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© Espiritismo, esclarece Emmanuel om “Dout 3 auténtica “Doutrina-Escola”, a Religiao Natural, tos e cultos em cujo lugar apenas coloca “ Je estudo...” a .. Religio do. Amor e da Sabedoria va.*...a construcéo do Mundo Meth tagao'e no aperfeigoamento do Espirito. .", yuo inserevamos “...as leis divinas no amage de ae nos...", refletindo e servindo, raciocinando @ estudando, Por isso, a Coligacao Espirita Progressista — CEP; a”, A semelhanga da Doutrina, que se estruturau’ adotando: 0 nétodo cientifico teérico-experimental, a margem de todo. dog- natismo, a CEP organizou seus cursos de: Espiritismo, como nétodo que a Ciéncia utiliza para o seu ensi iveis, propiciando 0 estudo, a reflexdo e a pratica a todas as samadas, com profundidade e finalidades diferent ‘delas sendo a formaco de Instrutores bem come a de pessoas ai 3ossam acompanhar-the e fixar-Ihe 0 desenvolvimento, sempre xetuado pelo Plano Maior, pela Revelacdo, pelos canais da Wediunidade. Mas, antes disso, elaborou 0 “Curso Basico”, info apto a esclarecer aos que buscam os meios espiritas, o que o. Espiritismo especificar-Ihe 0 cardter, © a mostrarIhe que > seu aprendizado mais proprio, s6 pode ser efetuado, de forma. segura e coerente, metodicamente, nas escolas. Na mais fegitimo do que iniciar com a sua finalidade srecipua: a de desenvolver os “‘. ..ensinamentos do Cristiai no...” com base na RENOVAGAO INTERIOR, também dent ninada de REFORMA INTIMA. Dai o primeiro volume, o texto primeiro: “ESPIRITISMO E REFORMA INTIMA” 15QN B5-7560-016-2 ii ESPIRITISMO e Reforma Intima HING CURT! | (Presidente da Collgagae Espirita Progressista) i ESPIRITISMO | e Reforma {ntima LAKE - Livraria Allan Kardee Editora (instituigao Filantrépica) | fla Assuncao, 45 - Bras - CEP 03005-020 | Tel: 011-229.1297 « 229.0596 » 297-1496 FAX: 229.0935 ° 227-5714 ‘aulo - BRASIL 73 Edig&o - Do 30° ao 392 milheiros ‘Outubro - 1996 ‘Nota: A LAKE 6 uma entidade sem fins lucrativos, cuja diretoria | nao possui remuneragao. ‘Capa: William J. Tardelli ISBN: 85-7360-016-0 ‘LAKE - Livraria Allan Kardec Editora \(nstituigao Filantrépica) ‘rua Assung&o, 45 - Bras - CEP 03005-020 iTel.: 011-229.1227 * 229.0526 * 227-1396 FAX 229.0935 * 227-5714 ‘Séo Paulo - BRASIL | Dados internacionais de Catalogagao na Publicagao (CIP) ! (Camara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Curti, Rino 1922- Espiritismo e Reforma intima/Rino Curti - 7? edigdo - Sao Pau- lo - LAKE - 1996. Volume 1 do Gurso Rasian ministrado na Coligagéo Espirita Progressista (CEP) |1. Espiritismo 1. Coligagéo Espirita Progressista | (S40 Paulo - SP) II. Titulo | 91.0274 CdD 133.9 indices para Catélogo Sistematico: \1. Espiritismo 133.9 OBRAS DO MESMO AUTOR — CURSO BASICO Vol. 1 — Espiritismo e Reforma Intima Vol. 2 — Espiritismo e Evolucao — CURSO DE EDUCACAO MEDTONICA ESPIRITA 12 Ano — Tomo 1 Vol. 1 — Cristienismo Vol. 2 — Mediunato 2° Ano — Tomo If Vol. 1 — Dor e Destino Vol. 2 — Desenvolvimento Medidnico 3° Ano — Tomo WI Vol. | — Mediunidade em Acéo Vol. 2 — Mediunidade: Instrumentagio da Vida 49 Ano — Tomo IV Vol. | — O Passe (Imposigio de Mos) Vol. 2 — Espiritismo e Obsessio CURSO DE EDUCACAQ EVANGELICA ESPERITA 12 Ano — Tomo 1 Vol. | — Monoteismo ¢ lesus Vol. 2 — Homem Novo 29 Ano — Tomo 1 Vol. | — Do Calvério 20 Consolador Vol. 2 — Bem-Aventurancas € Parébolas 3? Ano — Tomo Hi Vol. 1 — As Epistoias de Paulo e o Apocalipse de Jodo (Segundo o Espiritismo) Vol. 2 — Espiritismo e Questao Social 4? Ano — Tomo Iv Vol. 1 — Espiritismo e Sexualidade ol. 2 — Espiritismo e Liberdade — CURSO DO DIVULGADOR E EXPOSITOR ESPIRITA 1° Ano — O Divulgador Espirita Vol. 1 — 1 parte Vol. It — 28 parte 2° Ano — O Divulgador Espirita Vol. Il — 3# e 4 partes 3° Ano — Espiritismo e Edueagio (em preparacdo) 4° Ano — (Em elaboracéio) — CENTRO DE ESTUDOS Espiritismo e Conhecimento | PREFACIO © autor houve por bem introduzir algumas mo- dificagdes quando do lancamento da 2.* edicao desta obra, fazendo-o tanto na finalidade como na forma. Nesta 4.* edicdo nada foi modificado, mantendo-se as- sim 0 mesmo texto da 2.* edicao. “Espiritismo e Reforma Intima”, juntamente com a obra “Espiritismo ¢ Evolugao”, passou a constituir parte do Curso Basico, introdutério a qualquer outro curso ministrado na Coligagio Espirita Progressista. A presente obra representa, portanto, o primeiro volume, que “Espiritismo e Evolugio” é 0 segundo. Na 2.9 edicZo também foram explicitadas a biblio- grafia, fontes para leituras complementares e pergun- tas, aperfeigoando-lhe a feicfo de forma a melhormen- te facilitar os textos de estudo. No Capitulo II, da 2.° edic&o, foi introduzido um complemento para maior e melhor esclarecimento dos temas Deus, Espirito e Matéria, do ponto de vista dou- trinério, diante das dificuldades que oferecem 4 sua compreensao as seculares concepcdes de cardter mito- légico-antropomérfico, as dogmético-religiosas, ou ain- da as metafisico-filoséficas. Isso foi feito no sentido de atender a valiosas sugest6es, porém, de forma a nao al- 5 terar © aspecto sumamente introdutéric ¢ sintético da saposic&o, que meramente objetivou fundamentar ou- es esclarecimentos subsequentes, informando welhes © situando as questées de maneira mais acessivel, Finalmente, ainda nessa 2° edicZo foram introdu- Zides algumas prdticas de Renovacao Intima, tendo ° autor escolhido, dentre diversas obras. existentes, o livro “Sinal Verde”, de André Luiz, recebido pela psicogra- fia de Francisco Candido Xavier, procurando oferecer, t&o logo fosse possivel, técnicas de aperfeicoamento, fi. nalidade basica do Espiritismo que, buscando esclare- cer melhor, objetiva contribuir para a edificacao de um mundo melhor, onde a fraternidade eo amec sejam encarados em novas dimensdes. E dbvio que modificagdes outras deverdo surgir Eas edigGes subsequentes, pois, o autor se mostra recer. tivo 2 novas sugestdes que venham a cer oferecidas, bem como pelo imperative de novas exigencias impos- fas pelo tempo, ou de mudancas de exposicaa, que o meio pura o qual ela se destina, passe a requerer, no seu evolucionar, mesmo porque a finalidade dos Cursen é divulgar a Doutrina dos Espiritos, dando a conheces © Seu edificante contetido, com vistas A sua melhor aa, similagao pelas geracdes futuras. Desta forma, a 2.° edicZo, e por extensdo a 32 ficaram mais enriquecidas © melhormente adequades para servirem & superior finalidade para a qual » oben foi elaborada. PAULO ALVES GoDOY i | | | | INTRODUCAO Este livro tem por finalidade expor a Doutrina Es- pirita e suas conseqiiéncias, nos seus principios basicos © conceitos fundamentais, com o intuito de esclarecer aqueles que dela se informam pela primeira vez. Antes de tudo, necessdrio se faz que elucidemos o significado dos termos Espiritismo e Espirita. i Para isso devemos lembrar que, questo primor- dial, nos diversos ramos do conhecimento, é a escolha de termos adequados para a designacao de conceitos ym geral aqueles de que se diep3e no vocabulério seral tém uma acepedo jé consagrada, com um contetido que no se Ihes ajusta, por falta ou por excesso, difi- cultando a tarefa. Assim sendo h4 que se recorrer A cria- sao de termos novos, com o significado acertado por meio de defini¢ao. Foi por esse motivo que Kardec criou as palavras Espiritismo e Espirita, para designar, respectivamente, a Doutrina por ele codificada e seus adeptos. E elas nao podem ser estendidas a outros credos, justamente por isto: pela diferenga de contetido. ; Espirita é um atributo que subentende vérias qualificagdes: ; 1°) a de se ter conhecimento da Doutrina Espitita como teoria explicativa dos fenémenos mediti- nicos, de cunho cientifico, filosdfico e religio- 7 80, fundamentada nos fatos, com principios ditados pelos Espiritos e elaborac&o iniciada Por Kardec, dando origem a uma nova con. cepgdo do mundo, da tazio de existir ¢ do destino dos seres; 20°) a de se adotar e pér em pratica os conheci- mentos acima indicados numa reforma intima € pessoal, que se constitui do exercicio dos Principios evangélicos e normas de conduta crist@, restabelecidos na sua pureza e escla- recidos pela nova Revelacao, ponto culminan. te da transformacao do individuo em espitita. E nessa realizagio pratica, sob a regéncia da lei pela qual a vida da a cada um na exata medida do que ele the der, fazendo-o constru- tor do préprio destino, que o homem descobre em si todas as possibilidades e verifica ser ela © fator primordial de sua evolugio. Dai a importancia que se dé A reforma intima c a razao de seu destaque no titulo deste livro. A obra divide-se essencialmente em duas partes: primeira, expondo em largos tracos os fundamentos 9s principios basicos e a prépria Doutrina, como sii cerce de toda a argumentacfio; a segunda, desenvolven. do a nogao de reforma intima e explicando a necessi. dade de ‘sua realizagao. No seu todo a obra constituir-se-4 de uma sintese da Doutrina nos seus trés aspectos de Ciéncia, Filo. sofia ¢ Religiéo — UMA INTRODUGAO AO ESPIRI. TISMO — apta a construir, para o iniciante, uma pr meira visio do que ela seja. 1. PARTE © QUE E O ESPIRITISMO Sera objeto desta primeira parte dar sucintamente uma viséo da Doutrina Espirita, descrevendo-lhe: — 0 carater, — a concep acerca do homem e do mundo, — as nogies de percepeo sensorial, extra-senso- rial e de mediunidade, — a moral e as nogies religiosas. Estes, inclusive, serio os capftulos em que ela serd subdividida. Com isto, visa-se esclarecer ao leitor in- teressado o posicionamento da Doutrina em relagdo ao conhecimento atual e os fundamentos para um estudo mais aprofundado ao despertar-se-Ihe o interesse. Exposiggo mais ampla, embora ainda de cardter introdutério, é a de Allan Kardec em [1]. CAPITULO I i © CARATER DO ESPIRITISMO Neste capftulo procuraremos mostrar como o Es- | Piritismo se constitui_ num conhecimento de cardter ) tedtico-experimental: Faremos a distingao entre conhe- | cimento dogmitico e cientifico. Mostraremos de que i maneira o. Espiritismo se afirmou e se constituiu em | CIENCIA, FILOSOFIA e RELIGIAO. 1,1 — Objeto do Espiritismo Em primeiro lugar, o Espiritismo estuda os fené- menos espiritas: a telepatia, a vidéncia, as profecias, a evocacZo dos mortos, 0 movimento de objetos sem causa fisica observavel, os chamados milagres e uma série de outros fenémenos, citados em todos os tempos, relatados por lendas, nas religides e nas ciéncias ocultas. Estuda-os e investiga suas leis: € ciéncia de caréter tes rico-experimental [2]. Cap. 1° — N° 14 — “E pois rigorosamente exato dizer-se que o Espiritismo é uma ciéneia de observagio”. Em segundo lugar, como conseqiiéncia, estabelece nova forma de atacar os problemas filos6ficos; refor- mula as nogdes religiosas: € uma doutrina de cardter filoséfico e religioso. E Ciéncia, Filosofia e Religido. i 1.2 — Conhecimento dogmético e conhecimento cientifico (teérico-experimental) , Para melhor explicar 0 que se disse no item an-| terior, faz-se necesséria ums pequena incursfio na teoria | do conhecimento, _ © pensamento cientifico, tal como € concebido | hoje, iniciou-se com Galileu, que o fundamentou na_ observac&o e experiéncia. Antes dele, considerava-se | valida toda ¢ qualquer conclusio obtida por raciocinio, | a partir de algumas supostas verdades, sem o aval da) experiéncia. A ciéncia era dogmatica, tal qual fora estabelecida pelos gregos. Nestes podemos distinguir entre ciéncias matematicas, de um lado, e ciéncias da natureza, do homem, de Deus, da alma, etc., de outro. O conhecimento matemético foi desenvolvido pela definigao e pela deducio, a partir de indefiniveis (nao se pode definir tudo) a partir de proposicdes inde- monstréveis (nao se pode demonstrar tudo). Qualquer conclusao obtida a partir dus pustulados, por deducao, era tida como verdadeira. Os gregos elegeram a matemdtica como modelo de todas as ciéncias. Toda doutrina da natureza, do ho- mem, ou metaffsica (de Deus, da alma, etc.) construfda por este modelo, é dita dogmética; as proposigdes fun- damentais (as equivalentes aos postulados da matemé- tica) denominam-se dogmas. (Nas religiGes os dogmas foram estabelecidos na interpretagfo de suas revela- ses. Cedo verificou-se que, delo era inadequado. Por exemplo, é da experiéncia comum que um me- tal aquecido dilata e que a dilatacdo é proporcional aos acréscimos de temperatura. Limitadamente a esta ve- rificagtio poder-se-ia validar a seguinte proposigao: po- 12 fora da matematica, 0 mo- is demos aumentar o comprimento do metal tanto quanto se queira, desde que aumentemos a temperatura corres- pondentemente. Para um dogmético a proposicao seria verdadeira; para um fisico 2 proposigao o seria desde que, ou de- pois de confirmada pela experiéncia. E a experiéncia nao a confirma. A uma certa temperatura o metal fun- de © a proposicao s6 é.vélida dentro de certos limites. Tais consideracGes e resultados validaram 0 conhe- cimento feito nos moldes da fisica como o modelo de todo saber seguro: tedrico-experimental. Toda doutrina, qualquer que ela seja, construida sobre este modelo, é dito teGrico-experimental. Enquan- to as proposicgdes fundamentais de uma doutrina dog- mética sio denominadas dogmas (cientificos, filossficos ou religiosos), as de uma doutrina tedrico-experimental so denominadas leis ou principios fundamentais. © dogmatismo foi banido de todas as ciéncias, primeiro da fisica e depois das outzas, progressivamen- fe, nim processo que se completa em nossos diac. (Ac ciéncias 86 progrediram depois que sw tornaram tedrico- -experimentais.) Neste século foi banido das matemé- ticas, com a descoberta das geometrias nfo-euclidianas com a constituigéo da matematica moderna. Pelo mes- mo motivo e com o trabalho de Godel, relative & axio- matica, foi banido da filosofia. Com o Espiritismo, ele € banido da religiao. No dizer de Flammarion, o aparecimento do Es- piritismo é 0 fim dos dogmas religiosos ([3]. Discurso que Camille Flammarion. . .) 1.3 — ©O estudo dos fenémenos espiritas: Histérico © estudo terico-experimental dos fatos espiritas iniciou-se com Mesmer e sua teoria do magnetismo ani- mal (1779). Dizia ele existir um fluido que interpene- 13 srava tudo e que dava, as pessoas, Propriedades andlogas | vo eédigo moral, nova revelacio, uma renovacio dos Aquelas do ima. Afirmava, ainda, que a falta do mesmo ideais cristfos e um primeiro esforco para o estudo em algum Srgzo era causa de doeneas. Dirigindo este 4°. fico dos fendmenos. fluido, pelo passe, poder-se-ia testabelecer 0 equiliprig © efetuar a cura, Dedicando-se 4 cura por este Processo, teve estrondoso SUCESSO, O que provocou enorme celey- 1-4 — As hip6teses ¢ as teorias acerea dos fendmenos espiritas — Histérico Ciéncia © Religigo tém que manifestar-se, A teligigo opde-se ao Espiritismo com atitude dog- mética, inadequada para a explicagao de fendmenos, qualquer que seja o campo que se considere. A cisnen, Se opGe por varios motivos: P z 8 7 z 5 oO § r 3 ® 8 5 E : 2 8 8 & g Bye Passara a habitar, depara-se com Tuidos, sons, ba- 1.°) a ciéncia nfo havia constatado, ainda, que se tidas, que ali se Produziam. A jovem Kate Fox esta. Pudesse ter percepedes a nao ser pelos senti- dos comuns. A mediunidade, coma qual se pretende 0 contrério, contrastava com a sua experiéncia existente; ¢ afirma ter sido assassinado naquela casa por um an. tigo inquilino, que Ihe queria o dinheiro. Mais tarde, descobriram-se os ossos € uma Jata do mascate, ficando comprovado o assassinate. 2°) entendia ela que as ieis fisicas eram leis gernic 7 : ' da natureza e que todo e qualquer fenomeno A Britica dos fendmenos se difunde repidamente: deveria ser explicado por elas. E tais fone. nifenagarames, Pancadas, movimento de objetos, ma menos, por elas, s80 “absolutamente insene nifestagOes inteligentes, visuais, auditivas, de escrita, | styeis; ete., encerrando as mais variadas comunicagées, sobre | : oe os assuntos mais diversos, através de pessoas — o§ 5.°) a sobrevivéncia e a comunicagio dos mortos médiuns — que afirmam serem slag provindas de es. Bio so fatos constatéveis pelos sentidos, Piritos. Denizard Hyppolyte Leon Rivail, professor | Sua afirmacao era tida do dominio religiosd universitétio, educador, autor de obras de gramatica, Preconceitos religiosos. Ciéncia e Religigo calculo, aritmética, questies literétne' filoséficas — concliem, novamente, que tudo nao passa de yatlas adotadas pela Universidade ac Franca, dedica-se mera imaginagao. © pan taG esses fendmenos e termina pee instituir, sob Nepeudénimo de Allan Kardec, a ESPIRITISMO. Nele se reconhecem: a existéncia dos espiritos, a sobre. vivéncia dos mortos, sua comunicasse com os vivos, Estabelece-se a doutrina dos espinion a doutri- na ditada por eles ([4] Prolegémenos). Fixa-se no. la As investigag6es de Kardec somam-se as de varios Cientistas de grande nomeada: de Crookes, Wallace, Lodge, Richet, Delanne, Denis, Flammarion e outros, todos eles contribuindo para o engrandecimento e a divuigasdo da Doutzina, da qual se declaram adeptos. 15 Outra tentativa cientifica estabelecida Por Richet percepgdes sensoriais, mas de percepgSes meditinicas advento da Parapsicologia — a versio cientifica atual: Sobre elas estruturou-se o Espiritismo de forma de tais estudos © com resultados j4 universalmenta tecrico-experimental ({2] — Cap. 1°), aceitos, _,__Numa comparagio podemos estabelecer as di- A Parapsicologia conclu pela existéncia dos fend. ferences entre o conhecimento espirita © o das ciéncias menos, antes negados. Comprova a existéncia da tele. 7 Patia, da clarividéncia e da premonigao, que denomine, j Z © conhecimento nas © conhecimento no conjuntamente, de Percepcao Extra-Sensorial, Quan, © £omh : ‘si {gtplicagao, confirma que cla nao pode ser dada pelas, -Tiéneias Naturais Espiritismo iments ierroeeminecidas (antes, por estas séo absolute i - Fundamentados na ob- 1 - Fundementracs na ob: conieciden geld) & gue S80 regidas por leis ainda des| servagao e experiéncia |” sonaemen experiéneia eedeio te fone (eoris no “ultrapassaram ainda c| na persepgao vent Semyagio c experiéneia estdgio da formulacdo de hipsteses. | sorial — formulam-se —diunidade — formu. | HIPOTESES. lam-se HIPOTESES. 1.5 — Espiritismo: Ciencia, Filosofia © Religiéo fe 2 - Sobre as hipéteses estabelecem-se, dedutivamente: Os resultados do Espiritismo séo mais amplos Ali : aném a telepatia, da clarividéncia e da premonicéio, CONSEQUENCIAS (vélidas para’ ambos). afirma a existéncia de outras Percepgies (clariaudién, 3 As conseqiiéuvius se- 3 - As conseqiiéncias se- cla, percepgées olfativas, etc.), que revelam o mundo rao aceitas como ver- To aceitas como ver- espiritual, colocando-nos em comunicagéo com ele, ¢/ dadeiras, se confine: dadeiras, se confirma- agrtupa todas sob a denominacao de mediunidade. das pela observaciio e das pela observacio © A existéncia do espfrito e a sua sobrevivéncia sio, °XPeriéncia — pels oes or alcancadas de varias formas. Por exemplo: pela clari-. Bercepgao sensorial. Gade. Pela vidéncia. t jade. A clarividéncia é a percepedo de um objeto por; O procedimento € idéntico. A diferenga consiste sensitivos, via mental, sem a mediacao do Orgao visual, 24 natureza das percepgdes consideradas. Desde que Experiéncias com objetos ¢ cartas levam a conclusic. fique certificado que as percepgces sensoriais e as per- de sua existéncia, na propria Parapsicologia. Em ou. epcdes meditinicas tém a mesma validade, o conheci- tras experiéncias, os videntes dizem estar se comuni.. mento é igualmente valido. cando com pessoas vivas distantes e com pessoas que _, Assim sendo, o Espiritismo é Ciéncia de caréter ia faleceram. Isso leva a formulagio das hipéteses da, ‘ecrico-experimental. sanct i sobrevivéncia e da comunicagao do espirito que, dessa’ Para ele, a existéncia, a sobrevivéncia e a comuni- forma, surgem espontaneas da experiéncia — nao de Cacao dos espiritos é fato comprovado. 16 17 ‘A Doutrina se firma. Sobre seus dados desenvol- ye-se nova forma de atacar os problemas filoséficos: constitui-se nova filosofia. Instaura-se nova conceitua- go para os problemas morais e as nogdes religiosas: repde-se a religido sobre novas bases. Renova;se 0 co- nhecimento moral e religioso. E codificada por Kardec ¢ sua exposigdo é apresentada nos cinco livros da co- dificacio: O Livro dos Espititos ......-...4- ve 1857 © Livro dos Médiuns .........5-..05, 1861 © Evangelho Segundo o Espiritismo .... 1864 OCéueolnferno .......e eee 1865 AGénese ...- 1868 2} Bibliografia [1] Allan Karede — © que € 0 Espiritismo. (2) Allan Kardec — A Genese. {3} Allan Kardec — Obras Postumes. (4) Allan Kardee — © Livro dos Espfritos, ) Leituras Complementeres. (1) Cap. 1+. [2] Introducio e Prolegémenos. ©) Perguntas. 1) O que significa tedrico-experimental? [i] Allan Kardec — O que é 0 Espiritismo. 2) Qual a diferenca entre conhecimento dogmético ¢ conhe- ‘cimento teSrico-experimental? 32) Bo Espiritismo dogmético? 45 Qual é'0 papel dos Espfritos na elaboragio da Doutrina? (Vide [1] Cap. 1.9. 52) Qual a diferenga entre os resultados da Parapsicologia ¢ do Espiritismo? 4) Pritica de renovacio intima. ‘André Luiz — “Sinal Verde”. Estudar e por em pritica o Cap. 1. ‘OBSERVACAO Na resposta as perguntas, 0 aluno nfo deye ater-se exclusivamente 20 texto. Ele proprio devers, por exclusiva inicistiva, pesquisar ne lite- ratura espirita © responder to exaustivamente quanto possivel. 18 CAPITULO Ii A CONCEPCAO ACERCA DO HOMEM E DO MUNDO Neste capitulo mostraremos quais as nogées de Deus, espitito e matéria no Espiritismo. Diremos ainda das leis fundamentais: a da evolucao e a da reencarna- 40; como elas se processam ¢ como delas resulta a formacao do perispirito ou corpo espiritual; 0 meio pelo qual o espirito fixa suas conquistas e suas possibilidades de se relacionar com o meio que o circunda. Veremos ainda que a evolueao é dos espiritos, pela lei do traba- Iho, nas realizagGes da co-criago ¢ que, em funcdo de- Ia, existem em diversos graus evolutivos. Por tiltimo poremos uma sua classificacdo, feita por Kardec, tendo por critério o grau de desenvolvimen- to dos mesmos, 2.1 — Deus, Espirito e Matéria © Espiritismo parte dos dados da observacio e da experiéncia que nos colocam diante de dois princtpios: (1) Considerapses mais amplas, conquanto de forma ainda sucinte, Foams Ez, que wm eratamento mais profundo extravase of iimites © as Fpatidades desta intodugdo — sio fetas no fim do. Capito, no Cort 19 um principio inteligente — o espirito; e um principio material — a matéria, sem que possamos reduzi-los um ao outro; porém, ambos governados por leis naturais, sujeitos a causas — subordinados a lei de causa e efeito (€ © pressuposto da ciéncia 20 estudé-los), subordi- nados, portanto, a um terceiro principio: o principio das causas. Pois bem: ao principio das causas denominamos Deus — do qual tudo se origina, tudo depende; que para nés inatingfvel, inabordavel em termos de conhe- cimento, por sermos destituidos do sentido que o pos- sibilitaria ([1] - Cap. I; [2] - Livros: 1°- Cap. II; 3° Cap. 1. A matéria € 0 espirito, como principios, tém ori- gens para nds desconhecidas: se existem de toda a eter- nidade ou se foram criados por Deus, néo o sabemos (vide Corplemento)*. Ape.vis, por meio de sua vonta- de ([2] L. 1.