muito graves, evidenciando-se, assim, a necessidade de serem tomadas decisões
imediatas para a minimização ou eliminação destes riscos.

Palavras-chave: Pavimentação, Análise Preliminar de Riscos, Tratamento


Superficial Duplo
ABSTRACT
The paving of the streets in the city of Rondonópolis-MT is executed in Double
Surface Treatment and with the great development of the city in the last years,
increased the amount of this kind of service. However the active companies in the
area aren’t still looked at the importance of their employees' safety, leaving the
employees, in majority, without safety conditions. Seeking to show to the
contractors the existent risks in the execution this kind of service, was elaborated a
Preliminary Analysis of the Risks (PAR) for each function of the process. With the
result of this analysis was verified that the existent risks are several as ergonomic,
physical, chemical, biological and accidental, and some considered very serious,
being evidencied, the need of be taken immediate decisions for the minimization or
elimination of these risks.

Key words: Paving, Preliminary analysis of Risks, Double Surface Treatment

DATA: 25 de maio de 2006


MODALIDADE: Artigo

1
Engº. Civil. Dicente do Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho / FAET / UFMT. Endereço:
Rua Otávio Pitaluga, nº 138, apto 04, Vila Aurora, Rondonópolis/MT. Telefone: (66) 9984-7362.
Email: luizhcmelo@uol.com.br
2
Engª. Civil. Profª. Msª. do Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho / FAET / UFMT.
3
Engº. Eletricista. Profº. Drº. do Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho / FAET / UFMT.
4
Engª. Civil. Profª. Drª. do Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho / FAET / UFMT.

1
1. INTRODUÇÃO

As cidades brasileiras, na sua maioria, apresentam mais da metade de sua malha


viária não-pavimentada. Um dos grandes agravantes para estar nessa situação, está no
alto custo na execução de obras de pavimentação, que teoricamente teria como etapa
preliminar a instalação de rede de água, esgoto e quando necessária galeria de águas
pluviais.
As ruas não-pavimentadas das cidades apresentam grande preocupação para seus
administradores, tanto no aspecto econômico, pois atrasa-se o desenvolvimento nas
regiões onde não tem pavimento, como no aspecto social, onde as pessoas que residem
nestas ruas convivem com problemas de poeiras na época da seca e lamaçal e atoleiros
na época da chuva.
A cidade de Rondonópolis apresenta uma grande malha de ruas não
pavimentadas, principalmente devido ao grande processo de desenvolvimento que a
cidade vem passando. Segundo a Secretaria de Planejamento do município, a cidade
possui 415,5 km de ruas pavimentadas e 487,5 km de ruas não-pavimentadas. Diante
desses dados, observa-se que a cidade não possui nem a metade de suas ruas
pavimentadas, fazendo com que esse ponto se torne uma das grandes reclamações de
seus munícipes.
A maioria das obras de pavimentação asfáltica urbana no estado do Mato Grosso
é realizada em tratamentos superficiais (simples, duplos e triplos). Isso se deve a uma
razão muito simples: o tratamento superficial, corretamente projetado e executado, é
uma capa econômica, de baixo consumo de materiais, de execução rápida. Além dessas
razões, a região ainda apresenta vasta área de materiais granulares utilizados como
materiais de reforço de subleito, de sub-base e base. Apesar do CBUQ (Concreto
Betuminoso Usinado à Quente) ser um pavimento de maior durabilidade com relação ao
Tratamento Superficial, apresenta um custo muito elevado, fazendo com que se torne
impraticável o uso deste tipo de pavimento, a não ser em casos especiais.
As empresas que trabalham na área de pavimentação no município de
Rondonópolis, ainda não se atentaram para a necessidade da utilização de equipamentos
de proteção para seus funcionários. Por se tratar de serviços que não apresentam
elevados índices de acidentes graves, os proprietários não se preocupam em investir em
segurança, achando ser um dinheiro desperdiçado.
Para piorar a situação, as planilhas orçamentárias destes serviços não
especificam nada sobre segurança, deixando esse item embutido no cálculo do BDI
(Bonificação de Despesas Indiretas). Por não estar claramente especificado, as empresas
acham que não são obrigadas a fornecer equipamentos de proteção e obrigar o uso dos
mesmos por parte de seus funcionários.
A nível nacional, devido a grande concorrência e a exigência de qualidade nos
serviços pelos seus clientes, as empresas estão passando a investir em gestão de
qualidade através de certificações como a ISO (International Organization for
Standardization) e o PBQP-H (Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no
Habitat). Um dos pontos exigidos nestes programas é a segurança de seus funcionários
com relação às suas respectivas atividades.
Como isso ainda não acontece com as empresas no ramo de pavimentação no
município de Rondonópolis, decidiu-se fazer uma análise das etapas das obras
pavimentação utilizada (Tratamento Superficial Duplo) quanto ao aspecto de segurança
do trabalho, a fim de evidenciar os riscos envolvidos na atividade e as maneiras de
preveni-los.

2
Para atingir este objetivo realizou-se um levantamento das condições de trabalho
de cada funcionário com identificação das funções, o reconhecimento dos riscos de cada
etapa do processo e levantamento dos equipamentos de proteção utilizados em obras de
pavimentação asfáltica da cidade de Rondonópolis. Foram, também, propostas medidas
de prevenção dos riscos encontrados e indicados os equipamentos de proteção
individual (EPI) e equipamentos de proteção coletivos (EPC) adequados.
Desta forma, esta pesquisa visa contribuir para a melhoria da qualidade de vida
dos trabalhadores do ramo, além de constituir-se de objeto que pode ser usado para fins
de conscientização da classe empresarial e estatal do ramo de pavimentação.

2. PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA TIPO TSD

O processo de execução de uma obra de pavimentação asfáltica tipo TSD, na


região de Rondonópolis-MT, consiste nas seguintes etapas, respectivamente:
regularização do subleito, execução de sub-base estabilizada granulometricamente,
execução de base estabilizada granulometricamente, imprimação e execução de capa
asfáltica tipo TSD.
A regularização do subleito consiste na operação destinada a conformar o leito
viário de acordo com os perfis indicados no projeto. A execução desta etapa é feita
primeiramente com a remoção de toda a vegetação e materiais orgânicos existentes no
leito. Após a execução dos cortes, aterros e adição de material necessário para atingir o
greide do projeto, procede-se escarificaçao geral na profundidade de 20cm, seguida de
pulverização, umedecimento ou secagem, compactação e acabamento. Os equipamentos
empregados para a realização deste serviço, são: trator agrícola com grade de disco,
trator de esteira, pá-carregadeira, moto-niveladora, rolo compactador vibratório,
caminhão basculante e caminhão pipa (DNER-ES 299, 1997).
De acordo com DNER-ES 301 (1997), a sub-base estabilizada
granulometricamente consiste na camada de pavimentação executada sobre o subleito
devidamente compactado e regularizado. O procedimento de execução de sub-base
consiste na descarga de material, espalhamento, homogeneização, conveniente
umedecimento ou aeração dos materiais, seguidas de compactação e acabamento. Na
execução da sub-base são utilizados os seguintes tipos de equipamento: trator agrícola
com grade de disco, trator de esteira, pá-carregadeira, moto-niveladora, rolo
compactador vibratório, caminhão basculante e caminhão pipa.
A base estabilizada granulometricamente consiste na camada de pavimentação
executada sobre a sub-base, subleito ou reforço do subleito devidamente compactado e
regularizado, conforme DNER-ES 303 (1997). O procedimento de execução de base é
semelhante ao da sub-base.
A imprimação consiste na aplicação de uma camada de material betuminoso
(asfalto diluído CM-30 ou CM-70) sobre a superfície de base granular concluída, antes
da execução de um revestimento betuminoso qualquer, objetivando conferir coesão
superficial, impermeabilizar e permitir condições de aderência entre a base e o
revestimento a ser executado. O procedimento de execução da imprimação, segundo
DNER-ES 306 (1997), se procede da seguinte maneira: após a perfeita conformação
geométrica da base, procede a varredura da superfície, de modo a eliminar todo e
qualquer material solto. Antes da aplicação do ligante betuminoso poderá ser levemente
umedecida, após o que aplica-se o ligante betuminoso adequado, na temperatura
compatível com seu tipo, na quantidade certa e da maneira mais uniforme. Em locais de
difícil acesso ou manobra do caminhão espargidor faz-se a aplicação do ligante com a

3
caneta. Os equipamentos empregados para a realização deste serviço são vassouras,
moto-niveladora, caminhão pipa, rolo compactador chapa (liso) e caminhão espargidor.
A capa asfáltica tipo TSD (Tratamento Superficial Duplo), de acordo com
DNER-ES 309 (1997), é a camada de revestimento do pavimento constituída por duas
aplicações sucessivas de ligante betuminoso (cimentos asfálticos CAP-7 ou CAP-
150/200, ou emulsões asfálticas RR-1C ou RR-2C), cobertas cada uma por camada de
agregado mineral. A execução das camadas do TSD é feita inicialmente, realizando uma
varredura da pista imprimada ou pintada, eliminando todas as partículas de pó. Em
seguida, o material betuminoso deverá ser aplicado de uma só vez na temperatura
compatível com o seu tipo, na quantidade certa e da maneira mais uniforme.
Imediatamente após a aplicação do ligante betuminoso, realiza-se o espalhamento da
primeira camada do agregado, iniciando-se a compressão do agregado, imediatamente
após o seu lançamento na pista. Faz-se uma varredura leve do material solto, após a
compressão da camada. A segunda camada é executada de modo idêntico à primeira. Os
equipamentos empregados para a realização da capa asfáltica tipo TSD, são vassouras,
distribuidor de agregados (rebocáveis ou automotrizes, possuindo dispositivo que
permita um espalhamento homogêneo), rolo compressor tipo “tandem” e caminhão
espargidor.

3. MATERIAIS E MÉTODO

3.1. Materiais

Foi realizado um levantamento nas obras de pavimentação asfáltica tipo TSD nas
ruas do município de Rondonópolis, em execução, durante o período de março e abril
do ano de 2006.

3.2. Método

Esta pesquisa constitui-se em um estudo do tipo qualitativo e exploratório.


No levantamento buscou-se inicialmente distinguir/catalogar as funções.
Para análise dos riscos utilizou-se a Análise Preliminar de Riscos (APR) para
cada função do processo de execução de pavimentação asfáltica tipo TSD. Elaboraram-
se quadros para cada função, onde se apresentam os riscos encontrados, bem como o
agente, a fonte geradora, o meio de propagação, o tempo de exposição, a conseqüência
do dano, a freqüência de ocorrência, os equipamentos de proteção individual e coletivo
necessários para redução dos riscos.
O tempo de exposição foi classificado como eventual, intermitente ou contínuo.
Para caracterizar a conseqüência do dano e a freqüência foram utilizados os
quadros 3.1 e 3.2, respectivamente, propostas por CARDELLA (1999).
Elaborados os quadros de APRs de cada função, fez-se a avaliação qualitativa
dos riscos com base nos resultados de freqüência e conseqüência. De acordo com
CARDELLA (1999), foram elaborados os quadros 3.3 e 3.4 para a análise dos riscos
encontrados, onde classificam os riscos por categorias conforme a sua gravidade,
variando de 0 (extremamente baixo) a 9 (extremamente elevado). Os riscos que
obtiverem classificação igual ou superior a 5, são riscos não toleráveis, necessitando
assim, de medidas de prevenção urgente.

