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bem perto de nés, com 0 nosso Mandela desconhecido ~ Mohan Ranade, Nem anos de sofrimento no cércere, nem a realizagdo da primeira parte . do objetivo, 0 de libertar Goa do jugo colonial portugués, diminuiram 0 seu fervor pela causa de Liberdade, Justica e Paz para os seus compa- triotas. E nada de rancor contra os ditos inimigos dos tempos passadlos. Por conexao a este livro (‘A Senda do Dever’) incumbe a mim a obrigagao moral de constatar a dificuldade que eu préprio tive - da qual ainda me surpreendem sombras incertas -- em compreendet 0 fenémeno que Mohan Rankde foi e é, em particular a largueza.do seu espirito pés- 1969. “Nitimado nio s6 pelas autoridades do poder édlonial, mormente a sua Pélicia Politica (como era de esperar e que ele sabia de antemio), mas de uma forma devastadora também pelas do Governo do seu préprio pais (como ele nos deixa vé-lo sem equivocos), Mohan Ranade teria'toda a razo’ para queixumes contra um e outro, para detestar ambes ou ao ‘menos para deixé-los longe da vista, fora do coragao. Mas nada disso se vé nos seus atos, palavras e pensamento. O seu patriotismo pode explicar o seu sentit-se uno com a sua {india amada, com os seus compatriotas — quaisquer que tenham sido as falhas da parte de quem quer que seja. Mas a nobreza do seu espitito estende-se bem mais além, ‘perdoando’ até os malfeitores da ditadura colonial e acolhendo os portugueses como um povo-amigavel. E de maravilhar a capacidade desta vitima, a capacidade racional ¢ emotiva do Sr. Ranade, para diferenciar entre os agentes da opressio ¢ 0 povo democratico de Portugal. fi Por mim, sempre julguei os meus herdis pela capacidade que eles demonstraram para levar nos seus ombros ¢ no seu coracio 0 peso da infelicidade e do descontentamento dos outros humanos oprimidos pelo punhado dos da ordem injusta. E jamais foi necessdrio para mim que eles fossem ou ndo homens de Fé, crentes desta ou daquela religido. Neste contexto, Mohan Ranade surge no meu firmamento como uma alma gémea [perdoem-me a ousadia] — racionalista de raiz, 0 seu humanismo é inspirado pela légica de bom senso comum, e ndo por qualquer religiosidade convencional carregada de superstigao. E curioso que a sua libertagdo da penitencidria do Forte de Caxias em Portugal, em 1969, foi - sendo inteiramente, 20 menos principalmente -- devido & intervengdo do Papa, a pedido do Sr. Annadurai, um ateu declarado e entio Ministro Chefe do Estado de Tamilnadu, durante uma audiéneia

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