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Questões de Obrigações:
COMENTÁRIOS:
Como se infere da hipótese prevista na questão, André, Bolívar,
Carlos e Dario são devedores solidários de Zenóbio. A obrigação
solidária é aquela em que, na mesma obrigação, concorre uma
pluralidade de devedores, cada um obrigado à divida por inteiro.
Assim, o credor pode exigir de apenas um, de alguns ou de todos a
dívida toda (art. 264). A solidariedade não se presume (art. 265):
resulta de determinação da lei ou da vontade das partes, como
ocorreu na hipótese, já que os contratantes firmaram-na no contrato.
O credor, nessas obrigações, pode renunciar à solidariedade em favor
de um, de alguns ou de todos os devedores (art. 282). Se o fizer
apenas quanto a um deles, a obrigação permanece solidária em
relação aos demais devedores (art. 282, parágrafo único).
Assim, como Zenóbio já tinha recebido R$ 30.000,00 de André,
referente à sua quota-parte, e a sua própria parte na dívida é de R$
30.000,00, Bolívar poderia exigir dos co-devedores R$ 60.000,00.
Mas como um dos devedores se tornou insolvente, a parte que lhe
cabia na dívida é repartida entre os outros co-devedores. Como
informa o art. 283, “o devedor que satisfez a dívida por inteiro tem
direito a exigir de cada um a sua quota, dividindo-se igualmente por
todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito,
as partes de todos os co-devedores”. Assim, pelo débito do insolvente
– Dario – estão responsáveis o próprio Bolívar, André e Carlos, cada
um na quota-parte de R$ 10.000,00. E mais: “no caso de rateio entre
os co-devedores, contribuirão também os exonerados da
solidariedade, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente”.
Assim, André ficará responsável por R$ 10.000,00, correspondente à
sua quota-parte na de Dario – insolvente, já que pagou a sua própria
parte. Carlos ficará responsável pela sua quota-parte (R$ 30.000,00)
e mais R$ 10.000,00 da parte do devedor insolvente, totalizando R$
40.000,00. Correta, portanto, a alternativa “B”.
B) subjetiva ativa
D) real
E) objetiva
COMENTÁRIOS:
Novação é forma de extinção das obrigações, consistente na criação
de uma obrigação nova, para extinguir uma obrigação anterior.
Substitui-se uma dívida por outra, ficando a primeira extinta.
A novação comporta três espécies: objetiva, subjetiva e mista. Na
objetiva, altera-se o objeto da prestação. Na subjetiva, substituem-se
os sujeitos da obrigação (credor ou devedor). Mista ocorre quando
mudam o objeto da prestação e os sujeitos da obrigação. A novação,
neste caso, é subjetiva ativa, porque haverá mudança nos credores –
de “B” para “C”, que passará a ser o novo credor. Se a mudança
fosse de devedor, a novação seria subjetiva passiva. Apenas a título
de complementação, subjetiva passiva por expromissão, quando é
feita independentemente de consentimento do devedor, ou por
delegação, por ordem ou consentimento deste. Correta, pois, a
alternativa “B”.
III)Em relação à matéria de obrigações, é correto afirmar que:
a) Na hipótese de previsão de cláusula penal, o valor da cominação poderá ser reduzido pelo juiz.
b) Na sub-rogação, não há distinção entre o terceiro interessado e o terceiro não interessado, pois
ambos se sub-rogam nos direitos do credor quando pagam a dívida em seu próprio nome.
a) A quitação sempre poderá ser dada por instrumento particular, ainda que dela não constem
todos os requisitos legais, se dos seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a
dívida.
b) O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir a renúncia do credor
relativamente ao previsto no contrato.
Mesmo faltando os requisitos da quitação dada por instrumento particular como o valor e a
espécie da dívida quitada, o nome do devedor ou de quem por este pagou, o tempo e o lugar do
pagamento e a assinatura do credor ou de seu representante, ter-se-á por válida a quitação se de
seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida (art. 320, CC).
O lugar do pagamento, em princípio, é efetuado no domicílio do devedor ("querablé"), porém,
pode o contrário resultar da avença, da lei ou da natureza e circunstâncias da obrigação (art. 327,
CC).
O pagamento reiterado em determinado lugar, diverso do constante no título, faz presumir a
renúncia do credor em exigir o lugar avençado modificando o local do pagamento da prestação.
