De acordo com Lerner (2000), as cincias so caracterizadas por princpios
organizadores centrais. Para a Fsica clssica, esses princpios so centrados nas leis de Newton; para a Fsica moderna, segundo o autor, as leis de Newton so prolongadas e subordinadas pelos princpios do relativismo da mecnica quntica. J para a Qumica, os princpios centrais so a conservao de massa e energia, a tabela peridica dos elementos, e as leis da mecnica quntica. Para a Geologia, o princpio central a teoria das placas litosfricas. E, para as Cincias de Vida, um dos princpios centrais a evoluo biolgica. A teoria evolutiva tem sido assunto de estudo intensivo por, aproximadamente, um sculo e meio. Grande quantidade e diversidade de dados foi relacionada e se fez compreensvel na base da teoria. Ao dar o lugar central para a evoluo, nas Cincias de Vida, Lerner (2000) se pergunta: o que necessrio para propiciar ao estudante uma boa compreenso desta cincia e do papel unificador da evoluo nela? E afirma: a estrutura terica da evoluo um tanto abstrata. Para o autor, como estrutura terica, a teoria Darwinista de evoluo no revela seu poder s pessoas que no so familiares com uma amostra razovel do largo espectro dos fatos que a teoria explica e correlaciona. Nos nveis escolares iniciais, consequentemente, os padres devem focalizar naqueles fatos e ideias bsicos da evoluo, que podem mais tarde ser incorporados a uma viso mais ampla sobre evoluo.
3.2.5 Organizaes antievolucionistas e implicaes para os currculos escolares
Apesar da grande quantidade de investigaes sobre o ensino de evoluo, a pequena
compreenso pblica sobre o tema tem sido considerada problemtica pela maioria dos investigadores (ALTERS; NELSON, 2002). Alm disso, em pases como os Estados Unidos, h organizaes antievolucionistas que buscam abalar o ensino da evoluo (INSTITUTE FOR CREATION RESEARCH, 2000; NUMBERS, 1992; ALTERS, ALTERS, 2001; ANTOLIN, HERBERS, 2001), oposio que considerado um risco, por alguns autores, inclusive, quanto ao financiamento de pesquisas (FUTUYMA, 1999, p. 43).