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Humano 2.

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Na dinmica capitalista, uma mercadoria torna-se obsoleta no instante em
que o cliente sai da loja com ela. Isso cria uma necessidade de consumo
cclica, descartando o velho. No entanto, este conceito se estendeu s
relaes humanas, em que o indivduo se torna coisa, minando a construo
de um relacionamento mais intenso.
O filsofo hngaro, Georg Lukcs, formulou a ideia de reificao para
caracterizar a transformao das relaes sociais, nas sociedades
capitalistas, em coisas. Nessa lgica, cada aspecto subjetivo da vida
humana pode ser quantificado. A amizade, por exemplo, passa a ser um
marcador numrico em um aplicativo de redes sociais. Desse modo, a
relao entre as pessoas se tornam descartveis, basta apenas clicar em
desfazer a amizade.
Neste contexto, Zygmunt Bauman, socilogo polons, cria o conceito de
modernidade lquida para descrever a fluidez com que ocorrem essas
relaes. Com isso, relacionamentos profundos e duradouros do lugar ao
imediatismo e a artificialidade. Esta fragilidade nos vnculos transformam as
pessoas em coisas que podem ser usadas e jogadas no lixo. Observa-se,
assim, o crescimento do individualismo, em que as conexes so para
satisfazer necessidades pessoais.
Portanto, o ser humano identificado como consumidor e mercadoria ao
mesmo tempo, usando e sendo usado. Neste sentido, necessrio que o
indivduo busque estimar as relaes interpessoais, valorizando o outro.
Tendo a conscincia de que ele pode trocar o celular por um mais moderno,
mas que o mesmo no se aplica s pessoas.

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