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1, NOTHING IN BIOLOGY MAKES SENSE EXCEPT IN THE LIGHT OF EVOLUTION 2. EVOLUGA 0 E BIOGEOGRAFIA: PORQUE HA TANTAS ESPECIES NA TERRA? Evolueao ¢ a modificagao da morfologia, fisiologia e comportamento dos organismos ao longo das geracées. Adaptagdo ¢ 0 conjunto de processos de adequagao morfolbgica, fisiolégica ¢ comportamental dos organismos ao meio ambiente em que vivem. ‘As espécies extinguem-se quando nfo se conseguem adaptar as modificagdes do ambiente, Estas modificagdes sempre foram mais rapidas comparadas com a capacidade de adaptagdo das espécies. Prineipais etapas histéricas: pensamentos evolucionistas, transformagdo de estruturas pré-existentes em restruturas diferenciadas. 2. AOrigem das Espécies a 3. O interregno 4. © Neo-Darwinismo: Teoria Neo-Darwinista/ Teoria sintética da evolugio: com contribuigdo de Fisher, Haldane e Wright, tem como base a selecgdo sobre os genes ¢ no sobre os individuos, juntando as teorias de Darwin Mendell, Estes autores foram os fumdadores da genética populacional admitindo que a mutagao ¢ o factor responsivel pela variabilidade e caso confira vantagem selectiva a tendéncia de se fixar é maior. 5. A Teoria Neutral da Evolugdo (Kimura): confere menor importancia 4 selecgdo natural assumindo que o acaso € 0 motor da evolugo, Defende que a deriva genética fixa genes mutantes desde que nao sejam deletérios, Caso sejam a seleego natural encarrega-se de os seleceionar negativamente. 6. AEra da genémica 1, Asideias Pré-Darwininas: antes de Darwin surgem evidéncias de i é ae AS Personagens: Lineu: relaciona em sistema hierérquico toda a biodiversidade que conhecia, cria o sistema binomial onde admite que todas as espécies estdo relacionadas, acteditava na necessidade de um padro de classificagdo, no agrupamento por hierarquias de semelhanga e a existéncia de um processo evolutivo, Lamarck: teoria dos caracteres adquiridos. Acreditava que todas as caracteristicas so transmitidas a partir dos progenitores. E o principal pré-darwinista, acreditava na existéncia de uma transformago paralela (transformismo) que nao considera um ancestral comum mas apenas a transformagdo a nivel individual originando a lei do uso e do desuso, caracteristicas criadas por uma necessidade endégena. win: mudou completamente a ideia da biologia, percebeu que eu uma relagio filogenética para todas as espécies. As suas ideias surgiram na viagem if do Beagle, através dos ensaios de Malthus e foram descritas no livro “A origem Kez das espécies”. A sua interpretagdo da transmissio das caracteristicas estava errada e cenfraquecia consideravelmente a sua teoria da evolugdo através da selecgao natural. Acredita na “Blending heredity”, em que os descendentes seriam intermédios de — caracteristicas dos pais, pelo que as novas seriam diluidas e ndo se manifestavam de forma igual nas geracdes seguintes. Alfred Wallace: descreve o processo de selecgo natural a Darwin. Mendell: descobre 0 modo de transmissio das caracteristicas entrando em contradigio com 0 Darwinismo em alguns pontos. Teorias da histéria da vida © o {a) Evolucdo: supde que as espécies tém uma origem comum ¢ mudam, Representa a teoria do darwinismo e aponta a existéncia de ancestrais comuns que culminam no LUCA. (b) Transformismo: supde que as espécies possuem uma origem diferente mas mudam. Representa a teoria do Lamarckismo que aponta para a evolugo paralela de linhagens. cionismo: supde que as espécies tém origens diferentes e ndo mudam, so permanentes e inalteradas. tc) Cada linha representa uma espécie no tempo. Se a linha & continua a espécie & constante, se se ramilica, a espécie esta em modificagao. ALGUMAS NOCOES DE GENETICA. Descoberta da estrutura do DNA, uma homologia universal, por Crick e Watson, Sanger descobre como sequenciar proteinas. Kary Mullis descobre a técnica de amplificagao de DNA, PCR. Morgan descobre as bases fisicas da hereditariedade: mutago, genes e cromossomas. Genémica comparativa na investigacao da comparagao (lobo e cao, tomate, milho), a domesticagdo leva a uma diferenciago de comportamento e morfologia. pire . 2 | reoshte i Promotor u~ regien Aon Exon t Bean zs “s00 0p Nae A EVIDENCIA A FAVOR DA EVOLUCAO, Evidéncias: 1 Observagdo: a) Beston Betularia 1b) Domesticagdo de plantas ¢ animais que cria morfologias muito diferentes da selvagem por seleccdes artificiais ©) Variagao em populagdes naturais de forma gradual, diferentes distribuigdes em regides, resultam em fendtipos diferentes Existéncia de homologias: a) Entre os membros dos tetrépodes em que se verifica uma ancestralidade comum que depois modifica em cada tipo de animal, a mesma unidade anatémica sofre modificagdes b) No cédigo genético, o DNA ¢ universal Acvidéncia Séssil: a) Espécies que se extinguiram, 99,9% das espécies que jé existiram esto extintas b) Sucessdo dos prineipais grupos, dessas espécies extintas surgiram outras que existem. hoje em dia (@) Anatomy of modern forms: suggests order of evolution was: Fish + Amptibians |-—e{ Reptiies [|—»[ Mammais and not: Fish Reptiios ¥ Mammals |}—o{ Amphibians ¥ 3. 0 QUE EA VIDA E COMO SE ORIGINOU? Origem da Vida A vida é matéria organizada, capaz de se reproduzir e de se modificar através do proceso de selecgdo natural. Podemos assumir como limites temporais inferiores a idade da Terra (4 bilides de anos) ¢ como superiores a datagdo dos primeiros fosseis (acredita-se que a vida exista na Terra ha 3.5 bilides de anos). if if @« i ie ‘A forma de investigar como terd surgido a vida na Terra é recriar o que poderia ser a Terra nessa altura e como poderia ser a forma mais primitiva, Experiéncia de Miller-Urey: recriou o que poderia ter sido a atmosfera primitiva da Terra. A atmosfera teria assim muitas descargas eléctricas que resultaram na origem da vida, nomeadamente formagao de moléculas orgdnicas a partir de moléculas inorganicas. © aparecimento de um mecanismo de auto-replicago permitiu a formagao de cadeias atingindo-se mais tarde a emergéncia de compartimentalizagao com o aparecimento da bicamada fosfolipidica. ORNA veio permitir o transporte de informagdo ¢ a aceleragdo das reacgdes ao funcionar como catalisador. [DNA subst RNA: Mundo Pré-RNA copia de ONA eta ee Trans ANA Mundo RNA- RNA a catalsaa sua prdnra “nico componente seruindes sents pee nee Seema ‘mundo das proteinas eee | mp | ae, nS seas cenaet ice ee eae Evolugio de mundo proteico onde 8 copia (de DNA ¢ feta por rotelnas Arvore da Vida LUCA: ancentral comum a todos os organismos (last universal common ancestor) Pode nao ser a primeira forma de vida mas é a primeira 4 qual a investigagao consegue chegar. Para tal compararam-se as homologias dos 3 grandes reinos: DNA, RNA, nucleétidos, tradugdo nos ribossomas, transcrigdo com RNA polimerase e transportes membranares. Arevolugao da biologia molecular e os trabalhos de Woese sobre a tricotomia da vida e os 3 dominios permitem-nos apontar para o reino Bacteria como o primeiro a diferenciar-se. Utilizamos © método da parciménia, aquilo que nos parece mais parcimonioso, mais possivel. Aquilo que exigir menos mudangas é mais parcimonioso. avango da genémica permitiu o estudo de varias caracteristicas de uma sé vez dando origem a uma Arvore da vida mais plausivel e mais suportada que separa bactérias de tudo o resto, separando seguidamente Archae ¢ Eukarya que so grupos irmaos, partilharam 4 menos tempo um ancestral comum, A transferéncia lateral de genes é abundante ndo s formas filogeneticamente distintas também. entre espécies proximas como entre 4, UMA INTRODUGAO AOS EUCARIOTAS A Evolusio Dos Eucariotas Acélula eucariota € muito mais complexa que a bacteriana, O DNA esti localizado no niicleo, o mtDNA e cloroplastidial resulta de um mecanismo de endossimbiose e sofie processos de transcrigao e tradugao. A filogenia e a classificagdo dos eucariotas provém da evidéncia molecular de 8 linhagens divergentes que poderdo corresponder a 8 Reinos. Existem 5 ordens de magnitude, em eucariotas, o que com que haja uma brutal diversidade do tamanho do genoma. A relevancia dos mecanismos endossimbisticos: - origem das mitocéndrias e cloroplastos: a anilise filogenética de genomas mitocondriais ‘comprova uma origem endossimbidtica tnica de todas as mitocéndrias e para além disso estes ‘genomas so muito pequenos devido a grande parte dos seus genes terem sido transferidos para 0 _genoma nuclear dos hospedeiros. Assim, uma fracgdo substancial do genoma dos eucariotas parece ter tido origem em bactérias ¢ no em outros eucariotas. E a ae i i =F i 2 i t —+ Meh ‘ yey + 4e & tv Gq es 4 g = i - origem do nicleo celular: por um mecanismo no especificado ou por um mecanismo muito semelhante aos outros organelos, Karsan hypothe Nucl ee Endokaryatichypotesis @)e- enc fein Estrutura e evolugio A Human do genoma nuclear peat lhe nee SM aes ee dey O aparecimento do centrémero, * 6 WiGeve Bttuman meuiagene Ml Repettve DNA element a sua associagiio com a distribuigdo da recombinagdo e com a densidade de transposdes veio revolucionar 0 genoma nuclear. Enquanto que os genomas bacterianos e das archaes so pequenos, compactos ¢ com todo 0 espago ocupado por genes tendo poucos elementos transeritos, 0 genoma dos eucariontes possui maior tamanho, mesmo nao estando isso relacionado com a complexidade do organismo. Possui DNA muito repetitivo e muitos genes inactivos (pseudogenes). Um pseudogene & um gene que, através de mutagdo por exemplo, passa a no funcional, apesar de ter todas as caracteristicas de um gene. E importante na evolugio pois esté livre de mecanismos de evolugdo uma vez que acumula mutagdes, evoluindo rapidamente ¢ caso um dia volte a ficar activo pode apresentar algo novo & vida, Os genes mais complexos so maiores e possuem intrdes ¢ exdes sendo que estes tiltimos se expressam em diferentes tecidos e originam diferentes proteinas com diferentes fungdes. Grande parte do genoma nuclear de muitos eucariotas é composto por elementos genéticos méveis, com capacidade de se auto-replicarem e de se moverem dentro de um cromossoma. Retroclementos: o elemento original é o RNA e é reversamente transcrito em DNA, inserindo-se no ‘genoma: retrotransposio e retrosposio. lementos de DNA: encontrados no DNA genémico, nao funciona através de um RNA intermédio, € replicativo ou no replicativo (conservativo) @ @.~, @Q- @ Heploid Diploid ®. Ow @- © Melos Emergéncia de multicelularidade ‘Acmergéncia de multicelularidade parece ter ocorrido varias vezes, de forma independente, em animais e plantas. A multicelularidade possibilitou a existéncia de diferenciagdo, ou seja, células com fungdes diferentes no desenvolvimento de um organismo. Diferenciagio celular Emergéneia de érgdos especializados originando células com fungdes diferentes no organismo segundo uma organizagao morfolégica. 5. EVOLUCAO E CLASSIFICACAO Organizagao em Reino, Filo, Subfilo, Classe, Ordem, Familia, Género ¢ Espécic. Escaravelho E necessario aplicar métodos de classificagao as filogenias: Fenéticos: andlises essencialmente morfologicas/fenotipicas; Filogenéticos: andlises moleculares, Dificuldades: Hibridagao e transferéncia horizontal de genes. Escolas de Classificagio Biolégica Fenética (Sokal, Rholf, Sneath): baseada apenas na morfologia dos organismos, sem objectividade. Ponto de vista estatistico, matemético, Avaliagdo pela origem, metodologia (estudo de muitas caracteristicas) ¢ auséncia de objectividade. Cladista (Henning): baseada apenas na evolugdo dos organismos, estuda as homologias derivadas e aceita a existéncia de apenas uma arvore filogenética. Avaliagdo pela origem e definigdo, relago simples com as classificagdes, existéncia de uma tinica arvore filogenética e pela metodologia (estudo das homologias derivadas) Evolutiva (Mayr, Simpson, Dobzansky): ponte entre os 2 extremos, tenta ligar ambos os conceitos. ‘Aceita todas as homologias (reconhecendo grupos monofiléticos e parafiléticos) mas nao aceita analogias rejeitando os grupos polifiléticos. Avaliagdo pela origem e definigdo, pela metodologia (cstudo das homologias) e pelas dificuldades. Aavaliagio dos métodos de cada escola é feita pela objectividade, qualquer observador deve chegar aos mesmos resultados, pelo ser natural, ou seja, qualquer subconjunto de caracteristicas deve levar aos mesmos resultados ¢ pelo ser artificial, ter resultados incongruentes, diferentes conclusées através da anilise de diferentes caracteristicas. boro ES bs Conor Classificacao Grupos reconhecidos Analogias _ancest. deriy. NCUTane eT! FENETI: CLADISTA VOLUTIV eee eens Feet ClassificacZo natural: leva-nos ao mesmo resultado Bere quer consideremos apenas a e b ou também ce d. no é informativa pois ndo agrupa os individuos em nada; Db aithende Classificacdo artificial: ao adicionar caracteristicas nee nio se chega ao mesmo resultado, variando de ee acordo com a quantidade de caracteristicas utilizadas, Assim, deve ser estudado todo o genoma e no apenas alguns genes quando se estudo uma determinada filogenia. Ha 2 abordagens dentro da escola fenética que originam 2 classificagdes diferentes reflectindo pouca objectividade. Método do vizinho mais réximo: adistincia de 3 Leen a 1,2 émenor que a 1,4 portante serd a primeira populago que pertence. Método do vizinho médio mais proximo: se fizermos o ponto médio das 2 populagdes 0 3 esta mais perto do ponto médio de 4,5 e portanto pertenceré a essa populacdo. Caracteristicas utilizadas na definigio de classificacies es FO Analogias: resultam da convergéncia evolutiva podendo ter igual fungiio mas origens diferentes (asas da ave e do morcego). Estas estruturas sofiem evolugGes independentes. Homologias: estruturas com uma origem igual e fungao diferente. Estas estruturas sofreram processos de modificagao apos terem partido de um ancestral comum. Ancestrais/Primitivas: a altera¢do ocorre apenas na espécie 1. As espécies 2, 3 € 4 sio homélogas ancestrais. As caracteristicas do ancestral no se modificam. Derivadas: espécies | ¢ 2 partilharam um ancestral comum do qual deriva a caracteristica a’, As caracteristicas sofrem modificagao a determinado ponto. Filogenia dos vertebrados Proposta da escola cladista: desaparecimento das classes actualmente definidas como répteis ¢ peixes sob a justificagio da aceitagdo nica de grupos monofiléticos. Isto tem consequéncias como 0 niimero impraticavel. 6, RECONSTRUGAO DA FILOGENIA Caracteristicas fundamentais da metodologia utilizada: andlise de caracteres partilhados ¢ aplicagao da parciménia. Uma drvore filogenética tem sempre uma raiz que lhe confere polaridade no sentido da evolugaio, mas uma rede filogenética no tem qualquer direccao. Relagdes Filogenéticas entre espécies Altima rede serd a mais aceite uma vez que 0 Homem e o chimpanzé partilham menos modificagdes. Nestas relagdes hi anilise dos caracteres partilhados ¢ utiliza-se o principio da parciménia (evolucao ocorre da forma mai simples e econémica) Linhas: n° de modificagdes evolutivas que ocorreram. Quanto menor o n’ de linhas mais, parcimoniosa foi a evolugao. Anilise das modificagdes evolutivas A inferéneia deve ser feita segundo o método da parciménia e com aplicagao de distancia de forma a identificar e aceitar as homologias derivadas e identificar e rejeitar as homologias ancestrais ¢ analogias Num proceso de construgio filogenética apenas se utiliza homologias derivadas, ao contrério das classificagdes que apenas consideram analogias ¢ homologias ancestrais. Processos de inferéncia filogenética: Aplicagao do prinefpio da parciménia e aplicagio de distincias Dificuldades: existéncia de grupos parafiléticos (definidos por homologias ancestrais) e polifiléticos (definidos por analogias) A inferéncia filogenética identifica e aceita as homologias derivadas ¢ identifica e rejeita as homologias ancestrais e analogias. H4 um estabelecimento de redes de relagdes filogenéticas por auséncia de polaridade Inversées cromossémicas Utilizam-se na determinagdo da filogenia, A rede mais simples surge quando se considera 1,2 e 2,3 pois 1,3 s6 seria possivel se acontecessem 2 inversdes. Assim, 0 mais simples ser 1923. Transformagio de uma rede de relacées filogenéticas numa Arvore filogenética Isto € possivel através da comparagdo com um grupo externo (proximo da espécie da qual se tema rede), utilizagao de critérios embriolégicos e registo fossil. E assim possivel conferir polaridade a rede filogenética, dar um sentido evolugao. ET} Sau) Areconstrugio filogenstica deve utilizar evidéncias miltiplas como a anilise morfol6gica, a andlise molecular (proteinas, DNA, mtDNA, rDNA, diversos genes nucleares) ¢ o registo fossil. O DNA mitocondrial evolui muito rapidamente por ndo possui mecanismos de correegao, Reconhece acontecimentos mais recentes. No entanto, as varias mutagdes que ocorrem no mesmo local levam a saturagdo e a relagdo deixa de ser linear com o tempo apesar de continuar a ser informativo apenas em eventos recentes. O DNA ribossomal tem uma taxa de mutagdo muito pequena, nao se observa qualquer saturagdo ao longo de centenas de milhares de anos de evolugdo. E possivel através dele fazer uma reconstituigdo de acontecimentos mais antigos, numa tentativa de reconstruir a arvore da vida. Existe uma relago linear entre a mutagdo e o tempo. 