% Cap. 1, pag. 38), man.pulando os dois princfpios, de forma para nos totalmente desconhecida, Deus criou o Universo — todos os seres — governan- do-o através de seu pensamento, 0 meio pelo qual ele exerce sua acdo. Esta nogio nega o pantefsmo ([2] Livro 1.° — Cap. I — Subcapitulo IV). Embora nfo possamos conceber Deus, podemos conhecer alguns de seus atributos: infinito, eterno, imu- tavel, imaterial, tinico, soberanamente justo e bom ([2] Livro 1.° — Cap. I, pag. 12, 13). + Fizemo-o para permitir, pei~ importincia do argumento e pot 8 que o requeiram, um esclarecimento maior, permanecendo, todav no imbito de desenvolvimento préfixado. Fica @ critério do Instrutor explanélas ou deixé-las a leitura do mesmo porque o assunto é tratado, dosadamente, nus Curios subseqiientes, 20 2.2 — O Espiritismo como ciéncia Em tudo isso, entretanto, ndo se deve entender que © Espiritismo estabelega posicéo metafisica acerca de tais conceitos. Nao é um sistema metafisico com pre- tenses a esclarecer, racionalmente: Deus, o. Espirito, a Matéria, o Universo, entes que esto fora do nosso al cance, como nele se diz repetidamente. Ele apenas afir- ma que a criagao esta subordinada & lei de causa e efeito © que, portanto, podemos estudar as leis que a gover. nam pelo método cientifico ({1] Cap. 1.°), Seu valor est na descoberta do sentido — a mediunidade — que nos fornece percepgées relativas aos espiritos e ao mun- do espiritual (incluindo a percepciio extra-sensorial) e que os coloca como partes da criac&o. Mostra-os su- bordinados & lei de causa e efeito, governados por leis naturais, que podemos determinar com proceso anélo- go Aquele utilizado nas ciencias da natureza: 0 método te6rico-experimental. Traz o espirito e 0 mundo espiri- tual & esfera do conhecimento e cle préprio sc afisua ciéncia, cujo objeto essencial, no dizer de Kardec, é 0 conhecimento das leis do princfpio espiritual. Seu objetivo fundamental nado é a determinacdo de objetos metafisicos: Deus, espaco, tempo, substén- cia, etc. mas é, sim, a determinagao das leis que nos governam, com o fim util de que aprendamos a nos con- duzir ({1], Cap. IV, n° 16), 2.3 — O perispirito ou corpo espirituel. Ceniros de forca. Os espiritos, mesmo no plano dos desencarnados, tém corpo; o perispirito, segundo Kardec, ou corpo es- piritual, segundo André Luiz. E nesse corpo que se estruturam os meios pelos quais o espirito se exprime, por evolucao, segundo o 21 grau de desenvolvimento alcancado. A atividade, a aco- modacdo, as experiéncias vividas, o conhecimento que gradualmente alcanca, séo os elementos que, segundo leis naturais, desenvolvem “todo o equipamento de re- cursos autométicos que governam bilhdes de entidades microscépicas, a servico da inteligéncia” ([3] Cap, I). A mente, por impulsos, estabelece 0 comando de que depende todo o comportamento fisiopsicossomético do individuo, através de centros de forca, relacionados entre si. Temos assim: O corondrio — na regifo central do cérebro, sede da mente, regendo a atividade funcional dos drgdos. Assimila os estimulos do Plano Superior, orienta a for- ma, 0 movimento, a estabilidade, o metabolismo orga- nico ¢ a vida consciencial da alma encarnada ou desen- carnada. Supervisiona ainda os outros centros, todos interligados a ele e entre si. O cerebral, contiguo ao corondrio, governando o c6rtice encefdlico na sustentagao dos sentidos, a ativi- dade das glandulas endocrinas e do sistema nervoso. Q laringeo, que controla a respiragio a fonacao. O cardiaco, dirigindo a emotividade e a circulacdo das forcas de base. O espiénico, para as atividades do sistema he- miatico. © gastrico, para a disgestio e absorsaio dos. mentos, O genésico, guiando a modelagem de novas formas ou 0 estabelecimento de estimulos criadores, com vistas aos trabalho, & associacdo e A realizaco entre as almas. Sio estes centros que imprimem especializacdo as células, entidades microscépicas, seres em estAgio inicial de evolugio, como seres vivos e que, postas a servico dos seres mais evolufdos, thes constituem a veste de exteriorizagao ({3] Cap. ID). 22 2.4 — Leis da evolugio e da reencarnacio © espitito humano, desencarnado, é um ser com- pleto: nés mesmos com outro corpo, nova veste. Vive uma vida que ¢ mera continuacao desta ¢ a tal ponto semelhante que muitos desencarnados sequer se aper- cebem de seu novo estado — nio’se the alteram as con- cepg6es, a compreenso, o entendimento; permanecem- che as sensacSes © o pensar; possuem corpo pelo qual se exprimem e continuam submetidos as leis do apren- dizado, para evoluir. As células constituem os seres vivos mais rudi- mentares — associagao de espirito ¢ matéria. A evolu- G40 se processa com 0 ingresso no reino vegetal para, a seguir e sucessivamente, continuar pelo reino animal ¢ reino hominal, com origens e fins a nés desconhecidos. (Para André Luiz, j4 no reino mineral o espirito esté associado & matéria.) Para alcancar a idade da razfo, dos seres mono- celulares a civilizacdo elementar do sflex, o espirito teria empregado um bilhao e meio de anos ([3] Cap. Ill). A lei da evolucio é princfpio fundamental do Es- piritismo, Outro é a lei da reencarnagio, parte do Processo evolutivo: uma contingéncia instituida pela natureza, imprescindivel, necessdria, uma béngéo, ao contrério do que afirmam outros credos reencarnacio- nistas, para os quais ela € uma queda, um desvio do estado natural em Deus, pelo afeicoamento do espirito as coisas materiais, entendida a matéria como fonte de todos os males. Para o Espiritismo a vida é uma s6 e se desenvolve alternadamente em planos diversos. A matéria nfo é nem um mel nem um bem; € meio, ferramenta, ttil para o desenvolvimento do espirito, segundo designios para nés imperscrutaveis. 23 © espirito sempre esta associado a ela pelo corpo e sempre a manipula. No corpo realiza uma construgio, uma urdidura de recursos feita a custa de milénios de esforgo, experiéncia e aprendizado: o vefculo através do qual ele se exprime em manifestacéo: incessante. Uma conquista, portanto, e néo uma aquisiggo ma. © espirito esté sempre associado a um corpo ma- terial, seja no plano dos desencarnados ou no dos en- carnados: o que se diferencia € o estado diferente de condensagao da matéria que os constitui. A construgdo, a urdidura de recursos que vai desenvolvendo com o tempo e que Ihe permite manifestagdo cada vez mais ampla, segundo as conquistas que realiza, constitui pa- trim6nio permanente, indestrutivel, inaliendvel, infenso a toda aco diminuidora, que carreia consigo e desen- yolve em qualquer plano em que se situe. O corpo fisico € 0 reflexo do corpo espiritual, pura veste, sim- ples veiculo, mas o testemunho inconteste de nossa po- sigao evolutiva. nunca a demonstracio de uma queda ([2] Livro Segundo — Cap, I) © que o espirito estrutura e desenyolve efetiva- mente € 0 corpo espiritual. Daf ndo ser posstvel, neste plano, conhecer todas as suas etapas evolutivas, todos ‘0s seus elos de transformacio: varios séo efetuados no plano dos desencarnados, nao havendo deles vestigio em nosso plano. ([3] Cap. III) Quanto & manipulacio, éle a efetua em obediéncia lei do trabalho: os espiritos menores, no ambito de suas possibilidades planetérias; os espiritos maiores, no ambito de suas possibilidades galacticas, pelo tra. balho. Todos os epfritos trabalham, operem no cosmos e atuam na matéria, conduzindo as suas transformagies, segundo leis naturais existentes, presidindo a “criagdes 24 4 | temporérias, que utilizam para o seu: desenvolvimento e sua evolueao” (André Luiz). A evolucdo dos espiritos esta subordinada ao tra- balho e os hé dos mais diversos graus de evolucao. As transformagdes da matéria, no plano humano, referem-se, em grau menar, & criagdo de utensflios, ves- timentas, apetrechos e outros objetos, para facilitar a satisfagdo de suas necessidades imediatas. Num estagio mais avancado, o homem atua sobre a superficie terres- tre, presidindo a transformacSes mais amplas, para a produgao de energia, fertilizacao do solo, produgdo in- dustrial, facilidades de locomogao, sempre para aleancar padrées de vida mais altos e satisfazer a necessidades maiores. Num plano mais alto, os espiritos excelsos presi- dem 2 formacao de planetas, sistemas estelares, etc “milhoes de lares, nas mais diversas dimensOes ¢ feiti instituidos de ha muito, recém-organizados, envelhe dos ou em vias de instalagdo, nos quais a vida e a ex- periéncia enxameiam vitoriosas” ([3] Cap. 1). A primeira denomina-se “co-criacio em plano me- nor”; & segunda: “co-criacdo em plano maior”, co-cria- 0 esta, sobre a qual est4 fundamentado o desenvolvi- mento das criaturas, 2.5 — Classificacio dos espiritos Kardec, em ([2]; Livro Segundo — Cap. 1), faz uma classificagéo em que o critério € 0 grau de desen- volvimento que eles apresentam. Segundo este critério, resultam trés categorias principais de espiritos: — de 3.* ordem — espiritos imperfeitos; — de 2.* ordem — espiritos bons; — de 12 ordem — espiritos puros. 25 Na categoria de 3.* ordem classifica os: — espiritos impuros, — espfritos leviancs, — espiritos pseudo-sibios, — espiritos neutros, — espiritos batedores ¢ perturbadores, cujas caracteristicas gerais sao ditadas pela sua proxi- midade, em termos evolutivos, do estdgio animal. Sao Propensos ao mal. Neles predomina a ignorancia, o or- gulho, o egoismo e as més paixGes. Na 2." ordem classifica: — espiritos benévolos, — espiritos sdbios, — espiritos prudentes, — espfritos superiores, espititos mais avangados, em que predomina 0 desejo do bem. Uns possuem a ciéncia, outros a sabedoria e a bondade; os mais adiantados somam saber e qualidades morais. Na de 1.* ordem, finalmente, coloca os espiritos que jA se libertaram de qualquer necessidadc de ordem material, ultrapassaram o ciclo das reencarnacées, de superioridade intelectual e moral total em relacdo aos outros. Finalmente, que existam fim e principio da escala evolutiva, e quais eles sejam, isto é algo para nés des- conhecido. 2) Bibliografia. 1 Allan Kardec — A Gtnese, 2 Allan Kardec — © Livro dos Espiritos. 3 André Luiz — Evolugio em dois Mundos ) Leituras Complementares, 1 Cap. Fe IV. 2. Livro Primeiro — Cap. I e UT; Livro Segundo — Cap. Ie IT. 3 Cap. i, he I, ©) Perguntas 12) Qual a concepsso de Deus no Espiritismo? 2°) Pode o homem conhecer Deus? Sous atributos? Ou quais? 26 | 3-7 Bm aue sentido, a palavra principio 6 empregada no Livro ‘dos Espirit 42) Que significa dizer que o Espiritismo € tedrico-experi- mental? 52) Que & 0 perispisito? 62) Que so Centros de Forca? Enumere-os. 72) Explique o que sntende por let da evolugio e lei da seencarnagts. 82) Que representa a matéria para 0 espirito? ) Qual a relago entre corpo fisico e corpo espiritual? ) Como se realiza a evolugio do espirito? go em Plano Major? 115) © que entende por Co-Crisgdo em Plano Menor ¢ Co-Criee 12") Qual o eritério de classificagdo dos capftitos adotado por Kardec no Livro dos Espiritos? 152) Compreende a escala todas as categorias de espfritos? @) Prética de Renovagio- intima, André Luiz — Sinal Verde. Estudar e pér em pritica o Cap, 2, a7 COMPLEMENTO™ 1, Desde os tempos mais remotos a matéria sempre foi entendi- da como 0 principio constitutivo dog corpos, Jé a nos&o de alma teve varios significados. Para os espiritualistas "é um ser moral independente da matéria © que conserva a sua individualidade apés a morte” ([2], Introducio). Para os espiritas existem os espiritos, os desencarnados, designados em ({2]. perg. 76), co- mo os seres inteligentes da criagio; e, por alma, entendem um espirito encarnado, tendo o corpo por invélucro. A divindade era éntendida, pelo primitivo, como um poder adquirido pelos mortos, superior aos poderes dos homens e que 8 tornaria capazes de realizar os fenémenos da natureza e tudo que ele nfo compreendia, J4 no Politeismo, este poder era tido como exclusividade dos deuses, conforme explicado na Cosmogonia mitolégica, Diz esta que, .no comego era 0 “CAOS”, pura extenséo com MA- TERIA EXISTENTE DESDE TODA A ETERNIDADE, Em ‘um certo momento ter-se-iam originado a Terra eo Amor, A terra teria criado o céu e, da unifo de ambos, teriam surgido 0 outros seres, ao acaso, e desordenadamente, Dentre estes sur- ge Zeus, o ordenador do Universo, que instaura a ordem de for- ma definitiva, [4], Cap. 1) 2. A idéia de um Deus tinico ndo podia aparecer no homem, senfo como 0 resultado do desenvolvimento de seuas idéias. In- capaz, na sua ignordncia, de conceber um ser imaterial, sem for- ma determinada, agindo sobre a matéria, ele Ihe havia dado os atributos da natureza corpérea, ou seja, uina forma e uma figu- ra..." ([2], Perg. 667). Uma concepe%o antropomérfica. Formaram-se varias nogdes de Deus, ao longo do tempo, de cardter religioso e filoséfico ({5], Verbete: “Dio”; [6], Verbe- te: Deus; [7], Cap. XVII, atribuindo-lhe todas, em comum, duas qualificacSes fundamentais: a de causa ¢ de bem. As prin- cipsis podem ser classificadas em dois grupos: o tefsta e 0 pan- teista ([7], Cap. XVII. (1) Este complemento nfo precisa ser dado. O expositor pode pasar & ligdo seguinte, 28 © Tefsmo filia-se & nogio biblica — Deus, Criador de tudo que existe ¢ superior & Criacdo, tendo criado A PARTIR DO NADA ([8]. Génesis 1) e ([6], Verbete: Criacio). ‘A nogio € antropomérfica e mitolégica, como também o é a de Criador, descrita com “verbos de caréter artesanal... Na criagZo do homem, Deus aparece como um ceramista... Mes- mo na Biblia, entretanto, estas nao so as Gnicas nogdes de Deus e de Criador” ([6], Verb.: Criagao). © Pantefsmo filia-se & nogSo hindufsta — a de Deus cons- tituindo o Universo. “— Se Deus é infinito — dizem — cle nfo pode criar um mundo que Ihe seja exterior, pois, por defini¢o, nada pode ser acrescentado a0 infinito... Se Deus houveste criado algo fora de si, ele nao teria sido a totalidade, a absoluta Infinidade, O Universo, portanto, esté em Deus e nfo fora dele. Deus é ima- nente ao Universo.” ([7], Cap. XVIII). 4. © Espiritismo situa estas nocdes no Livro dos Espititos, colocando em primeiro lugar a noo de Deus, no Cap. 1, como causa Ultima de todas as coisas (o principio das causas, seu fun- Somento) ([2], pergs. 1 @ 4). Fm segunda Ingar, pie a defini. gio de infinito como o faz 2 matemitica, isto €, como algo que néo pode ser abarcado pelo homem — o desconhecido ([2], perg. 2).(2) Elimina do conceito teista 0 conteddo antropomérfico ({2], pergs. 10 e 11), dizendo que o homem nao pode compreender a natureza intima de Deus porque, para tanto, Ihe falta um sentido. Diz porém que podemos compreender-Lhe algumes das perfeigdes ([2], pergs. 12 ¢ 15). Refuta o Panteismo ¢ invalida (1) Dentro desta nosio, dizer, por exemple, que o Universo é ito, € dizsr_queo homem, até 9 momento, ‘nfo tem elementos xine limites Por mal gut inaine pontos, nani 9 Universo se the afigura como estendendose sempre mals além. B esta ¢ a visio teolésica como o.€ também a oferecida. pela Astronomia do {eleseépio, anterior ft Astrofisica: uma visio iiimitada e extitiea, Hoje, pela Antofiien, © Universo se nos apresenta dinkmico, em expansio, Portanto limitado, o que reforea a idéin de um Crindor extetior e supe: For, mantendo a°concordineia do Espiritinmo ‘coma a Ciéncia. inf 29 as especulasées metafisicas acerca da existéncia de Deus, di- zendo em ({2], perg. 14): “.., néo queirais ir além. Nao vos Percais num labirinto de onde néo podereis sair. Isto nfo vos tomaria melhores, mas talvez um pouco mais orgulhoso, poraue acreditarieis saber, quando na realidade nada saberieis. Deixai, Pois, de Iado todos esses sistemas... Isto vos sera mais ctil do que querer penetrar no que é impenetsével”. (Alids 0 abandono dos sistemas, hoje, é feito pela propria Filosofia.) No Cap. I! aborda o conhecimento acerca do princfpio das coisas. Cientificamente, o principio seja que se o entenda como comego, ou como fundamento, estd fora do ambito do observé- vel tanto sensorial como medifinico. Diz-se ([2], perg. 17): — “f dado ao homem conhecer o principio das coisas? — Nao. Deus ndo permite que tudo seja revelado ao homem aqui na Terra”. 7 A seguir fala da matéria como princfpio constituinte de todas as coisas. Para a Mitologia ele preexiste a tudo’ e aos préprios deuses. Para o Materialismo € o énico principio exis- tente; para outros nfo foi criado por Deus e existe com Ele toda a oternidade, Cabe entau 4 pergunta formulada por Kardec (L2], perg. 21): — “A matéria existe desde toda a eternidade, como Deus, ou foi criada por ele num certo momento? — Sé Deus sabe... Deus jamais esteve inativo.” Isto €, no conhecemos nem a essGneia, porque nos falta um sentido, nem @ origem, porque o tempo 6 infinit-desconie- cido na sua totalidade. E, diante das diversas definigSes que se pretende dar da matéria, responde na perg. 22 de [2]: “...a matéria existe em estados que nem conheceis.” Dai a impossibilidade de o homem definida ow concel- tude. Sugere, porém, uma definicac Perg. 22a — “Que defini¢ao podeis dar na matéria? — “A matéria € 0 liame que escraviza o espfrito.” Perg. 23 — “O que 6 0 espirito? 30 A nogio é nova, Nao hé conceito de espfrito no teismo, no sentido que o Espiritismo the dé. A alma, para o Catolicismo, & criada no ato da concepedo. Apés 2 morte, como pessoa ela é incompleta. Nao tem sensacies. Daf o dogma da ressurreigio, no fim dos tempos, significando o ressurgimento de todos os homens, cada um reconstituido em virtude de cada alma reto- mar seu corpo. Nao ha a nogio de espirito, como ser inteligente, desencarnado, individuslizado, pessoa completa, ¢ muito menos a de espirito como principio. Esta ¢ uma nogio que surge na Filosofia do século XVII e que o Espiritismo assume, embora de forme peculiar. A perg. 25: O que é o Espirito? — responde: — “O principio inteligente do Universo.” Eo afirma distinto da matéria na perg. 25: — “O espirito 6 independente da matéria, ou ndo ¢ mais do que uma proprie- dade desta. ..? — Um e outra sio distintos..." — ¢ a resposta. E atesta serem estes os tnicos dois principios gerais que constituem ‘odos os seres do Universo ¢ que, por sua vez, sfo criados. Nao no sentido mitolégico, com concepedo artesanal humana, mas no sentido de resultantes da acdo das causas, de que Deus € 0 principio, causas estas que comhecemos em parte e que poderemos conhecer sempre mais pela ciéncia, de forma teériceexperimental ([1], Cap. IV). Lé-se em ({2], Introducdo, n° VI}: — “Deus... criou o Universo, que compreende todos os seres snimados ¢ inanima- dos, materiais e imateriais.” : [2], perg. 27 — “Haveria, assim, dois elementos gerais no ‘Universo: a matéria e 0 espirito? — Sim, ¢ acima de ambos, Deus, o Criador, o Pai de todas as coisas, Essas trés coisas sfo 0 principio de tudo 0 que existe, a trindade universal.” . Isto é exterior ¢ superior ao mundo, ao dizer “acima”; prin- ctpio do bem, ao qualificé-lo de Pai: ¢ colocando-o no ambito do nosso alcance ao enunciar: — “Essas trés coisas...” — uma vex que nada podemos afirmar sobre suas esséncias ¢ suas ori- gens. 34 A nogdo de Criador adquire significado diferente da do bf- blico. Nao tem qualquer contetido relacionado as atividades hu- ‘manss. Aponta tfo-somente um Principio causador, sem que pos- samos divisar-lhe a esséncia, nem o comego, ou o fim, ou a for- ma de atuar. Nem poderemos pensar diversamente, diante do quadro que a Ciéncia hoje nos apresenta; no qual se configu- ram, dentro de um angulo reduzido como 0 é do nosso alcance, 10 bilhdes de galaxias, contendo, cada uma 200 bilhdes de estrelas, uma das quais € 0 nosso Sol. Nem poderiamos fazé-lo, Porque “Se a Religiio se nega a avancar com a Ciéncia, esta avancaré sozinha” ([1], Cap. IV, n2 9), Que Deus jamais tenha estado inativo, coaduna as nogdes de eternidade e imutabilidade com a idéia que fazemos das cau- sas. Por exemplo, quando dizemos que o calor € causa de dila- tago dos corpos, subentende-se também que sequer podemos imaginar nfo tenha sido assim alguma vez, Encerrando o Subcapitulo: Espirito ¢ Matéria, do Capitulo II ({2] Comentario apés perg. 28), assim conclui Kardee: — “Um fato patente domina todas as hipéteses: vemos matéria sem inteligéncia ¢ um principio inteligente independente da matéria. A origem e a conexio dessas duas coisas nos sio desconhecidas. Que elas tenham ou nfo uma fonte comum e os Pontos de contato necessérios; que a inteligéncia tenha existén- cia propria, ou que seja uma propriedade, um efeito; que ela seja, mesmo, segundo a opinigo de alguns, uma emanagio da Di- vindade —, é o que ignoramos. Elas nos aparecem distintas, e é Por isso que as consideramos formando dois principios consti- tuintes do Universo. Vemos, acima de tudo isso, uma inteligéncia que domina todas as outras, que as governa, que delas se distin- ‘gue por atributos essenciais: ¢ a esta inteligéneia suprema que chamamos Deus.” (Os grifos sto nossos). 32 BIBLIOGRAFIA 1 — Alla Kardee — A Genese, 2 ‘Allan Kardes — © Livro’ dos Espfritos 3 — André Lutz = Evolusdo em Dois Mundos. = ABH cults — Mtcloga, : 3. Ritola Abbapnano — Didcuaio di Filosofia, Verbets: "Dio", @ = Hench Rees — Diclonirio de Tealogia == Vole 1s — ver ie: Dew, 17 = Denia Hoban.» Andsé Berger — Comptndio Moderne de Plows: Val. ii; © Conhecineao, 4 — Biblia Sapuda (Vide sdigdo dn Abrit Calta. 