Você está na página 1de 36
emer omrninsl 4 Fucsona pa iomeacto, ‘akong mmc Siggaecoumpote ons ‘eae hao | ‘Unensoane Caréuca Boron Fina de Cr 1699003 Lan ‘DEH 214 ena edie neep heal Sete Emp Geen, SA 15 eeepees Dota esas Siasooe2 Fernanda lharco Filosofia da Informagao Uma introduedo @ informagao como fundeczo da acco, da comunicagho eda decisto UNIVERSIOADE CATOLICA EDITOR UNDA sd no tpt da eal a inoemago, hares apse forma canvincente que 1 flasfa da iahomasso ‘avestigago, ca een 6 a andi ex faterpetgio das gute edo problemas conceprns emerges na ecidade d norma. Tv corn vesens do deka em caso cere ue apis uid 3 floss da infomagdo, sents nopersamento de Heeger Aigo feremeneltca, © etl &tznamente rors, ae sete ‘Abra ord mc el pata os nvr ized ese tne agar doe detenvlrinenty mi cents oat dea relacionadas com fenémenos da infornagioe da comnizspo, bem cone pata o plice ‘mgt pla clara com que aborla nao mundo da inormaso «doe eu problean” Lucene Caines Ro Ue) ees Bu tarda bet pas, Te Race Gude Pay 9) ‘hoping (109), Eas do 0, th pane rapes omen o tn fs rm "Uns excleieintesugto gums ea emergent de peasomenis fr mental sobre a informogi es fenéeenas como ela relacondes lac tscreve de forms ldedae convince. O seu entendments da cea ® sofvicado 2 sun ierpretato fenomenolgien da inferno € gl rg Tae de um lo que no pode se dens por que: teaha um interes sso no fees de informs, dae ses een logis de infomacdo ede eomunicagt eds suze unlicaSes ast 09 ano oxganzacionl como pra a sociedad como wats.” tooo Lary end Co-ed vere iin BA Ios Try ato dba Ngee esi ol Tove 1957 ee pn borhan nmap inras, Scomeiine hes Indice Prefécio Ceptulo um Introdusdo & Flosofa da Informasso 1. O contexto da Filosofia da Informagko 1, Um regress da e& losfia 3.A diversidade do fenmeno de Informagio 4 Quetro paradigmas sobre « Informagko 5. Problemas em aberto na Filosofla da Informagto Capo dois Informagio, Tecnologia e Sociedade 1. Informagfo natural, cultural eteenclégica 2. Informagio televsiva como contexto 15 8 » 3 43 56 B 8 teenologiainformacional ¢ comunicacional 4, Informagia e Comunicagéo como actividade 106 5. Informagio tecnol6gica como realidade 119 Captulo 8s 133 Para Uma Fenomenologie da Informacio |. Uma investigagdo fenomenol6gica 138 2. Ontclogis: Ser’No-Mundo (Heidegger) 143, 3, Ontologia: Autopoisis (Maturana e Varela) 151 4. Familardade e diferenga 157 5. A Aego/Diferenga que fer a Diferenga/Accdo 171 (© presente texto visa apresentar ao patblico inveressado em matétias da informagéo, da comunicag, dos medi, da nova tecnologia e da sua gst, da sociolagia da sociedad da informagto e da flosofa a étea emergence do saber que pode ser apontada pelo nome de filosofia da infoemacagh ‘Tatas de uma inten de esclarecimentn e de uma cont buigéo para o debate emergence na Europa e nos Estados Unidos da América sobre & posiildade e o pocencial do Aesenho da conceptualizgio de uma nova fea de inves ‘acho, de reflexto e de descobets, a qual sobre o nome de filosotia da informagao, se dedicaria ao estuda do fendmneno da informacho, enquanto fundamento da aco, da comuni- cago e da decsi,e, tami, como manifesto prima « fundamental que parece estar a marc a mesa épaca, a qual sincomaticamente, é refed por‘sciedade da informa ‘Nesta perspectva a informacio &tomada como o fens reno de base, como a fndacSo sobre a qual assenta ui ts outros fendmignos ¢ Seeus de investigago, como por cexemplo, a comunicagio, 0 media s tecnolagtas eos sist ‘nas de informagéo, © computador exlnis da sociedad com i re 210 | losis ds Iformazse ‘tempordnea, é talvez a manifestagao mais comum e aparente do fendmeno da informagéo, no entanto ele é apenas ume materializagéo da informagéo; porventura, uma das mais vitais ¢ relevantes em