7. ABASE MOLECULAR DA DOSMESTICAGAO: SEI EVOLUGCAO FENOTIPICA (CCAO ARTIFICIAL E, A base molecular da domesticagdo é a selecgio artificial e a evolugio fenotipica. A domesticago revolucionou as sociedades humanas, podemos definir domesticagdo como a tendéneia crescente das espécies para dependerem do nicho ecolégico humano e para no sobreviverem em locais selvagens. O sindrome da domesticago consiste numa maior docilidade e menor agressividade. A domesticagao nas plantas permite a obtengdo de grdos ou frutos maiores, a perda de dispersdo de sementes ¢ 0 decréscimo na quantidade de substincias amargas. Nos animais permite obter um maior tamanho dos mesmos e maior fertilidade, menor territorialidade mas também uma menor capacidade de apreciagdo do ambiente. A domesticagdo é a maior experiéncia de evolugo realizada, permite-nos compreender a relagdo gendtipo/fendtipo e a sua importancia em termos de analise das caracteristicas complexas. Esta é a idade da genémica, temos todos os recursos e ferramentas a0 nosso dispor. Exemplos notaveis: imimeras ragas de ces, a diversidade de pombos, a transformagao do tamanho do tomate. Estudos genéticos da domesticagio Espécie formas eventos 1 formas Doméstica ancestrals ———domestieago envolvides Questdes: vacas ° 3 2 Onde foram domesticados os animais € —cabras 4 3 3 plantas? avalos ° 2 2 Quantas vezes? Porcos 2 2 2 Quais as formas ou espécies selvagens coatnos 2 1 1 que Thes deram origem? A investigagdo da domesticago do coelha permitiu caracterizar 0 locus MCIR como 0 principal marcador molecular para determinagao de relagdes entre ragas de coelhos sendo que passou do gene selvagem (SWIP) para o NEIP+FR+DOM permitindo o aparecimento de pelagens que eram raras devido a serem facilmente predadas. Na domesticagdo dos bovinos, 0 auroque esteve na origem da domesticagiio de vacas ¢ hoje uma espécie extinta Autilidade do mtDNA. ‘Transmite-se apenas por via materna, é ausente de recombinagdo tem elevada variabilidade. No entanto sé possui um tinico marcador molecular independente. Questées principais Que caracteristicas foram modificadas pela pressio da selecgdo exercida pela espécie humana? Que fracgdo do genoma foi seleccionada? A diversidade era pré-existente ou foi introduzida “de novo” Que tipo de variagao foi alvo de selecgo? Substitui reguladoras? es aminoa dicas ou mutagdes em regides Ex: Pelagem do coelho e Milho © que se sabe hoje € que no mais do que 1 a 2% do genoma das espécies domésticas tera sido moldado pela sclecgdo, Grande parte da diversidade parece ser pré-existente mas provavelmente com consequéncias deletérias. A selecgdo parece ter incidido tanto a nivel da estrutura das proteinas como da expresso dos genes. AS ESPECIES COMO UNIDADES NATURAIS FUNDAMENTAIS Conceito Biolégico de Espécie: so grupos de populagdes naturais interfecundadas e que esto isoladas, do ponto de vista reprodutor, de outros grupos. Conceito filogenético Conceito ecolégico Conceito por reconhecimento Conceito cladista Conceito genealigico Conceito coesivo nosso conceito de espécie aproxima-se cada vez mais daquele que Darwin propés. 8. SELECCGAO NATURAL: Os conceitos de Selecsiio Natural e de Aptidio Biolégica Variagio E Selecso Natural Principios Fundamentais: ‘Variagdo: morfologia, fisiologia, comportamento Hereditariedade: semelhanga com os progenitores Selecedio Natural: variantes diferentes dedicam diferente nimero de descendentes As espécies produzem mais descendentes do que aqueles que os recursos disponiveis permitem sustentar, Se ndo ha recursos para todos ha competigdo, selec¢o natural, A fonte de variagdo é a mutagao, todo o processo de moldar a variagao deve-se 4 entrada, em cada geragao de individuos com mutagdes que se devem a erros de replicago, sendo que existem diferentes taxas de mutagdo e que esta é aleatéria, A evolugo & hoje um facto cientifico solidamente demonstrado pela evidéneia ¢ associada a um corpo tedrico muito sofisticada, conceito de Seleceio Natural Variabilidade Hereditariedade ‘Competigdo (por recursos limitados em cada gerago) Seleceiio Adaptacio Darwin acreditava que a seleccao natural conduzia a divergéncia de caracteres porque ‘quanto mais os seres organizados diferem uns dos outros sob a relagdo da estrutura, dos hibitos e da constitui¢do, tanto mais a regido pode alimentar um grande niimero. Sabia também que quando encontramos espécies estritamente ligadas em diferentes locais significa que em algum tempo viveram juntas. & 0 que acontece nas ilhas. Factores de mudanga evolutiva Mutacdo: tinica fonte de diversidade nova; Deriva Genética: remove diversidade sendo maior quanto menor for a populago; SeleceZo natural: contribui para a remocZo ou persisténcia de caracteres implicando a existéncia de competigdo pelos recursos. © sucesso dos individuos reflecte-se na sua capacidade reprodutiva uma ‘vez. que 0s mais aptos reproduzem-se mais gerando uma maior descendéncia, A aptidao biologica refere que existem caracteristicas que conferem maior vantagem sobre outros individuos. Anilise convencional dos processos de selecgio natural O tamanho do corpo em Bufo bufo Esta variagdo testa-se verificando’ A existéncia de variagdo no tamanho do corpo, sendo que a variago de tamanho é abundante tanto em machos como em fémeas e se a variagdo for vantajosa sera a escolhida pela selecgdo A.associaedo com diferencas de aptidio bioldgica (fitness), quanto maior a fémea mais ovos produz € quanto maior o macho maior a probabilidade de se impor perante outro macho para ganhar a fémea. Por outro lado os sapos maiores sdo mais facilmente predados. A hereditabilidade do tamanho do corpo, os anfibios so um mau exemplo de estudo da sele natural pois possuem um genoma muito repetitivo e complexo. Em cima tamanho dos machos, em baixo das fémeas. problema da analise da hereditabilidade & que para se comprovar é ne todo o genoma. AMEDICAO DA SELECCAO NATURAL E OS TIPOS DE SELECCAO, A sclecgdo natural esta intimamente correlacionada com os factores ambientais. A variagdo morfolégica causa uma maior ou menor predagdo, selecgao natural. Estratégia: 1. Escolha de duas formas divergentes 2. Estabelecimento de um mapa genético baseado em microssatélites, marcadores Mapeamento dos QLTs (quantative trade loci) responsiveis pelas caracteristicas morfologicas analisadas, do nosso interesse. Exemplo: Pelagem do Coelho Selvagem Nas popula predados. HA mais de 100 genes envolvidos na determinagao da cor da pelagem mas os mais importantes sio 0 MCIR que codifica a eumelanina conferindo pelagem escura e 0 agouti que codifica feomelanina conferindo uma pelagem clara, Agouti e MCIR tém relagGes epistéticas entre eles sendo acumulados pigmentos escuros no pélo mas na ponta ha sobre expresso de agouti que s naturais no existem coelhos brancos ou pretos porque Ihe confere cor clara Cria-se assim uma pelagem parda Pelagem do Ratinho das Rochas x “Y S\ Arizona New Mexico 2 § ~-@2 OO O@ ecco a = = >= Tecate, AvraValey Portsl Armond A esquerda do Arizona ha manchas de rochas vulcdnicas, os ratinhos podem ter pelagem escura porque nao so