4
Quadro 3.1: Categorias de conseqüência.
Categoria de
Qualitativa Caracterização
Conseqüência
0 Desprezível Incômodos passageiros.
1 Muito leve Lesões de recuperação muito rápida.
Lesões que provocam sofrimentos passageiros e não levam a
2 Leve
incapacidade para o trabalho ou atividades normais do cotidiano.
Lesões que não resultam em danos permanentes, mas provocam
3 Média baixa sofrimentos e incapacidade temporária por período menor que
uma semana.
Lesões que não resultam em danos permanentes, mas provocam
4 Média sofrimentos consideráveis e incapacidade temporária por período
maior que uma semana.
Lesões que resultam em perdas permanentes de funções, mas não
5 Média alta
afetam de forma acentuada as essenciais a uma vida normal.
6 Grave Lesões que incapacitam para o trabalho ou outras atividades.
7 Muito grave Uma morte.
Extremamente
8 Algumas mortes.
grave
9 Catastrófica Grande número de mortes.
FONTE: CARDELLA (1999)

Quadro 3.2: Categorias de freqüência.


Categoria
de Qualitativa Caracterização
Freqüência
Extremamente Possível teoricamente, mas altamente improvável. Não se espera
0
baixa que venha a ocorrer em qualquer situação.
Não se espera que venha a ocorrer. Pode ocorrer em situações
1 Muito baixa
muito especiais. Ações de redução tornariam inviável a atividade.
Espera-se que possa ocorrer raramente no exercício da atividade ou
2 Baixa
na vida útil da instalação.
Espera-se que venha a ocorrer com relativa facilidade no exercício
3 Média
da atividade ou na vida útil da instalação.
Espera-se que venha a ocorrer com muita facilidade no exercício
4 Alta
normal da atividade.
FONTE: CARDELLA (1999)

Quadro 3.3: Categorias de risco.


Categoria
Qualitativo Controle
de Risco
0 Extremamente baixo Basta ser identificado.
1 Muito baixo Requer verificação das possibilidades.
Requer ações integrantes de um programa do tipo Sinalização –
2 Baixo
Ordem – Limpeza (SOL) e Boas Práticas de Trabalho (BPT).
3 Médio baixo Requer ações de SOL e BPT.
4 Médio tolerado Requer ações de melhoria continua
5 Médio não tolerado Requer programa específico de controle de riscos.
Requer ações urgentes. Enquanto não forem implantadas
6 Elevado medidas definitivas, devem-se adotar medidas compensatórias de
redução de riscos.
Requer intervenção urgente com cessação das atividades que
7 Muito elevado
geram riscos.
Individual Requer intervenção imediata com cessação das atividades que
8
extremamente elevado geram os riscos.
Social extremamente Requer intervenção imediata com cessação das atividades que
9
elevado geram o risco.
FONTE: CARDELLA (1999)

5
Quadro 3.4: Riscos resultantes de freqüências e conseqüências
Categorias Categorias de conseqüência
de 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
freqüência Categorias de risco
0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1
1 0 0 1 1 2 2 2 3 3 3
2 2 2 2 3 3 4 4 5 5 5
3 2 3 4 5 5 5 6 7 8 8
4 3 4 4 5 6 6 7 8 9 9
FONTE: CARDELLA (1999)

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

No levantamento realizado “in loco”, encontraram-se as seguintes funções na


execução dos serviços de pavimentação asfáltica tipo TSD: operadores de trator esteira,
pá-carregadeira, trator agrícola com grade, moto-niveladora, rolo compactador,
caminhão espargidor de asfalto e distribuidor de agregado; motoristas de caminhão
basculante, caminhão pipa e caminhão espargidor de asfalto e servente.

4.1. Operador de Trator Esteira

O quadro 4.1 refere-se à Análise Preliminar de Risco da função de operador de


trator esteira, responsável pelas atividades de corte no subleito. Algumas empresas,
devido à agilidade do serviço, acabam utilizando a moto-niveladora para a execução
desta atividade quando as camadas são pequenas.
O ambiente de trabalho desta função se restringe a cabine da máquina que é
composta por um assento, alavancas e cobertura, não sendo vedadas lateralmente, como
mostra a figura 4.1.

Figura 4.1: Trator Esteira

Ao verificar os resultados obtidos com o levantamento, observou-se que esta


função está exposta a riscos considerados preocupantes.
Durante a execução de suas atividades, há grande movimentação de materiais do
solo fazendo com que as partículas fiquem suspensas no ar, levando o trabalhador ao
risco pela ação de aerodispersóides, que foi considerado um risco médio não tolerado,
pois podem causar doenças respiratórias, como por exemplo, a silicose que pode levar a
morte.

6
Para operar o equipamento, o operador realiza vários movimentos repetitivos
tendo um risco classificado como elevado, pois está sujeito a lesões por esforços
repetitivos (LER). Outro risco classificado como elevado foi encontrado no agente
ruído, pois o equipamento durante o seu funcionamento gera um nível de decibéis alto,
fazendo com que o trabalhador venha a perder a audição em certos casos.
Por fim o risco mais grave encontrado para esta função, classificado como muito
elevado, foi com relação ao agente temperatura. O operador fica exposto a radiações
solares na maior parte de suas atividade, o que pode causar o desenvolvimento de
câncer de pele, já que a região onde foi realizado o levantamento apresenta altas
temperaturas durante quase todo o ano.
Como soluções imediatas para a redução destes riscos, sugerem-se os
equipamentos de proteção individual e coletivo indicados no quadro 4.1.