33 CAPITULO III A MEDIUNIDADE E A PERCEPCAQ EXTRA-SENSORIAL © que a Parapsicologia denomina de Percepeao Extra-Sensorial, so a telepatia, a clarividéncia e a pre- monigao-em seu conjunto, querendo com isso designar uma faculdade pela qual se obtém percepcdes sem a in- tervengao dos sentidos — sem a intervengaio dos 6rgaos pelos quais eles veiculam as sensagSes. J4 aos efeitos da mente sobre a matéria ela denomina de psicocinesia, © Espiritismo designa tudo por mediunidade, que. rendo exprimir, com isso, que a mente a tudo preside sem a intervencio do corpo fisico. Chama de mediuni- dade de efeitos psiquicos aqueles em que se tm percep- ges via mental, tais como na psicografia, na xenoglos- sia, e outros; chama de efeitos fisicos Aqueles que a Parapsicologia considera sob a denominacio de psico- cinesia. Neste capitulo nos limitaremos a dar, sem preo- cupacdo de classificagio ou de detalhe, teoria explica- tiva da mediunidade, na linha de Kardec, e principal. mente desenvolvida por André Luiz. 3.1 — A evolugio € do espirito A_evolugio € do Espirito: as transformagées morfolégicas que 0 ser sofre no decorrer do tempo, realizam-se na mente, para depois se constituirem na 34 organizacao perispiritual.. Segundo André Luiz, esta evolugdo deve ser considerada, no Ambito de nosso co- nhecimento, jé a partir do proprio mineral. As proprias faculdades do ser evoluem. Diz An- dré Luiz em ([1], Cap. IIE): “a ménada vertida do plano espiritual sobre o plano fisico, atravessou os mais rudes crivos da adaptagao e seleco, assimilando os va- lores multiplos da organizacio, da reprodugo, da me- méria, do instinto, da sensibilidade, da percepgao e da preservacdo prépria, penetrando, assim, pelas vias da inteligéncia mais completa e laboriosamente adquirida, nas faixas inaugurais da razio”. E continua, pelo livro todo, a descrever como a evolucio se processa, com o aparecimento do sexo, do metabolismo, do cérebro, da palavra, etc... E na fase humana qite 0 ser adquire o pensamento continuo: um processo mental inestanc4vel, tal como o é a respiracio. 3.2 — Penowmentv © muiéria menial André Luiz explica o pensamento da criatura, como 0 fundamento da ac&o do espirito sobre. a matéria. Fala de matéria mental, um fluido vivo e multiforme (de natureza corpuscular) que emite vibragdes (obedien- tes a leis anélogas As que regem as vibragdes da maté- ria), vibragdes estas impressas pela mente que 0 utilizou 2 cuja acdo influencia, a partir desta e sob sua respon- sabilidade, o meio circundante ({1], Cap. XIII; [2], Cap. IV). No plano espiritual, 2 matéria, num estado de condensagiio diferente daquele que conhecemos, so- fre a influéncia desta aco, e com isso originam-se for- magGes constituintes do meio ambiente em que 0 es- Pitito situar-se-4 ¢ que lhe oferecerao condigdes mais 35 ou menos felizes, em consonfincia ‘com os pensamen- tos dos quais a ago se originou. As vibragdes da matéria mental, resultantes da ex- citacZo produzida pela mente no ato de pensar, criam, ao redor do perispirito do individuo, um halo vital __. a aura — que se lhe espraia pela organizacdo perispi- ritual, transmite-lhe estimulos e impulsos e dela se ir- radia, propagando influéncias. Todo 2nsamento irra- dia as caracteristicas do estado mental que 0 envolvcu: assim, a tristeza, a bondade, o pessimismo, o otimismo em que ele se formou, sdo veiculados pelas ra:*acdes influeniciando outras mentes. Diz André Luiz, em ([2], Cap. IV): “Emitindo uma idéia, passamos a refletir as que se lhe assemelham, idéia essa que para logo se corpo. rifica com intensidade correspondente & nossa insistén- cia em sustentd-la, mantendo-nos assim espontaneamen- ie em comunicagao com todas as que nos esposem o modo de sentir”. Da mesma forma que iniluenciamos, somos in- fluenciados. Pelos desejos, pela fixacdo de nossos inte- Tesses, emitimos e captamos certa ordem de idéias em regime de influéncia recfproca. Ao ingressar no reino humano, o ser, além do pensamento-continuo, adquire como novo elemento a vontade, dando origem A possibilidade do livre-arbi- tzio, pelo qual, pouco a pouco ¢ num crescendo, passa a subtrair-se do determinismo do instinto, para ingres- sar na liberdade das conquistas da inteligéncia, dentro da ordem das leis que nos governam — em regime de responsabilidade. E do desenvolvimento e aprimoramento das fa- culdades da mente que se realiza nossa evolugdo: na sublimag&o dos desejos; no desenvolvimento da inteli- 36 | | i | | | 1 t | : 1 | 4 i | ' ; i géncia; no engrandecimento da imaginagéo, da memé- ria e da experiéncia; no fortalecimento da Bondade e de outras faculdades ainda. 3.3 — A mediunidade A mediunidade é fendmeno que se assenta no pen- samento: efetivamente, no fendmeno da indugdo men- tal, Isto €, uma mente, ao pensar, emite matéria mental que influencia e reproduz em outras mentes que se sin- tonizem com ela, suas proprias caracteristicas.. A mediunidade, em varios aspectos, consiste na conjugacdo de mentes entre as quais se estabelece um fluxo de corrente mental, assim como, entre um pélo positive e um pélo negativo de um sistema elétrico, pela diferenca de tenso, se estabelece um fluxo de corrente elétrica. © médium, pela apassivagao, pelo pensamento de aceitago ou adesio, estabelece como que uma dife- renga de tenséo cntre as duas mentes: a dele c a da entidade comunicante, que origina fluxo de corrente mental entre ambas, em circuito fechado, enquanto per- manece 0 pensamento de aceitaco do médium. 3.4 — Reflexfio de idéias A corrente mental faz com que o médium absorva as idéias da outra mente, as transforme em idéias pré- prias ¢ as transmita tais como as interpretou, segundo sua capacidade conceitual e interpretativa. E 0 fendmeno da reflexdo de idéias entre mentes. Nisto residem as causas que regem os fenémenos de telepatia, de inspiragdo, de sugestio e de manifes- tages de cardter mecnico, em que os estimulos men- tais podem comandar o comportamento do individuo. 37 Para que possamos explicé-lo melhor, sirvamo-nos de uma analogia: o reflexo condicionado. ({2], Cap. XID Pavlov, sébio russo, separou alguns cfes do con- vivio materno desde 0 nascimento e alimentou-os sem carne. Sempre que Ihes mostrava a carne, ndo havia neles qualquer manifestagio de salivacio, scja a ofe- recesse & visio, seja a oferecesse ao olfato. Apés certo tempo, deu-lhes carne para comer. Daf por diante, o simples mostrar-Ihes carne, passou a provocar-lhes sa- livagio, fato este que s6 se produzira no dia em que thes pusera carne na boca. A salivacio provocada pelo contato da carne com © Srgio, diz-se reflexo congénitos a provocada pela sim- ples visdo, reflexo condicionado, O primeiro € um flexo provocado por um estimulo que excita vias ner- vosas, hauridas da espécie e construfdas 20 longo de evolugao; 0 segundo se realiza via mental, numa cons- trugdo instavel ndo-permanente, feita ao longo da exis- téncia. Pois bem! Assim como falamos de reflexos fisi- cos, falamos de reflexos psiquicos. NOs somos criaturas com um certo grau de evo- lugdo, com tendéncias que dependem das experiéncias e das aquisigdes consolidadas e que nos definem a per. sonalidade, 0 comportamento ¢ os desejos com que nos voltamos para o mundo. Nascemos com estas tendén. cias como que em estado latente: 0 meio em que cres- cemos envolve-nos com estimulos que as despertam. Nosso comportamento € 0 resultado da resposta que somos capazes de dar em funcSo daquilo que somos. Temos boas e més tendéncias: umas mais fortes, ou- tras mais fracas. O meio em que nos criamos ¢ os de. sejos que cultivamos sio responsdveis por aquelas que despertam, Uma vez despertadas, qualquer estimulo ou 38 i interesse para o qual dirijamos a atengio — uma con- versa, uma insinuaco, uma aluso — faz com que nossos pentsamentos se vigorizem na ordem de idéias que ele desperta, se exteriorizem em direcio aos outros e os recebamos de volta enriquecidos de outros agen- tes. Estes, por sua vez, excitam a mente e compelem-na a sintonizé-los com as prOprias criagdes mentais, crian- do-nos novos habitos mentais, novas expressdes de com- portamento, novas aquisigdes de experiéncias. 3.5 — AssociagSo de idéias Percebe-se aqui a influtncia do meio ¢ a impor- tancia da educacao. A mudanga de personalidade, as quedas, ou as elevacdes a que nos guindamos, estruturam-se na cons- trugéo de habitos novos que construimos ao longo da existéncia, segundo os alvos a que dirigimos nossa atencao. ‘As novas criagdes mentais surgidas dos elementos captados de outras mentes por indugdo, momenténea ou permanentemente, entrosam-se com as nossas pro- prias, jé consolidadas, no fendmeno da associacio de idéias. Com isso se realiza nosso desenvolvimento ou expansio da vida mental. ; Pela vontade’ podemos dirigir nossos interesses, sob 0 ditame do discernimento, dentro da liberdade de escolha que nos é caracteristica, como nos apraz, o que nos torna responsdveis por aquilo que nos atontece e dita as companhias com que nos envolvemos. Pelo pensamento nos comunicamos seja com es- piritos encarnados, seja com desencarnados: bons ou maus; em termos de afinidade com a ordem de idéias a que nos afeicoamos. Influenciamo-los ¢ somos por eles influenciados, pela inspiracdo ou pela comunica- cdo direta — espontaneamente ou por evocacio. 39 A vida € comunhio ¢ intercdmbio constante entre 98 dois planos. No espiritual tracam-se as direirizes ¢ os planos daquilo que deve ser feito, com a nossa par. ticipaeao. Durante 0 sono podemos continuar uma vide de aprendizado e desenvolvimento, ou podemos, no Scio ¢ na inutilidade prejudicial do desinteresse ou de inctiria espiritual, envolver-nos com efrculos piores, Durante, a vigilia, viveremos as influéncias boas ou més em que nos enredamos e continuaremos a convi, ver com aqueles que se afinaram com a nossa maneira de ser. 3.6 — O animismo No fenémeno da associagao de idéias, temos um obstéculo & comunicacdo meditinica. De fato, nesta. 6 médium recepciona as idéias da entidade comunicante, retransmitindo-as como as interpretou, segundo sua ca, Pacidade conceitual e interpretativa; e isto significa que as idéias captadas despertam as idéias proprias do he. dium, que podem interferir na fidelidade da coment. cacao. © médium desenvolvido ¢ educado sabe distin. guir entre o que Ihe € proprio ¢ 0 que‘néo o 6. Apesar disso, a interferéncia sempre é passivel de se dar: mais comumente, porém, com os despreparados ou os per. turbados. Com estes 0 simples estado de concentragio, coadjuvado por certas situagSes, pode provocar 0 eclo. dir da meméria, o aparecimento de lembrancas exie tentes no inconsciente, que por isso ndo reconhece como suas ¢ confunde com comunicacées ou observacdes do momento. - A esse fen6meno dé-se © nome de Animismo, fato Sempre possivel de se dar, mas ndo o bastante para que do possa set reconhecido com certa facilidade ou cos faca descrer das possibilidades da comunicaglo. ([2). Cap. XXII) 40 3.7 — Mediunidade de efeitos fisicos Esta ¢ os fenémenos a ela relativos so os menos conhecidos. Sao explicados doutrinariamente pela exis- ‘éncia do ectoplasma, um fluido que, emitido em maior parte pelo médium e menos pela assist@ncia, sob a aco do plano espiritual, que Ihe acresce outros recursos, per- mite a realizacao de efeitos fisicos tais como o apare- cimento, 0 movimento, o desaparecimento de objetos, © outros fenmenos semelhantes. 1.) As experiéncias nao so féceis de realizar por- que exigem cuidados extremos, uma vez que 0 ectoplas- ma é altamente sensivel As emanagdes do alcool, do fumo, de carnes fortes, etc., e pode contaminar-se pre- judicando fortemente a organizagio perispiritual do médium. (E a mesma coisa que retirar sangue de nés mesmos € a seguir reinjeté-lo. S6 0 poderemos fazer, sem perigo, desde que ndo o tenhamos exposto a injti tias, uma vez que € altamente contaminavel.) 22) Forque, por estar muito associado as oscila- ges mentais, pode sofrer grandes transformagSes com somente certas mudangas de interesse ou de preo- cupaco. 70 fisi ito desen- S6 com um prepazo fisico e moral muito volvido ¢ uma compreensio muito ampla dos fatos, € que se podem encetar experiéncias de relativo su- cesso, ({2], Cap. XVII); ({3], Cap. XXVIID; ([4], Cap. 10) 2) Bibtogra 1] André Luiz — Evoluglo om Doin Mondos, ta} Andié Lule — Mecatiomoe de Med ica, {5] Andee Late — Nos Domfnios da Mediuntdade. [4] André Liz — Missiondtion da he. 5) Leituras Complementares ” Gi Santulon fe bose, indicades no to. al 42 © Pept PE at» xia 1S ee nt 32) De que forma nos influenciamos mutuamente? 42) Como se realiza nossa eyolus 53} Broligne refleato do ata Explique a mediunidade nos © que € o Animismo? ) Pratica de renovaeio {ntima. André Luiz — Sinal Verde. Estudar e por em prétice 0 Cay io? ") Explique a associacio de idélas, us diferentes aspectos? CAPITULO IV A MORAL ESPIRITA Com este capitulo encerraremos esta breve expo- sigo, de cardter informativo, sobre o que € o Espiri- tismo. Diremos da vida espiritual, da acdo dos espi- ritos, suas relagdes com os encarnados, e principalmen- te de sua moral — das regras de comportamento para 0 desenvolvimento do espirito —, toda ela estruturada no Evangelho, o repositério dos principios fundamen- tais que o regem. 4.1 — A vida espiritual Segundo André Luiz, a transformagao do ser, des- dea fase animal & fase hominal, caracteriza-se pela aquisi¢géo do pensamento continuo da raz&o do livre- arbitrio, e da raz%o com os quais, orientado pelo Plano Superior, passa a forjar seu proprio destino. © ciclo das reencarnac6es desdobra-the @ vida em duas — uma continuago e complemento da outra — nas quais, sujeito as leis do trabalho e do aprendizado, se desenvolve. Como ser recém-egresso da animalidade, vive sob © guante dos instintos e dos apelos das necessidades ptimarias. A satisfacio dos apetites é sua meta quase que exclusiva. 43 Sendo compelido a conduzir-se por si mesmo, pela meditacdo passa a mentalizar, exteriorizando suas pré- prias idéias, com conseqiiente produgdo de aura. Esta © revela e atrai, para o intercdmbio — marco inicial da mediunidade — espiritos melhores ou piores, se- gundo 0 teor de seus pensamentos. No sono, @ mentalizagéo produz parcial despren- dimento do corpo fisico, facilita 0 intercdmbio e é desta forma que o Plano Superior o inicia na aquisicéo do conhecimento mais avancado, orientando-o. Na construgio do conhecimento, pouco 2 pouco, passa a perceber que o mundo é governado por causas, de cuja aco ele pode beneficiar-se, com o prdprio com. portamento. Pelo trabalho, pode propiciar-se maior conforto; pelo desabrochar dos sentimentos, que se inicia no amor & prépria prole, visualiza e traga, para si préprio, re- gras de conduta segundo as quais, nfo impondo aos semelhantes ofensas e prejuizos que néo deseia receber. Passa a garantir para si melhores condigées do paz ¢ tranqiiilidade. Inicia-se sua evolugo moral. Apés a morte, a vida se Ihe apresenta em conti nuacio, sem que se Ihe altere o conhecimentp, sem que se Ihe resolvam os problemas com que se depara, Em ambas, 0 progresso requer aprendizado e experiéncia. 4.2 — Relacao dos espiritos com os homens © espirito primitive, na vida espiritual (que por estar a iniciar-se para ele, nao a compreende), sente-se qual crianga. aterrada, e permanece junto aos seres do plano carnal, valendo-se da receptividade dos que cho: ram sua perda, em varios processos de simbiose, nZo tendo outro pensamento seniio o de voltar. 44 Encarnados e desencarnados passam a viver vida de influéncia mtitua, com conjugacio de mentes, elas mesmas sofrendo transformagées subordinadas 4 lei do progresso. Nesta conjugaco de mentes se desenvolvem as no- ges acerca das duas vidas. As voliadas para o bem, jutuamente apoiadas, colhem do Plano Superior, pelo desencarnado, nogées de elevago moral, de orientagao e de desenvolvimento para as atividades de caréter ar- tesanal. Com isso, se Ihes iniciam os primeiros funda- mentos da cultura. Mentes entregues & revolta, ao medo, 20 édio, ou aos impulsos gerados por tais sentimentos, patrocinam as manifestagbes do mal e se envolvem em reencarna- Ges reparadoras, de reajustamento. A simbiose espii tual transmuda-se em vampirismo, no qual o encarnado é transformado em vitima do desencarnado, nos mais diversos processos obsessivos até que ambos, com a for- ¢a do proprio trabalho. com o estudo edificante ¢ com as virtudes vividas, se habilitem A necessdria transfor- macdo e se adaptem a novos caminhos. A vida material e a vida espiritual se correspon- dem: a capacidade conceptual alcancada num plano nao se altera no outro e as concepgdes se formam na mesma faixa de conhecimento, relativas a0 estdgio evolutivo. ‘Ao se thes expandir a vida mental, nos processos de cooperagao construtiva, se Ihes desenvolvem as facul- dades e com elas os niveis de vida, rumo a estgios em que o inter-relacionamento entre os dois planos perma- nece, no mais simbioticamente, mas sim por intercdm- bio em regime de afinidade. As mentes envolvidas, em conluio, na subyersdo da ordem e da harmonia, permanecem estacionérias, caem em estado de perturbacdo até que a dor e o sofri- mento, atuando no sentido de conduzi-las & reconside- 45 Tago dos préprios atos, thes propiciam as condigGes capazes de oferecer-Ihes novas Oportunidades. (Na li- teratura espirita e em especial modo nas obras de André Luiz, encontram-se varios exemplos de situagGes. as mais variadas, que esclarecem, com abundancia de de. talhes, muitos destes fatos.) Nao ha castigo ou condenacdo, mas somente rea- juste ou renovacao de experiéncias, em obediéncia as leis do aprendizado, A evolugao € compulséria, nin- guém se perde, as oportunidades se renovam e, por mais recalcitrantes que possamos ser nas sendas do mal, sei pre surgiré o dia em que, compelidos pela exaustao, reingtessaremos nos caminhos do progresso, rumo a pla. nos de vida mais altos. Diz André Luiz ({1], Cap. XP “A civilizacao, porém, chega sempre. O progresso impde novos métodos e a dor estilhaga envoltdrios. As modificagGes da escolha acompanham a ascensio do co. nhecimento. A vontade de prazer e a voniade de domi. nio, no curso de largos séculos, convertem-se em prazer de aperfeicoar e servir, acampanhados de autodominio”. 4.3 — As leis naturais As concepgGes que o homem forma, acerca da vida, esto sempre relacionadas ao seu nivel de compreensao relativo ao estdgio em que se encontra e a este relaciona- mento com o plano espirituai, que sempre existe e se mantém, em est4gios mais avancados, pela mediunidade. Neste relacionamento se the infunde a nogao de sobrevivéncia, na qual passa a acreditar. Entretanto, incapaz que € de conceber fenémenos realizados por causas que nfo tenham origem em seres, atribui 20s luortos a causa dos fendmenos, Nesse sentido passa a Praticar cultos e rituais com a pretensao de induzir iais entidades a operarem em seu beneficio. Desenvolve técnicas especiais, segundo as quais entende poder es- 46 tabelecer influgncia reciproca com os desencarnades, dando origem @ magia e & feiticaria, das quais surgirac os principios da técnica, da arte, da ciéncia, da filosofia e da religiao. Pouco a pouco comeca a perceber que os fatos se apresentam cada vez mais sujeitos a leis naturais do que como resultado de seus rituais; que mais que rituais e cultos valem o esforgo, a vontade, a retidao, a ciéncia, © valor — 0 desenvolvimento de aptiddes e virtudes: que os males se assentam na pritica dos vicios, na igno- rancia, na injustica, na avareza, na inveja, na célera, na maldade, na caltinia e no roubo; que as causas inde. pendem dos seres e que-os principics da vida tendem a unificar-se em uma causa primordial. Das crencas totémicas, através do animismo pri- meiro, do politeismo depois, as concepgSes evoluem para formas mais altas, até atingirem a culminancia na organizacdo das formas de saber em que se estruturam a filosofia c as ciéncias gregas, o dircito romauw, U mo- notefsmo judaico. Com estas conquisias, apés 250.000 anos de evolugao ({2], Cap. 111), 0 homem atinge a maturidade para a vinda do Cristo e para a recep¢o do seu Evangelho. 4.4 — Jesus Jesus € 0 guia, 0 condutor desta humanidade, na sua caminheda evolutiva ([3], Cap. 1), Recebeu o pla- neta no instante de sua formacdo e, secundado por le- sides de trabalhadores, definiu sua estrutura, leis fisicas ¢ o irdispensdvel & existéncia dos seres do porvir. De- finiu as linhas do progresso, o mundo das células, as formas de todos os reinos da natureza, a linhagem para todas as espécies até o advento do homem e o prosse- guimento. 47 Seus emissérios conduzem o homem até as conquis- tas da sabedoria ateniense, da familia e do direito roma- no, e da religiosidade judaica, até que, para a sua con- solidac&o, necessdria se faz a licfo ampla e definitiva de sua orientacdo. Jesus, como idealizador e responsdvel maior do conduzir, no pode confiar a outrem a tarefa e ele pré- prio a realiza, embora tenha de enfrentar sozinho a in- compreensio e a cruz ([4], n° 85). Seu nascimento é acompanhado dos fatos mais ex- traordinarios da mediunidade; sua vida é a exemplifica- ¢&0 dos ensinamentos que viera pregar. Sua licéo, incompreendida entdo, passa hoje a ser esclarecida pelo Espiritismo, que a reconstitui na sua pureza e no seu lidimo significado. Inicia sua pregacdo aos 30 anos; tem uma boa nova a comunicar. 4.5 — O Evangelho Jesus revela, primeiramente, que o que rege o mun- do € uma vontade amante que é, para o homem, o que um pai é para os filhos. Deus é pai de todos os homens, de todos os seres; é de uma bondade infinita, na qual todos devemos acreditar e confiar. Governe por leis que nos guiam sempre no sentido da ascensdo, as mes- mas para todos, provendo a cada um conforme suas necessidades, situacio esta em que devemos confiar. B © significado das exortagdes: — Nao temais, nao vos inquieteis por vossa vida. Olhai as aves do ar: nfo se- meiam, nfo colhem, nem fazem provisao nos celeiros, contudo yosso Pai Celestial as sustenta. Considerai os litios do campo: nao trabalham, nem fiam; entretanto vos digo que nem Salomao, em toda a sua gléria, jamais se vestiu como um deles. — Pedi ¢ dar-se-vos-4; buscai ¢ achareis; batei e abrir-se-vos-4. Se maus como sois sa- beis dar boas dadivas a vossos filhos, quanto mais vosso 48 | ( | | : ; ( 4 (| neem Pai que esté nos céus, que bens no dard aos que Thos pedirem. Diz como rogar para Ele no Pai Nosso. Estabelece como conseqiiéncia que os homens de- vem amar-se fraternalmente e estabelece como manda- mentos maiores: — Amards o Senhor teu Deus de todo o-coraciio, de toda a tua alma e de todo o teu espirito. — Amards 0 teu préximo como a ti mesmo. Determina a necessidade de reconciliar-se com to- dos, de entrar em acordo com os adversérios, de amar aos inimigos. Anuncia 0 reino de Deus, que entende como esta sociedade de homens piedosos amando a Deus e aman- do-se entre si. ‘Aponta o amor como a grande lei, no sermao da montanha, e ensina como praticé-lo curando, ensinan- do, reerguendo decaidos, demonstrando-o até o ultimo instante no suplicio da Cruz. Situa o perdéo como norma méxima de conduta. Elimina as barreiras entre os homens, afirma a igualdade deles e situa a coordenago da vida moral na pureza do coragdo, na vontade da intencdo, na hu- mildade. No trabalho, na mansuetude, na caridade salienta as forgas que enaltecem o espfrito; no sofrimento e na dor aponta a quebra dos elos que acorrentam &s ilusdes. Reconceitua a nogdio de pecado e de punicdo; cura, consola, no assume atitudes de condenaco. Nao apon- ta castigos, mas to-somente a reconsideracao de cami- nhos; nfo aponta causas; apenas exorta a nfo pecar mais, Esclarece que todos tém uma tarefa a cumprir en- carecendo a necessidade de fazé-lo da methor maneira, 49 imitando o Pai, no “sede perfeitos como vosso Pai ¢ perfeito”. Conclui que é com estes preceitos que reinard a paz e a boa vontade: todos serio de Deus. Haverd comunho das ctiaturas com o Criador, glorificando a Deus nas alturas e sustentando a paz na terra, e boa vontade para com os homens. 