predados. Andando um pouco para o interior temos deserto, cor clara, hi um decréscimo enorme de ratinhos escuros sendo a paisagem dominada por ratinhos brancos, os outros so muito predados porque so muito visiveis. Como o deserto continua até & ponta do Novo México ai s6 encontramos ratinhos brancos. Quando voltam a aparecer as manchas de rocha vulednica volta a ser favoravel os ratinhos terem pelagem escura para se confundirem com as rochas. Mas a distancia entre o Arizona e o Novo México é demasiado grande para os ratinhos a terem percortido, a taxa de migragdo deveria ser minima. Constatou-se entdo que a base molecular dos genes no seria a mesma. Haveria um 3° gene e teria havido evolugdo convergente do melanismo. A existéncia de melanismo, determinado por predagdo, foi encontrada em pelo menos 2 ‘genes distintos que levaram a um mesmo resultado, Existem 2 caminhos diferentes para o mesmo fim, isto s6 & possivel gragas a redundancia do ‘genoma que permite que diferentes genes codifiquem uma mesma caracteristica, A selecgao aproveita qualquer coisa benéfica que surja a qualquer momento para a estabilizar na populacdo. Relagdo entre a aptidao bioldgica e a selecso natural: Valores de w (aptidio) es (selecgio) e a -vantagem do heterozigatico. Tipos de selecgio Selecedo Direccional: a frequéncia de um alelo vantajoso aumenta independentemente da sua domindncia ou recessividade podendo levar a fixagao de alelos. Selecedo Estabilizadora: atua de forma a eliminar fendtipos extremos favorecendo os heterozigéticos podendo levar & homogeneizagdo da populagdo. Selecedo Disruptiva: atua de modo a eliminar fendtipos intermédios podendo culminar numa especiacao. Individuos no centro da distribuigdo tém menor aptidao e com o passar do tempo surgem 2 distribuigdes diferentes. Selecedo dependente da frequéneia: quando a aptidio bioldgica de um fendtipo esté dependente da sua frequéncia relativamente a outros fendtipos de uma dada populagdo. Ocorre uma variagdo da presso da selec¢do conforme a frequéncia do fendtipo numa populacio. DIRECTIONAL STABILIZING: DISRUPTIVE before select ster sce afore secon salecton 4A Aa oe aA Ae ae RA Aa 88 As marcas da seleegdo natural podem hoje ser encontradas no genoma na persisténcia de alelos e excesso de diversidade, regides do genoma que tém muita diversidade porque estao ali muito tempo, so genes mais antigos que a especiagaio ¢ nos sweeps selectivos ¢ presenga de blocos haplatipicos, regides sem diversidade, muito homozigoticas Arvore obtida com o MHC gene lactase expressa-se produzindo uma proteina que degrada a lactose mas mal se di 0 desmame esse gene desliga em todos os mamiferos. O Homem era intolerante em adulto mas, quando surgiram as mutagdes que o fizeram tolerar o leite na sua alimentagdo a selecgdo aproveitou tendo passado a mutagao até aos dias de hoje. As populagdes asidticas e africanas so intolerantes ao leite em adultos mas na Europa e Norte de Africa surge a tolerancia, mesmo tendo surgido por mutagdes em genes diferentes mas que chegaram a um mesmo resultado. A diferente interpretagio de Fisher e Wright sobre os processos selectivos em populagées naturais A importancia relativa da deriva genética e da subdivisio populacional. 9. AEVOLUCAO DO SEXO MODOS DE REPRODUCAO E EVOLUGAO DO SEXO O aparecimento da Reprodugio Sexuada e porque se mantém ‘A maior parte dos organismos reproduz-se sexuadamente, mas ha ainda muitas espécies que © fazem assexuadamente. E hé outras ainda que usam ambos, Uma das espécies que faz ambas sio 608 afidios, no inverno poem ovos, fazem reprodugdo assexuada continuando depois ao longo da primavera, verdo ¢ outono. No final do outono ¢ antes do inverno reproduzem-se sexuadamente. Existe uma coincidéncia entre 0 modo de reprodugdo ¢ os recursos. Quando so abundant melhor usar 0 método assexuado porque é mais rapido ¢ tem menos custos. Quando as condigdes sio dificeis, ha mais competigdo e fazem reproducdo sexuada porque é mais lenta. Assexuada: auséncia de variagio genética, a descendéncia é um clone da progenitora, Sexuada: promogiio da diversidade. As Consequéncias Genéticas dos diferentes modos de Reprodugao Na Reprodugdo Assexuada em cada geragdo cada individuo produz individuos iguais entre eles e a si mesmo, se um alelo se transforma em deletério, todos sao eliminados, Na Reprodugo Sexuada, como a descendéncia é diferente entre si e dos progenitores, mesmo que ‘um gene seja seleccionado, em cada geragdo ha recombinag&o gamética que faz com que as categorias sejam diferentes e qualquer modificagdo ambiental que seleccione contra um gene tem efeito, mas haverd sempre sobreviventes. A Geragio da Variabilidade 1, Meiose 2. Recombinagio 3. Singamia Porque hé apenas 2 sexos e no mais? A relagio entre a possibilidade de produgao de novas combinagies e a heterogeneidade e imprevisibilidade ambientais A adaptagao é muito mais ripida na reprodugio sexuada, Na assexuada, na combinagdo de 3 caracteristicas demorou muito tempo para serem encontradas num mesmo organismo. Sé por muta que chegamos a ABC. Na reprodugdo sexuada, aparece A ¢ C ¢ mal isso avontece juntamese ¢ fazem individuos AC. O tempo que demora a aparecer ABC é muito menor, encontram-se condigdes melhores mais rapido. Poderd entao utilizar-se este tipo de argumentagio para explicar a origem do sexo? Nio facilmente porque a reprodugo assexuada é comum em muitos organismos ¢ 0 argumento dirige-se as espécies. Os custos do sexo 1 Arecombinagio: é uma vantagem porque gera uma panéplia de solugdes genéticas, mas ¢ um custo porque pode destruir boas combinagdes. 2. Aprocura de parceiro: na reprodugdo assexuada é fécil porque cada individuo se reproduz individualmente, na reprodugo sexuada exige tempo e energia para encontrar um parceiro porque hd também selecgdo sexua 3, A producao de machos: os 2 sexos diferem muito na produgao de gametas, as fémeas estio muito limitadas, os machos no. Toda a biologia masculina associada a luta por um territério é um custo. modelo de Williams: a reprodugdo sexuada é vantajosa em situagSes de imprevisibilidade ambiental e de competigdo por recursos limitados. Mas, se um macho pode fazer muito mais filhos que uma fémea porque nio ha mais fémeas que machos numa populagao de modo a fazé-la crescer mais rapidamente? Como é que a raziio de sexos nas espécies € 1:1? normal seria favorecer um maior nimero de fémeas, porque elas é que se reproduzem e esto limitadas, uma populaciio teria muito mais sucesso com muitas fémeas e poucos machos. Hipéteses: 1 Permanente competicao entre as espécies 2. Carga parasitdria e patogénica: todos os organismos tém uma carga destes agentes ¢ hi competig&o entre hospedeiro e parasita. Numa populaciio toda igual basta aparecer um parasita que morrem todos, a espécie extingue-se. A ocorréncia de endogamia e exogamia na reprodugio sexuada No decorrer da evolugao apareceram mecanismos de prevengdo como a dispersio diferencial dos sexos e processos de reconhecimento. Endogamia: cruzamento entre individuos mais aparentados que o normal na populago. Exogamia: cruzamento entre individuos mais afastados a nivel parental que o normal na populagabo. ‘Nas populagdes naturais hd um balango destes cruzamentos. A dispersio diferencial dos sexos, 0 facto de os machos dispersarem mais que as fémeas, evita o cruzamento entre individuos aparentados. Ha também processos de reconhecimento quimico que permitem aos animais perceber qual o parentesco com outros animais. Nas flores, os estames ¢ pistilos tm tamanbos diferentes para evitar mecanismos de auto- fertilizagdo na espécie. Quando as flores esto disponiveis para os insectos, a diferenga de tamanho diminui a probabilidade de auto-fertilizagao. Os efeitos da Exogamia Bi 20) elt nesta site ‘selled outcrossing distan Se analisarmos o n° de sementes em relagao a distancia de parentesco, o resultado é menos sementes por flor sejam muito aparentados ou muito pouco aparentados. O ideal é um intermédio, em que sejam suficientemente aparentados para os seus gimetas se fundirem mas no demasiado para no ocorrer encontro de genes deletérios. A nogao de Ecdtipo