Quadro 4.1: Quadro de Análise Preliminar de Risco para operador de trator esteira
QUADRO DE ANALISE PRELIMINAR DE RISCOS
Função: Operador de Trator Esteira Jornada de Trabalho: 44 horas semanais
Equipamento Utilizado: Trator Esteira Turno de Trabalho: Diário
Fonte Meio de Tempo de Conse- Fre- Categoria
Risco Agente
Geradora Propagação Exposição qüência qüência Risco
Movimentos Comando da Execução
Intermitente 4 4 6
repetitivos máquina das tarefas
Ergonômico
Postura Execução
Máquina Intermitente 3 2 3
inadequada das tarefas
Ondas
Ruído Máquinas Intermitente 5 4 6
senoidal
Físico
Temperatura Sol Raios solares Intermitente 7 3 7

Químico Aerodispersóides Poeira Ar Intermitente 5 3 5

Contaminação Picada /
Biológico Insetos Intermitente 7 1 3
de doenças Contato
Corte de
Choque elétrico fiação Contato Eventual 7 1 3
Acidente subterrânea
Queda da
Máquina Entrada/saída Eventual 4 2 3
máquina
Equipamento de Proteção Individual: Protetor auricular, óculos de proteção contra raios ultravioletas, mascaras
com filtro anti-poeira, luvas, botas, calça e camisa de manga comprida.
Equipamento de Proteção Coletiva: Equipamento moderno e placas de sinalização.

4.2. Operador de Pá-carregadeira e Moto-niveladora

O operador de pá-carregadeira tem como função realizar atividades de carga de


material do subleito, materiais utilizados na sub-base e base, e do agregado utilizado na
execução da capa asfáltica. As atividades realizadas pelo operador de moto-niveladora
são realizar cortes no subleito (quando a espessura for pequena), espalhar e nivelar os
materiais utilizados no subleito, sub-base e base.
Como o ambiente de trabalho encontrado nestas funções são praticamente iguais,
ou seja, apresentando cabine com assento, direção, alavancas e cobertura, não
apresentando proteções lateralmente devido a utilização de equipamentos mais antigos,
como mostrado na figura 4.2.1 e 4.2.2, foi elaborado um quadro de Análise Preliminar
de Risco para as duas funções apresentado no quadro 4.2.

7
Figura 4.4.1: Pá-carregadeira

Figura 4.2.2: Moto-niveladora

Analisando o resultado encontrado no levantamento, encontraram-se alguns


riscos classificados como não toleráveis.
A presença da ação de aerodispersóides, provocados pela movimentação dos
materiais usados no serviço, deixando partículas suspensas no ar, foi considerado de
risco médio não tolerado, pois levam à doenças respiratórias. As movimentações destes
maquinários durante a execução dos serviços podem ocasionar acidentes envolvendo
veículos e pessoas, provocados pela falta de atenção ou imprudência dos operadores e
motoristas, podendo levar a vitimais fatais o que faz com que estes riscos sejam
classificados, também, como risco médio não tolerado.
Os agentes movimentos repetitivos e ruído, encontrados nestas funções, foram
classificados como risco elevado, pelos mesmos fatores encontrados, nos respectivos
agentes, na função de operador de trator esteira.
A exposição a radiações solares, provocados pelas altas temperaturas
encontradas no município durante boa parte do ano, gerou um risco classificado como
muito elevado, podendo provocar vertigens e até doenças de pele como o câncer.
Para soluções imediatas a fim de reduzir estes riscos, sugerem-se os
equipamentos de proteção individual e coletiva citados no quadro 4.2.

8
Quadro 4.2: Quadro de Análise Preliminar de Risco para operador de pá-carregadeira e
moto-niveladora
QUADRO DE ANALISE PRELIMINAR DE RISCOS
Jornada de Trabalho: 44
Função: Operadores de Pá-Carregadeira e Moto-Niveladora
horas semanais
Equipamentos Utilizados: Pá-Carregadeira e Moto-Niveladora Turno de Trabalho: Diário
Fonte Meio de Tempo de Conse- Fre- Categoria
Risco Agente
Geradora Propagação Exposição qüência qüência Risco
Comando
Movimentos Execução das
da Intermitente 4 4 6
repetitivos tarefas
Ergonômico máquina
Postura Execução das
Máquina Intermitente 3 2 3
inadequada tarefas
Ondas
Ruído Máquinas Intermitente 5 4 6
senoidal
Físico
Temperatura Sol Raios solares Intermitente 7 3 7

Químico Aerodispersóides Poeira Ar Intermitente 5 3 5

Contaminação Picada /
Biológico Insetos Intermitente 7 1 3
de doenças Contato

Queda da
Máquina Entrada/saída Eventual 4 2 3
máquina
Distração/
Choque com Máquina/
Acidente problemas Intermitente 8 2 5
veículos veículo
mecânicos
Distração/
Atropelamento Máquina problemas Intermitente 8 2 5
mecânicos
Equipamento de Proteção Individual: Protetor auricular, óculos de proteção contra raios ultravioletas, mascaras
com filtro anti-poeira, luvas, botas, calça e camisa de manga comprida.
Equipamento de Proteção Coletiva: Equipamento moderno com cabine climatizada, sonorizador de ré e placas de
sinalização.

4.3. Operador de Trator Agrícola com Grade

A função do operador de trator esteira com grade é realizar a homogeneização


dos materiais utilizados no subleito, sub-base e base, onde a Análise Preliminar de
Risco encontra-se no quadro 4.3.
A figura 4.3 mostra o ambiente de trabalho desta função, que restringe ao
assento, direção, alavanca e as vezes possui cobertura.

Figura 4.3: Trator Agrícola com grade

9
Os resultados obtidos no levantamento desta função mostraram-se a presença de
riscos que foram classificados como não toleráveis.
O operador ao realizar a sua tarefa, executa movimentos repetitivos, levando-se
a lesões por esforços repetitivos, o que fez com que este risco fosse classificado como
médio não tolerado.
O ruído emitido pelo equipamento, apresenta índice de decibéis considerável, o
que faz este risco ser classificado como elevado.
A temperatura, apresenta um risco para o operador de trator esteira muito
elevado, pois ele está sujeito a doenças provocadas pela radiação solar.
Como soluções imediatas para a redução destes riscos, sugerem-se os
equipamentos de proteção individual e coletivo indicados no quadro 4.3.