4.6 — A moral dos espiritos O Espiritismo, hoje, com o estudo cientffico dos fenédmenos espiritas, descortina definitivamente aos ho- mens, pela mediunidade, o mundo dos espiritos, sew relacionamento com o mundo dos encarnados, reconfir- mando a aco dos espititos, suas relagdes com os ho- mens e a dependéncia desta vida daquela. Q relacionamento e as comunicacGes evidentemen- fe se situam em plano cada vez mais alto, segundo 0 estdgio evolutivo em que nos encontramos; as concep- Ges acerca da vida e do mundo sofrem a reconsideragio. que o momento exige, apontando a vida como existente | em todo o universo. Assim como o conhecimento cientffico de nossos dias revoluciona todos os ramos do conhecimento, assim © Espiritismo introduz novos influxos de revitalizagdo na consideragéo dos problemas filosdficos e religiosos, especialmente trazidos nas obras meditnicas que, as- sentadas nas obras de Kardec, culminam com a psico- grafia de Chico Xavier. Com precisao cientifica, atesta-se que as leis que | governam a evolucdo do espirito se assentam em algu- mas fundamentais: — a do amor 20 préximo, — da humildade, — da caridade, 50 — da fraternidade, — de causa ¢ efeito, — da responsabilidade e outras, fazendo do Evan- gelho o cédigo moral por exceléncia, o repositério ex. celso dos mandamentos aptos a nos proporcionar o acesso aos cimos da vida. ) Bibliografia [1] André Luiz — Mecanismos da Mediunidade, 12] André Luiz — Evoluego em Dois Mundos. (5] Emmanuel — A Caminho da Luz, [4] Emmanuel — Vinha de Luz. Leituras Complementares, As dos capitulos da bibliografia citada no texto. Allan Kardec — Livro segundo Cap. VI_ ©) Perguntas. 15) O que entende por “inicio da evotugo moral” 25) De que forma ‘se iniciam os primeiros fundementos da cultura? 3°) Explique o que se quer dizer com “a evolugdo é com- pulséria”, 42) Camente’ por que Jesus realize ele mesmo a tarcfa sem Sonfiicla # outer, 52) “Devemos confiar em Deus” — Explique. 52) Quais as Forgas que enaltecem o espirito? 72) Qual a moral dos espiritos? Pratica de renovagio intima. André Luiz — Sinal_ Verde. Estudar © pOr em prética 0 Cap. 4, ») 4) OBSERVACAO Julga-se conveniente fazer uma recordago a cada 4 aules. Os Capitulos do livro “Sinal Verde", enticianto, cremos devam ser dados sem interrupgio. Portanto, na aula de recordagio: Pritica de Renovagio Intima. André Luiz — Sinal Verde. Estudar e por em prética 0 Cap. 5. 51 2” PARTE A REFORMA I[NTIMA No Espiritismo a lei da evolugio diz respeito ao espirito. Este, ao terminar seu estdgio na fase animal, ingressa na fase hominal, sujeito & lei da Reencarnagio e Tuma para outro estado no qual o ciclo das reencarna- gées muda de aspecto. Esta mudanca se dé apés a con- Quista do conhecimento relativo 3 fase humana e apés © engrandecimento moral em que se automatiza o com- Portamento evangélico. A nogdo de reforma intima diz respeito & adequa- 40 do individuo as leis que nos governam, segundo seu grau evolutivo, que lhe permita crescimento harmonioso © efetivo no desenvolvimento de aptidées e na aquisico de virtudes, rumo as metas evolutivas. Nesta Segunda parte abordamos as questdes ati- hentes & compreensdo desses fatos, de maneira sucinta © introdutéria, a fim de que, posicionada a questio, Possa o leitor encontrar nela, guia seguro para os de- senvolvimentos futuros. \ : ij i ee CAPITULO V A NOCAO DE REFORMA INTIMA Nog&o importante, dentro do Espiritismo, é a da reforma intima. Na sua esséncia, ela’ significa compor- tamento segundo a Doutrina, 0 que nao quer dizer, evi- dentemente, um comportamento perfeitamente determi- nado por padrdes tipicos de atitudes, idénticos para todos. © homem estd sujeito & evolugao ¢, por elu, apre- senta graus de desenvolvimento distintos, de um para: outro. A responsabilidade é relativa ao estdgio evoluti- Vo, e cada qual € exigido na medida de suas possibili- dades. “Muito seré pedido a quem muito foi dado”; “Ninguém € posto a suportar mais do que suas forcas o permitem”. Neste capitulo procuraremos esclarecer que a no- 80 de reforma intima é€ relativa ao grau evolutivo de cada um ¢ que sua realiza¢o nfo galardoa ninguém fora do merecimento, nao transforma quem quer que seja em sdbio ou anjo, s6 por si mesma. Mas 0 reajusta dentro de suas possibilidades, reorganizando-lhe a cami- nhada para a ascensio. 55 5.1 — A evolucio do homem © Espiritismo, como ciéncia dos fenémenos espi- ritas, revela a existéncia do mundo dos espiritos ¢ seu relacionamento com 0 nosso, mostrando-nos definitiva- mente que espirito e matéria obedecem a leis naturais que podemos estudar de forma teérico-experimental. Dessa forma o Espiritismo constitui-se na ciéncia que estuda as leis que governam 0 espirito ({1], Cap. 12, n° 16). Estabelece, como principios fundamentais, as leis da evolucio e da reencarnagdo, segundo os quais o homem passa a desenvolver-se alternadamente nos dois planos, subordinado as leis do aprendizado ¢ da renovacaio ([2], Cap. X). A passagem da fase animal para a fase humana caracteriza-se pela aquisicao da palavra, do pensamen- to continuo, da raziio, do livre-arbitrio e pela iniciacZo da vida moral, que se constitui no afrouxamento do dom{nio dos instintos ¢ no desabrochar dos sentimentos. © homem, compelido a decidir por si mesmo, passa a ser o construtor do seu destino no ambito de suas limitagSes, sem que lhe falte a orientagao do Plano Su- perior. Pouco a pouco desenvolve faculdades, recursos mentais e fisicos, passando pelas diversas fases do de- senvolvimento por nés conhecidas, limitadamente & fai- xa que separa o selyagem primitivo, existente em nossos dias, e o homem civilizado. A evolugo feita a partir do inicio das reencarna- gSes até 0 estdgio atual do homem. tal qual somos, exi- giu, segundo André Luiz ([2], Cap. III), um espaco de tempo de 250.000 anos. O término do ciclo das reencarnag6es, na fase humana, também segundo An- dré Luiz, dar-se-4 quando o homem tenha automatiza- do © comportamento evangélico. Apdés isso ingressard em outro plano, para nds atualmente desconhecido. 56 De Fee eee 5.2 — Estagios evolutivos Fato consumado, portanto, é a constatagiio de que os diferentes nfveis culturais qualificaveis entre o hoten- tote @ 0 construtor de computadores, correspondem a diferentes niveis evolutivos, a diferentes estdgios de progresso dos espiritos, advindos de periodos de expe- riéncia distintos, e a faculdades de expanséo desiguai. Esse crescimento esté condicionado ao desenvolvimento. de aptiddes e virtudes, de realizacio lenta, gradativa, dependente do esforco que nela empreguemos, subor. dinada as leis do trabalho e do aprendizado. Ninguém pode subtrair-se aos imperativos dessas leis, quer se situe no plano espiritual, quer esteja no plano material. Nem a morte soluciona problemas, nem mesmo nos aliera a situacdo intima. Permanecemos o que somos em qualquer circunstancia e nada do que possamos alcancar sé-lo- sem que se constitua em con- quista pessoal, A propria revelacéio gradativa, obe- dere aos ditames dessas leis e 6 se realiza uma vez, superadas as limitagSes que a impedem de se efetuar. © progresso é compulsério. O espirito integrado na lei, comprometido nas realizagdes do bem, segue-lhe © curso normal, enfrenta-lhe as dificuldades naturais e fica submetido tfo-somente aos percalgos da caminhada. O espfrito revoltado, envolyido nos processos compro- metedores da ordem e da harmonia, tem sua aco cer- ceada compulsoriamente, estaciona, e s6 retoma a as: censdo apés ter esgotado as influéncias de desordem de que se fez responsdvel apés ter-se reconciliado com a lei. Nos procedimentos contrarios ao bem comum, sur- ge a reacdo contra a desordem provocada: o remorso, © arrependimento, as acusacdes dos que se sentiram pre- judicados, atuam no sentido de isolar a mente contur- bada, a fim de que nao prossiga na sua agdo perturba- dora, & semelhanca de um circuito elétrico que dispoe 57 de dispositivos interruptores da aco destruidora de um curto circuito, automaticamente, quando ela acontece. Nesse estado de conturbacio, diz André Luiz, a mente “recorda apenas os acontecimentos que se re- firam aos seus padecimentos morais, com absoluto olvi- do dos outros... num monoidefsmo que a isola nas re- cordagSes ou emogées... E dessa forma, até que se esgotem os motivos que alimentam tais estados, vive o espirito torturado pelas imagens frutos de suas culpas” ([2], Cap. XVD. Sao muitas as causas de desajuste que podem nos envolver sem que possamos identificar todas, sem que a elas saibamos sempre nos subirair, por ignorancia, por desinformagao ou por erros de educacio. Duas coisas h4, portanto, a distinguir: nosso esté& gio evolutivo e nosso ajuste dentro dele. Nosso estagio evolutivo nos situa, uns mais adian- tados, outros mais atrasados, dentro de uma escala de avaliacao compativel com aquela estahelecida por Kardeo. : A todos € reservado idéntico destino, que alcan- garemos em fungao do esforgo que empreguemos ¢ se- gundo o merecimento que aufiramos. Temos 0 mesmo destino perante a eternidade, mas em termos atuais, so- mos diferentes, uns melhores, outros piores. Todos nos relacionamos, entretanto. Dependemos uns dos outros e nosso evoluir processa-se em fungio do auxilio e do entrosamento muituos, quais pecas com determinada funcfio, com tarefas a desenvolver, no meio que nos cir- cunda. E por essas tarefas que progredimos. E do per- feito ajuste de cada um, na fungao que Ihe é destinada, que dependem a felicidade e 0 sucesso, individuais ou coletivos, Impée-se n&o nos desajustemos no concerto das relagdes que nos unem uns aos outros. Somos diferen- 58 tes; ndo temos 0 mesmo grau de evolugio, néo podemos dar todos na mesma medida, temos responsabilidades relacionadas a uma participacio que nao é a mesma: sé podemos dar pelo que nossa capacidade permite, segun- do nossas forgas. Porém, o que se exige, é que, como elementos necessérios e indispenséveis de um todo, sai- amos desempenhar o nosso papel. A cada um é exigido segundo suas possibilidades. — Muito sera pedido a quem muito foi dado. O que se requer é que ninguém se torne causador de desarmonia: no plano material — fugindo aos com- promissos; no plano moral — comprometendo a paz, por julgar, por nos tornarmos objeto de escandalo, por sermos maledicentes, buscando relevar mazelas e defei- tos de nossos semelhantes, etc... © que se exige é que colaboremos com nosso seme- ihante, praticando o amor, a caridade, a fraternidade. Dentro da sociedade, todos somos parcela ttil, in- dispensdvel, imprescindfvel. que néo pode perder-se. que nao pode ser posta A margem como indesejavel, pre- judicial, como elemento nocivo. Por isso é mister aceitar as situages e as respon- sabilidades sem revolta: saber tomar-nos de autoridade para com quem nos segue, porque orientar é caridade; saber tomar-nos de respeito e acatamento para quem nos precede, porque aprender é uma necessidade, pro- gredir é uma imposigio da vida. Saber distinguir o lu- gar que nos compete e equilibrarmo-nos nele, embora todos, menores € maiores, tenhamos diante de nds o infinito. ‘Tal qual precisam ser as pecas de um automével. E necesséria a existéncia do motor, tanto quanto a do perafuso, Este necessita exercer uma forga de coesao. de ligaco, de seguranca; 0 que se Ihe pede é perfeicao, mas a perfeigo que Ihe cabe como parafuso. Aquele 39 tem a funcao de im Ihe pede perfeicao, mas a perfeicéo que the diz respeita some motor — uma perfeicio muito maior, como peca ge imaior importéncia, embora conjunto nao rota dispensar nenhum dos dois. — Somos lavrador: sejamos lavrador perfeito; = Somos administrador: sejamos administrador perfeito; — Somos filho: sejamos filho perfeito; — Somos pai: sejamos pai perfeito, jacko. GoM homem, amemos nosso semelhante, a criacdo, Deus. — E para que assim possames nos tornar, temos que combater em nés: sas do io Oi: Para nio sofrermos as consegiién- cias do isolamento; — © vicio, para nao cairmos no desequilibrio; folenu.2 *Btessividade, para nao sermos vitimas da violéncia; . = ©citime, para no sermos presa do desespero; 2 indisciplina, para nao sermos atingidos pela desordem; = _& Preguiga, para néo provocarmos’o aguilhoar das dores que nos obtiguem ao progresso: — @ inverdade, para nfo nos envolvermos nas mathas do desengano; ~— & inveja, para no sentirmos as conseqiiéncias do despeito; i -— a leviandade, para néo mérguiharmos na insen- satez; — aindiferenca, para nao nos tornarmos Presa do desénimo. 60 E, ao mesmo tempo, cultivar: — acolaboracéo; : — acaridade; — o.amor ao préximo; — osentimento de fraternidade. Naquilo que se exige de nés, exortava Jesus: — Séde perfeitos como vosso Pai € perfeito. Para nao sofrermos € necessério eliminar os desa- justes relativos & nossa situacdo. Nao podemos alojar @ mentira, a desonestidade, a prevaricacio, a sensualida- de, a gula, enfim todos os deslizes que provocam nosso estacionar. E a eliminagio desses desajustes, de que possamos ser portadores, que denominamos de teforma intima. A reforma intima, de que as Escolas da F.E.E.S.P. se tornam promotoras, é esta de nos propiciar o conhec: mento doutrindrio, corrigindo nossas falsas nogGes, pre- coneeitos, falhas de educacdo, arranhoes de cardter, habitos indesejaveis, a fim de que, com ele harmoniza- dos, possamos nos constituir nesse homem {ntegro, equi- librado, exemplo e forga de uma sociedade bem cons- tituida, fator de ordem, progresso e harmonia. © que as Escolas se propdem ¢ isto. Esforcar-se-Zo para que, dentro dos preceitos doutrindrios, aprendamos a conhecer, descobrir a nés mesmos e indicar-nos os ca- minhos do reajuste. Nao iro transformar-nos de ho- mem comum em sdbio, nos dominios da ciéncia e da filosofia; nem em anjo, em um virtuoso excelso, segundo 0s preceitos da moral e da religido. Estas sio conquis- tas que n&o podemos fazer a no ser & custa de muito trabalho e esforco e ao longo de ainda muitas reencar- nagées, com a aplicagao incansdvel do estudar e servir. Ela porém nos auxiliard a reencontrar a nossa po- siglo de homens equilibredos, ajustados, capazes de reencetar a prépria caminhada evolutiva com conscién- cia, firmeza e confianga, certos de que quem nos criou esté também a nos guiar. 62 a) Bibliografi [1] Allan Kardec — A Génese. [2] André Luiz — Evolugio em Dois Mundos, b) Leituras Complementares a4 f — Renovasao. id Os Mensegeiros =n! 1 ° André Luik — Liberspio'— Profile de Emmanuel: Ante os ©) Perguntas 2) O Espiritismo ¢ Cigneia? © que eetuds? 20) Como se earacteriza a pastagem do fot do reino anima » Band so dee 5:) Quando se dard o término do ciclo das reenearnagses, oe ) gundo André Luiz? — “) Como se processn 0 cesjuste dos que enveredaram plas sendas da desordem? i 7 am ee 59 Dé que dependem # felicidade © © sucesso, individuaio ou coletivos? 62) Que é que denominamos reforms intima? ©) Prética de Renovagio Intima. : André Luis Sinal Verde. Estudar e por em pritica 0 Cap. 6. ‘ | 4 | 4 q 4 ; a CAPITULO Vi A NECESSIDADE DE REFORMA INTIMA Estudaremos neste capitulo de que maneira, secun- dando a Jesus, o Espiritismo vé a solucdo dos problemas que afligem a humanidade, e como ela se assenta na reforma intima, 6.1 — Introdugio Uma das coisas que mais impressiona, ao conside- rar a Doutrina Espirita, é o seu poder de penetracao. Se uma 4rvore se avalia pelos seus frutos, o Espi- ritismo é de surpreender. Num momento em que todos os credos religiosos sio submetidos a um reexame, no qual as igrejas se esvaziam, com’ suas doutrinas recon- sideradas & luz de novas nogées atingidas, ele se impoe 20 respeito geral, qual ciéncia, filosofia ¢ religifo; re- vela novo poder de consolar os aflitos; reconduz & reli giosidade; arregimenta sequazes em quantidade sem- pre crescente; reconquista, para a religifio, a capacidade de fixar orientagao, num apelo a acdo, ao desenvolvi- mento de aptiddes e virtudes. Prega o trabalho, a caridade, a solidariedade huma- na, a fraternidade; a luta contra a ignorancia, contra a miséria; clama pelo amparo a velhice, a protecdo a in- fancia, 0 combate A doenga, a comiseracdo para 0 so- frimento, sob o lema cristo de que fora da caridade ndo 63 hé salvacao. E ensina exemplificando, desenvolvendo obras assistenciais de todo o tipo: oferece guarida acs desajustados, nos abrigos, nos hospitais, nos hospicios, nas penitenciérias. Realiza obras de grande alcance na iniciacfo & profissionalizagao, na suavizacdo da prova 4 criatura excepcional ou anormal. Reconsiderando as nocGes religiosas conclui pela inutilidade dos ritos e cultos e aponta para as forcas que engrandecem o espirito. Nao tem ritos nem cultos, nao tem liturgia. Mas desenvolve a tomada de consciéncia de cada um, nas préprias responsabilidades, pelas escolas que patrocina, conduzindo & reforma fntima, impelindo para o desen. volvimento em todos os sentidos, Sua bandeira € a auto-educagao dos homens: nao apregoa revolucdes, deposicao de partidos, destrons. mento de pessoas ou grupos. N&o patrocina lutas fra. tricidas. Condiciona 0 progresso © a reestruturagzo so. ciais & reforma intima de cada um, realizada nas trilhas tracadas pela Escola do Mestre, guiada pelas diretrizes do Evangeiho redivivo. Aos revoltados, aos insatisfeitos, aos queixosos, esclarece que as causas de todos os males esto em née mesmos ¢ que a solucio dos problemas reside na re. consideracao das atitudes: sermos operosos na producao do bem; sermos bondosos, pacientes, tolerantes, cari. dosos, justos, responsaveis, amantes a Deus e 20 nosso proximo, na pratica constante do estudar e servit. Para que possamos fazer uma idéia mais precisa do que se pretende dizer, fagamos uma analogia com o servico da limpeza publica. 6.2 — Poluicio e educacio Hé& queixas contra o poder ptiblico quanto ao atendimento da limpeza; entretanto ninguém considers 64 as posturas que profbem jogar detritos no chao ou em teitenos baldios. Sabe-se que terrenos stijos proporcio- nam a proliferagdo de ratos, tornam-se focos de mosqui- tos, miasmas e pestiléncias, Apesar disso nao ha terreno baldio entre nds que nao tenhamos transformado em depésito de lixo. Nos logradouros piiblicos, mesmo que haja recipientes adequados para a colocacdo de sujida- des, é freqiiente observar qudo poucos se servem deles. E as praias em época de férias ou em dias de feriado? Transformam-se em verdadeiros tapetes de imundicies. Apesar das adverténcias telativas aos males que isso pode acarretar, aos perigos da poluicao; as doengas, as infecgSes, as viroses, as enfermidades mais variadas, todos atiram detritos: embalagens de todo ti- po, restos de petisqueiras, bagacos de frutas, sobras de comida, cascas dé qualquer coisa, na mais insensivel desconsideracdo por tudo e por todos, A ida & praia, que pretendemos se constitua pra- zeroso convivio com a natureza, para o retemperar das forgas e energias, transforma ce em desagradével cnvol- vimento com a sujeira que nos enche de asco e de re- volta. — Mas nao ha servigo ptiblico? Nao ha lixeiros? Nao ha observancia de higiene? E a satide publica? Que faz 0 governo? Lixeiros ha — amontoam o lixo que carros reco- Ihem. Mas é como se nao houvesse. Todo mundo joga coisas a toda hora, a todo instante; é um langar detritos constante, continuo, intermindyel. Enquanto um limpa, 0 outre suja. Em qua!quer logradouro publico, mesmo que jamais procedéssemos de forma semelhante em casa, ‘os tornamos todos sugismundos. Para que pudéssemos desfrutar de ambiente bem posto, desenxovalhado, ne- cessdrio seria existir um homem de limpeza atrés ce cada um. 65 O problema € insolivel: nao ha servigo ptiblico que possa atingir os requisitos minimos de higiene e conforto, se ninguém se preocupa, £ a impossibilidade que enfrenta a dona-de-casa quando, eo pretender manter a ordem, se depara com © descaso, 0 desleixo de todos — um que larga coisas por onde passa, outro que pée em desalinho tudo que toca, outro ainda que deixa desarrumacio em tudo que faz. Nao hé quem possa manter adequadamente, seja © que for, se. cada um no se compenetrar do valor da ordem, nao fizer dela parte de suas responsabilidades. Se cada um considerar, observar e puser em prdtica os princfpios sadios da convivéncia, nao somente faci- litard a agdo governamental, mas faré com que se pos- sam desenvolver meios mais poderosos, mais eficientes, mais benéficos, posstveis, se alicercados na compreen- so e na participagio de todos. Finalidade da saiide publica é sanear, prevenir en- demias e doengas, preservar a satide, criar recursos de assisténcia. De pouco valeré o desempenho, entretanto, se continuarmos a poluir as 4guas, lancar detritos nas Tuas ou em terrenos baldios. De pouco servird uma alimentagéo sadia se culti- varmos 0s vicios do alcool, do fumo, dos estupefacien- tes, ou outros que solapam as forgas e as energias. De pouco valerd qualquer planejamento amplo se nao cul- tivarmos os hébitos da higiene, ou os sadios na preven- g4o de moléstias: o expor-se ao sol, 0 praticar exercicios, © nao ingerir alimentos fortes; ndo entregar-se’a exces. sos de qualquer espécie. Sao tarefas da educagao proporcionar escolas, li- vros baratos, bolsas de estudo aos que possam ter neces- sidade. Mas pouco poderao elas proporcionar, se néo desenvolvermos sede de conhecimento, ansia de saber, 66 amor pela verdade; se no nos dispusermos a contribuir com 0 nosso esforco na producao de aperfeicoamentos no receber e transmitir 0 conhecimento. Quaiquer que seja o problema coletivo, nfo hé governo, partido ou grupo capaz de solucioné-lo se cada um de nds ndo se dispuser a realizar em si mesmo as condigSes aptas a resolvé-lo. Nao se erradicaré @ miséria, se quem detém a ri- queza nao dispuser dela para proporcionar oportunida- des de trabalho, ensejos de empreendimentos. Mas também nao desaparecerd se o trabalhador desperdicar © tempo, o vendedor adulterar as medidas, o comercian- te falsear os precos, se cada um de nés, na esfera da propria agdo, buscar obter para si proveitos ilfcitos. Seria necessério um fiscal para cada um. A esséncia de nossos sofrimentos sera sempre con- seqiiéncia do nosso despreparo diante dos deveres que © convivio social nos impée. Para eclimind-los nao hd outro caminho que aquele da auto-educagao, do apri- moramento e do servico. — Estudar e servir — diz Emmanuel — é 0 lema. 6.3 — Poluiciio moral No campo moral as coisas no so diferentes. Nossos pensamentos constituem 0 veiculo de in- fluéncias pelo qual nos relacionamos com os outros A falta de vigilancia para com eles, o descuido com que 03 formulamos, a facil adesfio as idéias menos edifican- tes, 0 palavratério grosseiro, o anedotario licencioso, os julgamentos precipitados, a malicia, a desconfianga, 0 citime, o despeito, a inveja mal disfarcados, séo varios / dos méveis com os quais lancamos detritos mentais em nosso derredor, conspurcando o meio gue nos circunda, Provocando poluicdo no campo das idéias. 