tipo € um conjunto de individuos de uma populagdo adaptada a uma determinada regio. Tem uma relagdo coma filopatria, fidelidade a um local geografico especifico ee coma homogamia positiva. Aalterndncia dos modos de reprodugio A reprodugdo assexuada aparece recorrentemente durante a evolugao, Ginogénese: ha peixes cujas populagdes so apenas formadas por fmeas. Ou seja, dentro de um, género ha espécies que transitaram para reprodugdo assexuada novamente. Esta espécie reproduz-se por ginogénese mas precisam de um estimulo de um espermatozéide de outra espécie que nao contribuiré para a constituigdo genética da populagdo, Isto demonstra a ancestralidade, muito provavelmente, num tempo de estabilidade, houve a transi¢o para reprodugao assexuada, mais eficaz e répida, Hibridogénese: anfibios, algumas ras verdes, sao tipo hibridos, resultam da reprodugao de 2 espécies diferentes onde a componente gamética masculina necessiria para iniciar a fecundagdo & removida, Ha uma fase avangada relativamente aos peixes. A populagdo ¢ exclusivamente constituida por fémeas. Partenogénese: nos lagartos hé maltiplas espécies que o fazem, as populagdes so constituidas por fémeas ¢ nem é necessério estimulo em termos gaméticos, a nica curiosidade & que durante a época de reprodugo hé femeas que se comportam como machos. Aqui também hé os rituais de acasalamento mas sio todas fémeas. O facto de este comportamento existit mostra que isso foi o passado. Cada vez que ha recursos estaveis transitam para a reprodugdo assexual. Mas afinal, porque existem apenas 2 sexos? A evolugio da Anisogamia Por causa dos gémetas. Hé uma especializagdo tremenda dos gametas ao longo da evolugao. Os espermatozbides sio feitos para andar a toda a velocidade ¢ o Svulo & uma reserva, fixa. A esta evolugao da especializagao dos gametas denominados anisogamia. Cada gimeta é seleccionado para ser de uma certa forma, um acumulador de nutrientes ou ter uma deslocagdo muito répida, hé uma selecgao disruptiva. Dois gametas é assim suficiente para criar a existéncia de reprodugdo sexuada. As consequéncias no plano das diferengas entre os sexos Acvolugio da razio de sexos H4 um sucesso reprodutivo por parte das fémeas e um sucesso reprodutivo por parte dos machos, A razio entre sexos evolui consoante: O mecanismo genético 2. Aacgio possivel da sele 3, Arazao |:1 ¢ as estratégias evolutivamente estaveis © que faz entio com que nasgam S0fémeas / 50 machos? Se por alguma razdo as fémeas se tornam mais numerosas, um macho reproduz-se com muitas fémeas, os machos vdo passar a gerac&io seguinte mais genes que as fémeas, 0 sucesso reprodutivo deles sera maior, vao estar mais representados na geragdo seguinte, promovendo um maior n° de machos. E ao contrério igual, se houver mais machos hé muitos que nio se reproduzem eas fémeas passam mais genes e portanto nascem mais fémeas na gerago seguinte, 10. VARIACAO GENETICA EM POPULAGOES NATURAIS, Visdes Classica e Balanceada do Genoma + + om + +++ t+ tt ++ + Antigamente pensava-se que as espécies eram mais ou menos homogéneas. Que a tinica variagdo era devido a mutago, muito rara, porque s6 quando se encontravam individuos que morriam é que se atribuia essa hipdtese e havia poucos, Hoje temos uma visio balanceada do genoma, em que a maior parte dos loci tém alelos diferentes. Técnicas de caracterizagio do genoma Electroforese: Esta técnica permitiu ver que uma parte significativa das proteinas aparecia com cargas e Electroforese de Proteinas: a mobilidade das proteinas quando submetidas a um campo eléetrico varia uma vez que as mutagdes podem mudar a carga de uma proteina surgindo a variabilidade observada. Aqui separamos as proteinas de acordo com o seu tamanho. Focagem Isoeléctrica: a separago das proteinas & de acordo com a sua carga atrav As mutagdes silenciosas nao séo aqui detectadas. do pl. RELPS: andlise gendmica directa, polimorfismos de restri¢Zo, com enzimas de restrigio. Posteriormente os fragmentos so analisados por electroforese. Sequenciacdo 1: no inicio era realizada por radiois6topos mas agora é automatica. Utiliza SNIPs que surgem quando existem 2 picos no mesmo local, ou seja, s4o substituigdes nucleotidicas cujo tamanho da sequéncia no muda, VNTRs: existéncia de um outro tipo de variagdo, elementos repetidos, “variable number tandem repeat”, microssatélites que so pequenas regides de pequenos motivos que se repetem varias vezes ao longo de uma regio cromossémica sendo muito va forense. Caracteristicas quantitativas: caracteristicas multifactoriais, esto dependentes da variabilidade genética medindo a quantidade de variabilidade genética numa espécie ou populagao. As espécies reagem muito bem a processos de seleccdo feitos pelo Homem, A resposta 4 selecco é rapida e a reversdo também. Percentagem de loci polimérficos: P= n’ loci polimérficos/n® loci analisados Ahistéria de uma espécie esta inscrita no seu genoma. Heterozigotia: podemos calcular a esperada e a observada permitindo-nos caleular quo diversa & uma espécie ou populagao. Numero médio de alel na: n° médio de alelos/locus; ne: n° efectivo de alelos; ne fequéncia da eequencia 1 = bropargéo de nuceotaece cteentes ente ae cequéncias |e) Deriva Genética Diferentes perspectivas: Fisher: as populagdes so grandes e panmiticas admitindo a existéncia de mutagdo e selecgio natural sendo a deriva genética o factor menos importante; Wright: as populagdes sdo pequenas ¢ subdivididas admitindo a existéncia de uma combinagao entre a selecgdo natural local, a deriva genética, a migragdo ¢ a selecgdo inter-démica, Acreditava que quanto mais pequena é uma populagdo maior ¢ 0 efeito da deriva genética Variagiio das frequéncias alélicas e relagio com o tamanho de uma populasao Se a populagdo & pequena a possibilidade de haver mudangas ao acaso & maior o que pode fazer com que desaparegam alelos. Em populagdes pequenas hi entdo tendéncia para a deriva, genética se sobrepor a selecco natural e 0 contrario em populagdes grandes. A deriva genética é um agente de remogdo da diversidade genética pelo que pode levar & perda a diversidade em poucas geragdes ¢ assim culminar na extingdo de uma espécie onde em poucas geragdes se fixa um alelo. O modelo de Wright- her Aplica-se a organismos diploides, que praticam reprodugo sexuada, a geragdes nao sobrepostas, a subpopulacdes independentes e de tamanho constante N, admitindo cruzamentos aleatérios em cada subpopulagdo, com auséncia de migragéio, mutagdo ¢ seleccao. Considera que se a frequéncia de A na populagio inicial for igual a 0.6, entdo 60% das subpopulagGes terdo este alelo fixado quando alcangarem o equilibrio. Nestas condigdes podemos coneluir que a probabilidade de fixago de um alelo & simplesmente a sua frequéncia inicial, > Aquantidade de diversidade numa populagdo tem diversos modelos possiveis. ‘Mutagao Fa dinica fonte de variagao havendo muitos tipos de mutagao (transigdes, transversdes, sinénimas e nao sinénimas) que podem provocar monossomias até aos SNIPs, polimorfismos de nuclestidos simples, uma troca de bases, ete. Transigdes (substitui-se o mesmo tipo quimico de base) e Transversdes (substitui-se por um tipo quimico diferente da base) As transigGes so mais frequentes que as transversdes. A citosina ¢ a guanina sio os locais preferenciais de substituigao nucleotidica. Sinénimas (ndo alteram o aa) e Nao Sindnimas (alteram o aa) Evolugdo das frequéncias alélicas sob Pressio Mutacional Ada ADA tn? de geragdes A mutagdo é mais ineficaz a introduzir diversidade que a deriva genética a retirar, Perde-se mais rapido do que se cria. 11. BIOGEOGRAFIA EVOLUTIVA A biogeografia evolutiva estuda o porqué das espécies estarem distribuidas como esto, ‘geografia da biologia com uma perspectiva que no é estatica, est dentro da teoria da evolugio. Distribuigao das espécies Endémica: muito precisa (espécies endémicas da Peninsula Ibérica ocorrem unicamente aqui) Cosmopolita: de distribuigao global Disjunta: surgem em toda a regio do paleo-drtico ocidental ¢ depois no sudeste asidtico por exemplo. A distribuigdo ¢ interrompida. A Distribuig&io geografica de niveis