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PREFEITURA MUNICIPAL DE QUEIMADAS SECRETARIA DE TRABALHO E ACAO SOCIAL SERVICO DE CONVIVENCIA E FORTALECIMENTO DE VINCULOS CURSO DE LIBRAS PARA OUVINTES NIVEL! LIBRAS Lingua brasileira de sinais APRENDENDO LIBRAS DE VERDADE Aa Nao entendeu? Apeenda LIBRAS. SOMOS SURDOS SIM, E NAO TEMOS VERGONHA DISSO! QUEM SAO OS SURDOS? SAo aquelas pessoas que utilzam a comunicacéo espaco- visual como principal meio de conhecer 0 mundo, em substituigao a audigdo e a fala. A maioria . das pessoas surdas, no contato com outros surdos, desenvolve a Lingua de Sinais. J outros, por viverem isolados ou em locais onde nao exista uma comunidade surda, apenas se comunicam por gestos. Existem surdos que por imposigdo familiar ou op¢ao pessoal preferem utilizar a lingua oral (fala). Deficiéncia Auditiva Termo técnico usado na area da satide e, algumas vezes, em textos legals. refere-se a uma perda sensorial auditiva. Nao designa o grupo cultural dos surdos. ‘Surdo-Mudo Provavelmente a mais antiga e incorreta denominaco atribuida ao surdo, € infelizmente ainda utilizada em certas areas e divulgada nos meios de comunicaco, principalmente televisdo, jomais e radio. * 0 fato de uma pessoa ser surda nao significa que ela seja muda. A mudez uma outra deficiéncia, totalmente desagregada da surdez. Sao minorias os surdos que também s8o mudos. Fato é a total possibilidade de um surdo falar, através de exercicios fonoaudiolégicos, aos quais chamamos de surdos oralizados. Também é possivel um surdo nunca ter falado,sem que seja mudo, mas apenas por falta de exercicio, * Por isso, 0 surdo sé sera também mudo se, e somente se, for constatada clinicamente deficiéncia na sua oralizaco, impedindo-o de emitir sons. Fora isto, é um erro chama-los de surdo-mudo. Apague esta idéial 0 que é 0 Surdo-Mudo? Erro social dado ao tato de que o surdo vive num “siléncio” rotulado pela propria sociedade (por falta de conhedmento do real significado das duas palavras). a Surdez: dificuldade parcial ou total no que se refere a audicao Mudez: problema ligado a voz. 0 que 6 a deficiéncia auditiva? E apenas uma perda sensorial, por isto as pessoas com problemas de audigéo tém potencialidade igual a de qualquer ouvinte. Comunicacao com liberdade e seguranea. Para os surdos a lingua de sinais ¢ fundamental, pois s6 através dela podem se comunicar. DESMISTIFICANDO OS ESTEREOTIPOS Nem todo surdo é mudo; Nem todos os surdos fazem leitura labial; Nem todos os surdos sabem Lingua de Sinais; Ao falar com surdo nao é necessario tocd-lo fortemente e/ou falar em voz alta. A Lingua de Sinais nao é universal. vyvyv BREVE HISTORICO DA EDUCAGAO DOS SURDOS Ahistoria da educagao dos surdos é cheia de controvérsias e descontinuidades. A primeira noticia que temos € do século Xil, quando os surdos néo eram considerados humanos, no tnham direito & heranga, no frequentavam nenhum meio social e eram proibidos de se casarem. Na Idade Média, com o feudalismo, os surdos comegaram a ter atengao diferenciada pelo clero (Igreja), que estava muito preocupado com o que tais pessoas faziam e por que ndo vinham se confessar. ‘As pessoas nao iam se confesser porque néo apresentavam uma lingua estruturante para seu pensamento, Mas a igreja também estava muito preocupada, pois nasciam muitos surdos nos castelos dos nobres, devido a frequéncia dos casamentos consanguineos, comuns na época, visto que a nobreza néo queria dividr sua herabnga com outras familias € acabavam casando-se entre primos, sobrinhes, tios e até irmméos. Como nos mosteiros da Igreja havia padres, monges ¢ frades que utilizavam de uma lingua gestual rudimentar, porque nesses ambientes existia 0 volo do siléncio, esses religiosos foram deslocados para esses castelos com a missao de educat os filhos surdos dos nobres em troca de grandes fortunas. Quanto ao método utiizado na época nao temos registros, mas sabe-se que alguns acreditavam que deveriam priorizar a lingua falada, outtos, a lingua de sinais e outros, ainda, © método combinado. Em 1880, aconteceu 0 Congresso Mundial de Professores de Surdos em Miléo, na