Quadro 4.3: Quadro de Análise Preliminar de Risco para operador de trator agrícola
com grade
QUADRO DE ANALISE PRELIMINAR DE RISCOS
Função: Operador de Trator Agrícola com grade Jornada de Trabalho: 44 horas semanais
Equipamento Utilizado: Trator Agrícola Turno de Trabalho: Diário
Fonte Meio de Tempo de Conse- Fre- Categoria
Risco Agente
Geradora Propagação Exposição qüência qüência Risco
Comando
Movimentos Execução das
da Intermitente 4 3 5
repetitivos tarefas
máquina
Ergonômico
Postura Execução das
Máquina Intermitente 3 2 3
inadequada tarefas

Ondas
Ruído Máquinas Intermitente 5 4 6
senoidal
Físico
Temperatura Sol Raios solares Intermitente 7 3 7

Químico Ausente - - - - - -

Contaminação Picada /
Biológico Insetos Intermitente 7 1 3
de doenças Contato

Queda da
Acidente Máquina Entrada/saída Eventual 4 2 3
máquina
Equipamento de Proteção Individual: Protetor auricular, óculos de proteção contra raios ultravioletas, luvas,
botas, calça e camisa de manga comprida.
Equipamento de Proteção Coletiva: Equipamento moderno e placas de sinalização.

4.4. Operador de Rolo Compactador

O quadro 4.4 refere-se à Análise Preliminar de Risco da função de operador de


rolo compactador, responsável pela compactação dos materiais utilizados no subleito,
sub-base, base e agregados utilizados na capa asfáltica.
O ambiente de trabalho desta função é a cabine do equipamento, composta de
assento, direção e uma alavanca, possuindo, dependendo do equipamento, uma
cobertura. As figuras 4.4.1 e 4.4.2 ilustram este ambiente.

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Figura 4.4.1: Rolo Compactador Pé de Carneiro

Figura 4.4.2: Rolo Compactador Tipo ‘Tandem’

Ao analisar o quadro APR desta função, verificaram-se a presença de riscos não


toleráveis, mostrando a necessidade de se buscar algumas medidas imediatas para
redução destes riscos, como os equipamentos de proteção individual e coletivo citados
no quadro 4.4.
Para realizar as atividades desempenhadas nesta função, o operador realiza
movimentos repetitivos tendo um risco classificado como médio não tolerável, pois está
sujeito às lesões por esforços repetitivos.
O alto nível de decibéis emitido pelo equipamento, fez com que o ruído fosse
classificado como risco elevado, pois poderá chegar a causar, com o tempo, surdez ao
operador.
A exposição à radiação solar, na maior parte da execução do serviço, fez com
que este risco fosse classificado como muito elevado, pois poderá causar doenças de
pele graves, como por exemplo, o câncer de pele. Sendo classificada também como
risco muito elevado, as vibrações provocadas pelo equipamento durante a compactação
dos materiais, podem chegar a causar problemas de degeneração na coluna vertebral,
pois a vibração sofrida pelo operador é de corpo inteiro.

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Quadro 4.4: Quadro de Análise Preliminar de Risco para operador de rolo compactador
QUADRO DE ANALISE PRELIMINAR DE RISCOS
Função: Operador de Rolo Compactador Jornada de Trabalho: 44 horas semanais
Equipamento Utilizado: Rolo Compactador Turno de Trabalho: Diário
Fonte Meio de Tempo de Conse- Fre- Categoria
Risco Agente
Geradora Propagação Exposição qüência qüência Risco
Movimentos Comando da Execução
Intermitente 4 3 5
repetitivos máquina das tarefas
Ergonômico
Postura Execução
Máquina Intermitente 3 2 3
inadequada das tarefas
Ondas
Ruído Máquinas Intermitente 5 4 6
senoidal

Físico Temperatura Sol Raios solares Intermitente 7 3 7

Mecanismo
Vibração Máquina Intermitente 6 4 7
máquina

Químico Ausente - - - - - -

Contaminação Picada /
Biológico Insetos Intermitente 7 1 3
de doenças Contato
Queda da
Acidente Máquina Entrada/saída Eventual 4 2 3
máquina
Equipamento de Proteção Individual: Protetor auricular, óculos de proteção contra raios ultravioletas, luvas,
botas, calça e camisa de manga comprida.
Equipamento de Proteção Coletiva: Equipamento moderno e placas de sinalização.

4.5. Servente

O servente tem como função ajudar no nivelamento do greide da rua, limpar a


pista antes da aplicação de material betuminoso e fazer a correção manual do agregado
utilizado na capa selante.
Como esta função não utiliza nenhuma máquina, o servente acaba não tendo um
ambiente de trabalho específico como nas outras funções, permanecendo na pista
durante a execução de todo o serviço. A figura 4.5 ilustra o local de trabalho desta
função.

Figura 4.5: Servente

Ao verificar a Análise Preliminar de Risco descrita no quadro 4.5,observou-se


que esta função está exposta a riscos consideráveis preocupantes, pois passa o tempo
todo na pista ns várias etapas da obra.

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O atropelamento por veículos e maquinários é um dos riscos encontrados nesta
função, sendo classificado como risco médio não tolerado, pois pode ter reflexos fatais.
Outro risco médio não tolerado nesta função é com relação aos aerodispersóides.
O ruído foi classificado como risco muito elevado, já que o servente trabalha
próximo a todos os equipamentos que geram pressão sonora alta.
A exposição a radiações solares, provocados pelas altas temperaturas
encontradas no município durante boa parte do ano, gerou um risco classificado como
muito elevado, podendo provocar vertigens e até doenças de pele como o câncer. Outro
risco também classificado como muito elevado foi o risco provocado pela inalação e o
contado com os produtos betuminosos que estes trabalhadores venham a ter, o que pode
causar danos graves a saúde dos mesmos.
Como soluções imediatas para a redução destes riscos, sugerem-se os
equipamentos de proteção individual e coletivo indicados no quadro 4.5.