taxonémicos superiores, permite ter uma sintese mais facil e fazer a identificagdo das grandes regides faunisticas da Terra. Existem 6 grandes regides biogeogrificas da Terra que reflectem uma afinidade das espécies existentes. sempre possivel identificar subdivisées até uma escala muito pequena, Regides faunisticas/ biolégicas principais da Terra. Incluimo-nos no paleo-artico. A similaridade dentro de cada regido permite saber que a filogenia é mais proxima entre espécies da mesma regio, isto relaciona-se com a deriva dos continentes que provocou o isolamento de espécies que a partir dai passaram a partilhar entre si uma maior similaridade filogenética. Este mapa foi feito através de indices de similaridade que so titeis na identifica mas hoje recorre-se a métodos moleculares. Acexplicagdo da distribuigao das espécies tem em conta os factores ecolégicos (todos os factores biéticos e abidticos que condicionam a ocorréncia de uma determinada espécie,) e as contingéncias histéricas (factores histéricos, do passado). Da combinagdo das caracteristicas bioldgicas da espécie com a sua historia resulta a sua distribuigdo. E esta foi extremamente dinamica ao longo do tempo e as espécies respondem através de algumas estratégias como: 1 Dispersao: através de: ~ Corredores, porgdes de habitat que cumprem requisitos ecolégicos dos organismos ¢ que so constantes no tempo ¢ que permitem movimento entre populagdes (redes fluviais entre salamandras) - Pontes, regides que apresentam temporariamente condigSes para o deslocamento de individuos e que permitem a colonizagdo de areas normalmente inacessiveis (glaciagdes — plataformas de gelo) - Ilha, fortuitamente/obrigados, os animais chegaram l4 levados pelo vento ou correntes. Hé espécies com grande capacidade de dispersio (insectos, aves) ou limitada (anfibios) ¢ cessas diferengas so importantes para percebermos o porqué da distribuigdo assim. Nas glaciagdes, do periodo Quaternario, o clima foi marcado por perfodos extremos de clima, Isto aconteceu repetitivamente num ciclo de 100 000 anos. Por isso é que a diversidade & maior no sul da Europa do que no norte. (0) Glacial maxima | Figure 18.4 Arcos of igh part species diveriy in modem tropes fret. These at infeed _ Tocaltes of glacial forest rotuges, Floresta amazénica, é homogénea em milhares de Kms mostrando bolsas que so mais ricas ‘em espécies que outras. Uma das hipéteses explicativas é que recorrentemente durante a histéria, hd 20 000 anos a floresta era essencialmente uma savana com ithas de floresta que terdo sido os locais ‘onde a maior parte das espécies péde persistir no periodo de fragmentagio da floresta, glaciar. ‘Vicaridneia: fragmentagio de espécies, interrupgo na continuidade da distribuigdo geogréfica de um determinado nivel taxonémico, espécie ou outro superior. Evolugdo da deriva continental desde o inicio da Pangeia: 6.0 mais importante evento de vicariancia (a formagdo de um rio é também um evento de vicarifincia) Podemos explicar a distribui¢do recorrendo as caracteristicas biolégicas da espécie, ou devido a vicariancia, contingéncia histérica em que as espécies so moldadas respondendo aos factores: As espécies 1, 2 3 esto distribuidas em zonas diferentes, temos uma reconstrugio filogenética aqui. Podemos explicar isto recorrendo a um mecanismos que invoca: Apenas a dispersio (Confinada): distribuigdo global ancestral, conquista de um tertitério que originou a espécie 2 e depois outro que deu origem a espécie 3. Uma sequéncia de eventos de dispersio seguida de isolamento é suficiente. Acedo da vicaridneia (Viearidneia): ancestral comum antigamente numa regio, apareceu uma barreira (montanha, rio etc) que dividiu a populagio inicial originando as outras 2 espécies com 0 aparecimento de uma 2* barreira. Exemplo: Estudo da distribuigdo dos Chirominideae Arvore Filogenética _—-s +; fs * » A Australia esté mais proxima de Africa do Sul, depois esta a Nova Zelandia e depois Laurasia e Africa novamente. Esta érvore corresponde exactamente & deriva dos continentes, ha uma correspondéncia perfeita entre a vicariancia ea filogenia, chamamos cladograma entao. Ha uma correspondéncia perfeita entre a histéria filogenética e a separagdo temporal das placas tecténicas. Neste caso é a vicaridncia o principal agente que molda a sua histéria evolutiva. Extensdo da andlise da vicariincia a outros grupos taxonémicos (Congruéncia): Procura para diferentes unidades taxonémicas ver se existe ou ndo congruéncia. A analise da congruéneia da distribuigdo geogrifica de diferentes grupos taxonémicos s6 pode ser feita através da utilizagdo de grupos monofiléticos. Aqui os taxon sio totalmente congruentes, apesar de a ‘Natureza/ distribuigdo ser diferente, uma vez que as espécies mais proximas esto agrupadas na area ‘geografica A e as mais afastadas em B e C (grupos diferentes mas com uma histéria evolutiva congruente). Excepto o taxon 4 que é incongruente com os restantes devido a maiores disperses (maior probabilidade de contrariar congruéncias histdricas) Para estudar a histéria biogeogrifica é necessirio espécies mais congruentes, ou seja, com menor capacidade de dispersdo pois mantém no seu genoma essa histéria Exemplo: A histéria da distribuigdo geografica dos Marsupiais ¢ de outros grupos de Vertebrados Esquema a): As espécies distribuem-se hoje quase todas concentradas na Austrilia, algumas na Nova Guiné, algumas na América do Sul e apenas uma na América do Norte, Sio as espécies que existem hoje de marsupiais. A estrutura desta arvore é perfeitamente coincidente com os momentos de separacdo das diferentes placas. Se compararmos esta drvore com a dos Marsupiais fosseis temos a mesma coisa E vamos ver se existe congruéneia com outros grupos: Esquema b): Comparacdo entre peixes, répteis, aves e anfibios. Sistematicamente a Austrilia e a Nova Guiné juntas, a sul ¢ a norte a Europa. Segue um padrdo igual, congruente através de niveis taxonémicos diferentes. Apesar de a separagio ter sido hd centenas de milhares de anos, a sua distribuigdo ¢ explicdvel por factores hist6ricos, vicariantes. A deriva continental explica hoje grande parte dos padrées de distribuigdo ecolégica da terra, Exemplos Incongruentes Aeexisténcia de exemplos incongruentes pode ser explicada por filogenias incorrectas ou por efeitos de dispersdo, factores ecolégicos que contrariam o poder dos factores hist6ricos, Para estudar a influéncia de apenas vicariaincia escolhemos animais com baixa dispersao. As aves podem causar incongruéncias pois tém uma elevada capacidade de dispersio. Distribuigao biogeografica: factores de ordem ecologica e factores de ordem histérica (agentes vicariantes ¢ agentes de dispersdo intrinseca). E do balango destes factores que procuramos explicar a distribuigao das espécies. A introdugdo de espécies exéticas contraria a vicaridncia e a dispersdo intrinseca, pois so introduzidas em sitios onde nunca iriam parar Historia do contacto entre a América do Norte e do Sul Existem em vez se histérias de interrupsio, histérias de contacto, pois estiveram separadas as placas chocaram formando um istemo que separou o Atlantico do Pacifico. Hoje podemos estudar o contacto através das espécies fosseis de mamiferos, que dispersaram da América do Norte para o sul e vice-versa, Os gréficos so muito assimétricos, 50% dos mamiferos da América do Sul vieram da América do Norte, hé uma grande assimetria ¢ hé uma grande discussio do porqué de as taxas de sucesso serem tao diferentes. Figure 18.18 Numtors (and porcontagee)o! ganata ct land mammals the last 9 wie yetrsin Nort and South Amen: Immgant and native genera ate distrqusted non places, Nete the wave of migration ater about 3 mwon yosrs age. From Marshal etal 1982. : 4 ‘Na Peninsula Ibérica existe também um exemplo assim. Ha 5,9 MA 0 mar mediterrneo secou completamente ¢ niio existia separago entre a Europa do Sul e Africa permitindo uma rica troca de espécies. $6 hé cerca de 5,3 MA voltou a encher 0 mar mediterrineo. Grande parte da diversidade da Europa do Sul e Norte de Africa é fruto desse acontecimento. Embora a distribuigdo tenda a ser