Outra exceção ao cumprimento da cláusula do local de pagamento é a superveniência de
motivo grave para o devedor que o impossibilite de efetuar o pagamento no local determinado
(art. 329, CC). Alternativa incorreta letra “d”.
a) O pagamento por consignação somente pode ser feito pela forma judicial.
c) Terceiro não interessado, ao pagar a dívida pelo devedor, se sub-roga legalmente nos direitos
do credor.
d) Não é possível ao credor cobrar a dívida antes do prazo do pagamento, em hipótese alguma.
O pagamento feito por consignação pode ser extrajudicial, quando a prestação for de quantia
em dinheiro, sendo depositada em estabelecimento bancário, ou judicial, quando a prestação for
de quantia em dinheiro ou de dar ou restituir coisa certa ou incerta (art. 334, CC).
A compensação é um instituto pelo qual duas pessoas com crédito e débito recíprocos se
compensam até a concorrência dos valores, isto é, quando duas pessoas forem
concomitantemente devedoras e credoras entre si, sendo a dívida recíproca paga
proporcionalmente. Na compensação é necessário que as dívidas recíprocas que se pretende
compensar sejam líquidas, vencidas e fungíveis em si e entre si (art. 369, CC). Correta a
alternativa “b”.
O terceiro não interessado pode se sub-rogar apenas convencionalmente e somente se o credor
expressamente lhe transferir todos os seus direitos (art. 347, I, CC).
O Código Civil arrola algumas hipóteses que possibilitam o credor exigir o cumprimento da
prestação mesmo antes de seu vencimento (art. 333, CC).
VI)Em se tratando de Direito das Obrigações, assinale a assertiva correta.
a) O terceiro não interessado, ao pagar a dívida em seu próprio nome, se sub roga nos direitos do
credor.
Quem se sub-roga é o terceiro interessado (art. 346, III, CC). O terceiro não interessado que
efetua pagamento de outrem tem direito ao reembolso (não à sub-rogação) se o fez em nome e à
conta própria (art. 305, CC), podendo pode se sub-rogar convencionalmente apenas se o credor
expressamente lhe transferir todos os seus direitos (art. 347, I, CC).
O pagamento feito por consignação pode ser extrajudicial, quando a prestação for de quantia
em dinheiro, sendo depositada em estabelecimento bancário, ou judicial, quando a prestação for
de quantia em dinheiro ou de dar ou restituir coisa certa ou incerta (art. 334, CC). Neste último
caso, de obrigações objetivamente indetermináveis, o credor, quando titular do direito potestativo
de concentração, será citado para, em cinco dias, individualizar a coisa sob pena de perder seu
direito para o devedor depositante.
Na compensação é necessário que as dívidas recíprocas que se pretende compensar sejam
líquidas, vencidas e fungíveis em si e entre si (art. 369, CC).
A novação não se presume. Indispensável se faz o "animus novandi" declarado de forma
expressa ou tácita, sempre de forma inequívoca ( art. 361 CC). Correta a alternativa “d”.
I – Nas obrigações alternativas, ao contrário do que ocorre obrigações de dar coisa incerta, a
escolha pertence ao credor, salvo estipulação contratual ao contrário.
II – havendo mais de uma devedor de uma obrigação indivisível, o credor poderá cobrar a dívida
toda de qualquer um dos devedores, que não ficará sub-rogado no direito do credor em relação
aos outros coobrigados, haja vista a natureza indivisível da obrigação.
III – O julgamento contrário a uma dos credores solidários sempre atinge os demais, do mesmo
modo como o julgamento favorável a um deles a todos aproveita.
IV – O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais
valiosa.
Tanto nas obrigações de dar coisa incerta como nas obrigações alternativas o ato de
concentração é efetuado por pessoa escolhida pelas partes (credor, devedor, terceiro). Contudo,
se silente o título, o ato de individualização do objeto (dar coisa incerta) ou da escolha da
prestação (obrigação alternativa) é realizado pelo devedor (art. 244 e 252, CC).
O devedor que cumpre a prestação da obrigação indivisível se sub-roga nos direitos
creditórios do credor perante os demais co-devedores (art. 259, parágrafo único, CC).