67 Por mais que se esforcem os paladinos do bem, em propiciar meios de paz, tranqiiilidade e entendimento, pouco ou nada podem conseguir, enquanto ninguém policiar seus prdprios atos mentais. Todos, de maneira constante e continua, atiram faiscas de ddios, fuligem de despeito, negrume de falsidades, dardos de citime, ex- plosdes de célera, azinhavre de maledicéncia, podridées de concupiscéncia, lodo de desregramentos, nédoas de ~ corrupcao, madculas de desonestidade, na mais completa ignorfincia de que idéias so forcas ¢ que constituem a paisagem que nos hé de abrigar para o convivio comum. Para poder manter a imaculabilidade, necessdtio seria um vigilante para cada um. Para que a paisagem se nos aclare, se nos oferega apaziguante, confortadora, repousante e acolhedora, necess4rio se faz que abracemos os preceitos do ajusta. mento fntimo, adotemos as posturas sugeridas pelos sen- timentos nobres; irradiemos as influéncias inspiradas pelas exigéncias do bem comum. E da mesma forma que se exige, para aquele que no quer debater-se com a espurcicia, ser o primeiro a nao contribuir para ela, assim se requer, para aquele que clama pelo resguardo dos valores humanos, a necessi- dade de ser-thes o fautor. 6.4 — O ensinamento evangélico Jesus, sabedor de nosso despreparo, conhecedor das causas que ncs aduziam dor e afligao, mestre ¢ con- solador dos necessitados e famintos, diante daquele que clamava por justica, obtemperava: — Sede justos, nao julgueis. diosos. — Bem-aventurados os misericordiosos porque deles € 0 reino dos céus. Sede misericor- 68 / | | i Ee — Nao critiqueis. Nao lanceis anétemas. Perdoai para serdes perdoados. — Se perdoardes as ofensas que os homens vos fazem, yosso Pai vos perdoaré os pecados. Quereis justica? Praticai-a. Porque o dia em que cada um for justo, a injustica erradicar-se-4 da face da terra. Aprendestes a devolver o insulto, se atacado: olho-por-olho, dente-por-dente. Justiga com Jesus nao €o revide & ofensa; nao é retribuir com a mesma moeda. £ porém atribuir a cada um o que Ihe compete segundo a melhor consciéncia. A justiga apenas nao deve agra- yar 0s problemas do devedor. Aos que fazem o mal, basta o fogo do remorso, a comburir-Ihes 0 coracao. Reclamais contra as agruras, a miséria, a luta que se torna pesada? Sede operosos, caridosos; nao negueis uma camisa a quem a pede, mas dai-lhe duas. Sede mansos, sede pacientes; nao cultiveis a cdlera, nfio pratiqneis a critica. Dai sempre vossa palavra de estimulo; nao censureis. Cultivai a compreensio, ofe- recei sempre novas oportunidades. Bem-aventurados os mansos porque cultivam a paz, a paciéncia, a tolerancia, a bondade. Tornar-se-4o os preferidos, os amados por todos. Serdo senhores, por- que senhor € aquele que € amado, respeitado. — Reclamais contra os abusos do poder, os exces- sos dos privilegiados? — Ele respond — Na&o amealheis tesouros na terra; nfo temais; nio vos inquieteis por vossa vida. Othai as aves do ar; ndo semeiam, nao colhem, nao fazem provisdes nos celeiros, contudo vosso Pai Celeste as sustenta. Considerai os Ifrios dos campos; nao traba- Jham, nem fiam; entretanto vos digo que nem Salomao, em toda a sua gléria, jamais se vestiu como nenhum deles. 60 — Reclamais contra as forcas da inferioridade que vos solapam o instituto da familia, vos desonram 0 no- me, vos desencaminham os filhos, vos. conspurcam a imagem? Respond —— Sede puro, nfo pratiqueis a impudicicia. Er- guci o pensamento as'fontes da vida e nfo o deixeis mergulhar nos pantanos do vicio, para que a vida se vos faca para melhor. Bem-aventurados 0 que tém puro o coraco, por- que deles € 0 reino dos céus. E acrescenta: — Compenetrai-vos de vosso destino e cumpri vossos deveres para realizé-los. Vés sois deuses. Tende fé. Pedi e dar-se-vos-4, Buscai e achareis. Batei e abrir. -se-vos-4. Se maus como sois sabeis dar boas dddivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai que esté nos céus que bens nao dard aos que thos pedirem. Cumpri vossos deveres, praticai a caridade. Pensai feridas, aliviai 0 sofrimento, soerguei oc decafdos, Ensinai e acreditai no bem e eliminai o mal. Em tudo ¢ em-todos esparzi amor e beneficios. Reconciliai-vos com todos, amai aos inimigos; pa- gai o mal com o bem. Imitai o' Pai — sede perfeitos como vosso Pai € perfeito. Dai a quem pede; fazei aos outros o que desejarieis que os outros vos fizessem. A az, a justica, a prosperidade, a felicidade reinarao entre v6s quando vos amardes uns aos outros como vos amei. reino de Deus pode ser estabelecido mesmo na terra: ela € a sociedade de homens piedosos e honestos amando a Deus e amando-se entre si. 6.5 — 0 Espiritismo © Espiritismo, em consonancia com o Cristo, nao apregoa revolugdes, levantes ou destruiga0 de situacdes 70 existentes. Apregoa a caridade e a reforma intima por- que, ao praticé-las, ¢ a seguir nos depararmos com os problemas que envolvem as necessidades humanas, ve- remos que, na sua esséncia, eles se convertem principal mente em necessidades de aprimoramento pessoal, acul- turamento, virtuosidade e, acima de tudo, de muito amor ao préximo. 8) Bibliografia [1] Allan Kardec — © Evangelho segundo 0 By b) Leituras Complementares, (0) Cap. Vint. Emmanuel — Pensamento ¢ vida — ny 5. Emmanuel — Roteiro — n2 21. Nelo Licio — Alvorada Cristi — ns XII ©) Trabalho — Interprete ¢ andl 15) Emmanuel — Caminho, Verdade © Vida — 4) Prética de Renovacéo Intima. André Luiz — Sinal Verde Estudar ¢ p6r em prética o cap. n+ 7, 2 22. n CAPITULO VIT REENCARNACAO, SIMBIOSE E OBSESSAO Indicaremos, neste capitulo, sucintamente, os pro- cessos do desencarne e da reencarnacio, apontando para as conseqiiéncias que os nossos pensamentos acarretam. Mostraremos ainda como, em fungdo da sintonia mental, os espirtios se influenciam Mutuamente para o bem ou para o mal, nas associagses, na simbiose, no vampirismo @ na obsessao. Ressaltard das consideracdes levantadas, que nin- gusm esié cuudenado para sempre; que em’ qualquer Circunsténcia, o Evangelho serviré de instrumente da redengio © que somente por ele poder-se-A preservar a satide psiquica, 0 equilibrio e as possibilidades de su. perar os embates da jornada. 7.1 — Desencarnacio ¢ reencarnagio A passagem do estdgio animal para o estégio ho- minal caracteriza-se pelo pensamento que, ao expandir. se pela matéria mental, “estabelece, no mundo tribal. um oceano de cnergia sutil em que as consciéncias en. carnadas ¢ desencarnadas se refletem sem dificuldade, uma as outras” ([1], Cap. X). © ser, ao iniciarse na meditacdo, exterioriza as Proprias idéias, capta as que the so afins e, no sono, 72 tem © corpo espiritual a inaugurar o desprendimento do corpo fisico. Com isso recebe dos espiritos instru- ges ¢ orientacSes para o desenvolvimento de sua vida mental e para a iniciagio na responsabilidade de con- duzir-se por si mesmo. As experiéncias que realiza no plano fisico, condi- cionam-the aquelas que ele viverd no plano extrafisico. Ao desencarnar, passa-se com ele algo semelhante a0 fendmeno da metamorfose. Da mesma maneira que a larva, ap6s varias fases, se encerra no casulo, destaz 0s préprios Grgdos e reconstréi outros, aproveitando-se de materiais resultantes da decomposiggo, para a seguir ressurgir qual borboleta, o homem se imobiliza no-ca- daver, ensimesmado nos préprios pensamentos, exami nando, em retrospecto, todos os acontecimentos da prépria vida. Nisso libera energias que, em decompon- do sua organizacao fisica, propiciam-lhe matéria para a construgao de novos érgaos, ressurgindo no plano es- piritual com um peso especffico resultado da naturoza de pensamentos que cultivou. Fenémeno semelhante se realiza na reencarnag&o: a fixagéo do pensamento em yoltar, imobiliza-o, atro. fia-lhe os érgaos do corpo espiritual e o reduz a uma for. ma_ovéide, e, a0 calor do vaso genésico da mulher, recapitula todos os lances da evolucao genética. Em ambos os planos, na recomposi¢ao do préprio veiculo, a mente revisa répida e automaticamente todas as ex. periéncias vividas, imprimindo magneticamente as cé- lulas as diretrizes que resultam desta revistio e 2 que devero obedecer dentro do novo ciclo de evolucdo a que estarao sujeitas, Essa é a esséncia da lei de causa e efeito, pela qual © homem encontra em si mesmo os resultados enobrece- dores ou deprimentes das prdprias ages. B No plano espiritual ele ‘vai lidar mais diretamente com o proprio pensamento, fluido vivo e multiforme a nascer-Ihe da prépria alma, que atua na matéria 14 existente em novos estados de condensagio, originando formagGes com peso especifico correspondente aquele do corpo espiritual e que constituirao o préprio solo que © abrigard. Tais formacoes constituidas por este fluido em que se lhe imprimem os mais intimos sentimentos que The definem os mais intimos desejos, convertem-se em substancia gravitante ou libertadora, dcida ou balsa mica, doce ou amarga, alimenticia ou esgotante, vivifi- cadora ou mortifera, segundo a forga do sentimento que tipificou e configurou o pensamento. Com isso 0 encarnado vai conhecer o resultado de suas préprias criacdes 2 que se habituou na passagem pelo campo carnal, criacdes estas que poderao situé-lo | em “povoacées mais ou menos felizes, ou em aglome- racSes infernais de criaturas que, por temerem as for- magSes dos préprios pensamentos, refugiam-se nas sombras, receando e detestando a presenga da luz” ([1], Cap. XIII). 7.2 — A simbiose espirituai O ser, ao iniciar a fase humana, se necessita evo- Juir do ponto de vista moral e morfoldgico no plano fisico, também no plano espiritual € obrigado a desen- volver recursos de adaptagfo ¢ sustentagéo. Nao o faré de pronto, entretanto. No desencarne, arrebatado para uma vida que nao compreende, permanece fluidicamen- te algemado aos que mais ama, partilhando-hes a ex- periéncia vulgar. Valendo-se da receptividade dos que The choram a auséncia, infiltra-se-thes na organizagao fisiopsicossomética, sugando-lhes a vitalidade, qual co- gumelo a penetrar na alge, na associaco simbidtica do liquen. 74 A mente encarnada, inconscientemente, submete-se ao dominio parcial do desencarnado, enquanto, em tro- ca, passa a ter sua sensibilidade aumentada. Se pelo primeiro fato fica condicionada no desenvolvimento 20 aleance do dominador, pelo segundo fica protegida con- tra forcas ocultas piores. Se o desencarnado possui inteligéncia mais vasta, termina por inspirar ao encarnado atividade progressi- va, benéfica. Se inferior, subjuga-the o campo mental, permanecendo ambos estacionérios no tempo. Besta a razo pela qual, hoje, pessoas pouco aptas ao autocontrole, embora possam ser até inteligéncias brilhantes, subjugadas pelos espiritos desencarnados, ctistalizados em concepgdes retrégradas, permanecem estacionadas e ayessas ao progresso. Acolhendo-lhes os pensamentos, quais fossem os préprios, quedam-se in- fensas ao estudo que as libertaria, ou apaticas no esfor- co da propria iluminacio, o que Ihes proporcionaria renovagio, Mas como 0 progresso é compulsério, isso perma- nece até que, pelas dificuldades, pela dor, pelo trabalho, pelo estudo edificante, pelas virtudes vividas. se lhes realiza a transformagéo com que se adaptam a novos caminhos, aceitando encargos novos, rumo a novos es- tégios de consciéncia e de realizago, rumo a esferas mais elevadas. 7.5 — Vampirismo e obsessfio Casos ha, entretanto, em que tais ligagGes nfo sio afetivas. Ha um desejo de fazer mal; de consumar uma vinganga, como represélia por prejuizos sofridos; de promover perseguicSes em razo de interesses insatis- feitos; pelos motivos mais variados, urdidos por nossas imperfeigdes, Nesses casos as atuacOes sao prejudiciais, 75 podendo provocar as mais variadas enfermidades psi. quicas ao subjugado, inclusive a prépria morte, em si. tuagdes que se prolongam além dela. Sao as ligagdes de obsessio e vampirismo. A, obsessio pode nascer do assédio das vitimas do homicidio, da violéncia, da brutalidade, que ao invés de perdoarem, lancam-se a vinditas atrozes. Mas pode na cer da invigilancia, facilitadas pela imperfeigdes morais de que somos portadores, em virtude de marcas profun- das deixadas por falhas pregressas. Uma idéia torturante, que teima por se fixar, in- terferindo no curso de nossos pensamentos; que por mais que a queitamos eliminar se insinua, se desenvol- ve, se instaura, sem razo aparenie, causando-nos in- quietagao e desassossego, poderé ser o inicio de obses. sio, provocada mesmo por quem nio tem sendo o desejo de fazer o mal. Toda causa prejudicial a0 corpo e a mente, pode constitnir-se em uma porta que sc lhe abre au acesso: fumo, 4lcool, sexualidade desregrada, estupefacientes, jogatinas, e outros vicios da atualidade, pelos prejuizos que ocasionam ao corpo e 4 mente, constituem-se em verdadeiras brechas espirituais para a insinuagio de mentes desencarnadas viciosas que, em se hospedando na intimidade das mentes encarnadas, podem abrir o caminho para dolorosas desarmonias ou gerar obses- ses degradantes. Analogamente “a glutoneria, a maledicéncia, a ira, o citime, a inveja, a soberba, a avareza, o medo, 0 egois- mo, sao outras tantas vias de acesso as mentes desatre- ladas do carro somético, em tormentosa e vigilante bus- ca na Erraticidade, sedentas de comensais, com os quais, em conexdo segura, continuam 0 enganoso banquete do prazer fugido...” ([2], pag. 29). 16 7.4 — Desobsessio Libertar-se da obsessio ndo é processo simples, nem fécil de realizar, mesmo quando ela nao tenha atin- gido as culminancias desastrosas, ou apenas se mante- nha em niveis de viciacZo de forgas simplesmente. £ comum verem-se pessoas adentrar casas de ora- do (deixando 1é fora as companhias espirituais que, por sua inferioridade, ndo as podem acompanhar), serem beneficiadas, reconfortadas, reequilibradas, para depois, a saida, serem novamente abordadas por elas, sofrendo- -thes a mesma influéncia, de novo, por falta de maior determinagao ou propésito firme em sustentar os pen- samenios que as poderiam libertar. Enquanto vitima e algoz se igualam nos sentimen- tos e nos pensamentos, permanecem ligados entre si em situagdes dolorosas, que sé serao desfeitas com a reen- carnagao, em regime de reajuste, no qual os envolvidos éncontram o caminho da redengdo, ou por processos outros em que, pela transformagao de suas prdprias for- cas, poderao romper as algemas. Diz André Luiz: “— Nao bastard a palavra que ajude, a oraciio que ilumine. Seré necessério que 0 hos- pedeiro dé testemunho com o proprio exemplo, nas pré- ticas do amor, em beneficio do semelhanie. Passando a reformular os préprios pensamentos nas trilhas do bem comum, a corrigir sentimentos inferiores, desenvolven- do sabedoria e virtude, no servigo ao préximo, atua nas disposigdes dos que se Ihe incrustam na intimidade, pro- vocando-Ihes intensas transformacGes no campo intimo, modificando-Ihes as disposigdes a seu favor... Pelo de- yotamento ao préximo e pela humildade realmente pra- ticada e sentida, é possivel valorizar nossa frase e san- tificar nossa prece, atraindo simpatias valioses, com intervencSes providenciais em nosso favor... 7 E que, vendo-nos transformados para o melhor, nossos adversdrios igualmente se desarmam para o mel, - compreendendo por fim que sé o bem serd, perante Deus, o nosso caminho de liberdade ¢ luz.” Nos casos em que as obsessGes se prolongam além - da morte, de forma pertinaz, inflexivel, inamolgével, - 0s envolvidos permanecem ligados a ponto de sofrerem - transformagSes morfoldgicas no corpo espiritual, cujos - Srgaos, por falta de uso, se atrofiam e assumem formes - ovdides, permanecendo vinculados as prdprias vitimas que, mecanicamente, a eles permanecem ligadas, por > afinidades de édio, de egoismo ou de viciacao. : Em tais casos — explica André Luiz — 0 Plano : Superior, estudada a situacdo, promove a teencamnacao de um deles, por mulher indicada, em virtude de seus - débitos, & gravidez respectiva. A reencarnacdo se pro- - veessa permanecendo a entidade ligada aos seus obses. - sores, padecendo suas influéncias negativas até que, freqiientemente, possa favorecer a reencamagio dele< como filhos, devolvendo-lhes em rentincia o bem que - Thes deve. Em todos os casos, quer se trate de recuperar o equilibrio psiquico, quer se trate de manté-lo, é no Evangetho que encontramos o guia a reger nosso com. portamento. - 2) Bibliografia - 11] André Luiz — Evolugio em dots mundos. [2] Manoel Philomeno de'Miranda — Nos Bastidores da Obses. - “" so. (Peicogr. por Divaldo P, Franco). A ») Leituras Complementares Emmanuel — Leis de Amor — Cap. V. - Emmanuel — Pensamento e Vida — a 27 - Irmo X — Contos desta e doutra vida n° 38, André Luiz — Agio e Reagio —~ Cap. I. - Allan Kardec —"Liyro dos Espiritos — Livro Segundo — - Cap. ie Tit. 78 «) Perguntes ” {2 "come entende a seencarnagéo? 25 Ea desencarnapioy 32) O que é simbiose espiritual? 43 © Gus € yampirismo? © gue ¢ cbsatsto? 8") Como s processa a desobsessio? 4) Braddon de renovacao inti, André Lie Sinal Verde, Botuder © por em prétiea 0 Cap. 8. ~ CAPITULO VIII AMOR E SEXO _ © Espiritismo, ao estabelecer as leis da reencarna- so € da evoluco, 0 conceito de espirito como ser com. pleto (as sensagies sio do espirito: desencarnado ele vive uma vida total, a tal ponto que, As vezes, nem se dé conta de estar no novo estado), altera o sentido con. sagrado de muitas das nogGes relativas ao homem ¢ ao existir, As nogées de amor e sexo nao Ihe fazem excegio. __ Para que possamos abordé-las, portanto, necessé- tio se faz explicar, inicialmente, quais as alteracdes de conceituacéo que se devem considerar. 8.1 — Co-criacio A concepeao de Deus criador, o Espiritismo acres- centa a nogao de ser co-criador, isto é: a de ser agente, realizador, que atua no meio circundante, sob a égide das leis naturais — expressdes da vontade de Deus — para criar formas de duraco tempordria e desenvolver qualidades para si proprio, que Ihe determinam o pro- gresso evolutivo. O ser adquire pensamento continuo e livre arbitrio ao passar do estégio animal para o estégio hominal. Pela. lei da ago e reagio se ihe desenvolvem o senti- 80 mento € a razfo; comega a distinguir as leis da vida e, sua marcha ascensional. 8.2 — Energia e forcas criadoras © sentimento resulta de uma lenta e progressiva metamorfose dos instintos ¢ a razdo se desenvolve para o homem qual faculdade para, com base em tal trans- formagio, nortear-Ihe a aco. O sentimento determina os motivos de interesse do espirito a se projetarem quais quadros em sua mente e a estabelecerem, em seu derredor, campo de influéncias. Pelo pensamento, o espirito permuta energia men- tal com outras mentes, em regime de sintonia, dela libe- rando forcas que governam a formago das outras for- mas de energia para ele disponiveis (na alimentagao, na respiraco, etc.), através dos centros de forcas. Os sentimentos ¢ desejos ditam o tipo de energia de forcas que a mente emite em forma de pensamentos fe que estabelecem influéncia sobre 0 corpo do espizito em seu derredor. Pois bem! A fim de precisar a linguagem entende- remos, por amor, a totalidade dos sentimentos e desejos que estruturam o pensamento para a liberagao de ener- gia e de forcas que guiam a ago na produgao do bem e possibilitam a aquisigao de qualidades, constituintes do crescimento do espirito. A energia e as forcas fundamentadas no amor, denominaremos, respectivamente, energia criadora e forcas criadoras. A energia criadora, pelo coronério e pelo centro cerebral, é distribuida aos diversos centros de forga: 0 laringeo, o cardfaca... (podendo aqui serem denomina- das energia laringea, energia cardiaca, etc...) para reger, em cada um, complexo de fungGes distintas. al Com base nisso, denominaremos de fungSes sexuats aquelas fungGes do espirito que regulam a permuta de energia criadora entre seres, quando se associam, em regime de afinidade, para produgdes em comum, que compreendem, no plano fisico, as permutas para a pro. criagdo. A totalidade das fungées sexuais, no seu todo p: cofisico, denominaremos sexo; e aquela particular ener, gia criadora, destinada a reger 0 sexo ou as funcoes sexuais, denominaremos energia sexual. Com isso situamos as nogdes de energia e forca criadora, amor, sexo ¢ energia sexual, em planos ben distintos, com significados bem diferentes ‘dos consa. grados entre nds, para conceitué-los (e nisso reside o mais importante do novo significado) como manifesta. g6es relacionadas & mais intima esséncia do nosso ser: caracteristicas do espirito, que 0 corpo apenas mé. terializa, O sexo, portanto, surge para nés como uma nogo que decigna um conjuuto de caracteristicas do espitito que podemos também classificar em ativas, constituindo a masculinidade; ¢ passivas, compondo a feminilidade. No consenso comum, masculinidade e ferninilidade se referem a distingdes de cardter morfolégico, restritas ao plano fisico; no Espiritismo elas se modificam e seu significado imbui-se de um contexto que transcende es- tas formas. © impulso sexual passa também a adquirir con- cepcdo que transcende o significado comum: passa ser entendido como aquela resposta relativa aos estimu- los que estabelece a transmudacio de energia criadora entre seres. Com estas nogSes podemos desde jé afirmar: —O ser evolui ¢ adquire as qualidades que deter- minam seu crescimento, quando a energia absorvide é 82 segulada, nas suas transformagdes, pelas manifestacdes do amor. — O ser cria para si processos obsessivos e de re- generacio, quando tais transformagées sao fundamen. tadas em mailifestacSes outras que nao as do amor. E pela permuta de energia criadora que os seres se desenvolvem e adquirem as qualidades de que necessi- tam, permuta esta que surge quando os seres se associam nas manifestagGes de afinidades ¢ que jé se nota nas atragdes magnéticas, nas combinagdes