Quadro 4.5: Quadro de Análise Preliminar de Risco para servente


QUADRO DE ANALISE PRELIMINAR DE RISCOS
Função: Servente Jornada de Trabalho: 44 horas semanais
Equipamento Utilizado: Vassoura Turno de Trabalho: Diário
Fonte Meio de Tempo de Conse- Fre- Categoria
Risco Agente
Geradora Propagação Exposição qüência qüência Risco

Ergonômico Ausente - - - - - -

Ondas
Ruído Máquinas Contínuo 5 4 6
senoidal
Físico
Raios
Temperatura Sol Intermitente 7 3 7
solares

Aerodispersóides Poeira Ar Intermitente 5 3 5


Químico
Produto CM-30 /
Contato / ar Eventual 6 4 7
betuminoso RR-2C

Contaminação de Picada /
Biológico Insetos Intermitente 7 1 3
doenças Contato

Distração/
Acidente Atropelamento Veículo problemas Intermitente 7 2 5
mecânicos
Equipamento de Proteção Individual: Protetor auricular, óculos de proteção contra raios ultravioletas, máscaras
com filtro para produtos químicos, luvas, botas, calça e camisa de manga comprida..
Equipamento de Proteção Coletiva: Placas de sinalização.

4.6. Motoristas de Caminhão Basculante e Caminhão Pipa

O motorista de caminhão basculante tem como finalidade transportar os


materiais de bota-fora, os materiais a serem utilizados na sub-base e base, e os
agregados aplicados na capa asfáltica. As atividades realizadas pelo motorista de
caminhão pipa é aplicar água sobre os materiais utilizados no subleito, sub-base e base
que estejam espalhados na pista, a fim de atingir a umidade ótima para a melhor
compactação dos mesmos, além de limpar, quando necessário, as impurezas contidas
nas camadas da capa asfáltica.

13
Ambas as funções tem como ambiente de trabalho a cabine dos caminhões, que na
maioria das vezes não possuem sistema de refrigeração, como mostra a figura 4.6.1 e
4.6.2.

Figura 4.6.1: Caminhão Basculante

Figura 4.6.2: Caminhão Pipa

Ao analisar os resultados obtidos com o levantamento, observou-se que esta


função está exposta a riscos considerados preocupantes, como mostra a Análise
Preliminar de Risco do quadro 4.6.
A presença da ação de aerodispersóides, provocados pela movimentação dos
veículos sobre materiais utilizados nas camadas de subleito, sub-base e base, deixando
partículas suspensas no ar, foi considerado de risco médio não tolerado, pois levam à
doenças respiratórias. Com a circulação de maquinários, pedestres e outros veículos
durante a execução dos serviços, aumenta a chance de ocorrência de acidentes
envolvendo o caminhão, provocados pela falta de atenção ou imprudência dos
motoristas, operadores e pedestres, chegando a levar a vitimas fatais, o que faz com que
estes riscos sejam classificados, também, como risco médio não tolerado.
Outro risco encontrado, e que foi classificado como elevado foi o agente ruído,
provocado pelos equipamentos e veículos utilizados na execução da obra, que geram um
nível de decibéis alto, fazendo com que o trabalhador fique exposto a este agente
perdendo a audição em certos casos.
Por fim o risco mais grave encontrado para esta função, classificado como muito
elevado, foi com relação ao agente temperatura. O motorista fica exposto a radiações
solares na maior parte de suas atividade, o que pode causar o desenvolvimento de
câncer de pele, já que os veículos não possuem sistema de refrigeração e a região onde

14
foi realizado o levantamento apresenta altas temperaturas durante quase todo o ano, o
que faz com que os motoristas permaneçam com os vidros abertos.
Para soluções imediatas a fim de reduzir estes riscos, sugerem-se os
equipamentos de proteção individual e coletiva citados no quadro 4.6.

Quadro 4.6: Quadro de Análise Preliminar de Risco para motorista de caminhão


basculante
QUADRO DE ANALISE PRELIMINAR DE RISCOS
Função: Motoristas de Caminhão Basculante e Caminhão Pipa Jornada de Trabalho: 44 horas semanais
Equipamentos Utilizados:Caminhão Basculante e Caminhão Pipa Turno de trabalho: Diário
Fonte Meio de Tempo de Conse- Fre- Categoria
Risco Agente
Geradora Propagação Exposição qüência qüência Risco
Postura Assento Execução
Ergonômico Intermitente 3 2 3
inadequada caminhão das tarefas

Máquinas / Ondas
Ruído Eventual 5 4 6
Veículos senoidal

Físico Temperatura Sol Raios solares Intermitente 7 3 7

Irregularidade Execução
Vibração Eventual 6 2 4
na pista das tarefas

Químico Aerodispersóides Poeira Ar Intermitente 5 3 5

Contaminação Picada /
Biológico Insetos Intermitente 7 1 3
de doenças Contato

Queda do
Máquina Entrada/saída Eventual 4 2 3
veículo

Distração/
Choque com
Veículo problemas Intermitente 8 2 5
veículos
mecânicos
Acidente
Distração/
Choque com Máquina/
problemas Intermitente 7 2 5
máquinas veículo
mecânicos
Distração/
Atropelamento Veículo problemas Intermitente 8 2 5
mecânicos
Equipamento de Proteção Individual: Protetor auricular, óculos de proteção contra raios ultravioletas, botas, calça e
camisa de manga comprida.
Equipamento de Proteção Coletiva: Veículo com cabine climatizada, sonorizador de ré e placas de sinalização.