explicada por fendmenos de separagiio, hi também. fendmenos de ligagdo a explicé-la, 12, TAXAS DE EVOLUCGAO. Para calcular taxas de evolugio é necessaria uma anélise e compatibilizagao dos dados provenientes da genética populacional e do registo fossil. Temos de olhar para a evolugo de uma perspectiva macro e perceber se é ou no constante ao longo da histéria ou se ao contrario € altamente variavel. E preciso ver se haveré momentos ao longo da historia da vida onde a evolugio esta congelada e depois momentos onde cresce muito rapidamente, Darwin propds uma evolugdo com taxas constantes ao longo do tempo com modificagdes pequenas, lentas e sempre graduais, constantes ao longo do tempo. J. Gold propés a Teoria dos Equilibrios Intermitentes ou Pontuados, que diz que as taxas de evoluco so tudo menos constantes, ha é momentos em que, olhando para o registo fossil, ndio hd alteragGes e de repente a taxa explode e ha aparecimento de novas espécies. O registo fossil é dificil de analisar e gera uma grande controvérsia. A diferenga crucial entre as duas teorias esté nas taxas de evolugao entre e durante as especiagdes. Anilise de evidéncia: - Procurar arranjar evidéncias a partir do registo fossil, evidéncia clara. Grupos que fossilizem facilmente e durante largo tempo. - Necessidade de dados biométricos. Olhando para o registo fossil deviamos ser capazes de redigir uma irvore como a), mas a realidade do que conhecemos nem sequer é b), é c).. O essencial é perceber que o registo fossil é muito incompleto ¢ fragmentado. Esta teoria & muito criticada porque ndo podem olhar para c) e inferir a). Equilibrios a) Equilibrio pontual: auséneia de modificagao ao longo do tempo ¢ hé um instante geolégico em que a espécie desaparece e aparece outra, b) Gradualism filético c) Mudanga Pontuada sem separagdo de linhas A Teoria do Gradualismo Filético (teoria convencional, clas ica) 1, As novas espécies sio originadas pela transformagdo de uma populagdo ancestral na sua descendente modificada; 2. A transformagao é lenta, regular ¢ envolve grande parte da populagdo ancestral; 3. A transformagaio ocorre em toda (ou grande parte) a distribuigo geogréfica da espécie ancestral; A Teoria do Equilibrio Intermitente Diz que a transformagao de uma espécie em outra é répida e envolve apenas uma pequena parte, essencialmente resultado da transformago de uma regio periféris 1, As novas espécies so originadas pela ramificagdo das linhas evolutivas; 2. A transformagdo é répida e envolve apenas uma pequena parte da populag: 3. A transformagio ocorre apenas numa regido restrita e periférica da distribui espécie ancestral; Direita: Gradualismo Filético do lado, separagio de 2 formas e evolugao lenta formando-se 2 espécies. As espécies foram divergindo lentamente sempre em grande n? sendo a sua presenga detectavel num registo fossil ideal. Esquerda: Teoria Pontual, diz que afecta uma pequena parte da populagdo e quando as espécies se juntam ja esto formadas, perdemos no registo féssil o momento crucial da especiagdo porque se dé numa fracgo reduzida ¢ periférica da populagao. Exemplo 1: Caraeéis do Lago Turkana Tém um registo fOssil completo ¢ foram analisados milhares de exemplares ¢ 19 caracteristicas diferentes em 13 espécies diferentes. Defende a teoria dos equilibrios intermitentes, uma espécie caracol existe durante alguns MA, de repente hé um momento em que desaparece ¢ aparecem outras formas no registo fossil, Parecia existir nestas formas ao longo de cerca de 5 MA, uma evidéncia que suportava a teoria dos equilibrios intermitentes, longos periodos de no evolugdo e depois momentos de revolugio, dificeis de analisar pelo tempo curto, em que as espécies mudavam. Foi apresentado como uma s6lida evidéncia da teoria, © artigo foi alvo de imensas criticas porque havia algo errado, as ditas “revolugdes” nao cram momentos de especiagdo mas sim de adaptagio das espécies em que os mais adaptados eram 0s que sobreviviam. As alteragées das condigdes ambientais do lago coincidem com essas aparentes revolugoes. Exemplo 2: As Trilobites do Ordovicio ‘Tém um registo fossil regular e foi feita uma andlise detalhada de uma caracteristica em 3500 exemplares de 8 géneros diferentes. Analisou-se a segmentago das trilobites quantificada ao longo do tempo. Quando o artigo foi publicado foi em suporte do gradualismo filético, A variago é muito gradual nesta caracteristica, consistente, nao aparenta nenhuma evidéncia de saltos, Foi criticado porque o tempo de andlise foi de apenas 3 MA afirmando que no era tempo suficiente para se ver uma revolucio. Desenvolvimento da teoria do Equilibrio Intermitente Este debate ¢ cada vez mais alimentado pela genética. Procura juntar a evidéncia de momentos de homogencidade com revolugées repentinas com a experiencia em laboratério de jungao de fracgdes da populagio a ver se a evolugao era rapida e a especiagao alopatrica De facto isso aconteceu. Apareceram uma série de genes homesticos, que determinam como se desenvolve 0 embrifio, desde o inicio da fecundagao até & formagao do individuo, Estes genes dizem que isto sera o torax, isto o abdémen, ete. Desenvol ento da Drosophila Estes genes so altamente conservados, esto no mesmo cromossoma e encontram-se na homologia quando olhamos para drosophila, ratinho ¢ humanos, Sao eles que determinam exactamente a formagao e desenvolvimento do embriao e funcionam em cascata. Os genes estdo distribuidos na mesma sequéncia antero-posterior no embridio de qualquer ser vivo. Hoje é possivel fazer mutagdes e ver os fendtipos. ee Mutagio que faz com que as antenas passem a patas. Hé uma alterago de uma instrugo basica, As mutagdes de grande efeito tém ou nao afinal um papel fundamental nas taxas de evolugio? Aquilo que alguns defendem & que sim, pode estar aqui a resposta para a existéncia aparente de momentos de continuidade com momentos de absoluta descontinuidade. Os paleontélogos apoiam a teoria pontual, os bidlogos apoiam a gradual pois mesmo estas mutagdes seriam logo seleceionadas, Hoje € este 0 estado actual do debate para a macro evolugao, procurando unir a paleontologia, a biologia molecular e a biologia do desenvolvimento. 13. O QUE SAO ESPECIES? H4 mais de 20 conceitos diferentes de espécie. Como se pode explicar a incapacidade em conseguir uma definigdo satisfatéria? wef FEU. me BPX Cerca de 1300 000 espécies das 1 700 000 espécies > que estdo descritas so de insects. Aespécie é a unidade natural fundamental. O desenvolvimento do sistema de nomenclatura tradicional ainda hoje se aplica, o sistema de Lineu nao é assim tao falivel O conceito de espécie ‘Como se reconhece uma espécie Através das suas definigdes e pela pratica de caracterizagio morfolégica. Exemplo 1: Abutres ‘So muito proximos mas com caracteristicas particulares de cada um, Tem de se conhecer bem as suas caracteristicas especificas para conseguirmos diferenciar as 2 espécies. Exemplo 2: Hyla (relas) Sao mais complicadas, é jé preciso um especialista. Exemplo 3: Perdizes alopatricas e com pequenas caracteristicas que nos permitem diferencid- Muito proximas morfologicamente, mas com distribuigdes é& C las. se Como se define espécie’ Através da sua caracterizagao e da sua defini¢fo nao dimensional (retracto fotografico descrito) e dimensional (tendo em conta a evolugao). Alguns conceitos fundamentais Conceito fenético: tem em conta apenas as caracteristicas morfolégicas das espécies, tudo © que utilizamos para descrever e perceber que 2 animais sao de espécies diferentes. Auséncia de fundamentagdo basica, distincia fenética (andlise estatistica multivariada) e extensa da identificagio pritica das espécies. Hé uma falibilidade biologica pois ndo entra em conta nenhum conceito evolutivo. E um conceito tipolégico, auséncia do padrao fenético na Natureza, os individuos de uma espécie nio so todos iguais e baseando-nos apenas em caracteristicas vamos induzir em erro. Conceito biolégico: 0 nosso, utiliza caracteristicas temporais. Definigdo de Mayr, o enfase da espécie, aquilo que & mesmo importante, é a sua capacidade de reprodugao. Aqui entra 0 conceito de coesio de