termos de investigagéo para a socie- diede contempornea, mas ainda assim apenas uma forma do fenmena de base, a informagfo. Em termos conceptuais, pelo menos num primeiro escutiniofa informagéo precede a comunicago, a tecnologia, a acco € 0 conkecimentd| Desta forma, a nova tecnologia chamou apenas para a primeira lina da investigagio ecadémicaecientfca eda reflexto flo séfica um fenémeno to velho quanto oseso qual sintomati- camente parece poder equvale-se a este dio, e que gta- nbamente pode cer estado esquecid até hoje. {A filosofia da informagéo, tal como outros ramos ou reas da Sosa, pretendelangar sobre ofenémeno da infor- smagio, sobre a sua nature, caractersticas,rlagbes, proble- ras, possitilidades,et., um olhar de fundo, bala que tudo pode pensar e questioner, visando dessa forma, alicergando- -se na questéo primétiae fundadora da reflex filoséica sobre 0 que é — 0 que € a informagfo? ~ poder clarificar 0 entendimento,¢ por so 0 slmiicedoe at possibldades de acglo dos homens num tempo em que éinformagéo ¢ a somunicagéo de naturena tecnolégica ~ os texts em compu tador os sons ariflas os videos os telemeveis a televisto, ere, parece estar nfo apenas constitui-se com instru- ‘mentos, a sua mais Gbvia naturesa, mas sobretudo como o tépro contexto e background da acgdo dos homens no rundo%) [a A flsofia da informagoesté hi muito em desenvolv- mento. Como brevemente referiremos no capitulo'l, @ filo- sofia da informago, os problemas que esta potencial nova rea esté e deverd continuar a aborday, investigar, detalhar € clarifiear, patadoxalmente so novos ¢ sf0 velhos. S50 velhos, porque a informagéo tal como hoje intuitivamente a entendemos sempre foi o ambiente humano; so novos, pot- «queso probleraas levantades cabretudo pela inforshago © communicagdo teenolica, a partir do desenvolvimento do computador pessoal e com muito maice intensidede desde a penetragdo massiva da Intemete dos teleméveis no dia ia da sociedade organzacional contempordnes. A informegso tecnoléyia é hoje a mari prima do trabalho, da medicina as actividades financeias, dos media & genética e & botec- nologi, das vagens expacais sfronteitas da inovagto cen ttle, onde os novos deserwolvimentos, as prépis possibi- dades de progresso, estdo dependentes da capacidade de ser gerade nova tecnologia, novo hardware © novo software capas de por sua ver gerar novos dados, novos detalhes, roves diereng Esta obra divide-se em tréscapttlos. No Capttlo 1 ‘ntrodusimos & flosofa da informagéo, focendo com algum detalhe o contexto em que a emergéncia desta nova drea std a acontece, 0 regeso da flosofi a0 centro do debate contemportneo ¢ 0 regresto 8 flosofa por parte da invest ‘gagdo em multe evariadas bas estabelecidas do saber, a diversidade de contornos, aspectos e caracteristices no Ambito dos ques se manifesta o fendmeno informasio, 0 chitenumenro copeeprunt ueste eum ww ann ue puaadignis encoldgieas e epistemolégicos diversos e, em ‘oaclso, propomas ui eonjunto de problemas em aberto sub os quis paderifdever debrugar-sea flosofa da infor gia ‘© Capitulo 2 foca o relaclonamento ¢ as influéncias suuas ¢complexas ente o fendmeno da informagio, nas suas mips manifestagBes, eas novastecnologas de infor- ago ¢comunicagio, dando uma Enfese especial 3 andlisee conceptulzagéo destes fenémenos no aimbito da sociedad ‘onganizacional contempordnea, Sob este pano de fundo, 0 capitulo abode a emergéncia da sociedade da informagio, rev os diferentes tipas de informagio no Ambico dos quals agimos, descreve e analisa a informacéo televisiva numa perspctva contextual, faz urna breve resena histtica da shsorgéo organizacional das tecnologias de informagio comunicagio, prope 0 entendimento das novas tecnologias a diferentes niveis