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Informativo GEED

GRUPO DE ESTUDOS “EDUCAÇÃO EM DEBATE” - Edição 1 - Abril de 2010


(email: fsaprofessor@gmail.com)

AVANÇAR NA LUTA OU DIGITALINO EM:


EM: Cenas da
RETROCEDER NO CONFORMISMO? “Revolução digital” na Educação de Feira
de Santana
Diante dos gastos excessivos e injustificáveis do
Executivo Municipal com os recursos públicos - lousa
digital e o condensador de ar, principalmente -
perguntamos: o que é prioridade na política
municipal de educação de Feira de Santana?
Chegamos à triste constatação de que o
problema da não-efetivação do nosso Plano de
Carreira é resultado de uma lógica neoliberal
adotada pela atual gestão como continuidade das
gestões anteriores. Resultado disso: a ausência do
setor público na tarefa de assegurar a educação
pública, gratuita, laica e de qualidade. Isso implica
desde a retirada de garantias sociais dos
trabalhadores à sua substituição pelo “pacotão de
medidas”. No dia seguinte, na escola, Digitalino está ansioso para
Poderíamos questionar o porquê de até agora o experimentar a novidade...
executivo municipal não ter se pronunciado com
relação ao nosso Plano de Carreira e quem sabe
venha usar, como no ano passado, o discurso da
falta de recursos e redução dos custos. Por outro
lado, foram gastos milhões com a iniciativa privada,
em projetos como Jornal à Tarde, Revistinha de
Ziraldo, condensadores de água, lousa digital, dentre
outros. Isso sem consultar os professores e diretores
sobre as reais necessidades das escolas. Além
disso, o que justifica os altos investimentos nas
“reformas” das escolas, na qual verificamos a
maquiagem à base da “mão de tinta” e pequenos
reparos em equipamentos?
Veicula-se na mídia uma verdadeira “revolução
na educação” com investimentos de milhões, mas
quando as questões são relacionadas à valorização Será que Digitalino conseguirá saciar sua sede com os
do magistério o discurso é sempre o mesmo: “não modernos bebedouros digitais?
temos dinheiro!”
Diante desse quadro, o que está sendo feito frente
a este momento de perdas históricas dos
trabalhadores? Como cada professor está se
colocando como partícipe desse processo de luta
pela implantação de um Plano de Carreira que
atenda às nossas necessidades? O que é preciso
para reverter essa lógica do "professor colaborador"
e da interferência das empresas no PPP das
escolas? Quais as diretrizes das políticas
educacionais para este município? Como vem sendo
gastos os recursos públicos com a educação?
Essas e outras perguntas desejamos responder *Segundo relatos de alunos e professores os
na prática social, com os trabalhadores da educação, bebedouros digitais (condensadores de água)
lado a lado, nas lutas que precisaremos travar pelo
produzem apenas 20 litros de água por dia.
Plano de Carreira.

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PLANO DE CAR
CARREIRA, JÁ!
O Plano de Carreira é uma necessidade urgente no sentido de garantir os direitos dos
trabalhadores da educação. Desde a Constituição Nacional de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação de 1996 já era previsto como necessário, tornando-se lei com a aprovação da Lei do Piso - Lei
11.738 – a qual estabeleceu um prazo até 31 de dezembro de 2009 para que os municípios construíssem
ou adequassem os seus respectivos Planos de Carreira.
Neste sentido, a categoria em dezembro de 2009 realizou um debate sobre a adequação da Lei
Complementar 01/94, lei esta que regulamenta o exercício dos trabalhadores da Rede Municipal de Feira
de Santana. Diante das discussões que foram realizadas traçamos um quadro da atual situação dos
trabalhadores da educação no Município de Feira de Santana:

Situação atual dos trabalhadores da educação: Nossas reivindicações:


Coordenador é entendido como função. Coordenador seja considerado um cargo.

FGE (Funções Gratificadas em Educação) dos Diretores FGE de acordo com a quantidade de alunos, no sentido de que
por número de salas. aumente suas gratificações, como reconhecimento e valorização
do seu árduo trabalho.

Salário inicial dos professores efetivos de R$ 527,00. Seja de acordo ao Piso Salarial Nacional (PSN) acrescido de
75%, respeitando o art. 311 da Lei Complementar 01/94.

Mudanças de referência ou progressão vertical só a partir Progressão automática mediante comprovação da titularidade.
de três anos de serviço mediante solicitação à Secretaria
de Educação.

Solicitações de alteração de carga horária, mudanças de Solicitações em qualquer período do ano mediante comprovação
referências e transferências só podem ser solicitadas na dos mesmos (titularidade e vaga real) independente da condição
última quinzena do mês de dezembro. de estágio probatório.

O reajuste fica a mercê da “boa vontade” do executivo. Adequação ao PSN; reajuste dos salários dos trabalhadores da
educação, levando em consideração o tempo de serviço, grau de
escolaridade, realização de cursos e revisão de perdas.

Escolas sucateadas, com péssima infra-estrutura e sem Melhoria das condições de trabalho nas escolas da rede, com
a mínima condição de funcionamento. Faltam livros ampliação dos recursos materiais que atenda às necessidades
didáticos, merenda escolar, papel ofício e outros. dos estudantes.

Não existe uma política de incentivo, tampouco cursos de Possibilidade dos professores e demais trabalhadores da
formação inicial e continuada para os trabalhadores da educação continuar seus estudos, tendo o retorno nos seus
educação proposto pela Secretaria de Educação. respectivos salários.

Contratação de estagiários para suprir as vagas ociosas, Alteração do regime de trabalho de 20 para 40 horas para os
através de cooperativas, com um salário de pouco mais professores que estão ocupando vagas ociosas como forma de
de R$ 300,00, sem nenhuma garantia trabalhista ou valorizar a estabilidade destes trabalhadores; Realização de
acompanhamento pedagógico. concurso público para o preenchimento de vagas ociosas.

Você sabia
• Em 16 de julho de 2008, a Lei 11.738 instituiu o piso nacional de R$ 950,00 para os profissionais do magistério público
da educação básica, com ensino médio e em início de carreira.
• Segundo esta lei o piso deve ser reajustado anualmente, em janeiro, no mesmo percentual que o custo-aluno do
FUNDEB - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação.
• Em 2009, esse reajuste foi de 19,2%, ou seja, o piso passaria a ser R$ 1.132,40, e não mais R$ 950,00.
• Em 2010, o percentual do custo-aluno foi de 18,3% (aprovado no Orçamento da União), mas o Ministério da Educação
(MEC) anunciou um aumento de apenas 7,86%, com base na diferença dos valores per capita do FUNDEB entre 2008 e
2009. Aumento calculado com base no piso de 2008, mantendo-o em 2010 no irrisório valor de R$ 1.024,67 ao invés de R$
1.339,62.
• Em um levantamento realizado pela Globo Notícias a partir de informações (MEC), referentes a 2008, aponta a Bahia
como o quarto estado com o pior salário pago aos professores da rede pública de ensino, 40% abaixo da média nacional.

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