espécies com existéncia de fluxo génico e o conceito de espécies irmas, sibling species (quase iguais mas ndo se reproduzem entre si). Conceito por reconhecimento: ecolégico, cladista, filogenético (conceito extremo, basta que haja uma divergéncia minima de um par de bases numa sequencia para considerar que so de espécies diferentes). Este conceito foi claborado por Paterson que pés a énfase no reconhecimento entre individuos, diz. que a énfase no é a reprodugdo porque se os individuos nio se reconhecerem no se reproduzem. A énfase serd entdo a capacidade de reconhecimento. Conceito Ecolégico: énfase nos mecanismos selectivos, menor adaptagao dos hibridos. So os mecanismos selectivos que decidem se a reprodugo ocorre ou nao, Em duas populagées que vivem em ambientes diferentes, quando se reproduzem os hibridos esto menos adaptados, porque nem tém as caracteristicas todas para o habitat A nem para o B, esto menos adaptados a ambos os habitats. Isto faz com que as populagécs se afastem levando & formagdo de uma nova espécie. utiliza somente os digramas, as arvores evolutivas. E. fundamental que uma espécie dure 3, 4, 5, ou 6 milhdes de anos ¢ depois passa a outra espécie. Conceito Filogené Mecanismos de Isolamento Reprodutive Hé mecanismos que podem quebrar a capacidade de reprodugdo, podem ser mecanismos préezigoticos ou pos-zigéticos Pré-zigdticos: - Isolamento Ecol6gico: parte da populagdo migra para outro habitat, haverd uma selecgdo diferente que pode fazer com que mais tarde nao haja reconhecimento ou nao se encontrem os individuos para acasalar; - [solamento sazonal/temporal: populagSes que se reproduzem em alturas diferentes do ano; - Isolamento Etolégico: devido ao comportamento do animal, sons que chamam as fémeas por exemplo; Isolamento Mecénico: tamanhos diferentes entre machos e fémeas; Isolamento Gamético: populagdes separadas que desenvolvem gametas diferentes ndo conseguindo ter descendéncia; Pés-zigéticos: h4 formagio do ovo mas 0 ovo nao é vidvel, ndo se desenvolve, inviabilidade dos hibridos. Por outro lado pode ser vidvel, desenvolver-se, criar um individuo que nasce, mas é estéril, designando-se este caso por esterilidade dos hibridos. Exemplo: Savelha - Alosa fallax vs Savel — Alosa alosa A Savelha sobe pouco nos rios para se reproduzir ao contrario do Savel que sobe muito, Estas espécies ndo se misturavam na reproducdo porque tinham locais de reproduedo diferentes. Mas a construgdo de barragens impediu que o sAvel pudesse subir tanto no rio e a savelha ¢ 0 savel passaram a encontrar-se na barragem. Distribuigdo do n° de branquioespinhas na espécies de savelha e savel. Nas barragens encontramos um n° de individuos com n° intermédio de braquioespinhas do svel e savelha, estes individuos serdo fruto de hibridago das espécies, sdo hibridos, Fomos confirmar, para um alelo da hemoglobina, ¢ encontramos que os hibridos tinham uma frequéncia que era também intermédia entre as 2 espécies. que ainda ndo se sabe é se estes hibridos se reproduzem. Houve entdo uma destruigdo dos mecanismos pré-zigdticos, de ordem ecoldgica porque 0 local de reprodugdo era diferente e agora ndo. Destruimos 0 mecanismo pré~zigético de isolamento ‘temporal porque se reproduziam em épocas diferentes. Nao sabemos se os mecanismos pés-zigéticos esto ou nfo a atuar. Aspectos comparativos dos conceitos ecolgico/biolégico E muito dificil separar o fluxo génico do reconhecimento, nao é fieil de um ponto de vista pritico dizermos rigorosamente se uma espécie se formou mais por um conceito ou por outro. Ha evidéncias controversas, como as espécies de reprodugao assexuada, porque ai o conceito biolégico nfo serve, a Gnfase na reprodugdo nao faz sentido. Diagrama: Esquerda: uma espécie 1 deu origem a duas espécies 2 ¢ 3 Direita: de 1 a 2 houve um ponto de aparecimento de outra espécie 3 que faz. com que a espécie 1 deixe de existir € passe a 2. Para Darwin ndo seria assim, | continuaria a existir temporalmente. ‘A Existéncia das Espécies Hoje em dia existem 2 correntes dentro da biologia: a corrente dos realistas (bidlogos que acreditam nas espécies) e a corrente dos nominalistas (dizem que a espécie nao existe, é uma nomeagao artificial). ‘Acvidéncia da observagio independente é um grande ponto a favor da existéncia das espécies, Mayr trabalhava com aves na Nova Guiné ¢ encontrou 300 espécies de aves ¢ ao falar com as varias tribos foi colectando os nomes que davam As espécies. E uma observago absolutamente independente e empirica que coincidia com 0 conceito de espécie. Aevidéncia das comunidades reprodutivas vai de encontro ao conceito cladista. Acxisténcia das espécies ¢ 0 futuro do conceito de espécie As espécies ndo sGo entidades estanque, trocam genes entre si, apesar de as agruparmos em categorias, so entidades permeaveis, Espécies proximas estdo ainda, na sua evolugdo recente, permeaveis a troca de genes. O que ndo quer dizer que ndo sejam espécies boas. conceito de espécie é ainda subjectivo, 14, OS PROCESSOS DE ESPECIACAO, Os processos que provocam a especiagdo sdo o isolamento reprodutivo e as modificagdes ‘genéticas durante a especiagio. As alteragSes que caem pontualmente ao longo do genoma vio fazer com que as espécies comecem um processo de divergéncia que leva a especiacao. A especiagdo assenta apenas em diferengas geogrificas entre populagdes (auséncia de fluxo genético), rejeitando a importincia da selecgdo natural ¢ considerando uma especiagdo alopatrica. No entanto, ndo considera as espécies assexuadas ¢ os reconhecimentos. Especiagdo Alopitriea: com a criagdo de uma barreira entre a populagao as 2 novas populagdes rrenciamese de forma diferente; Especiacdo Parapitrica: diferenciagdo distinta numa mesma area; Especiagdo Simpatrica: diferenciagdo de espécies ocupando todas o mesmo territério; Parapatria simpatria Porque ha tantas espécies na Terra: - Plasticidade dos genomas - Existéncia de um continuo evolutivo - Relevancia da selecgo natural Acespeciagio A especiagdo surge com o aparecimento de variantes genéticas, caracteristicas genéticas diferenciadas em grupos de individuos. Depois ha uma reprodugdo diferencial entre individuos que as partilham causando um isolamento reprodutor. E ha o aparecimento de linhagens levando a evolugdo de mais caracteristicas. Ha diferenciagdo a varios niveis. ‘Como ocorre a especiagio? Pode ocorrer em total isolamento geogréfico > alopatria; em populagdes contiguas > parapatria ou entdo dentro de uma mesma populacio inicial na mesma area > simpatria. AExisténcia de Variasio Geogréfica O esquema mostra a ocorréncia de especiagio alopatrica das gaivotas da nossa costa. Sio ring species, mostram um continuo de espécies ao longo de todo o globo. O que temos em Portugal é muito diferente da espécie da Nova Zelandia mas ha um continuo de espécies em que umas substituem as outras sendo a anterior muito proxima da seguinte. A nivel longinquo sero diferentes. A estas espécies chamamos ring species, formam um anel a volta do globo. Outro exemplo disto so as salamandras californianas. A Existéncia de Variagio Geogrifica Para que haja especiagao é necessario que haja variagdo dentro de uma populagao. © mapa representa a distribuigo do tamanho dos pardais na América do Norte, vemos que existe uma distribuigo muito regular mas ha varias categorias diferentes. Existe variago dentro da populagao A Especiagio Alopstrica Especiagdio em areas geograficas diferentes, existe primeiro uma area geografica em que os individuos migram para outra érea e no meio temos de imaginar uma barreira, um rio, montanha, etc. Essa barreira faz com que haja a interrupgdo do fluxo génico, que faz com que a partir desse momento as espécies comecem a evoluir em condigdes diferentes e as mutagdes que caem numa populagdo serdo diferentes das que caem na outra. Comega a haver o afastamento das populagdes. O Contacto Secundario FE quando duas populagdes que foram separadas e que j4 so muito diferentes (podendo até considerar-se espécies diferentes), por remogdo da barreira voltam a juntar-se. E ai podem acontecer

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