4.7. Motorista de Caminhão Espargidor

A função do motorista de caminhão espargidor é transportar o material


betuminoso para ser aplicado na imprimação e nas pinturas de ligação da capa asfáltica.
O quadro 4.7 mostra a Análise Preliminar de Risco desta função que tem como
ambiente de trabalho desta função é a cabine do veículo, que na maioria das vezes não
possuem sistema de refrigeração, como mostrado na figura 4.7.

15
Figura 4.7: Caminhão Espargidor

Ao analisar o quadro 4.7, que apresenta a Análise preliminar de Risco desta


função, verificou-se a presença de riscos não toleráveis.
O choque entre veículos e o atropelamento são riscos que podem ser fatais,
provocados por falta de atenção ou imprudência dos motoristas e pedestres, e devido a
isso obtiveram a classificação de risco médio não tolerado.
O ruído foi classificado como risco muito elevado, pois o motorista está exposto
ao ruído emitido pelo motor da bomba do espargidor, podendo levar a surdez.
A exposição a radiações solares, provocados pelas altas temperaturas, gerou um
risco classificado como muito elevado, podendo provocar vertigens e até doenças de
pele como o câncer. Outro risco também classificado como muito elevado foi o risco
provocado pela inalação e o contado com os produtos betuminosos que este trabalhador
está sujeito, o que pode causar danos graves a saúde do mesmo.
Sugeriu-se para a redução imediata destes riscos a aplicação de equipamentos de
proteção individual e coletivo, encontrado no quadro 4.7.

Quadro 4.7: Quadro de Análise Preliminar de Risco para motorista de caminhão


espargidor
QUADRO DE ANALISE PRELIMINAR DE RISCOS
Função: Motorista de Caminhão Espargidor Jornada de Trabalho: 44 horas semanais
Equipamento Utilizado: Caminhão Espargidor Turno de Trabalho: Diário
Fonte Meio de Tempo de Conse- Fre- Categoria
Risco Agente
Geradora Propagação Exposição qüência qüência Risco
Postura Assento Execução das
Ergonômico Intermitente 3 2 3
inadequada caminhão tarefas
Motor do Ondas
Ruído Intermitente 5 4 6
espargidor senoidal
Físico
Temperatura Sol Raios solares Intermitente 7 3 7

Produto CM-30 /
Químico Contato / ar Intermitente 6 4 7
betuminoso RR-2C
Contaminação Picada /
Biológico Insetos Intermitente 7 1 3
de doenças Contato
Queda do
Máquina Entrada/saída Eventual 4 2 3
veículo
Distração/
Choque com
Acidente Veículo problemas Intermitente 8 2 5
veículos
mecânicos
Distração/
Atropelamento Veículo problemas Intermitente 8 2 5
mecânicos
Equipamento de Proteção Individual: Protetor auricular, óculos de proteção contra raios ultravioletas, máscaras
com filtro para produtos químicos, botas, calça e camisa de manga comprida.
Equipamento de Proteção Coletiva: Veículo com cabine climatizada, sonorizador de ré e placas de sinalização.

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4.8. Operador de Caminhão Espargidor

O quadro 4.8 apresenta a Análise Preliminar de Risco da função de operador de


caminhão espargidor, responsável pela aplicação do material betuminoso utilizado na
imprimação e capa asfáltica, controlando as taxas.
O operador realiza suas atividades em cima da carroceria do caminhão
espargidor ou quando necessário na pista, como mostram as figuras 4.8.1 e 4.8.2.

Figura 4.8.1: Carroceria do caminhão espargidor

Figura 4.8.2: Aplicação utilizando caneta

Os resultados obtidos no levantamento desta função mostraram-se a presença de


riscos que foram consideráveis não toleráveis.
O operador por trabalhar sobre o caminhão ou no chão está sujeito a sofrer
acidente por atropelamento, causados por veículos ou maquinários, sendo assim
classificado como risco médio não tolerado, pois pode ter reflexos fatais.
O ruído foi classificado como risco muito elevado, já que o operador trabalha
próximo ao motor do espargidor que gera pressão sonora alta.
A exposição à radiação solar, na maior parte da execução do serviço, fez com
que este risco fosse classificado como muito elevado, pois poderá causar doenças de
pele graves, como por exemplo, o câncer de pele. O risco provocado pela inalação e o
contado com os produtos betuminosos a que este operador esta exposto, pode causar
danos graves a saúde dos mesmos, fazendo com que este risco seja classificado como
muito elevado.
Como soluções imediatas para a redução destes riscos, sugerem-se os
equipamentos de proteção individual e coletivo indicados no quadro 4.8.

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Quadro 4.8: Quadro de Análise Preliminar de Risco para operador de caminhão
espargidor
QUADRO DE ANALISE PRELIMINAR DE RISCOS
Função: Operador de Caminhão Espargidor Jornada de trabalho: 44 horas semanais
Equipamento Utilizado: Caminhão Espargidor Turno de Trabalho: Diário
Fonte Meio de Tempo de Conse- Fre- Categoria
Risco Agente
Geradora Propagação Exposição qüência qüência Risco

Ergonômico Ausente - - - - - -

Motor do Ondas
Ruído Intermitente 5 4 6
espargidor senoidal

Físico Raios
Temperatura Sol Intermitente 7 3 7
solares

Queimadura Fogo Maçarico Eventual 4 2 3

Produto CM30 /
Químico Contato / ar Intermitente 6 4 7
betuminoso RR2C

Contaminação Picada /
Biológico Insetos Intermitente 7 1 3
de doenças Contato

Queda do Execução
Veículo Intermitente 4 2 3
veículo das tarefas
Acidente
Distração/
Atropelamento Veículo problemas Intermitente 8 2 5
mecânicos
Equipamento de Proteção Individual: Protetor auricular, óculos de proteção contra raios ultravioletas, máscaras
com filtro para produtos químicos, luvas, botas, calça e camisa de manga comprida.
Equipamento de Proteção Coletiva: Placas de sinalização.

