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pessoas no sejam ajudadas a viver a doena, mas, sim, encaminhadas a acabar com a
sua vida.
Perante o facto de um atentado contra a vida humana, no podem os mdicos, no
exerccio da sua aco profissional, praticar a eutansia, como consta do seu cdigo
deontolgico, pois o dever do mdico, reiteradamente reafirmado no juramento de
Hipcrates, defender a vida humana, respeitando-a, procurando preserv-la e cuidar
dela, usando todos os meios disponveis para aliviar o sofrimento dos doentes. Se este
princpio fosse quebrado, ficariam sem confiana nos mdicos aqueles que os
procuram e que deles precisam. Os mdicos, numa atitude de cuidado e de
proximidade com as pessoas, tudo devem fazer para que, com a sua competncia e
dedicao, a vida seja protegida em todas as fases do seu desenvolvimento, incluindo
a do seu fim.
Para a Associao dos Mdicos Catlicos Portugueses incompreensvel que a
sociedade no se preocupe em investir nos cuidados de sade de modo a
proporcionar aos doentes todos os cuidados necessrios sua situao concreta;
estranha-se, na verdade, que, em vez de se apresentarem propostas para melhorar os
cuidados de sade dos idosos, para apoiar os doentes crnicos e as suas famlias, em
tempo de grande dificuldade para o Servio Nacional de Sade, se discuta e se
apresente como soluo a eutansia; lamentvel que, em vez de se lutar por
proporcionar todos os meios disponveis para se cuidar dos mais idosos, das doenas
oncolgicas e neuro-degenerativas, haja a preocupao, no em oferecer os melhores
cuidados disponveis e em proporcionar os recursos para que isso acontea, mas em
desprezar os meios de que se dispe e, em nome de ideologias, proclamar a eutansia
como um direito.
Aquilo por que, na realidade, as pessoas anseiam experincia profissional, afecto,
fuga solido, consolo e ajuda, em momentos difceis, de algum que as ajude a
encontrar sentido para a vida, uma vez que o desejo mais profundo de cada pessoa
viver.
Os riscos que a abertura da porta da legalizao da eutansia acarretaria no so de
todo calculveis, como se pode j verificar em pases europeus onde a eutansia foi
legalizada. Esperamos que Portugal seja um testemunho na luta pela defesa do valor
da vida humana.