Italia, onde foi discutido qual seria o melhor método para a educagéo dos surdos. Nesse congresso ficou resolvido que o melhor métdo era o oral puro, sendo proibida a utilizacdo da lingua de sinais a partir desta data. A partir dai, as criangas surdas, muitas vezes, tinha suas mos amarradas para trés € ram obrigadas a sentarem em cima das méos ao irem para a escola, para que néo usassem a lingua de sina, Tal opressdo perdurou por mais de um século, trazendo uma série de consequéncias sociais e educacionais negativas. No Brasil, @ primeira lei que viabiliza o uso da Lingua Brasileira de Sinais como a primeira lingua dos surdos foi assinada em novembro de 2002 pelo Presidente Femando Henrique Cardoso. LEI DE LIBRAS Lei n° 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispée sobre a LINGUA BRASILERA DE SINAIS - LIBRAS e dé outras providéncias. Eu o presidente da reptblica faco saber que 0 Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Art. 1 - E reconhecida como meio legal de comunicagdo e expressao a LINGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS e outros recursos de expressao a ela associados. Paragrafo Unico. entende-se como LINGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS a forma de comunicagao e expresso, em que o sistema linguistico de natureza visual-motora. Com estrutura gramatical prépria, constituem um sistema linguistico de transmissdo de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. Art, 2 - Deve ser garantido, por parte do poder publico em geral e empresas concessionarias de servigos publicos, formas institucionalizadas de apoiar 0 uso e difuséo da LINGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS como meio de comunicagao objetiva e de utiizagao corrente das comunidades surdas do Brasil. Art 3 - As instituigées publicas e empresas concessiondrias de servigos publicos de assisténcia a satide devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiéncia auditiva, de acordo com as normas legais em vigor. Art. 4 - O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a incluso nos cursos de formagao de educacdo especial, de fonoaudidloga e de magistério, em seus niveis médio superior, do ensino da lingua brasileira de sinais - libras, como parte integrante dos parametros cirriculares nacionais - PCNS. Conforme legislagao vigente. Paragrafo Unico. A LINGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS nao poderé substituir a modalidade escrita da Lingua Portuguesa. Art. 5 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicagao. Brasilia, 24 de abril de 2002; 1810 da Independéncia e 1140 da Republica. Fermando Henrique Cardoso Paulo Renato Souza Texto Publicado no D.O.U. de 25.4.2002. SURDEZ Surdez 4 a diminuicéo da capacidade de percep¢ao normal dos sons. De acordo com a Organiza¢éo Mundial da Satide (OMS) a pessoa que nao percebe , sons acima 26 dB é portadora de surdez. A ssurdez pode ser: + Leve: as pessoas podem no se dar conta que ouvem menos: somente um teste de audigo (Audiometria) vai revelar a deficiéncia. E a perda acima de 25 a 40 decibéis (D.B.); + Moderada: & a perda de 41 a 55 (D.B.). Os sons podem ficar distorcidos e na conversagdo as palavras se tomam abafadas e mais dificeis para entender, particularmente quando: tém varias pessoas conversando em locais com ruido ambiental ou salas onde existe eco. A pessoa s6 consegue escutar os sons muito altos como 0 som ambiente de urna sala de trabalho e tem dificuldade para falar ao telefone. + Severa: a perda de 71 a 90 (D.B). Para ouvir, a pessoa precisa de um som to alto quanto o barulho de uma impressora rotativa (até 80 decibéis). + Surdez profunda: E a perda Acima de 91 (D.B.). A pessoa s6 ouve ruidos como os provocados por uma turbina de avido (120 decibéis) disparo de revolver (150 decibéis) e tiro de canhdo (200 decibéis).. PREVENGAO DA SURDEZ: - Protegdo a matemidade, através de assisténcia pré-natal, e parto assistido adequadamente: - Cuidados adequados ao recém-nascido, proporcionando amparo afetivo e ambiente propicio para seu desenvolvimento; - Vacinagao completa das criangas: - Tratamento médico a