Você está na página 1de 1

O Essencial e o Ser

O que é essencial, fundamental para o Ser?

Vivo as "Vidas Secas", em paragens cruas,


Cruéis de tão cruas e frias de tão secas.

Não fosse a mente que, por razões inexplicáveis, ainda vasculha e rastreia a si
própria à procura de algo "indivisível", já estaria no inferno inquietante do mundo
substantivo e como partícipe da paisagem atroante.

Antes, um pouco de história.


De início, o foco era no pronome: o Eles fazia parte e era a própria vida e o Eu era
unicamente um ponto de observatório, talvez uma referência; depois veio o Nós,
mais interessante e desafiador; em seguida chegou Você, mais próximo e
acolhedor, no entanto mais arisco e em vibrações desconcertantes. Em todos, o
Eu continuava lá, quieto, central e irritantemente alheio.

Uma segunda fase se inicia com o Verbo: ser, ter, fazer, amar. Momentos de
intensidade, de ação.
No entanto, o Eu continua neutro e ababelando o dinamismo em latência. Em sua
maioria, os movimentos são apenas percebidos. Em raros casos há alguma
conjunção, mas sem subjugues de parte a parte, pelo menos na do Eu.

Somadas e com o passar do tempo, as perdas se acumulam enormes!


E agora só resta o substantivo que, com o Eu sem verbo, não enseja movimentos.
E aí vem uma conjectura: é o movimento, o deslocamento que interessam?

Diógenes, o grego
23/10/2008

Você também pode gostar