4.9. Operador de Distribuidor de Agregado

A função do operador de distribuidor de agregado é controlar a taxa de aplicação


do agregado a ser empregado nas camadas da capa asfáltica, onde a Análise Preliminar
de Risco encontra-se no quadro 4.9.
A figura 4.9 mostra o ambiente de trabalho desta função, onde o operador
trabalha sobre o distribuidor de agregado e na pista.

Figura 4.9: Distribuidor de Agregado

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Analisando o resultado encontrado no levantamento, encontraram-se alguns
riscos classificados como não toleráveis. Como solução imediata na redução destes
riscos sugere-se os equipamentos de proteção individual e coletiva indicados no quadro
4.9.
O alto nível de decibéis emitido pelo veículo, fez com que o ruído fosse
classificado como risco médio não tolerado, pois poderá chegar a causar, com o tempo,
surdez ao operador. A queda do distribuidor de agregado, bem como a possibilidade de
atropelamento durante a execução dos serviços, também foram classificados como risco
médio não tolerável, por poderem causar danos fatais.
O agente produto betuminoso foi considerado risco elevado, pois o operador
durante a aplicação do agregado pode ter contato com o produto ou inalar os odores
liberados pelos mesmos, causando danos graves à saúde.
Por fim o risco mais grave encontrado para esta função, classificado como muito
elevado, foi com relação ao agente temperatura. O operador fica exposto a radiações
solares na maior parte de suas atividades, o que pode causar o desenvolvimento de
câncer de pele, já que a região onde foi realizado o levantamento apresenta altas
temperaturas durante quase todo o ano.

Quadro 4.9: Quadro de Análise Preliminar de Risco para operador de distribuidor de


agregado
QUADRO DE ANALISE PRELIMINAR DE RISCOS
Função: Operador de Distribuidor de Agregado Jornada de Trabalho: 44 horas semanais
Equipamento Utilizado: Distribuidora de Turno de trabalho: Diário
agregado
Fonte Meio de Tempo de Conse- Fre- Categoria
Risco Agente
Geradora Propagação Exposição qüência qüência Risco

Ergonômico Ausente - - - - - -

Motor do Ondas
Ruído Intermitente 5 3 5
espargidor senoidal
Físico

Temperatura Sol Raios solares Intermitente 7 3 7

Produto CM-30 /
Químico Contato / ar Intermitente 6 3 6
betuminoso RR-2C

Contaminação Picada /
Biológico Insetos Intermitente 7 1 3
de doenças Contato

Queda do Espalhamento
espargidor Máquina do agregado Eventual 7 2 5
no espargidor
Acidente
Distração/
Atropelamento Veículo problemas Intermitente 7 2 5
mecânicos
Equipamento de Proteção Individual: Protetor auricular, óculos de proteção contra raios ultravioletas, máscaras
com filtro para produtos químicos, luvas, botas, calça e camisa de manga comprida.
Equipamento de Proteção Coletiva: Placas de sinalização.

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5. CONCLUSÃO

Os funcionários atuantes na execução dos serviços de pavimentação asfáltica


tipo TSD estão expostos a riscos consideráveis muito graves, ou seja, riscos fatais,
devendo as empresas tomar medidas imediatas para a redução destes riscos.
As obras de pavimentação asfáltica por serem realizadas em locais abertos
dependem muito das condições climáticas, o que exige que as empreiteiras otimizem os
dias de condições boas para cumprirem os cronogramas. Com essa otimização os
funcionários chegam a trabalhar até dez horas por dia, gerando o aumento de exposição
aos riscos.
A região onde foram realizados os levantamentos apresenta altas temperaturas
durante a maior parte do ano e com pequenos períodos de chuvas. Com isso os
funcionários ficam expostos muito tempo a grandes quantidades de radiações solares,
podendo levar a doenças graves como câncer de pele.
Outro ponto importante observado durante o levantamento nas obras foi com
relação à utilização de máquinas antigas, pois as máquinas utilizadas nos serviços têm
um custo muito elevado, impossibilitando as empresas de renovarem seus
equipamentos, o que reduziria grande parte dos riscos para os trabalhadores já que os
equipamentos são as principais fontes geradoras de riscos durante a execução das
atividades.
A utilização de equipamentos de proteção individual e coletiva propostas nos
quadros de Análise preliminar de Risco de cada função são outras medidas que devem
ser empregadas para a redução dos riscos a que cada trabalhador está exposto. Apesar
disso, ainda vários trabalhadores não se preocupam em proteger-se, alegando incomodo
provocado pelos equipamentos de proteção durante a execução das tarefas. Mas o fato
mais preocupante encontrado foi que os empreiteiros não se preocupam se seus
funcionários estão usando ou não os equipamentos de proteção e, muitas vezes nem
chegam a ensinar a forma correta de usá-los, apenas fornecem por serem obrigados por
lei.
A realização da Análise Preliminar de Riscos para o serviço de pavimentação
asfáltica tipo TSD, é um levantamento prévio dos riscos, sendo útil na tomada de
medidas imediatas, porém deverá ser sucedida por análises mais detalhadas ou
específicas, como seqüência de um estudo mais aprofundado.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARDELLA, B. Segurança no Trabalho e Prevenção de Acidentes. São Paulo:


Editora Atlas S.A. 1999.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM –


ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO 299/97. Pavimentação – Regularização do
Subleito. Rio de Janeiro. 1997.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM –


ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO 301/97. Pavimentação – Sub-base Estabilizada
Granulometricamente. Rio de janeiro. 1997.

20
DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM –
ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO 303/97. Pavimentação – Base Estabilizada
Granulometricamente. Rio de Janeiro. 1997.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM –


ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO 306/97. Pavimentação – Imprimação. Rio de
Janeiro: 1997.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM –


ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO 309/97. Pavimentação – Tratamento Superficial
Duplo. Rio de Janeiro. 1997.

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