todas as doengas da infancia; - Evilar 03 casamentos consangilineos; - Alimentagao e estimulagao adequada na etapa pré-escolar: - Diagnéstico precoce de todos os distuirbios no desenvolvimento. ALFABETO DE LIBRAS O alfabeto de Libras (Lingua Brasileira de Sinais) teve sua origem ainda no Império. Em 1856, 0 conde francés Emest Huet desembarcou no Rio de Janeiro com 0 alfabeto manual francés e alguns sinais. O material trazido pelo conde, que era surdo, foi adaptado e deu origem a Libras. Este sistema foi amplamente difundido e assimilado no Brasil. No entanto, a oficializagao em lei da Libras s6 ocorrreu um século e meio depois, em abril de 2002 - nesse pperiodo, o Brasil trocou a monarquia pela republica, teve seis Constituigdes e viveu a ditadura miitar. O longo intervalo deve-se a ulma decisao tomada no Congresso Mundial de Surdos, na cidade italiana de Miléo em 1880. No evento, ficou decidido que a lingua de sinais deveria ser abolida, ago que o Brasil implementou em 1881. A Libras quase mudou o nome e sé voltou a vigorar em 1991, no Estado de Minas Gerais, com uma lei estadual. S6 em agosto de 2001, com o Programa Nacional de Apoio a Educagao do Surdo, os primeiros 80 professores foram preparados para lecionar a lingua brasileira de sinais. A regulamentagdo da Libras em ambito federal s6 se deu em 24 de abril de 2002, com a lei n° 10.436. Alfabeto Manual 49% bus we¥¥S TNA ba eer & Meu nome e Meu sinai Seu nome? NUMEROS EM LIBRAS. As linguas podem ter formas diferentes para apresentar os numerais quando utilizados como Cardinais, Ordinais, Quantidade e Valores Monetarios por exemplo. Isso também acontece na Libras. 2 8842-6751 ‘ 036 183 QUANTIDADES Para as quantidades de um a quatro utilizamos os exemplos abaixo, e nos demais casos fazemos as mesmas aplicagdes dos numeros cardinais. : 1 2 3 4 Exemplo de aplicagao das Quantidades: (oh 7, @ $28 We 4, O@ BE 4FLOR 2 PASSAROS 3 BOLAS 4CRIANCAS ORDINAIS Db Sw g bD 8 9 d6 10° BOAS MANEIRAS [ CONHECER DIAS DA SEMANA (| Psy (pe \ DOMINGO QUARTA-FEIRA QUINTA-FEIRA SEXTA-FEIRA MESES DO ANO ly SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO FAMILIA FAMILIA 7g ee g) I FILH@ PRIM@ NET@ MULHER i ALS i s i MAE vov@ 5 Hl 7 Ae IRM@ SOBRINH@ ). ee) 7 ra hep — BISNET@ PADRINHO / MADRINHA| Be eZ BAY | ses: Gf H AFILHAD@ SOGR@ CUNHAD@ es EJleyp ty LRG? BT Wee PADRASTO. MADRASTA Se S OA, ea, CRY GENRRO NORA viuv@ Cade © FILH@ ADOTIV@ CORES CORES: { 5 a T PRETO Veen) Sy fA MARROM LILAS ia yy) A ROSA BRANCO VIOLETA ee Of b VERMELHO LARANJADO i REE DOURADO =O Wz’ A = IR Rery | f MATERIAIS ESCOLARES RESVISTA CLIP BORRACHA MATERIAIS CADERNO APONTADOR PAPEL. LIVRO TESOURA DUREX LAPIS QUADRO Giz DICIONARIO eS pA (ten. \| AY) f 7 PERFURADOR CORRETIVO COMPUTADOR Pronomes Pessoais A LIBRAS possui um sistema pronominal para representar as pessoas do discurso: Exemplos: - Ess@ me@ amig@ - Est@ Lapis Del@ - Aquel@ professor bo@ - Aquel@ porta fechar néo - Aqui esta sala de aula - La banheiro Pi r ivas 2 | he LE ~ Quem é? De quem é? 4) ’0" Como ? O que? Porque? Exemplos: O que falar? Quem é vocé? Vocé ir onde? Quem ter lapis? Como fazer? Carro, de quem? Pronomes Possessivos Meu / Minha Teu / Tua Seu / Sua Na Dele / Dela Nosso / Nossa Exemplos: - Me@ casa grande - Se@ espos@ onde? - Noss@s amigos ir passear praia. Pronomes Demonstrativos em LIBRAS Pronomes Demonstrative Pessoa do Discurso Advérbio de lugar Localidade da 1° Pessoa do discurso Eu Localidade da 28 Pessoa do discurso VOCE Localidade da 39 Pessoa do discurso Aquei@ | FRUTAS MELAO BANANA ABACAXI £ (s,3' \) LS ig f IA a LARANJA JABUTICABA “i ie | coco ae JACA yy é - e A Y A z ol re | MAMAO MAGA MANGA BEBIDAS daa AG. ce GUARANA CERVEJA 3 Didlogo 2 A-0-| TUDO-BOM? B-TUDO-BOM. A-VOCE SABER FESTA MINHA CASA? B -EU SABER-NAO. A= VOCE QUERER IR? B -EU QUERER. A-TER BEBIDAS, QUAL? B - TER REFRIGERANTE COCA, GUARANA, TER UISQUE, VINHO E CERVEJA. A-MUITO-BO@! B -EU CHEGAR LA 08:15! OK? A-OK. TCHAU! ALIMENTAGAO ae G is I BISCOITO CEBOLA | A a © & 2 |S el B | AY BS ap FEIJAO AGUCAR AZEITE >| | é eae Fi | MILHO

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