quimicas, nas or- ganizagdes minerais e vegetais, nos animais com fungio prevalentemente organica. Na fase humana o ser passa a viver mais no plano astral e as trocas de energia passam a efetuar-se cada vez mais via mental, num proceso de transformagao que denominaremos, com André Luiz, mentossintese, Tal qual a energia clétrica fluente num circuito, em fungao de uma diferenga de tensdo entre seus terminais, aquece o forno que ird transformar farinha em pao, as- sim a energia sexual, fundamentada no amor, atua no espitito, desenvolvendo-the qualidades, proporcionan- do-the o crescimento. Por isso dizemos que o Amor é alimento do espi- Fito; por isso dizemos que Deus € Amor — porque nele esté a fonte de toda possibilidade benéfica ([1], Cap. XVID. Nos homens primitivos — menos evoluidos — a energia sexual tem funglo prevalentemente orgénica ¢ sua veiculacdo esta mais vinculade ao concurso dos sentides. Nos mais evoluidos ela passa a ter fungio cada vez mais dirigida ao desenvolvimento do espfrito; sia veiculagao tende a efetuar-se cada vez mais nos processus da mentossintese, com concurso sempre de- crescente dos sentidos. a3 A marcha evolutiva do homem é também marcha para a conquista da mentossintese, em cujas expressies © amor forja a grandeza do espirito. Assim, o amor: — pelo ensino cria a confianca; pelo perdio favorece a amizade; pela tolerancia estabelece a gratidao; pela caridade desperta o otimismo; pela humildade infunde estima; pela boa palavra desenvolve a fé; pela bondade apaga a célera; pela imparcialidade revigora o senso de justica; pela defesa dos fracosconsolidaaforca do di- PEP tite reito; pelo culto da maternidade exalta a beleza: pelo servir fundamentaa cooperacao. ___Num momento de desespero. ou de desilustio, aba- timento ou tristeza, so as expressOes de amor que re- confortam, pelo aconchego de um carinho de mie, pela expresstio de uma palavra amiga, pela manifestacio da compreensio alheia. Nada melhor para o reerguimento e restauracao de forcas do que o gesto amigo, a prova de confianga, a boa palavra, a infusao de otimismo. S6 0 amor constrdi, é alimentagio espiritual. Seus veiculos so 0 carinho, a confianga, a dedicacao, o en- tendimento, a cooperacao. Toda causa de alegria, superagao de provas, auto- confianga, reside no amor que, como fonte detonadora de energia benéfica, nos permite adentrar pelas rotas do desenvolvimento, capacitar-nos as aquisicdes perenes, rumo aos cimos da espiritualidade. Amar é engrandecer-se. 8.3 — O crescimento espiritual As permutas de energia criadora no animal tém fungdo prevalentemente organica. O homem primitivo, 84 ce ainda animalizado, permanece no mesmo nivel: é a par- tir do sexo, limitado & procriagao, que inicia o cresci- mento espiritual, rumo a estégios em que 0 concurso dos sentidos far-se-4 cada vez menos presente. Da mesma maneira que a crianca, necesita do concurso dos sentidos para aprender a contar, antes de podé-lo fazer mentalmente, assim o homem se utiliza do sexo (na acepcfo comum do termo) para irjiciar-se ‘na subtragio 4 animalidade. No sexo (entendido agora na forma mais ampla) é que reside essa forga que pos- sibilita a ascensio humana — aquela forca que, pela experiéncia, nos faz adquirir, como qualidades ativas: a energia, a fortaleza, o poder, a inteligéncia, a iniciati- va, a sabedoria, etc... € como qualidades passivas: a ternura, a humildade,-a delicadeza, a intuigao, a dedi- cagio, a afetuosidade... em reencainagées sucessivas, nas quais, periodicamente, vive experiéncias masculinas ou femininas. Concomitantemente com a experiéncia, o sofrimen- to, 0 aprendizado, se lhe sublimam os anseios, se Ihe enaltecem os objetivos. No terreno das manifestac6es afetivas, o desejo se the transforma em posse; a posse em simpatia e, em escala progressiva: em carinho, devotamento, remtincia, em que, cada vez mais, se desenvolve sua capacidade de amar, independentemente dos sentidos, até o sacriff- cio, o climax do dar e do receber. E nessa crescente capacidade de dar e conseqiiente possibilidade de mais receber, consolidam-se suas con- quistas, enobrecem-se seus predicados: a partir da as- sim chamada satisfagao fugaz de amor, a tribo conver te-se em familia, a taba em lar, a forca em direito, a floresta em lavoura, a barbdrie em civilizacdo, o grito em cAntico, a alavanca em usina atémica, o homem em Cristo. 85 8.4 — A utilizagio da energia sexual A energia criadora, permutada pelo sexo, gera Cargas magnéticas, que invadem todos os campos sen. siveis da alma. Sua descarga indiscriminada conduz & exaust&o € ao sofrimento; tal qual se dé com as nuvens inanimadas que, aps terem-se revestido de cargas opos- tas, incapazes que so de controlar as manifestacdes Oriundas de suas aproximacoes, entregam-se 3 descarga violenta de suas energias acumuladas ¢, na exploséo do raio que se forma, com o relampaguear que ilumina apenas por um instante, s6 deixam atras de si rastros de tristeza € desolagio ([2], Cap. XVID. A energia criadora é forca que alimenta ¢ constréi 9 cerebro, clarcia a mente, favorece a vida psiquica, Por isso precisa ser gasta, parte para a continuacao de vida, parte para o engrandecimento de nds mesmos, Nao pode ser retida; nao se pode acumuléla. Serie o mesmo que reter vapor em uma panela de pressio sem valvula de escape: causam-se os mais vastos e freaiism, tes distirbios nervusos, que conduzem ao citime ao despeito, & rebeligo, & loucura. Nao se pode despendé la nos abusos da prética sexual, porque se enfraquece o cérebro, afeta-se a meméria, retarda-se 0 raciocinio, des, troem-se. elementos preciosos da vida psiquica, respon. saveis pela ligacao da terra com o plano superior. Deter-se nas malhas do instinto, com desprezo dos demais departamentos de realizagao espiritual, € rumor Para situagoes enfermigas, de retardamento e imbecily, dade, pelo esgotamento das forcas sexuais que alimen. tam as células cerebrais. Hé que conduzi-las para todas 2s necessidades, pelo abandono da ociosidade, pelo tra. balho em beneficio do meio que nos circunda, para o desenvolvimento da mente, do psiquismo é da realidade espiritual. 36 pees © bom uso purifica as emogées e os pensamentos, Nesse condicionamento a pratica do bem, ao dar para obter, condiciona-se sua liberdade. No preceito de nfo fazer aos outros 0 que no se quer que os outros nos fagam, esté a impossibilidade de entregarse a liberdade incondicionada, & permissi- vidade total, em complacéncia irrestrita, num regime de relagdes inconscientes, para as permutas de energia sexual. Surge porém a necessidade de dobrar-se aos imperativos da responsabilidade, &s exigéncias da dis. ciplina, aos ditames da reniincia: néo por normas rigo- ristas de virtudes artificiais; mas pelo esclarecimento, pela educagao, pela compreensio do estagio de cada um, pela dilatacdo do entendimento, pelas melhores energias do cérebro, e com os melhores sentimentos do coracéo; entendendo que a incapacidade de disciplina ¢ Tendncia exige orientagao, socorro para a sustentagfo, atitudes de médico e orientador, no socorro as necessidades, onde quer que a incapacidade se manifeste. ©) Boge ein Luiz — Nosso Lar. {2] Andes Lats — Svoluglo om Dois Mondes. ture Complementarea ° Rinmamecl Ralgio ds Eoptton 2° 53, 12 08 Gt ety Pa 133 : André Lule — No mundo maior — Cap. XI. Emmanuel — Vide e Sexo, ©) Perguntas | 2 O.sue 6 eneaia cadena? 1 a. nogdo de sexo, segundo o tex 5 Sone manna feminiidade, ue & Mentossintese? 3.9 Shor iments epi Eapiue, 6°) Como se sucedem, em termos evolutives, as manifestags: 172) Gial'o papel da energiacriadora no desenvolvimento do ito? 8 Gite cha da therdade de ages pode ser abrolua, ou go? Fega uma digressio a respeito. 87 88 4) Prética de renovacio intima, André Luiz — Sinal Verde, Estudar © por em prética 0 Cap, 9. ©) Aula de recordacio: inal Verde. Estudar © por em prética 0 Cap, 10. CAPITULO IX _ A REVELACAO Pontos fundamentais de divergéncias entre o Espi- ritismo as outras ReligiGes cristas so os relativos as nogdes de Revelacao ¢ da personalidade do Cristo. Tais Religides entendem a Revelagio como mani- festagéo de Deus para com os homens: portanto, con- tetido de verdades absolutas. E consideram Jesus ele prdprio Deus, na pessoa de seu filho, que ter-se-ia feito homem a fim de redimir 2 humanidade do pecada ov ginal. Para o Espiritismo as nocées se modificam. A Revelagio existe, mas nio como manifestacdo de Deus a comunicar-se com os homens. Deus é 0 prit cfpio das causas que atua sobre os dois princfpios — o material ¢ o espiritual — por leis naturais, leis estas que os espiritos devem determinar e conhecer para aplicar nas tarefas da co-criago, pelas quais, instados a parti- cipar nas obras da criacdo, evoluem. B da lei que os espfritos progridam petas realiza- Ses da co-criagéio, segundo designios a nés imperscru- téveis. Mutuamente apoiados. Os maiores valendo-se dos menores para afirmar-se; os menores prestando ser- vigo aos maiores e recolhendo deles, a seu turno, pre- ciosa cooperagio para crescerem. 39 Para o homem, tudo procede como se ele estivera fentto de um plano, em que ele figura qual parifcipe, be ele, do Plano Maior, pela Revelacio, as ditetrizes cng forma de principios bésicos ou fundamentais, cabende, clhe todavia as iniciativas e a elaboragao dos meios pelos duais ha de se conduzir. Progressivamente. Recebonds nova ligdo apds 0 aprendizado eo esgotamento de pos. sibilidades contidas na anterior. Enfim, a Revelacdo é progressiva. Cabe ao ho- mem, entretanto, dentro desses principios, proceder determinacao das leis que o governam, para conduric so Por elas, a fim de evoluir. E, nessa elaboragao, deve cle proceder com base nos fates, pela observacao © os, com © mesmo método que 2 Ciéncia utiliza para a de. terminagao das leis que regem o principio material. Ele Proprio se intitula ciéncia das leis que regem o principio espiritual ([1], Cap. 1.°). Por isso refuta as concepeses das outras Religides: porque elaboradas numa Revela, Sao pretensamente divina e definitiva — completa ——- ¢ construidas racionalmente & margem dos fatos e das ob. Servagoes, cada vez mais reveladoras de novos dados, com o progredir, Veremos neste Capitulo como se estruturam as novas concepebes ¢ como, por elas, Ciéncia e Religizo se compatibilizam, irmanando-se quais ferramentas dignas ¢ indispensaveis & realizacio do progresso ¢ & consolidagao das conquistas que héo de caracterizar o homem do futuro. 90 9.1 — jesus A concepedo de que Jesus ¢ Deus estd elaborada sobre as nogdes biblicas de Adao, tido como primeiro homem, ¢ do pecado original, que ele teria cometido, Mais ainda: sobre a nocao aristotélica de substincia que o dogmatismo consolidou. Diz-se_que Adio, ao cometer o pecado original, ofendera a Deus. O grau de ofensa, sendo determinado pela grandeza do ofendido, resultaria infinito. O ho. mem, ser de possibilidades limitadas, nao poderia re. paré-la. Deus, entretanto, na. sua infinita miserieérdia, ter-se-ia feito homem na pessoa de seu filho — Jesus — visto que, como Deus, s6 Ele poderia proporcionar Teparo no grau requerido e, com isso, resgatar 0 ho- mem do pecado original, reabrindo-Ihe as possibilida- des de salvacao. Nao seria, entretanto, pelas vias comuns a todos 0s homens que Deus ter-se-ia feito homem. E, nisto, in- tervém a uuyau aristotélica de substancia: assim como de uma galinha sé poder resultar outra, de um cavalo outro também, dado que ambos so constituidos de substéncias ou formas distintas, permanentes, irreduti- veis entre si (nog&o ausente portanto da idéia de evo- lugéo, segundo a qual o principio que anima um ser progride e anima ao longo de sua evolucdo espécies di- ferentes), assim do homem s6 poderé surgit um homem, jamais um Deus. Dai o dogma do engravidamento de Maria pelo Espirito Santo, ele também Deus: a terceira pessoa. ([2], Diciondrio) Com a nogéo de evolugio, tais concepgdes caem Por terra. Jesus € um espirito de grande hierarquia. £ 0 con- dutor desta humanidade na sua marcha evolutiva, tendo tecebido o planeta no instante de sua formacao. Tra- 91 gou-lhe as leis fisicas ¢ morais, em obediéncia As leis de Deus; conduziu-o no seu desenvolvimento desde os primérdios até os dias atuais e sua reencarnacio teve por fim trazer o Evangelho, fruto de sua elaboraco: | @ norma pela qual o homem deve orientar, neste pli neta, o seu comportamento. [3] Com base nos fatos néo hé nada, até 0 momento, que evidencie qualquer excego no processo existente da reencarnagdo e, portanto, nada que justifique nao tenha ele nascido de José e Maria, de forma natural. Todos os espiritos, maiores ou menores, vém a este mundo pelos canais normais e comuns da reencar. nago. 9.2 — A formacSo do conhecimento Para o Espiritismo, a forma que sustenta os cot- pos € 0 espfrito que evolui, segundo André Luiz, atra- vés dos reinos mineral, vegetal, animal ¢ hominal, com origens ¢ fins a nds desconhecidos. © ser, ao passar da fase animal para a fase homi- nal, adquire © pensamento continuo, a razio, o livre ~arbitrio, pelos quais € despertado a conduzir-se por si mesmo. 3 __ Surgido da animalidade ¢ impelido a aceitar os | prinefpios de renovagao e progresso, comeca a sentir 0 amor pelo apego a propria prole; passa a instituir a propriedade e traga para si proprio determinadas re- ras de conduta, para que nao imponha aos semelhan- tes ofensas e prejufzos que nao deseja receber. Inicia-se sua evolucéo do ponto de vista moral, em que é amparado ¢ guiado pelo Plano: Superior. Diz André Luiz: “Pela troca dos pensamentos de cultura - © beleza, em dindmica'expansio, os grandes principios da Religiio ¢ da Ciéncia, da Virtude e da Educagio, 92 | i i da Indistria e da Arte descem das Esferas Sublimes e impressionam a mente do homem”. ([4], Cap. XIII) Nas primeiras manifestagdes de mediunidade, os homens melhores assimilam, por intuicdo, as correntes mentais dos espiritos mais avancados, gerando trabalho € progresso nos meandros do bem. As concepgdes que se ihe formam, correspondem a0 seu poder conceptual, limitado as experiéncias que vive. A vida nos dois planos, as manifestagdes medid- nicas, © sono, o sonho, as inspiragdes que recebe do alto, fixam-the, desde os primérdios, a idéia de sobre- vivéncia. Incapaz que é de conceber forca que nao seja exercida por animal ou homem, atribui a causa dos fe- némenos aos espititos que, com a morte, adquiririam poderes sobrenaturais. Dé-se conta de que hé circunstancias favoraveis e outras decfavordveic aos acontecimentos, mas néo sc apercebe de que ele pode nelas atuar. Acredita que os mortos podem fazé-lo. Daf os cultos e rituais, pelos quais pretende influencié-los a operarem em seu bene- ficio. E o pressuposto das crengas caracterizadas pelo Totemismo. Pouco a pouco passa a conceber o mundo entre- meado por uma forga — 0 mand — pela qual os seres podem influenciar-se mutuamente, podendo dar-se aos objetos, forcas e qualidades. Sob esta concepcao desen- volve a magia e a feitigaria, pelas quais supde poder confetir poder mAgico aos objetos, afastar a desgraca ou produzir felicidade, dando origem a todas as espé- cies de supersti¢des, amuletos, feitigos e talismas. E a evolucdo do Totemismo para o Animismo. Enfim surgem duas atitudes: uma teérica, que pre- tende explicar ou dar razao de ser aos acontecimentos; 93 outra pratica, que pretende, em funcao do conhecimen- to tedrico, fornecer meios préticos para melhorar 0 viver. E nessa fase que as “Inteligéncias Superiores in- centivam.o progresso da agricultura, do pastoreio, das industrias, das artes e da Mitologia, a fim de instaurar a tarefa religiosa que viria ao encontro das civiliza- ges, plena de inspiracao e disciplina, patrocinando a orientagao do corpo espiritual em seu necessério refi- namento” ([4], Caps. XVII ¢ XX). E o Politefsmo. 9.3 — © descobrimenio das leis naturais As concepgGes tedricas se desenvolvem. Pouco a pouco o homem comeca a perceber que na Ciéncia, na ‘Técnica, na Arte, os fatos se apresentam cada vez mais sujeitos ‘a leis naturais do que como resultado de seus rituais. Comega-se a estabelecer aos poucos que, em lugar dos rituais e cultos, mais valem a pritica da bon- dade, da retidio, da sinceridade, da ciéncia, do valor, _| da piedade; que’ os males se assentam na prtica dos vicios, na ignorancia, no pessimismo, na avareza, no erro, na inveja, na malicia, na c6lera, na maldade, na calinia, na difamaco, no roubo, na contratagdo de | dividas. As concepeées acerca do mundo e das coisas, sem-_ pre alimentadas pelo Alto que guia o homem no seu desenvolvimento, tendem a unificar-se e a entender 0 principio da vida como assente em uma causa primor- dial. As varias Religides efetuam conquistas parciais. © Bramanismo instaura as nogdes de reencarna- go e Carma; 0 Budismo desenvolve sobre elas a idéia de salvagao para todos; 0 Confucionismo fixa regras, de bem viver e de bom comportamento; 0 Mazdeismo distingue entre o bem £ 0 mal; 0 Judaismo estabelece 94, a crenca dé Deus tinico, deus de justiga, pela qual apro- funda © conhecimento das leis que regem o mundo e que a todos determina se viva segundo principios morais. 9.4 — As trés revelaces Certamente a idéia de Deus tinico ¢ de vida regi- da por leis morais sio idéias que amadureceram ao Iongo do tempo, nao sendo licito estabelecer-lhes um princfpio. Entretanto, por constituir-se o decélogo num marco definitivo na sua maturacao e sendo ele atribut- do & Revelagdo feita a Moisés no monte Sinai, como promulgacao da Lei e da verdadeira fé, é a isto que se dé 0 nome de primeira revelagdo; a primeira revelaczo das leis de Deus. Com Jesus estabelece-se outro marco nesta con- cepedo relativa as leis naturais. Revela ele o reino dos séus, no qual se desenvolve a verdadeira vida ¢ as pe- mas e recompensas que aguardam o homem depois da morte, Revela ainda que Deus é uma vontade amante, que ama sua Criacdo como um pai ama a seus filhos, infinitamente misericordioso, em quem devemos con- fia ¢ que governa por leis que sio leis de amor. Que todos, por isso, somos irmAos, devemos nos amar fra- ternalmente, elegendo a caridade a virtude essencial para a salvago. Ele prdprio estabelece o principio da revelacio progressiva, ao afirmar que mais tarde en- viaria 0 Consolador, o Espirito de Verdade, para 0 es- clarecimento de outras coisas que Ele nao pudera dizer, Por no estarem ao alcance dos homens entZo. E a segunda revelagfo da lei de Deus. ([1], Cap. 1° em diante); ([8], Cap. Com o Espiritismo estabelece-se novo marco fun- damental. Fixa sobre bases definitivas, baseado nos fa- 95 tos, a existéncia do espirito e do mundo espiritual. De- termina as leis da evolugio e da reencarnacdo e esta. belece de maneira definitiva que as leis relativas ao espitito se determinam da mesma forma pela qual a Ciéncia determina as leis que governam o principio material. Ele préprio se constitui na Ciéncia que tem este objetivo. E a terceira revelaco acerca das leis de Deus. Como conseqiiéncia, Ciéncia e Religiao se tornam dois aspectos do conhecimento: pela primeira, determi- nam-se as leis do mundo material; pela segunda, as leis do mundo espiritual. ((5], Cap. i) E, nesse procedi- mento tedrico-experimental, encontram ambas 0 elo que as une, 0 elemerito que desfaz a incompatibilidade tida como existente: a Ciéncia, pela consideracao do ele- mento espiritual; a religiao, pela consideracio das leis da matéria, instituindo a fé raciocinada. Diz Kardec textualmente em ([1], Cap. T, n° 16); “O Espiritismo e a Ciéncia se completam reciproca- mente: a Ciéncia, sem o Espiritismo, se acha na impos- sibilidade de explicar certos fenémenos s6 pelas leis da’ matéria; ao Espiritismo, sem a Ciéncia, falta apoio ¢ comprovacio,” Da maneira em que a Doutrina se constituiu, pas- sou a ter, como a Ciéncia, cardter evolutivo, nao po- — dendo jamais ser ultrapassada porque é capaz de acom- panhar toda ¢ qualquer modificago decorrente de no- vas descobertas. Acerca dessa compatibilidade entre a Doutrina e a Ciéncia, afirma Kardec: “A Ciéncia tem por misséo descobrir as leis da natureze. Ora, sendo essas leis obra de Deus, néo podem ser contrérias a religides que se baseiam na Verdade. B, ao demais, trabalho inttil, por- quanto nem todos os andtemas do mundo seriam capa- 96 zes de obstar a que a Ciéncia avance ¢ a que a verdade abra caminho. Se a Religifo se nega a avangar com a Cigncia, esta avancara sozinha.” ([1], Cap. IV, n.° 9) 2) Bibogetia {1] Allan Kardec — A Génese. i} Enclclopedin Baan — Bila Sagrada, {3} Emmenel -—A Caminho as, Les tf] Andre Luiz —~yolugio em" Dow Mundos, {5} Alles Kanda —O Bvanpeino Segundo o Eapistsmo, ) Leituras Complementares ‘As dos Capitulos da bibliografia citada no texto. ) Perguntas _ 12) O que € a Revelacfo Segundo o Eopiritismo? 25) Quais os caracteres de Revelagio? Em que se basela a crenga de que Jenus & Deus? Por que Jesus tersela feito homem? 5 35) Por que Maria teria engravidado. por obra do Espirito Santo? 62) Explique quem & Jesus ¢ qual sua missBo, segundo © Ex tino. at Eom surge ¢ homem e como se inicia sua evolugto? ‘Qual o significado dos situsls? : ‘Como surge nosuo de Tei netural? A que outra concepsto la se pbc? crea S Rekiiso sempre so eonelderou acima da Ciéncis e da Filosofie, quolificando-ee de suse servae, por ela Ii ft colses de Deus, enquanto estar estariam Hidar com a9 Soisar humenco. © oper at iguala em importincta © SS considers complomentares, Explique. 4) Pritica de zeaovagso intima. André Luiz — Sinsl Verde Eoudar e por em pritica 6 cap. n° 11. | | 7 CAPITULO X A HUMILDADE : Jesus € 0 portador da Segunda Revelacio das Leis. | de Deus, pela qual o crescimento do espirito enten. dido feito de aptidées e virtudes. Dentre estas, com sendo a maior, aponta-se a Humildade, virtude que, no foi compreendida na sua primeira enunciaco, con: tinua hoje quase desconhecida. E comum, mesmo entre 0s que se afirmam cristéos, fazer dela uma idéia total: mente desfigurada, inadequada, destituida de sua sig. nificacao maior. A fim de esclarecer seu significado, embora de | maneira incompleta, nos apoiaremos em trés afirma. | des de Emmanuel. ‘ A primeira: “Se, na ordem divina, cada érvor produz segundo sua espécie, no trabalho cristo, cad discfpulo contribuiré conforme sua posic&o evolutiva.” (I, 02 3) A segunda: “O homem permanece em funciio de aprendizado e, nessa tarefa, é xazodvel que saiba valo- rizar 2 oportunidade de aprender, facilitando o mesmo ensejo aos semelhantes.” ({I], n° 3) A terceira: “Quem retrata em si os louros desta” virtude... aceita sem. constrangimento a obrigagao de trabalhar e servir em beneficio de todos.” ({2], n.° 24) 98 Assim sendo, diremos que, fundamentalmente, a humildade se distingue por trés caracteristicas princi- pais: — 0 desapego aos bens materiais; — a necessidade de trabalho e aprendizado den- tro do estdgio evolutivo de cada um; — 0 servir, na produco do bem comum. 10.1 — © desapego acs bens materials Os judeus esperavam um Messias concebido den- tro do dogma da Trindade: filho de Deus, ele préprio Deus, O construtor do mundo — o Demiurgo, na ex- pressio de Platdo. O dono do mundo, sendo eles o povo predileto, Dessa forma, nfo poderia ele apresentar-se como homem, porque de outra substancia: de substan- cia divina. Nao poderia vir ele na dependéncia das mesmas vicissitudes a que esto sujeitos os humanos, tais como: soirer, morrer, estar envolvido nas mesmas necessida- des. Além disso, deveria apresentar-se com toda a mag- nificéncia, na detenc&o de todos os poderes que a sua divina condi¢o de Arquiteto do Universo lhe conferia. Por tudo isso ndo viram nele o Messias. Pior: 0 escarneceram. Na literatura espirita ([3], Caps. I e TI), Jesus é apontado como o Espirito de grande hicrarquia que recebe, no momento de sua formagao, o planeta, a fim de conduzir, nele, na caminhada evolutiva, esta huma- nidade. E a partir deste instante que Ele, junto aos seus comandados, Ihe definiu a estrutura, as leis fisicas, as condigdes de vida e o desenvolvimento dos seres atra- vés das espécies. Jesus jé teria estabelecido sua vinda de antemfo. 99 © momento aprazado teria sico aque's 2m cue a Inimanidade ja teria aungido ceterminado ~“vel de ie. senvolvimento, representado peia conguist2 Go mono- teismo, da ciéncia e da filosofia stega ¢ Co direito ro- mano. Atingido esse estdgio, necrssario se fazia nove impulso nas conquistas de ordem moral. Tal qual hoje, m que, com o progresso material e cientifico que atin- gimos, impSe-se novo avango, também de ordem moral, a fim de consolidar 0 progresso alcancado. ([3], Cap. XI). Esta era sua missfo: trazer 20 mundo novas con- cepgdes de comportamento, reajuste da fé, uma refor. mulada compreensio do relacionamento do homem com Deus ¢ dos homens entre si — um novo impulso no crescimento das consciéncias — seu objetivo maior. Sendo da lei que o espirito se desenvolva nas ta- refas da co-criacdo, entrosadas entre si por um Plano Maior, a cada um é atribuido um papel, uma funcio ¢ 98 meios adequados ao seu exercicio. Por exemplo: nos necessdria energia elétrica, para as nossas ativi dades caseiras. $6 por isso ninguém ira exigir uma usi- na para si. Poderd pleited-la, entretanto, se para con- duzir industria de porte bastante que a justifique. A cada um segundo as necessidades da funcdo que lhe é atribuida, por uma questo de equilibrio, Nem mais, nem menos. E € 0 conformar-se a este principio, que denomi- namos desapego ou desprendimento dos bens materiais. N&o desprezo. O trabathador nao pode desprezar as ferramentas de que se serve para produzir. © des- prezo dos bens materiais € um falso conceito introdu: zido na religio pelo panteismo, que entende a matéria um mal, esta vida uma incurséo no pecado, ¢ o des- prezo de tudo aquilo que se relaciona A matéria, a sal- vagao. 100 Desprezar os bens materiais que nos so necessé- rios ao cumprimento de nossa missao corresponderia a enterrar talentos, 0 que € contrério a lei. ([4], Cap. XVD A matéria ndo é um mal, B uma bénggo, uma opor- tunidade que a reencarnacéo renova: a possibilidade ge recompor caminhos, edificar conquistas novas. ([5], Reencarnagao) Jesus viera ampliar o ambito da Revelagao, no cumprimento da lei. Viera trazer a norma que Ele es. fabelecera em obediéncia as leis de Deus, como guia, para a evolugdo desta humanidade: novos conceitos de aperfeicoamento, 0 aprimoramento dos sentimentos. Nao para ostentar grandeza, ou para exibir o de que Ele seria capaz. Mas para ensinar, exemplificando, 20 homem, o procedimento que the cabe assumir para que se conduza com sucesso. Viera dar uma ligo, colocando-se no lugar do ho- mem, da mesma forma que um professor, ao ensinar algo, se situa na posi¢go do aluno, resolvendo suas di- ficuldades, mostrando-lhe os caminhos de superagio das dificuldades — no mesmo nivel. A primeira licdo foi a de limitar-se a possuir ape- has o essencial. Para a missdo que vinha cumprir bas- tava-lhe apenas, primeiramente: uma familia bem cons- tituida; um pai honesto, cénscio de seus deveres — um trabalhador de profissio bem definida; uma mae dedi- cada e exttemamente virtuosa; um povo que detinha as noses religiosas mais avangadas da época — as con. cepgies do Deus tinico e da vida regida por leis morais. © nascimento na manjedoura é a primeira grande ligéio de humildade, destacando, como sua caracteristi- ca de primordial importancia, o desprendimento dos bens materiais. 101 10.2 — A necessidade de trabalho ¢ aprendizado dentro do estdgio evolutive de cada um A segunda caracteristica fundamental da humilda- de € 0 conhecimento do que somos, do que significa. mos, do papel que nos cabe exercer no meio em que vivemos. E_0 conhece-te a ti mesme Somos espiritos em evolugao com largo caminho a percorrer, mas com um acervo de conquistas jé feitas. De um lado temos o que oferecer; de outro temos que receber. O que jé alcangamos, 0 que j4 possufmos, so os nossos talen- tos, que ndo podemos enterrar; mas que devemos pér a produzir em beneficio do bem comum. Jesus sabia quem Ele era e nao negava sua con digo. No inicio de suas pregagdes, conta Humberto de Campos, em Boa Nova, vai a Jerusalém e, abordado por sacerdotes que Ihe inquirem sobre o que esté a fazer, responde: — Vim implantar 6 reino de Deus entre os ho- mens. — Mas como! Tu? Por acaso conheces Roma (0 direito, a capacidade administrativa? E assim mesmo sem que Rome tivesse conseguido reunir o mundo em um tnico reino!); a Grécia (sua ciéncia, sua filosofia, outros grandes capitulos do conhecimento sem os quais nfo se pode implantar um reino s6!)? ‘A que Jesus responde: — Conhego a Vontade de meu Pai que esta nos céus. (Nao um reino no sentido da palavra; mas o bu- rilamento dos sentimentos humanos, sobre os quais os homens haveriam de instituir um relacionamento pact- fico e fraterno entre si — o reino de Deus.) Pede aos discfpulos que o chamem de Mestre — Ele tem uma boa nova a comunicar. Falava com autc- ridade: — Ninguém vai ao Pai seno por mim, Eu sou 102 | | i i 0 Camino, a Verdade ¢ a Vida. Agia com determina- cdo & consciéncia de seus poderes. Estendia as maos: curava, ressuscitava, estancave males, expulsava demé- ni E misier saibamos 0 que somos, o que se espera de nds, para estabelecer, no chamamento do dever, nossa agio de prestatividade, Para tal devemos seguir nossas inclinagdes, nossas tendéncias, nossos impulsos ‘rec6nditos e profundos. Nisso reside também a razfo pela qual se reco- menda aos jovens que se dediquem ao que gostam, in- dependeniemente das dificuldades que possam advir ¢ de qualquer consideragao interesseira. Porque nesta li nha de aco 6 que se tém intuicdes desenvolvidas — bagagem resultante de um passado de conquistas, so- bre 0 qual se assentam as bases de um maior desen- volyimento, da criatividade, de uma mais ampla pres- tatividade a beneficio do todo que, em permitindo dar mais, acarreta um maior receber. Fora disso corre-se 0 risco de embrenhar-se em uma luta para a qual ndo se esté preparado, no se esté em condigdes de competir. Ser humilde nao é negar-se a si proprio. Eclip- sar-se. Diminuir-se. No & despojar-se do que se"tem. Deter-se numa pousada do caminho a pespegar: — Eu nao sou ninguém... Eu nada valho... Eu sou a tilti- ma das criaturas Quem sou eu?. Esta é humildade aparente. Ninguém é inttil ou destituido de valor. quer que estejamos somos peca importante: — somos um trabalhador, de quem se espera pro- dutividade determinada, em funcdo da tarefa designada; — somos um marido em quem a esposa confia, Para a manutengdo e a sustentacdo do lar; — somos um pai, do qual se espera protegdo, com- preensdo, orientacZo; Onde 103 “= somos um-cidadio ao qual se confie a susten- taco da patria; — em qualquer posic¢&o que nos situemos somos um seareiro do Senhor de quem se espera boa vontade para 0 impulsionamento do progresso eo estabeleci. menio da paz. Somos criaturas muito importantes, criadas por Deus, merecedoras do seu amor e amparo, destinadias @ um fim glorioso e imortal, de quem se espera o cum, Primento do papel que Ihe foi atribuido. Mas se temos muito a dar pelo que jé adquirimos, nao resta diivida de que temos ainda longo caminho a percorrer, a exigir-nos aperfeigoamento, crescimento 7 capacidade de produzir para o bem comum, recebendo na justa medida do que dermos. 10.5 — Servir na produgio do bem comum Com o desprendimento em relagio aos bens ma: teriais © o conhecimento.do papel que nos cabe dese. penhar, € da lei que demos o melhor de 16s, que sir- vamos a criagao. Que busquemos na ampliagdo da nos sa capacidade de servir os motivos de aprendizado aperfeigoamento, superando os tropecos, ignorando 0 mal que nos possa ser dirigido. A falta de desprendimento em relacéo aos bens materiais e o desconhecimento do que somos, nos de- senvolvem o orgulho, ‘a cobiga, e nos induzem a consi- derar-nos proprietérios daquilo que nos cerca ou me. recedores de posicdes a que aio fazemos jus. Disso des. Pontam 0 egofsmo e a vaidade a desviar-nos dos pro- P6sitos a que devfamos permanecer ajustados, envol- vendo-nos a alma com o citime, o despeito, a intempe- ranga, ocasionando-nos desequilibrios emotivos. Sempre que praticarmos uma ago examinemos 0 mével que a determinou. — “Se resultou do desejo in- 104 justo de supremacia, se obedeceu somente & disputa desnecessétia (se por contenda ou vangloria), cuida do ieu coragao para que o caminho te seja menos ingrato. Mas se atendeste ao dever, ainda que hajas sido inter. pretado como rigorista ¢ exigente, incompreensivo e infiel, recebe as observacdes indébitas ¢ Passa adian- te.” ({1], ne 3) © agir movido pela humildade néo-busca recom: pensas, nem reconhecimento, a nao ser a satisfacdo do dever cumprido: “Magnificente, 0 Sol, cada dia, oscula a face do pantano sem clamar contra o insulto da !ama: a flor, sem alarde, incensa a gléria do céu. Filtrada na aspereza da rocha, a dgua se revela mais pura c, em seguida as grandes calamidades, a colcha de erva co- bre 0 campo, a fim de que 0 homem recomece a lida. ([2], n° 24) “Humildade € independéncia, liberdade interior que nasce das profundezas do espirito. Cultivila é avangar para a frente sem prender-se, € projetar o me- Ihor de si mesmo sobre os caminhos do mundo...” & dospeito de tudo — “Continua trabalhando em teu mi- nistério, recordando que, por servir aos outros, com humildade, sem contendas e vanglérias, Jesus foi tido pot imprudente e rebelde, traidor da lei e inimigo do povo, recebendo com a cruz a coroa gloriosa.” ([1], n.? 3) Na humildade nao cabem a tibiez, a frouxidao, a transigéncia, o transfiigio, a apatia, a renunciacao. Humildade ¢ fortaleza, firmeza de propésitos, in- trepidez na produgo do bem. E o destemor daqueles que, ao afrontarem a morte nos citcos do sacrificio, en- toam hosanas ao Senhor. E a heroicidade de Joana D'Arc, que se imola na fogueira fiel as suas yozes, es- quecida de seus algozes. Eo desprezo pela contamina- $80, de Sao Francisco, quando frente & necessidade de 105 oferecer gesto de consolagio fraterna a0 leproso. Bo nascimento de Jesus na manjedoura, na exemplificacto do total devotamento & sua misséo. E 0 término de seus dias na cruz, no derradeiro e maior testemunho de ya- lor, fortaleza e determinagao, no ensino do amor que viera ministrar, perdoando a seus inimigos, 2) Bibliogra (0) Emmanuel — Caminho, Verdade ¢ Vida. [2] Emmenuel — Pensamento e Vidar [3] Emmanuel — A Caminho de Luz, (1 Allan Kardec — © Evangetho Segundo o Espiritismo, {5} Emmanuel — A Religigo dos Espititos. b) Leituras Complementares {1 Cap. vir. ESPIRITOS DIVERSOS — racais ¢ Tostragses, n° 34, Nelo Leio — Jesus no Lar =n 7 eto Licio — Alvorada Geist nx, XL1V © XLVI Emmanuel — Religito dor Espirites, Tassie nee ) Perguntae 2) Quais sio as carscteristicas da humildade? Exglique lferenga ent desepego desinterete poe cha tater 599 Acerea do. desprexa do dinhsiro, ou das ferramentes ave But ‘neo ofeieee part 0, now’ burilernenton Cees interpre o patsagem de “Alvorada Crisé vs dy co as xan", 42) Que represents a manjedoura? 5°) B mister satbames de noses posel viso do bem geral. Comente @ iniesprete “Alveeade Giei > Neio Licio — n? XXVITi"_ np 62 Comente e interpreto de Emmanuel — Roteiro, n° 32 @ Pritia de Revovapio tntima André Luiz — Sinal. Verde. Estudnr © por em pralica ©. Ca 106 CAPITULO XY CARIDADE A nogfo de caridade est4 posta na parébola do bom samaritano. (Evangelho de Lucas, Cap. 10; vers. 25 a 37) Nela se narra sobre um homem assaltado, ferido e abandonado no caminho por malfeitores, pelo qual Passam um sacerdote ¢ um levita, sem parar. Um sa- maritano, entretanto, ao se deparar com ele, condofdo, © acode, Leva-o para uma estalagem ¢ 14 0 deixa, sob cuidados, responsabilizando-se pelos gastos. A Caridade esta simbolizada na acto do samari- tano que, embora menos esclarecido que os outros, quanto & lei de Deus, concretiza o auxilio. Quanto & moral, nada melhor a exprime do que esta frase de Neio Léicio em ({1], Cap. 9): = “Cultura ¢ santificacdo representam forcas in- separdveis da gléria espiritual. A sabedoria e 0 amor so as duas asas dos anjos que alcancaram o Trono Di- vino, mas, em toda parte, quem ama segue A frente daquele que simplesmente sabe Buscando uma definico para a caridade, depara- mo-nos com esta outra frase, de Emmanuel, em torneo da Caridade: “Nao olvides que a caridade € 0 coraco ho teu gesto.” ([4], n.° 24). A guisa de definicao dirs- mos entio: — “Caridade é amor na ago”. 107 Mais uma vez vemos o Espiritismo a reformtlar conceitos, a amplid-los, a revolver-ihes 0 contetido, para clarificé-lo — aprofundar-the o sentido. Com ele ve, mos a nocao de caridade sair daquele conceito restrito de auxilio direto ao semelhante, para constituir-se numa caracteristica que tipifica a agio — toda acao, relativa as nossas manifestagoes. £ amor na acio. 11.1 — © amor no pensamento Passemos a esclarecer, Antes de tudo, entendemos por amor o conjunto dos sentimentos e desejos que nos determinam 0 agi: na producio do bem comum, sujeitos & evolucso, con. duzida pelo livre-arbitrio e discernimento de cada ua, Vontade ¢ discernimento séo os dois elementos que, com base na experiéncia, se ampliam, se dese volvem ¢ pelos quais se nos fixam os motives a que nos afecicoamos, os anscios que acalentamos, os inte- resses que cultuamas, pelos quais nos tornamos sespur sdveis. Sobre eles, e com freqiiéncia por eles determina. do, se nos estrutura 0 pensamento qual irradiagio propagarse, a veicular energia, ativando, primeiramen, te, MOssos recursos. Espraia-se por nossa organizagao fisiopsicossomatica e estabelece influéncia benéfica ou injuriosa, segundo o teor dos pensamentos que @ gera- ram. Propaga-se qual onda eletromagnética para in fluenciar, da mesma maneira, mentes que com ela so sintonizam que, a seu turno, nos influenciam, Estabelece-se regime de permuta no qual, com base nos fendmenos de telementacdo, reflexao e associacao de idéias, se nos reforea o teor dos pensamentos, se fos enriquece 0 contetido e se nos acresce o cabedal com os dados intercambiados, 108 Os pensementos de amor exercem acao benéfica, fortificam as mentes, fortalecem os espiritos, desenvol- vendo-thes qualidades, além de protegé-los contra os pensamentos de natureza inferior. Qual aparelho de rddio que, sintonizado em uma estacdo, impede a captac3o da transmissio feita por outra estagdo, assim a mente que emite uma irradiagio sintoniza-se, dentro de certa faixa de freqiiéncia, com outras, de forma seletiva, impedindo que outros pen- samentos, mesmo se intencionalmente dirigidos, a atin- jam e a influenciem. ‘O primeiro aspecto da caridade consiste, portanto, em acalentar, em relagdo a tudo aquilo com que nos relacionamos, sentimentos de amor: — picdade, para aquele que desespera; — benevoléncia, para aquele que crra; — compreensao, para aquele que nao nos alcanca; — paciéneia, para quem nos padece orientacao; — comiseracdo, para quem sofre; — tolerneia, para quem n&o nos entende; — compsixéo, para o miserével; — bondade, para quem convive conosco; — disciplina, na realizagdo de prop6sitos; — energia, na sustentacio do bem comum; — fortaleza, perante os embates; — rentincia, perante o interesse geral; — lealdade, para o compromisso assumido; — dedicagao, as tarefas que nos sfo atribuidas; — humildade, no servir; — coragem, frente ao desconhecido; — altanaria, no coracio; — 4, a nos guiar a caminhada; 109 — estudo, para ampliar os horizontes; — perdao, para aquele que nos ofende; — esquecimento, para a injiria, 11.2 — © discernimento para a agio Cabe-nos, primeiramente, povoar nossa mente de Pensamentos de amor. Mas no somente para cultiva. clos dentro de nés; mas para traduzi-los nos gestos, na aedo, Sem ficar adstritos & edificacdo de belas teorias, impedindo-lhes a concretizagao nas realizaces de on dem prdtica a que possam. conduzir; nem permanecer ensimesmados nos temas de nossa predilego, ignaros da colaboragio que os que conosco convivem esperam de nés. Nao ha ambito de desenvolvimento do espirito que Possa ser percorrido sem ampliacio do conheciments, Secundado pela sua equivalente realizacdo prética, exercicio, a pratica, a realizaco das obras que o co. nhecimento preconiza, sao os que 0 consagram, conso. lidam suas conquistas, abrem-Ihe caminho para novas aquisigdes, novas: reformulacdes, os que estabelecem muituo revigoramento, que a todos faz crescer. Perma. necer adstrito As aquisigGes de conhecimentos, sem a correspondente realizacio de obras, é dirigir-se para a inutilidade, afastar-se da realidade, adentrar-se nos do. minios da fantasia; € construir falsos valores para a possibilidade de se melhorar. = imperioso vencer inibicdes, desenvolyer apti. dGes, traduzir 0 mentalizado em obras de boa vontade, guiar as mios operosas na producio do bem comum, Possibilitar ensinamento, fraterno ¢ edificante, transmi- tindo a prépria experiéncia, pare quem se proponha a ouvir; induzir o surgimento da satide, da paz, da fra. ternidade, das béngios do servio, da prosperidade, do 110 ! contentamento de viver, para que o discernimento se nos alargue, e as virtudes se nos consolidem. Certamente que nfo poderemos nos desmanchar em aiengGes para tudo ¢ para todos, mesmo porque te- mos uma esfera de influéncia restrita, pela nossa pré- pria pequenés, que nos delimita a acio. O que se nos pede é 0 comportamento adequado naquilo para o qual somos chamados a participar, n&o se exigindo vdos maiores que aqueles que possamos dar, mesmo porque, fora do 4mbito que nos caracteriza, nem saberiamos nos conduzir. Nao podemos dar, a mancheias, tudo que nos per- tence, mesmo porque nfo sabemos dispensar aquilo de que precisamos para realizar e dar cumprimento & nos- sa miso. Néo podemos atender a toda peticdo, acolher qualquer Jamiiria, ou pretender socorrer a toda de ciéncia, & preciso nfio esquecer que, muitas vezes: — # paixio se intitula de apego @ afeico: — 8 cobica se oculta na concessao; — a falsidade se acoberta na adulagdo; — 0 orgulho se encapacha na humildade aparente; 5 — a preguica se declara impoténcia; ; — a ignorfncia confunde virtude com fraqueza: — e que toda dddiva deve constituir-se no talento que se multiplica. ; No exercicio evangélico, também cabe © ae “Seja o teu falar sim, sim; nao, nfo”, Diz Emmanuel em ([21, n.° 80): . _ - +. Mas nfo permitas que o teu amor s Selon omg impedindo-te a marcha para a vida superior. m Ajuda... entretanto, no deixes que o teu amparo Possa criar perturbages e vicios para o caminho alheic, Atende com alegria ao que te pede um favor, con. tudo nao cedas & leviandade e A insensatez. Cultiva a delicadeza ¢ a cordialidade, no entanto sé eal e sincero em tuas atitudes © sim pode ser muito agradével em todas as situa. ges, todavia o nfo, em determinados setores da vida: humana, & mais construtivo,” A caridade nao dispensa discernimento. Pelo con- teétio, exige-ol Dentre todos os pensamentos que pos, Samos externar é preciso distinguir aqueles que veda, deiramente sejam cunhados pelo amor, quais os que realmente possam conduzir 4 aco, na produeao do bem, a risco de néo comprometé-la inclusive. Mas uma vez estabelecida a necessidade legitima, hA que prestar o concurso que nos compete. Conta Neio Lticio, em ([3], n.° 9), que o Podero- so Pai, certa vez. em que pairava perigosa urise de igs nordncia © perversidade sobre a terra, enviara mens, gciro da Ciéncia, com gloriosa mensagem, Este fezse Professor e permaneceu exclusivamente interessado nee obras da Ciéncia, enojado da multidio inconseiente. Nfo atendendo ele aos compromissos assumidios, reque, reuse © envio de outro que se tornou médico adimirn. do ¢ dedicou-se somente a enfermos importantes, des. prezando a plebe. Depois de outras tentativas mal sucedidas, enviou mensageiro de amor. Este, compungido, passou a agit em beneficio geral. Identificado com 0 povo, sabia 10. Petit © ensinamento, tanto quanto necessdrio, Descul. Pava, mesmo se humilhado e ofendido, qual se tratara de desafio a sua capacidade de persistir na acdo rege- neradora que o Pai Ihe confiara, entendendo que as 112 i mais baixas manifestagdes da natureza humana eram atestado de desconhecimento da grandeza do Pai, a re- querer-the maior esforgo de aco regeneradora. 7 Concluiu ele: “Foi assim, fazendo-se o ultimo de todos, que conseguiu acender a luz da {€ renovadora e da bondade pura no coracio das criaturas terrestres, elevando-as a mais alto nivel, com plena vitéria na di- vina miso de que fora investido. N&o vivemos sds, Vivermos em convivio social, em dependéncia, uns dos demais. Por isso nfo podemos ater-nos somente a0 pensamento bem formado, na att tude inoperante de quem s6 se contenta em saber, dis- iraido nos limites do regozijo interior. : — Diante do desespero, ofertar 0 concurso amigo; — do erro, 0 corretivo que educa; — da ignorancia, o esclarecimento; / — do que busca orientagao, paciente ensino; —- do cofrimento, o stendimento; — da ofensa, o siléncio; — da miséria, o oferecimento; — do companheiro, a amizade e confianga; — do caminho, 0 cumprimento do dever; — da meta a atingir, o esforgo de vontade; — das dificuldades, a operosidade; ae — do bem geral, a subordinagao do préprio. Qualidade sem agfio nada significa ¢ caridade € qualidade em a¢ao. Por isso, Paulo (is Epistol Corinthios, Cap. 13, vers. 1 a 7) dizia: — “Ainda que eu falasse as Jinguas dos pamene © dos anjos, ¢ nao tivesse caridade, seria como o m que soa ou como o sino que tine. 113 Ainda que tivesse 0 dom da profecia, e conhe. _ fesse todos os mistérios © toda a cigncia, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transformasse es monies, e no tivesse caridade, nada seria, E ainda que distribuisse toda a minha fortuna para Sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu cor. Fo para ser queimado, e no tivesse caridade, nade disso me aproveitaria. A caridade sofredora é benigna; a caridade nao é invejosa; a caridade nao trata com leviandade, nfo se ensoberbece. Nio se porta com indecéncia, nao busca os seus interesses, nao se irrita, nio suspeita mal, nao folga com a injustica, mas folga com a ver. dade; nos fora © ensinamento evangélico ([3], Cap. XV), pelo qual: =, FORA DA CARIDADE NAO HA SAL. VAGAO. 14 «9 Bitton Uy Neo clo ~ Jen no ta 3} Baamact — Hi" / {3} All Kardoo "© ‘vesgctho Segundo © Espen (4) Espiritos “versos — Caridade a. 24. ) LeitureComplomentass [3] Capitulo i eke im — Roteiro n° 16, Alan Rardas \S"t fro Sos tspiitos — Lives Teceke — ll : Rilo le fray a tae neg Trngo vada Roawivo = Cap “ci Ears nee Cite ne By IRinbe enon Reptatein do Ale — Tomo, Gaplon Cardade'S teenecinete: Agia ate GeO ro ie § caluat peeanmcr Ge amor com agullo que nes Telacionamos Exolaue. Ao See Eee ee enn CAPITULO XT A PRECE de problemas, na ctenca de que hé entes espirituais que as podem propiciar. Permanece-se, ao pedir, na supcd Gao da existéncia de milagres, de entidades ‘milagreiras que. na exclusiva dependéncia da propria vontaie ne dem fazé-los, derrogando leis naturais, numa bargnie com as pessoas que dio ébulos, acendem velas. farent promessas. submetem-se a sacrificios, para induzi las cm toca, a ofertarem aquilo que desejam —- a solucay de um problema doméstico, © bom sucesso num nee. vio, a realizado de determinado casamento. lusGes que as pessoas possam ier, acerca desta ou da- quela religiéo, desta ou daquela doutrina. desta og daquela crenca, estéo sempre relacionadas & falta de resultados no atendimento aos caprichos que a elas os conduziu. Tais atitudes permanecem porque ainda arraiga- das a idgias © a crendices hoje superadas e que o Espi- ritismo, hoje. com suas nogdes renovadoras de more espirito, salvagdo, de vida no além, vem corvigit © ra. formula 7 12.2 — A morte A morte, para a grande maioria, apresenta-se qual separagao dos entes queridos, perda de tudo aquilo a que se esta afeigoado e se ama, a interrupco de pro- giesso, aprendizado, na consecugo de objetivos que, muitas vezes, se constituem na principal razio de viver. A morte aio é isso. A morte é desencarne: a tran mudagdo para uma nova vida, algo semelhante a uma metamorfose, onde o ser encontra ou aguarda entes que- ridos, a quem continua a amar, continuando a ser ama- do, Depara-se com oportunidades novas, pelas quais pode multiplicar bens ¢ valores relativos ao seu cresci- mento, sempre subordinado &s leis da vida — As leis do trabalho e do aprendizado — que o guiam no pro- gredi Entretanto, a perda de tudo a que estamos afeigoa- dos, que possuimos ¢ almejamos, pode existir. Se a isto chamarmos morte, ento 2 morte existe. Surge quando sessamos de realizar, deixamos de ser iieis, nos aco- modamos nos vicios e na transgressGo da lei. Ao esta- cionar, nos separamos daqueles que amamos, poraue, prosseguindo sua marcha, nos deixam para tds. No erro e no crime, nos vicios e na transgressio da lei, perdemos tudo que possuimos, aquilo a que estamos afeigoados e amamos, porque compelidos a refazer ex- periéncias, a revalorizar as dédivas: recebidas, a reava- liar oportunidades e a reconstrui-las. A morte existe, mas nfo no desencarne. Ela reside na preguica, na revolta, na indiferenca, na auséncia de luta, no desleixo dos bens que nos foram dispensados, em todas as formas de transgressdo da lei que requer sejamos operosos na construcio do bem comum. iq 12.2 — © milagre __ O milagre, como detrogagio de leis naturais, ni existe. Sua nogdo prende-se a concepgdes antigas se: gundo as quais, pelo desconhecimento das leis, os fatos inexplicéveis eram atribufdos a causas sobrenaturais. devidos & atuagio de poténcias ocultas, i E isso explica-se. __ Oespitito, ao ingressar na fase hominal, est ainda animalizado, dominado quase que totalmente pelos ins. tintos, com um minimo de recursos, para satisfazer 2s suas necessidades primérias. 2 Suas preocupacdes maiores se limitam 20 atendi- mento dessas necessidades — 0 alimento é escasso, escassas sio as possibilidades de obté-lo. Posto a ter que decidir por si mesmo, tudo na vida parece conspirar contra ele, com obstdculos que se antepGem aos seus anscios, as suas necessidades, ans sens desejos. Incapaz de entender as causas dos fendmenos ¢ acreditando na sobrevivéncia, entende que os mortos adquirem poderes sobrenaturais e so a causa de tudo, segundo sua prépria vontade. Por isso passa ks préticas de persuaséo e de entendimento com eles. Estabelece sistemas de troca, de intercdmbio, nos quais reside 0 significado dos ritos ¢ cultos. Sua maior preocupagio — a finalidade da vida — € obter alimentos, abrigo, vestimenta, tudo que Ihe pos- sa assegurar a satisfacdo de suas necessidades imediatas. Sonha com facilidades, com abundancia, com o repou- 50, com o refastelamento na fartura, na ociosidade e nos prazeres. _ A luta, entretanto, desenvolve-the as aptidées e as faculdades. 1g No desenvolvimento das artes, da técnica, do co- nhecimento, passa a perceber que certos homens séo mais capazes do que outros — deixam normas de vida que se impdem pelo que encerram de verdade e de co- nhecimento, em relagdo & vida. Nesse sentido passa a acreditat que o poder que sc atribui aos mortos, uns o detém mais do que outros. Passa a conceber os deuses. Paralelamente, desenvolve-se sua vida moral. “Aprendendo a arregimentar riquezas, poder, a usufruir prazeres, comeca a perceber que a vida é feita de outras coisas que vao se tornando cada vez mais im- portantes. Comeca a afigurar-sethe o valor da amizade, Go carinho, da familia. Passa a entender que o homem ndo é um ser isolado, mas um ser social; que as neces- sidades da vida podem ser mais bem satisfeitas quando, ‘além de desenvolver aptidées, aprender a granjear ami gor, cultivar a simpatia, a solidariedade, a piedade, a justica, a catidade, a sinceridede, a retiddo, a eco- nomi Com Moisés aprende que, para melhorar as condi- ges de vida, é preciso implantar a justica para todos, & disporse & obediéncia a leis naturais, no campo moral, implantadas por um deus tinico. Com Jesus, as nogGes novamente se ampliam e se estabelece que a verdadeira vida é a do espfrito. Que se & importante ao homem prover sua subsisténcia, mais importante € prover ao desenvolvimento de suas facul- dades espirituais, na prética do amor. Deus nao é s6 justiga, mas é também amor. Go- verna por leis naturais, de amor, que 0 homem deve conhecer e praticar, porque, nisto, estd o seu progresso — a salvacao. 119 ene oeybens_ due beneficiam os espiritos nfo sto os bens materiais: estes sfo meio, no fim. A finalidade ja vida no esté no possuir, mas esté no progresso que Possamos realizar; nao na ociosidade, mas na lute, no trabalho, nas oportunidades que nos deseavolvem ag : apti es € as virtudes. Para isso é necessério dar com 7 a capacidade de realizacao e sentimento, para que a vida responda com as suas dédivas: : — ser manso, para estabelecer a harmonia; — ser misericordi a ie dioso, para estabelecer 2 con- — ser puro, para estabelecer a paz; — ser humilde, para estabelecer a cooperacio; uit Garidoso, pata estabelecer o equiltrio vida é regulada por leis naturais, i 4 , regulada ais, inderrogavei seja no plano fisico, seja no plano moral. Estas cio og leis expressas no Evangelh 0, i impor coneate tauien gel cédigo de leis que importa 12.3 — Aptidées e virtudes O Espiritismo, com as leis da evolucio e da reen- carnacao, qual nova revelagio — © Consolador prome lo pelo Cristo — reesclare 3 ia os do pelo ce as nogGes e amplia os Explica que 0 homem, recé: imali dade, destituido de recursos. para satisfazcr Ae see a cessidades primérias, tem sua atitude voltada ao pedir: — 2 arvore pede o fruto; ; — 8 sombra, amparo; — A caverna, abrigo; — A fonte, agua; — a0 fogo, protecao; — &pedra, forca 120 E; nesse peregrinar constante pela vida, nesse es- tender a mAo a tudo que o circunda, é que se manifesta aquele principio divino que nele esté, observando, gra- vando, rememorando, automatizando impulsos ¢ res- postas, desenvolvendo o seu raciocinar. Com esse desenvolver do raciocinar, guiado pelo Plano Maior, comega a intuir as causas que beneficiam 0 frutificar ¢ percebe que nelas ele pode influir: — seo chao é seco, pode ser regado; — se infestado, purificado; — se poluido, higienizado; — se pantanoso, drenado: — se 4rido, adubado. Percebe que, influindo no meio de modo a provocar circunsténcias favordveis, atua nas causas do Hesenvolvimento, e seu pedir é correspondido em quan- tidades sempre maiores, tanto quanto o forem as ben- feitorias que ele produzir. Descobre, enfim, que a forma mais fecunda ¢ atendivel do pedir, é aprender a trabalhar em beneficio da vida, Revela-se-nos que tudo est4 na natureza e tudo nela pode ser conseguido, desde que criemos em. nds as possibilidades do obter, desde que desenvolvamos as aptiddes que nos capacitem a obter: Mas nfo s6. Assim como no plano maierial a natureza nos dé tudo que possamos necessitar, desde que aprendamos a produzir, dé-nos todos os meios possiveis para multiplicar nossas forgas, desde que aprendamos a liberté-las de seus celeiros e a manuseé-las para os devidos fins, assim no campo moral nos ‘dé to- Boe os meios de sermos felizes, desde que aprendamos a distinguir as fontes lfdimas da vida: 121 =, oer centro de harmonia, causa do bem alheio, semeadores daquilo que desejamos auferir para nds. 12.4 — O rezar comum Imitil o petitério aos que ja se foram, na iluséo do obter fora do merecimento, A’ obtencio de bens nao dadiva do céu, mas é conquista feita de esforco ¢ de amor. go, Amor é alimento do espfrito. E com ele que o espirito se engrandece, se fortifica, se fortalece, desen. yolve qualidades: pela pratica do bem, pelo amar ace inimigos, pelo perdoar setenta vezes sete, pelo nao julgar, pelo aprender a estabelecer, entre to solidariedade, oe «., /» ascensiio do espirito nao se consegue com peti- trios a supostas entidades poderosas, mas é uma con. guista pessoal, feita de suor e légrimas, de esforcos ¢ fadigas, de superagao de si proprio, & custa de rengncia e sacrificios, diante dos quais a Plano Maior ofercec Incentivo, orientacio ¢ auxilio. Porém: — antes que solicitar as béngfios do céu, é preciso libertar-nos dos vicios e das mazelas, antes que pedir amor e compreensdo, € preciso amar e compreender; — antes que pedir perdio para nossas faltas, preciso perdoar; — antes que pedir auxilio, preciso aus Cap. XXVII, n° 4), ____Mas a humanidade ndo compreende o alcance ¢ 0 significado da revelacao; permanece na superficie: paga dizimas; cumpre .rituais; freqiienta casas de oracto, aonde leva seu petitorio. Nao vé sendo as regras ests, belecidas no credo a que se filia, cumpre-as todas 3 risea iar ([2], 122 ¢, 86 por isso, considera-se justa, perfeita, com direito a desprezar os que nfo the seguem as atitudes ([3], no 45), Por mais que o Senhor envie ao homem seus men- sageiros, para desperté-lo, a fim de que se Ihe possa descortinar, diante do espirito acomodado, a imensa, vastidfo dos planos da natureza, em lugar de sentir as revelagdes que eles the trazem, os motivos para expan- em concordancia com as dimensdes da criacso, sie tudo diminui, tudo nivela, tudo reduz 4s medidas do seu modo de ser. Com isso nfo ultrapassa as fronteiras do pedir. Nao concebe nada além de cumprir aquelas poucas re- gras jd estabelecidas de longa data nos credos religiosos: © jejuar, doar moedas, acender velas em altares, fazer oferendas, promessas, peniténcias e o mais. E pede dentro das limitagdes que sua mente esta- belece: pede bens maieriais, sucesso nos negécios, pro- tego e forga para superar na guerra o inimigo... Distin- gue as preces: umas Ihe parecem mais eficientes, outras mais adequadas, conforme 0 caso. Diante de um mundo em que o significado das revelagées se perde, em que o homem se langa nova- mente a iluséo de que a finalidade da vida é obter tudo que ela possa oferecer para a satisfagio dos sentidos, o Espiritismo se levanta qual nova revelagao a evidenciar a realidade do espirito, da vida que continua, da evolu- sao do espirito pelas leis que governam o mundo ¢ Ihe exigem para o progresso esforco proprio. Impem-ihe a rentincia ao repouso indevido, para que possa dedicar 0 tempo ao aperfeigoamento préprio, sem que o des- perdice, mas para que o utilize em melhorar-se, Se queremos o saber, conquistemo-lo: se desejamos riquezas, aprendamos a entender o significado e as fina- 123 lidades delas, para que nos possam servir de meio itil as realizacdes; se ansiamos poder, aprendamos antes a ser justos ¢ equanimes; se almejamos ser amados, apren- damos a amar, porque em tudo, enfim, é dando que re- cebemos. 12.5 — A prece No aperfeicoar-se, no renovar-se, ¢ homem se mo- difica, supera as circunstancias que o limitam, vence-es e as transforma a seu favor. A prece cficiente é aquela em que os pensamentos © a vibracio se elevam ao mais ‘alto grau que possamos atingir, porque, externando os melhores pensamentos ¢ os melhores sentimentos, nos pomos em sintonia com os da mesma natureza, nos colocamos em comunicacao: com aqueles que tém a incumbéncia de nos orientar ¢ conduzir, criando pata nés as melhores influéncias. E aquela dirigida para o Criador, aceitando as suas leis ‘ou vontade, a dirigida em beneficio do préximo, doe necessitados de toda espécie: doentes, pobres, dementes, reclusos, da infancia e da velhice abandonadas Diz Emmanuel: “Através da prece o homem pensa que muda as circunstdncias, enquanto ele apenas muda a si préprio, porque é através da transformacio de si_ proprio que o homem modifica as situagdes." Também André Luiz, no livro ({1], Cap. XX), repete 0 mesmo quando fixa a observancia de Aulus 4 respeito de uma prece feita por uma entidade em favor de outras, que se envolviam em determinada situacao. Diz ele: “Encontramos aqui precioso ensinamento da ora- ¢S0. Anésia mobilizando-a, no conseguiu modificar os fatos em si, mas logrou modificar a si mesma. As difi- culdades presentes nao se alteraram. Jovino continua 124 em perigo, a casa prossegue ameacada em seus alicerces morais, a velhinha aproxima-se da morte, entretanto nossa irma recolheu expressivo coeficiente de energias para aceitar as provas que Ihe cabem, vencendo-as com paciéncia e valor. E um espirito transformado, natural- mente, transforma as situagdes.” Em outta passagem Emmanuel explica: “A medi da em que orava, funda modificacio se the imprimia no mundo interior. Os dardos de tristeza, que ihe dilace- rayam a alma, desapareceram ante os raios de branda luz a se the exteriorizarem do coracéo.” A prece deve externar nosse conformacao perante as leis de Deus, nossos melhores sentimentos ¢ pensa- mentos: isso que Jesus, ensina no Pai Nosso. E é na compreensdo desta verdade que S. Francisco estrutura sua inconfundivel prece: — Fazei, Senhor, de cada um de nds, um instru- mento de vossa paz; — Que onde haja ofensa, derramemns perdio: — Onde haja disc6rdia, consigamos unifo; — Onde haja divida, acendamos certeza; — Onde haja erro, anunciemos a verdade; — Onde haja desespero, semeemos a esperanca; — Onde haja tristeza, conduzamos alegria; — Onde haja trevas, difundamos claridade. — Mestre bem amado, nfo procuremos ser con- solados, mas procuremos consolar; — N&o busquemos ser compreendidos, mas bus- quemos compreender; : — N&o desejemos ser amados, mas desejemos amar; ~ Porque é dando que recebemos; € esquecendo- nos, que nos encontramos; — perdoando, que somos perdoados; — # morrendo, que ressuscitamos para a vida eterna. Realizar para a produgao do bem comum, desen- volver na prece o melhor. de nés mesmos, eis as forges que nos favorecem o engrandecimenio. Por isso, Em. manuel assim nos exorta: — Clareia para que te clareiem, — Aunxilia para que te auxiliem. — Estuda, servindo, para que o cétebro, hiper- trofiado, no te resseque o coragao distraido. — Indaga, edificando, para que a inéreia te nao confunda. — Fortalece o bem, para que o bem te encoraje. — Compreende a luta do préximo, a fim de que 0 -préximo te entenda igualmente a Juta, — Lembra-te, pois, da eficécia da prece e ora, fazendo o melhor, para que o melhor se te faca, sem te esqueceres jamais de que toda rogativa alcanga resposta segundo 0 nosso justo merecimento. FIM a) Bibliografia [4] André Luiz — os Dominios da Mediunidede, {2] Allan Kardec — © Evangelho Segundo o Espisitismo. [3] Emmanuel — Pio Nosso. b) Leituras Complomentares [2] Cap. xv. André Luiz — Entre a Terra e 0 Céu — Cap, I, André Luiz — Mecanismos da Medinuidads —- Cap. XV. André Luiz — Os Mensageiros — n° 25, Emmanuel — Pensarento e vide — n° 26, 126 ©) Pesguntes @ eral? 12) Qual o pressuposto da prece, emg . 2 25 Mente Cantle 0 Foiiiemo renown © conto depres. Quantes conceitos religiosos, neste livro, sofreram efor mulagio? “Enumereos. eet 3.) Mons, outro conceto que & madifcado, Digresione sobre dla, soe 42) Come srg nop de milogre? Qua » eo %) O que entonde por lei natural? 85 Qual’ Forme ale fctnda ® tendivel dope ‘melhor forme de obter : 12) E'danda que retsbmos. Expique © novo signiiado ‘que © Espliitiomo dda esta, misime Prética de Renovagio Yntims. die Lae —~ Sina Verde Eatader‘e por em pritaa © Cap, 18 espirita? tir? Qual a 127 Introdugao. Mt 12 V3 ua 1s INDICE 1. PARTE, O QUEL OESFIRITISMO CAPITULOI OCARATER DO ESPIRITISMO. ~ Objetodo Espiritismo ...., we ll = Conhecimente dogmatico e conhecimento cientitica .. ... 12 — Oestudo dos fendmenos espiricas: Historico B — As hipéteses ¢ as teorias acerca dos fendmenas espiritas: Historico ...... 15 — Espiritismo: Ciéncia, Filosofia e Religido |... 2... b CAPITULO I! 4 CONCEPCAO ACERCA DO HOMEM & Du MUNDO — Deus, Espirito e Mater — Oespiritismo como cigncia — Operispirito ou corpo espiritual: Centras de force — Leis da evolugao eda reencarnagao — Classificacto dos espiritos . 7 a Ba 32 33 34 35 3.6 37 G2age na CAPITULO I A MEDIUNIDADE E A PERCEPCAO EXTRA-SENSORIAL Acevolucdo édoespirito ....... Pensamento e matéria mental Amediunidade ... Reflexao de idéias ....... Associagdo de idéias «11, Oanimismo . 7 Mediunidade de efeitos fisieos Ttrtaee CAPITULO IV A MORAL ESPIRITA A vide espiritual ....... Relagdo dosespiritos com os homens » As leis naturai Jesus 7 Oevangelho A moral dos espiritos PILt had 2. PARTE 4 REFORMA INTIMA CAPITULO V ANOCA9 DE REFORMA INTIMA — Aevolugao do homem . CAPITULO VI A NECESSIDADE DE REFORMA INTIMA — Introducdo “— Poluicio e educagtio Poluicao moral .. — Oensinamento evangilico - — OE spiritisme CAPITULO VII REENCARNAGAO, SIMBIOSE E OBSESSAO — Desencamagao e reencarnacio . 34 3 67 68 70 aa 82 33 as 10.1 10.2 10.3 130 That fit A simbiose espiritual le 14 Vampirismo @ obsessio ... : % Desobsessio : n CAPITULO Vu AMOR £ SEXO Co-criagao 80 Energia e forgas eriadoras Br Ocrescimento espiritual . tebsled 84 A utilizagao da energia sexual 22.12...) 85 CAPITULO 1X A REVELACAO Jesus... 91 A formagio do conhecimento 92 descobrimento das leis naturais 94 Astrés revelagdes, 95 CAPITULO X, A HUMILDADE © desapego avs Les matctiais ee eceeeeeeeeseeersseee 9 A nevessidade de trabalho ¢ aprendizado dentro do estigio evolutivode cada um. .-..--..60eseeceeseee wees 102 Servir na producao do bem comum |... + 108 CAPITULO XI CARIDADE — Oamorno pensamento ...... sgedale 108 — O discernimento para a agto Dw CAPITULO XH APRECE Amorte beheld! a O milagre. me : is Aptiddese virmides 00000200101) 7 foes 120 Orezarcomum i 122 Aprece. fins id LEIA TAMBEM: LENDAS DE OSIRIS Carios de Brito Imbassahy Ume obra que ndo se restringe 2 conier apenas belas € mitices histérias de uma cultura 120 rica quanto exética camo a egipcia. Vai além: perscrute-Ihe os enigmas, estuda seus co- nhecimentos e expée o fundamenio filoséfico daquele evo reencamacionisia. © CASTELO DAS AVES FERIDAS Nancy Puhimann di Girolamo ‘A autora escreveu sobre o que conhece 2 experimen- ta em seu diz a dla, Produziu, todavia, uma obra para ser lida por todos, © ndo apenas por pais e parenies de sxcepcionais. © Ieitor, além de ter o seu universe mais ampliado, acaba yralificado: este & um livro linde. SEMIRAMIS , da Babilénia do Stimer e Akad) Camilo Chaves Romance historico, exiremamenie bem esorite, sui bindo um impecdvel trabalhe de pesquisa. © reinado © os conilitos de uma mulher - Semirami que viveu hé cerea de cific séculos antes de Crisio. Exenylo raro - em vista da época - de mulher e gover- nante. (Rainha da Assi A GONDOLA PRATEADA MB. Tamassia Retorno da boneca Merly, “a pequena esiafeta”, que viaje com seus amigos numa géndola espacial para um lugar habitado apenes por animais. Em meio a muitas aventuras, mente dos homens pelos enimeis. presenciam 9 julga- LEIA TAMBEM: FRONTEIRAS DO ESPIRITISMO E DA CIENCIA Carlos Toledo Rizzini Esiudo profundo ¢ esclarecedor a respeito de origem ¢ evolugao do pensamento humanc, abrangendo a filo- sofia e 0 desenvolvimento cientifico. Obra indispensavel para a compreensde do estagia evolutive do Homem na atualidade. ESPIRITISMO E OBSESSAO Rine Curti ‘Trabalho cientifice sobre a obsessdo - seu-concelio, causas e inlervengdes - em que so sintetizados tpos de subjugagao, obsessdo na sexualidads, efeitos das alucinagées nos alcodlatras e nos drogades, vampirismo, etc., em interpretagdes seguras @ valicses. © CENTRO ESPIRITA J. Herculano Pires Um dos maiores experts em Doutrina Espirita, o autor produziu uma vasta bibliografia onde despentam obras que j& s80 consideradas verdadeiros classicos. Neste livro, ele aborda a fungdo, signiticaggo ¢ os servigos do Centro, a comunidade, as raizes airicanay, Deus, as almas frdgeis, a disciplina, os problemas + giosos, as curas, etc. ; SALTO NO ESCURO Heiena Mauricio Craveiro Carvalho Uma obra com compromisso com a originalidede 2 0 novo. Sem abrir m&o de uma opeéo feita hé ance, qual sela @ de desveiar a mensagem perene da Doutrina Espi- rita, a autora ousa e se arrisca, E se dd bem. & ganha o leitor. Enjim, um livro natural 2 exponténes, forte envol- vente. ee eee Fi 7 i / ssueten : SUES RMA aha L 7 ¢ ri Impresso pelo Deplo Grafica do ESTUDOS VIDA € CONSCIENCIA EorTORA LTDA A. Santo irneu, 170/F: 549-8948 a 3 E g a

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