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Sonia Rodrigues
Resumo
Doutora em Literatura pela PUC-RJ. Este artigo trata da experiência realizada no
srodrigues@autoria.com.br Instituto de Física da Universidade Federal
Endereço para Correspondência Universidade Fluminense, no segundo semestre de 2007, em curso
Federal Fluminense. Instituto de Física, Niterói, interdisciplinar de iniciação à escrita criativa em
Brasil
ciências para a apresentação de tópicos de Física .
A experiência faz parte da pesquisa “Poesia para
físicos”, cujo objetivo é avaliar como o algoritmo da
narrativa contribui para desenvolver as competências
de leitura, de escrita e de pesquisa dos estudantes de
ciências exatas e para aplicação final em conteúdo
específico de suas áreas.
Abstract
This paper presents an educational experience
carried out during the second semester of 2007, in a
college introductory class of creative writing, with an
interdisciplinary approach between Physics and
narratives, in the Physics undergraduate course of
Universidade Federal Fluminense.
This educational experience is part of the
interdisciplinary research “Poetry for physics”, which
aim is to evaluate how the narrative algorithm could
improve the skills of reading, writing and solving
problems in Engineering and Science undergraduate
classes.
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aprender o que não sabe . cultural e psicossocial de quem lê.
Para fazer isso de forma eficaz, é preferível que as Para os que detêm o poder representado pela
lacunas sejam preenchidas através do competência de leitura parecerá, talvez, de pequeno
desvendamento rápido de um algoritmo que permita alcance a identificação do tema a que se refere o texto
ao aluno integrar um conhecimento que deveria pragmático ou a identificação da história que o texto
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possuir antes de entrar na universidade. Caso narrativo desenvolve. Chamamos de pragmático os
contrário, o professor de conteúdo específico viverá a textos jornalístico, dissertativo, argumentativo, de
contradição de deixar de ensinar as leis de Newton difusão científica e científico. No caso do jornalístico,
para ensinar a escrever quando o seu papel é formar vale o reparo de Luís Fernando Veríssimo de que no
novos físicos. jornal diário, às vezes, a única coisa verdadeira é a
Existe algum algoritmo para se aprender a data.
escrever, na idade adulta, na universidade, em O texto narrativo, parte do qual se classifica como
especial na área de Ciências? literatura, tem outra obrigação que não a veracidade.
Sim, existe. Mas para que esse algoritmo possa Searle (1975) afirma que o texto literário, “nasce” com
ser acessado, precisamos saber se é possível a pretensão de surpreender, quebrar, em alguma
estabelecer um roteiro mínimo de avaliação das medida, a expectativa de algum leitor.
lacunas do aluno, como subsídio para o planejamento Para quem lê com freqüência e interpreta com
do ensino da expressão escrita em Ciências. facilidade textos narrativos ou pragmáticos, talvez a
aplicação de chaves interpretativas seja o atributo
A leitura de quem escreve mais importante para a prática de uma leitura
O Existem várias maneiras de conceituar leitura, qualificada. Interpretar o que o outro diz não
mas a que interessa na presente abordagem é a transforma, porém, o leitor em um indivíduo capaz de
leitura voltada para a intenção do texto. Umberto Eco expressar por escrito seu conhecimento ou
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(1990) identifica, no texto, três tipos de intenção : interpretação, da mesma forma que ouvir música não
A do autor, a que nem sempre o leitor tem faz com que o ouvinte componha.
acesso, e que, mesmo no caso do autor explicitá- A comprovação, porém, depende da recepção. É
la, pode não representar a sua intenção real, por na interação do leitor com o texto que essa dinâmica
esquecimento do que o autor pretendia, por vai ser desvendada, se o leitor estiver preparado ou
desejo de manter segredo do seu processo de atento a essas articulações.
criação ou por qualquer outro motivo; Uma pequena dificuldade do curso de escrita
A do leitor, que construirá o sentido e a criativa, na área de Ciências, é convencer os alunos a
interpretação do que lê em função, inclusive, do participarem de exercícios orais ou escritos no
seu repertório psicossocial; contexto de “pedagogia da imaginação”. Italo Calvino
A do texto, que se explicita por suas “marcas”, por (1990) discute, em “Seis propostas para o próximo
evidências comprováveis. milênio”, a necessidade de uma pedagogia da
No curso, priorizei trabalhar com a leitura que imaginação que nos prepare para “controlar” as
privilegia a materialidade do texto, descrevendo, antes imagens que permeiam nosso interior, sem sufocar a
de mais nada, o que o texto diz para, em seguida, visão, mas sim a ordenando. Assim se expressa o
descobrir como o texto foi construído. escritor italiano:
O texto tem um patamar de materialidade que, “A fantasia é uma espécie de máquina
devidamente observado, deveria servir de base para a eletrônica que leva em conta todas as
interpretação/intenção do leitor. Essa interpretação ou combinações possíveis e escolhe as que
atribuição de sentido ao texto depende do repertório obedecem a um fim, ou que simplesmente são
as mais interessantes, agradáveis ou
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Hábitos de observação e trabalho são essenciais para um curso de 3
exatas e devem ser adquiridos nos primeiros períodos, conforme citado Uso aqui o termo texto pragmático (em oposição ao texto de ficção)
pelo Prof . Dr. Jorge S. Sá Martins em relato sobre as experiências do como aquele que pressupõe comprovação e ou confirmação de
curso “Física por atividades”. expectativas. O texto científico implica (além da comprovação) na
aceitação dos pares, penso que textos veiculados em periódicos
2 (científicos ou não) pressupõem comprovação e a confirmação de
Umberto Eco em “Interpretação e Superinterpretação” (p.75 ) e no
exemplo divertido da leitura do bispo Watson, no século XVII, sobre a expectativas.
“materialidade” e intenção do texto (p.9) .
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Figura 1 – Desempenho dos alunos de graduação (a) e pós-graduação (b) do curso de física da UFF nas habilidades de LER
enunciados; SEGUIR os enunciados; DESCREVER o que está no texto; IDENTIFICAR o que não sabe; EXPRESSAR o que
aprendeu, mudou ou discordou a partir do texto e ESCREVER o que aprendeu, mudou ou discordou a partir do texto. Antes e
depois do treinamento no algoritmo da literatura
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3. Nem tão pouco com quais elementos estava trilha de 14 trechos selecionados por mim.
construído o tema no caso do texto pragmático. 2. Exercício escrito com elaboração de um diário
4. A maioria também não identifica como se ficcional, de três dias, consecutivos ou não, de
articulam as estratégias que dão ao texto uma um personagem que estivesse vivendo uma
dinâmica própria. São leitores que não tragédia carioca nos dias de hoje.
percebem, por exemplo, que, em dez páginas de 3. Leitura em classe e extra-classe de um texto
um texto pragmático, Norbert Elias inicia 80% dramático que aborda, entre outros temas, o
dos parágrafos por duas ou três frases que desrespeito ao direito à privacidade.
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definem o que será explanado em seguida . 4. Exercício escrito com preenchimento de um
formulário descritivo sobre o texto dramático lido.
Não devemos, no entanto, ser severos demais 5. Leitura extra-classe de dois ensaios sociológicos
com esses leitores. Toda uma educação voltada, nos como base para discussão da diversidade e
últimos anos, para a “intenção do leitor”, a “construção preconceito.
do sentido” por cada um, independente e acima da 6. Apresentação oral, em classe, dos pontos
materialidade do texto, deve ter contribuído para a principais dos ensaios lidos.
incapacidade de descrever, simplesmente, o que o 7. Exercício escrito com jogo narrativo.
outro disse. É o domínio do individualismo intelectual, 8. Exercício escrito em ambiente digital separando
a pretexto de privilegiar a diversidade de opiniões. “trilha do texto” (o que o texto diz) da “trilha
A boa notícia, também comprovada na pesquisa, é pessoal” (a opinião do leitor sobre o texto).
que é muito rápido o processo de corrigir as lacunas e 9. Leitura de livro de ficção de conteúdo de
qualificar a leitura para a escrita em ciências. É uma atualização de mito grego acompanhada de
questão de iniciação, parceria interdisciplinar e exercício escrito para identificação das principais
método (figura 1). características e estratégias observadas no texto.
10. Estudo de caso sobre filme de ficção com
Encontrando lacunas identificação de estratégias narrativas.
O curso no IF-UFF contou com a particularidade 11. Repetição dos exercícios escritos, no mesmo
de ser realizado com a assistência de um físico, formato, mas com modificações no enunciado de
professor do Instituto e coordenador de Graduação, o forma a incorporar o conteúdo trabalhado nas
Professor Nivaldo Lemos. A participação de um atividades e avaliações parciais feitas
professor da área foi decisiva para se entender o peso anteriormente.
da leitura e da escrita na expressão do conhecimento
específico. O desempenho dos alunos em contato Durante o curso aperfeiçoei um pré-gabarito ou
com textos narrativos, descritivos, dramáticos, pré-roteiro que me ajudasse a definir, com precisão, o
argumentativos e as dificuldades de leitura e escrita que os alunos ignoravam para seguir adiante num
relacionadas a esses textos não mudaram pela processo de ensino e aprendizagem que depende de
participação de um professor de Física, mas, seria leitura e escrita. No roteiro – que chamei de Modelo
mais difícil convencê-los da importância do algoritmo de Avaliação – procurei aferir as competências de:
da narrativa para aprendizagem da escrita em 1. Leitura de enunciado.
ciências sem um professor deles acompanhando 2. Imaginação/abstração em contexto determinado.
como articulam o pensamento e o expressam. 3. Aplicação de conceitos ensinados para produção
Durante o curso propus aos alunos do IF as de texto.
seguintes atividades: 4. Aplicação de estratégias narrativas incorporadas
1. A leitura em classe de um livro de ficção, com ao repertório dos alunos.
narração em primeira pessoa, com uma 5. Auto-avaliação.
6. Descrição de elementos dados no texto.
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Foi o caso do posfácio de Norbert Elias à edição de 1985 sobre 7. Dissertação sobre textos lidos apresentando e
estabelecidos e outsiders (Elias, 1965). Não é de espantar essa
dificuldade de identificar estratégias textuais que configuram, ao final, um justificando apreciação ou discordância.
“estilo”. Indagados sobre a idéia central do primeiro parágrafo do mesmo
texto ninguém acertou em dizer que o eixo do parágrafo (e do texto 8. Exposição e resolução de problemas de Física
inteiro) é a desigualdade entre grupos e indivíduos durante toda a história ou de jogo de personagens.
da humanidade.
Dentro da perspectiva interdisciplinar, o Prof.
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específico de Física, entender o problema significa Nessa experiência interdisciplinar no IF/UFF, elegi
fazer esse tipo de caminho, usar essas etapas de oito estratégias narrativas observáveis (ou
raciocínio. Muito semelhante, aliás, ao que é seguido comprováveis) na leitura para que os alunos
quando se escreve um texto narrativo ou pudessem procurar nos textos lidos e incorporar aos
argumentativo. seus próprios textos. As estratégias foram:
Os alunos do IF/UFF, quando “abandonam” um 1. Embutir na narrativa algum sinal de onde se
enunciado, fazem o que a maioria das pessoas faz: quer chegar.
passam a acreditar que leram o que não está escrito 2. Equilibrar informação e opinião a favor da
no texto. É a auto-ilusão que leva ao erro. clareza da narrativa.
Outro problema fundamental é o erro de substituir 3. Equilibrar descrição, caracterização de
a descrição dos elementos dados ou a identificação personagens e emoção.
das leis da Física envolvidas por equações e fórmulas. 4. Provocar a imaginação do leitor: deixar em
Pelo que observei, algumas vezes o aluno erra o suspenso detalhes e aguçar curiosidade.
resultado quando o problema não é pensado 5. Usar sucintamente e com precisão as palavras.
“fisicamente”. 6. Confirmar expectativas com o objetivo de
Nessa direção, aponto, como uma das lacunas seduzir o leitor.
mais importantes, a dificuldade de se ater ao texto por 7. Reverter expectativas com o objetivo de
dificuldade de ler o quê o enunciado pede. Essa surpreender o leitor.
dificuldade foi observada em todos os cursos, da 8. Dialogar com outros textos ou áreas de
graduação a pós-graduação. Na interação com o conhecimento.
enunciado específico de Física aparece uma
dificuldade grave: a do aluno não conseguir visualizar Na primeira avaliação, dois alunos usaram as três
o que o enunciado pede. Sem essa visualização, o primeiras estratégias e tentaram usar todas. A maioria
aluno não consegue identificar quais os elementos não conseguiu usar mais de uma das três primeiras e
físicos, concretos e conceituais, necessários para a maior dificuldade foi em incorporar ao texto as
alcançara resposta. estratégias quatro e seis, o que compromete o efeito
Nesse ponto, a “quebra” do pensamento lógico é da estratégia sete, mesmo que a proposta seja a de
espantosa. Utilizando em sala de aula o roteiro para reverter expectativas.
conteúdo específico ficou clara a falta de hábito de Em função do resultado das primeiras experiências
fazer o passo a passo do raciocínio necessário para com textos narrativos e resolução de problema de
construir respostas (ou textos) consistente. Física, refiz meu planejamento. Reprogramei duas
aulas mapeando as estratégias em texto e filme,
O algoritmo demonstrando como localizar as estratégias e como
Quem escreve sempre segue inconscientemente incorporá-las ao texto. Foram acrescidas aulas de
um roteiro, mas, se prestar atenção no que fez, verá conteúdo específico, com o professor de conteúdo
que seguiu um passo-a-passo preciso. Em todo específico, onde insistimos na necessidade de seguir
processo cognitivo, está pressuposto um o roteiro de execução para a resolução dos
“enunciado/premissa”, e quem escreve faz um problemas. Quando os alunos erravam
desenho mental da situação, identifica os elementos identificávamos o ponto em que o roteiro foi
envolvidos (o que implica numa boa prática de abandonado.
descrever personagens e situações), o objetivo final a Refiz enunciados de exercícios de escrita, para
ser atingido (um artigo, uma tese, um conto, um que os alunos testassem, a cada aula, seus
romance) e o contexto geral que se aplica à premissa. progressos.
Na competência de dissertar sobre textos lidos –
Ensinar a identificar as estratégias ou realidades observadas –, apresentando e
justificando apreciação ou discordância, houve pouco
narrativas ou argumentativas é fácil,
progressos dos alunos, correspondente a um curso
rápido e essencial para a escrita criativa com essa carga horária (figura 1).
em ciências. Ensinar escrita criativa para ciências, usando o
modelo narrativo como facilitador e o
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adiante, como refazer meu planejamento inicial? Foi a Para conseguir identificar as lacunas de expressão
construção de um pré-gabarito ou pré-roteiro de escrita listadas acima, ajudou bastante o fato da
avaliação que me permitiu esse diagnóstico. avaliação estar acompanhada do pré-gabarito, ou pré-
O segundo é que, muitas vezes, consideramos roteiro de avaliação. A partir daí é possível elaborar
que o fácil e óbvio para nós é fácil e óbvio para todos, atividades que reforcem o que conduz ao sucesso e
e ficamos surpresos de precisar explicar 200 vezes o eliminem as lacunas que produzem o fracasso.
que entendemos “de primeira”. Imbuídos dessa Conforme o preconizado pelo estudioso russo L.S.
crença, não nos ocorre que, talvez, em algum ponto Vygotsky, a singularidade do caminho tem o poder de
da explicação, seja preciso rever a maneira de expor. transformar “o negativo da deficiência” no “positivo da
O terceiro é que nem sempre quem escreve com compensação” (ver Sacks, 2006). Acredito que as
facilidade expõe o que pensa e sabe com facilidade. desvantagens cognitivas causadas por percalços no
Habituada a um estilo próprio de pensar onde a processo de ensino e aprendizagem também possam
multiplicidade de conexões está acima da ser supridas por uma intervenção competente no fator
necessidade de rapidez e clareza, aprendi, a partir ensino, já que a aprendizagem é interna, individual e
dessa experiência, que, em geral, subestimo o quanto difícil de mensurar a curto prazo. O ensino é o
pode ser difícil ouvir uma explicação oral com essas território no qual nós, professores, podemos exercer
marcas. As mesmas características que facilitam a nossa criatividade e autoridade.
minha escrita podem prejudicar a compreensão dos
meus ouvintes. Agradecimentos
Foi fundamental, para minha prática docente, A autora agradece o acompanhamento das aulas pelo
estabelecer também, a partir dessa experiência, uma Prof. Nivaldo Lemos do IF/UFF. Sonia Rodrigues tem
lista de observações mais freqüentes em relação ao bolsa de Pesquisadora Visitante da FAPERJ,
desempenho individual dos alunos. Algumas dessas Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de
observações foram comuns à escrita de textos Janeiro.
narrativos ou dissertativos e à resolução de problemas
de Física. Alguns alunos acrescentam elementos que Referências Bibliográficas
contrariam o enunciado. Outros têm pouca extensão BROOKS, P. 1984. Reading for the Plot: Design and Intention in
no texto que produzem, ou seja, escrevem como se Narrative. Harvard University Press. 392pp.
três palavras pudessem representar 20. Outros ainda CALVINO, I. 1990. Seis Propostas para o Proximo Milenio. Companhia
das Letras. 141pp.
escrevem como se fossem ter a oportunidade de
ECO, U. 1990. Os limites da interpretação. Editora Perspectiva. São
esclarecer oralmente ao leitor o que pensaram em Paulo. 428pp.
escrever, como se a sua pessoa fosse acompanhar o ELIAS, N. 1965: The Established and the Outsiders. A Sociological
texto escrito. Enquiry into Community Problems. Frank Cass & Co. Londres. 240pp.
Com alguma freqüência alunos RODRIGUES, SR. 2004. Roleplaying Game e a Pedagogia da
Imaginação no Brasil. Editora Bertrand. Rio de Janeiro. 210pp.
respondem várias coisas, entre as quais SACKS, O. 2006. Um antropólogo em Marte. Cia .das Letras. São Paulo.
360pp.
apenas uma diz respeito ao enunciado.
SEARLE, JR. 1975. The Logical Status of Fictional Discourse, New
Esta última é uma prática discente preocupante Literary History. 6 (2): 319-332. Em: Winter, 1975. On Narrative and
porque pode representar a expectativa ser tratado de Narratives., The Johns Hopkins University Press.
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