O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge aos demais, que poderão
ajuizar nova ação contra o mesmo devedor. Já o julgamento favorável lhes aproveita, salvo se
fundado em exceção pessoal do credor que obteve o êxito judicial.
Resposta correta é a letra “d” pois apenas a afirmativa IV está correta, transcrevendo
literalmente o disposto no artigo 313 do CC.
A) I, II e III;
B) II, IV e V;
C) I, III e IV;
E) III, IV e V.
COMENTÁRIOS:
A suspensão da prescrição em favor de um dos credores solidários só
aproveita aos demais credores se a obrigação for indivisível (art.
201), e não quando a obrigação for solidária. Incorreto o item I.
O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os
demais (art. 274). Se o julgamento for favorável, será a estes
estendido, a não ser que o julgamento se funde em exceção pessoal
ao credor que o obteve. Correto o item II.
Segundo o art. 269, o pagamento feito a um dos credores solidários
só extingue a dívida até o montante do que foi pago, e não a dívida
toda. Incorreto o item III.
Preleciona o art. 273 que “a um dos credores solidários não pode o
devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros”, ou seja, o
devedor não pode alegar matéria de defesa que se refira a outro codevedor.
Correto o item IV.
Se a prestação for inadimplida, e houver a sua conversão em perdas
e danos, a solidariedade entre os co-devedores subsiste (art. 271).
Igual não ocorre quando a prestação for indivisível. Convertida esta
em perdas e danos, cessa a indivisibilidade. Correto o item V.
COMENTÁRIOS:
Obrigações alternativas ou disjuntivas são aquelas que têm por
objeto duas ou mais prestações, sendo que o devedor se desonera da
obrigação cumprindo apenas uma delas. As prestações, portanto, são
excludentes entre si: ou o devedor cumpre uma, ou outra.
Se não se convencionou o contrário, a escolha compete ao devedor.
O CC, art. 253 prevê que, se uma das duas prestações se tornou
inexeqüível, não tendo havido culpa do devedor, subsiste o débito
quanto à outra. Assim, se “A”, sem culpa sua, não pode cumprir a
obrigação de reformar o bem, subsiste sua obrigação quanto à outra
prestação, ou seja, de demolir a casa. Correta, pois, a alternativa
“C”.
Algumas Observações:
Havendo caso fortuito ou força maior, e já havendo sido efetuado o pagamento, embora não haja
responsabilidade do devedor, este deve devolver o valor já pago em dinheiro, que é o
denominador comum de todos os valores (para que não ocorra enriquecimento ilícito credor e
empobrecimento do devedor), mas, estando o devedor em mora ou tendo este assumido a
responsabilidade contratual de pagar perdas e danos (que normalmente são excludentes de
responsabilidade), o devedor poderá ser responsabilizado por perdas e danos. Já o vicio
redibitório extingue a obrigação com direito a perdas e danos.
Danificando-se a coisa, deixa ela de ser idêntica a que fora inicialmente pactuada na obrigação,
neste caso reserva a lei as seguintes alternativas ao credor: dar como resolvida a situação, ou
aceitar a coisa deteriorada, deduzida o valor da depreciação sofrida.
Sendo culpado o devedor, poderá o credor, exigir o equivalente ou aceitar a coisa no estado em
que se acha, com direito a reclamar, em um ou outro caso, indenização por perdas e danos
(art.236).
Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais
poderá exigir aumento de preço. Se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação,
p.ex., o objeto da obrigação é um animal que depois venha a ter cria. Se o devedor se obrigou a
entregar o semovente A, não pode ser compelido a entrega-lo com a cria. Ao credor, assiste neste
caso, o direito de exigir aumento do preço, pelo acréscimo que teve a coisa. Caso o credor não
deseje anuir, poderá o devedor resolver a obrigação.
A diferença entre obrigação de dar coisa certa e restituir está em que, na primeira, a coisa
pertence ao devedor até a data da tradição e o credor recebe o que não lhe pertence; na segundo a
coisa é de propriedade do credor, antes mesmo do fato gerador da obrigação, ou, a coisa estava
legitimamente em poder do devedor, pertencendo, porem, ao credor, que tinha sobre ela o direito
real.
A responsabilidade civil só ocorre (por parte do devedor) quando houver culpa ou dolo.
Bibliografia: