Você está na página 1de 16
al of Sociology. CriiealSoeology, Sociol Problems, The American Sociologist. Teen bi hoje 2008 pelo menos Sis vos com artigos reidos sobre tems 2 Bourdieu 1985p. 6. Bd. bateira, 197, p19 23 lem, 2003, pp 12-5. Bd. braieira, 1998, pp. 7-8 24 Idem, 1985p. 101 ” CAPITULO II TORNANDO A DOMINACAO DURAVEL: GRAMSCI ENCONTRA BOURDIEU Onto feito da ilu escoldstiesconsite em deserever 8 resiténcia 8 dominagio na lingusgem da consclinela — tal como. fazem tote radigdo marxita come algunas ievleas o feminism que, dando margem s08babitos de ensamento © delinguagom, esperam ques libero politics provenha do feito aaomitico da “tomada de conselznel”— como cesule pica, ignorando e extenordiassi inrcia que results ds Snaergto das exerts socal ns compos individual, Ene a tornr as cosas expliitas poste suds, spenas um death: o processo de desdomesticasto, de descondicionamente, envolvendo ropetios exercicios al como 0 treinamento dos sles, pode transforma daravelment habitus Pierre Bourdieu! Bis 0 motivo adicional para fundamentarmos 0 corporativismo do universal no corporativismo comprometido com a defesa de interesses comuns, consensuais inequivocos. Dentre os maiores obstéculos a isso esté (ou talvez tenha estado) © mito do “intelectual orginico” — to caro a Gramsci, Ao reduzir os intclec- +s Sima frase 6 omitida na wadato beset. (N, d07T) ” tuzis 20 papel de “companheiros de viagem” do proletariado, esse mito impe- liu que eles tomassem a frente na defese dos proptios interesses e explorassem (05 meios mais eficazes nas lutas em prol das causas realmente universais™, Paralelos e contrastes Em seu Esbogo de autoandlise?, Bourdieu encerregou-se daquilo que ele mes. mo chamou de socioandlise do eu, substituindo a biografia egocentrada —que discorreria longamente sobre sua carreira triunfante — pelo exame do campo ‘educacional no qual ele cresceu; pelo exame da sua propria imersio na guecra civil argetina, enfim, pelo exame do campo universitério no qual ele ingressa- 1a, Ali, muito do seu foco recaiu sobre a questi do predominio académico da filosofia encarada por ele na Ecole Normale Superiéure, com a consequente depreciagio da sociologia na Franga e sua recusa em se aliar e marxismo entZo em voga, Por fim, ele explica seu interesse pela reffexividade e suas idoias sobre o campo académico por meio da propria trajet6ria intelectual ~ dos ‘confins rurais do Béarn a professor no Collége de France. Ele sempre se sen ‘ira constrangido, como se fosse um impostor, no mundo académico frances, Por possuir aquele “habitus servil” — efeito da “discrepéncia muito pronun- ciada entre elevada consagragio acedémica e a baixa origem social™. Poréta, parti dessa perspective privilegiada, Bourdieu estaria apto a “objetivac” todo 6 teritério académico. __ Antonio Gramsci, caso nico entre os grandes te6ricos marxistas, por ter vvindo de uma origem rural bastante semelhante Aquela de Bourdieu, sentia-se igualmente desconfortdvel no ambiente académico, muito embora, para ele, isso resultasse no abandono da universidade rumo a atividade jomalistica e & ‘ititincia politica, antes que fosse langado no eércere sem qualquer ceriménia pelo Estado fascista. Os parelelos entre suas perspectivas intelectuais — as de Gramsci eas de Bourdieu — sao impressionantes! Ambos repudiaram o deter. ‘minismo hist6rico do velho Marx; ambos desenvolveram concepgdes bastante sofisticadas acerca das lutas de classe; ambos focaram o mesino aspecto social, aquilo que Gramsci chamou de superestruturas do capitalismo e Bourdieu chamou de campos de dominagio simbélica. Ambos, portanto, deram pouca ‘mportincia & economia para se concentrarem nos efeitos dela. Num sentido ‘mais afirmativo, ambos se interessaram principelmente por questles ligadas & dominacdo e a reprodugio da dominagio, Eles estavatn preocupados em cor Dreender a agdo social dentro da légica de coagées ¢ de restrigdes, para com 50 ‘sso superarem o que consideravam ser as falsas oposigdes entre o voluntarismo 0 determinismo, o subjetivismo ¢ o objetivismo. Assim fazendo, ambos se valeram das ideias primeiramente formuladas por Marx € Engels nas Teses sobre Feuerbach. ‘Tanto Bourdieu como Gramsci foram bastante reflexivos quanto ao papel os inteleetuais na politica —o lugar destes na reprodugo e na transformacao, das ordens sociais, Malgrado a semelhanga entre suas trajet6rias edisposigoes ceapesar dos interesses teéricos que tinham em comum, as divergéncias funda- ‘mentais entre Bourdieu e Gramsci s4o muito mais interessantes: esto total- mente ligadas aos contextos hist6ricos distintos em que atuaram. Sobretudo, Gramsci, tendo continuado marxista, mantivera-se engajado nas questdes do socialismo em uma época em que este ainda estava no centro da agenda poli- tica; j4 Bourdieu se distanciara do marxismo, vivendo naquele que seria co- shecido como o mundo pés-socialista, Finalmente, Bourdieu depositava maior confianga na verdade escoléstica produzida na academia, ao pasco que Gramsci fundamentava a verdade na expetiéneia dos trabalhadores no processo de produgao e nos comités de fa brica, abrindo caminho para aquilo que ele denominou o “intelectual orgénico’ inerustado na classe trabalhadora. Para usarmos a terminologia gramsciana, IG onde Gramsci via o bom senso embutido no senso comumn da classe operd- ria, Bourdieu via apenas 0 mau senso, © mau sentido. Bourdieu, por sua ver, punha grande £6 no bom senso potencial da sociologia elaborada dentro de ‘campos académicos relativamente aulSnomos. Gramsci, por outro lado, era cético quanto possibilidade de os intelectuais universitérios serem algo mais o que simples “intelectuais tradicionais” que, no final das contas, $6 re- produzem a dominagio. Para ele, a sociologia confundiria a organizaga0 politica do consentimento com o consenso ilusorio e espontineo —tal como podemos observar nos escritos de Emile Durkheim e nos primeiros trabalhos de Talcott Parsons. (Cada autor estava preocupado com as ameagas da patologia — Bourdiew ‘com a invasto da ciéncia social pelas pressdes do mercado e por especialistas ssubservientes; ¢ Gramsci com as experiéncins da classe traballiadora que esta- vam sendo mais distorcidas que elaboradas pelo partido politico. Porém, 30 atacarem as posigdes um do outro, cada qual tornov absoluta a autocritica alheia, Desse modo, Bourdieu transformou as observagdes cautelosas feitas por Gramsci em relaedo ao intelectual organico em uma polémica cabal conta cse intelectual organico. 14 Gramsei, caso tivesse a mesma chanee, teria trans- ormado as notas criticas de Bourdieu sobre as falécias escolasticas cometidas su por jomnalistas e académicos em uma demonstragio das limitages intrinseces do intelectual tradicional. Essas Vises opostas acerca do intelectual organico © do intelectual tradicional jazem sobre vis6es também divergentes acerca da dominagdo: de um lado, a dominagéo simbélica em Bourdieu, na qual o domi- ado nao reconhece sua submissao como tal; de outro lado, a hegemonia em Gramsci, na qual o dominado reconhece e consente sua submissdo, A partir disso, emergem diferentes teorias acerca da dindmica da mudanca social, A medida que nossa anlise compara as trajet6rias sociais de Bourdieu e de Gramsci, ¢s8as trajet6rias trazem & tona suas respectivas concepedes do ‘que sto 05 intelectuais, com suas teorias divergentes da dominagao e da trans- formagio da sociedade. Sendo entéio eoerente com o modo pete qual eu orga- nizei esses encontros, a saber, como minha resposta marxista a Bourdieu, tentarei reconstitur a teoria deste sitimo por meio da perspectiva gramscians E imitando a avaliagdo comedida que Gramsci fazia dos seus antagonistas, especialmente Benedetto Croce, tentarei tornar Gramsci mals respeitoso com Bourdieu do que Bourdieu foi com Gramsci, Comegaremos mobilizando a ogo de habitus em Bourdieu, para ento tragarmos a intersecio da biografia com a histéra, A intersecao entre a biografia e a historia Com # noyio de habitus, Bourdieu transcendeu o subjetivismo da perspectiva entrada no ator sem, contudo, cair no abjetivismo do cientista vindo do nada, ‘20 reconhever a incorporago das estraturas sociais como conjunto de dispo- sig@es, de inclinagdes duréveis, porém, cristivas e mutantes — isso na fortna de percepgdes e de apreciagSes do individuo. O habitus dé conta do senso Pritico: é a capacidade adquitida de inovar, de jogar 0 jogo, de perceber 0 (1866-1952), prinspal hstoiador dso italiane do século XX, Cou emt 1903 e revista Za Crea, com a qual contbiria por quate décadss,Desempenton viens argos oltcns «se op6s ao regime fscsta (1922-1963), aps o qual, ondou horameate Partido Liberal. Seu pensamento,infenciado plo idealism hegeiano, abeange os campos a esdtica, lpia, da tea ed loofa dasa, Eaguanto autodata, sue Alovot ok {gvinda pela dein do poder clativo do homer, Ente suas obras, destacari-seHistria da Europe no século XIX (1933) A Histdra como narrative da lberdade (3M) ¢ Close 6 whe os aliadas (1881). Vee Gramsci, Caderns do cdrcere, ol — Trdg ao studs deo, 9a. filosfa de Benedete Croce, 2004, (N. 0) sa sentido desse jogo — urna criatividade definida por disposigbes acumoladas < intemalizadas « partir das estruturas sociais prévias; uma cratvidade ao mesmo tempo canalizada edelimitads pela estrutura social realmente exis- tente, Nés podemos imaginar 0 habirus como sendo composto por camads, com as mais profundas delas sendo adqurides logo eedo na infancia, E 85 biografias de Bourdieu e de Gramsci oferecem-nos ums sucessto paraels de «quatro conjuntos de experiénciasindividuais: 1 a primeira infdncia ea edu- cago escolar (da zona rural para a cidade); 2) as primeiras experiencias polities (« revolugio angelina versus o movimento dos comités de Fabrica); 3) o desenvolvimento te6rico (a universidade versus 0 movimento comunis- ta); 4) 0s redirecionamentos finais (da universidade para a esfera publica versus do partido para 8 ‘Ambos cresceram em sociedades agrvias, Gramsci nasceu na Sardenha.em 1891; Boorgieu nasceu préximo aos Prenevs em 1930. Os éoisforem filos de fancionérios pibicos locals — Bourdieu, de um carteiea que se torara esere- vente no gabinete dos correies do povoado: e Gramsci, de um copista do car- t6rio de registros fundiérios que havia sido preso sob acusagdes de improbida- de administratva, Bourdieu era flho tnico, mas Gramsci tinha outeos seis izmios que desempenharam grande papel no inicio da sua vida, Ambos foram bastante apegedos as mes — nos dois casos, estas eram esposas de srarus social mais prvilegiado que seus maridos. Oremssie Bourdieu foram ambos alunos brithantesna escola e, por meio de empenho e de vontade,sairam dos pobres povoados natais para grandes cents urbanos, cada qual como apato do sus devotados professors. Sem divide, a vida de Gramsci foi muito mas diffi que a vide de Bour- dieu. Nto apenas era sua familia muito mais pobre, como ele também sofreria da dor fisica e moral de ser um deficiente (corcands) Foi apenas gragas a imensasreservas de determinagio, de eutossecrificio e com 0 apoio do irmao mais velho que pOde Gramsci fazer sua jornada em 1911 para o nore da Itia continental, dispondo de bolsa de auslio para estudar Filosofia e linguistica 1a Universita Torino, De forma parecida, Bourdieu iniciaria seus estudos no liceu preparatério ¢ ingressaria na Ecole Normale Superigure para grax {am autonomia intrinseca somente em relagdo a classe dominante (industrial), pois estavam assentados em suas conexdes com sistemas de produgio anterio- tes (mercantis), © que os tornava especialmente aptos para criar certa repre~ sentagio do universalismo que as vezes se manifestava em um anticapitalismo franco. Porém, sua verdadeira funsfo social era reproduzir 0 capitalismo, 20 protegé-lo no apenas dos grupos explorados e subjugados, mas também da ‘queles capitalistas que ndo conseguiam enxergar nada além dos seus interesses ‘econémicos imediatos. Bourdieu tinke duas respostes a tamanbas acusagdes. A primeira era que a universalidade burguesa, fundada nos campos culturais, foi a mais elevada conquista da humanidade e, sendo assim, nossa meta era universalizar 0 aces- so dquela universatidade, Todo mundo devia ter @ oportunidade de apreciar um Plaubert, de admirar um Matisse, Em outras palavras, a autonomia intelectual era realmente de interesse universal — a ponto mesmo de se negar as classes exploradas e subjugadas a percepcdo que elas mesmas podiam ter das prépriss culturas, Esse argumento parece-me bastante consistente com a nogo grams- ciana de intelectual tradicional, cuja fungdo é reproduzir a dominagio por meio dda nogago de qualquer cultura alvernativa, Mais interessante, porém, € 2 se- ‘gunda estratépia de refutagio de Bourdieu, a saber, que a autonomia dos inte- lectuais cria, em condigbes étimase ideals, um saber critico que desmascara a dominagdo. Em outras palavras, a posigo ocupada por Bourdieu no campo cientifico permitir-Ihe-ia demonstrar como @ distingo cultural esconde 2 do- ‘minagdo baseada nas relagdes de classes. Porém, aqui também encontraremos 6 seguinte paradoxo: nfo apenas o desmascaramento, mas também o mascara- ‘mento da dominago depende da autonomia dos campos culturais e, sendo assim, defender essa autonomia implica defender a dominagio baseada nas relagGes de classes. 63 Pondo & parte a questio da defesa da autonomia académica em Bourdieu, ‘ proxima questio é: para quem ele estaria falando? Como ele mesmo disse em Sociologia em questo", as classes domninantes nao tém qualquer interesse nna mensagem da sociologia e, muito embora os dominados tenham tal interes- se, eles ndo tém capacidade de compreender a mensegem sociolégica — vio profundamente enraizada ¢ sua socislizagZo no capitalismo, Beis o derradciro paradoxo em Bourdieu: sua insisténcia em realizar a raptura radical com 0 senso comum ¢ seu temor de que 0 engajamento dos intelectuais com os do- ‘minados fosse algo petigoso estavam em desacordo com seu projeto de tomar ‘dominagdo totalmente transparente. A profundidade do desconhecimento dos individuos dominados significaria que 0 desmascaramento da dominagdo no podia ser realizado a distancia, Na prética, Bourdieu parecia gostar dessa con- duta; cis por que ele foi o tinico dentre os aclumados intelectuais europeus a ser visto em piquetes dialogando com trabalhedores em greve nos anos 1900, (O que ele estaria fazendo enti sendo aspirando a ser um intelectual orgénico? ‘Sua prtica parecia desmentir sua teoria, Sendo assim, enquanto Bourdieu dirige sua dupla critica ao intelectual orgénico de Gramsci — quer sucumbindo a ignorincie popular, quer Ihe impondo seu desconhecimento autointeressado —, Gramsci poderiareirbuir a “gentileza” com sua propria eftica duple ao intelectual tradicional de Bourdieu: ‘04 0 campo intelectual & permeado pelas forcas sociais corruptoras e desvi- tadas dos mereados ¢ do Estado e, portanto, seus lagos com a classe domi ‘ante seriam transparentes; ow o campo intelectual 6 auténomo ¢, dessa fei- {a como ¢ mais provével que aconteca, ele s6 promoveria a universalidade dos dominantes. A eritica de Bourdieu & dominagio 6, pois, ela mesma ex- pressa nos termos da universalidade cultural e artistica, Na total falta de um vefculo que comunique semelhante critica as classes que nela tem interesse, a universalidade transformar-se-ia simplesmente numa espécie de subsididria da dominagio. No postscriptum de As regras da arte, Bourdieu nfo emprega a mesma Enfase © se artisca. Por nfo ter atribuide qualquer papel histérico as classes ‘mente por causa Gesu lagi eoletiva com ater, peta ofereer oe ingrecionts para a compreensfoevalasionratotalzadora, ato fost apolads pelos selects aioasvndos fas cdades, 12 Bim ceus xtudos argelinos, especialmente em Agi, 1960199), Bourdieu adotou reainen ‘w una visto marssta ortodoxa,coaforme a qual a wuss wabelhedora poderlaslangar a ‘compresnilo ttlzadora do mundo socal devo as oativasegurangae2onbmiese 0 horfonte tmpora lato — slo negado 29 campesinaoe so lampempelstariago. Mais ‘ante, ete aqui como exemple A sting (1988), ele abandonad essa perspestiva em fivor ‘dum supotoeprofundo desconhecimento do trabalhadoes a respito da estutura soil e suas potencialdede, 19 Bourdieu, 1986, p 374 4. bese, 2007. 350. 14 Adam Preeworki (1988) alisou e maneta como « competcio ent 08 patios scabs dando forma is classes qu les supostamentsreprorentam. Eis um excelente exerialo ‘conctea do agumento de Boule, 15 Bown afin “[..]A coisa mais interessante sobre Grarmsi — a quem ev st eacentee ante — 63 forma com ele nos oferece at bases de ume vocilopia dos pai comunists liaise das derangas de su tempo. Tado aqui extvalonge da ldeoogia do ‘nelectal owpnico pela qual ele #bastateconhesio™ (1990, pp 27-8) Ver também Bourse, 1998, ‘capitulo 10.¢ 199, "Repeesenagto polities” c“Delegege de poder eflichisto police” captslos 809, 16 Gramsci 1971p. 27 Bourdin, 1958. 18 Hem, 19986, 19 Idem, 1955 20 Ider, 1956, 2) idem, 1586, p48, Bd bse, 1996, p 378, 22 Gouldner, 19, 2 Até mesmo Bourdle fol levado'a se apropear d dela do inelctaloghnico“O enosoci. Sogo € um tipo de intelectalorginico da espécie humana, o qual como um agente coli, pode contnbui para devnaturalaa deefaalizar a exinecia imans, o prev competent 5 secvigo de um niverslismabasesdo na compreensto dos paticlarsmas” Capua Waa, 2004, p38). Maso intelectual erinico dessa etidade Go abszata (a humanidade) sera 8 propria antkese do intelectual oginicegramsciano e, dosse modo, sera ums apoteose do ‘ntelects adcioalereado por Gras 24 Beusdien, 0, p. 17. Bd. bralaes, 2001, p. 215 25 Gramsci, 107, p. 244 26 Boussion, 198 27 Gramsei, 1971p 126 28 Bourdieu, 156 29 Bourdies, 1588, pp. 179-80, 30 Hdem, 18986 St Hew, 2003, »

Você também pode gostar