conceptuais, tanto como instrumentos, quer como um novo eect de etividade que se ver juntat 2 agvculurs, 3 indstria aos servigos, concluindo com a sndlise de informago e da comunicagio tecnolégica como realidad © Capitulo 3 visa contribu substantivamente para a ‘nea emergente da filosofia da informaglo. Apresentando una breve andlisefencmenolgica da informacéo, o capftalo pretende star a tipo de problemas e de investiga desta potencial nova Sten do conhecimento. Nao significa isto que ‘nquestio abordada ~ 0 que € a informagio — sea a nica a.) Soe métada fenomenoligico seja 0 tint i investigar as miliplas manfestagbes do fenfimeno em Depois de contextualizar o tipo de investigacaa « levar a ‘cabo no ambito da prética fnomenoligice, 0 capitulo revé mito sumaramente a obra Set nv Zee do fos alemao Martin Heidegger (1889-1976) e a biologa edrica usop aris, proposta pelos cientiscas Humberto Maturina ¢ Francisco Varela, os quas so tomadas como base ontulgiea da investigagio. Segudamente o texto analisa as problems cas da familiaridadee da diferenga, a informagéo, os das © a diferenee, concluindo teferindo um agpectn central, desta ‘ado vétias vezes ac Longo do texta, 0 da unicade funda- ‘mental entre informagio, dados, comunicacdo, acco, conhecimento e o mundo, “Hoje, em finas de 2003, elguns meses depis do primeiro paper que endereca drectamente oestabelecimentn de uma nava rea da filoofia sob o nome de filsoia da inormagio, tet sido publicado na Metaphisopsna mesma altura em que a Blackwell langa uma importante obra de referéncia © enquadramento desta potencialérea do saber, The Blackwell Guide tothe Pilsopyof Coming nd Iformacion,*quanclo ‘iris outas eas estabelecidas no panorama académico & cientifico mundial se debrugam crescentemente sobre 0 fendmeno informagéo, este texto, que tive a honra € 0 gosto de pensar e escreves, a convite da Exma. Senora View Reitora da Universidade Catélica Portoguesa, Professora Doutora Maia da Gloria Dias Garcia, € tam ’ u[r tribuigio desta universidade para reforgar o papel de Portugal e dos seus académicos em temas e problemas cuja actualidade flagrante marca d capacidade dos homens peisa- em eescolherem 0 seu presente futuro ¢, de algima forma, tarmbém a sua prdpria Hist Capitulo um Introducao & Filosofia da Informagio ‘Sobre a filosofia da informagfo talvez hoje posta dlger-se 0 que 0 fildsofo fancés Maurice Medlenv-Ponty | (1907-1961) escreveu no famoso Prefécio da obra 2 Phenomenoog dela Preto, sobre fora, a radialidade e ‘ a promessa do movimento fenomenolégico de primeira metade do séeulo XX: nfo tanto o encontrar de uma nova flosoi, mas antes 0 reconhecerequilo que eles fentéo, os letares e estudiosos de Husserle de Heidegger entre ‘outros, € hoje mutatis mutandis os investigadores dos fenéme- { nos da informacéo, da conmunicagéo e da nova tecnologia] tém estado & espera.” O que 6 eno, a filosofia da informagio? No inicio do seulo XXI, esta questio tem varias resportas ¢ respotta neuma, Respsta nenhuma, poroue ndo pode dere que ‘oj sea genercamentereconhecida pela comunidad acedé- rica e cientfica mundial uma érea de invesigagto e do conbecimento apelidada de flosofa da informagto, No 5” entanto, éprecsamente ese estado de clas que pode eta & bere de mudar Essa mudanga, que eouivale co estabelecer de ‘um novo campo do saber, de uma nova érea de investigagto, tees desi, nas ser antes oculminar de um longo caminho do rensamento e das aegSes dos homens, juntando-¢cruzand de ‘uma forean substantiva sob ura novo paradigma intelectual, ‘ras inhas de investigago noutrastantas eas do conbeci- rent, todas elas ciculando e progredindo & volta dos fend- merios da informagdo, da comunicagso e das novas tecnclo- se. Brae esas reas deve refers fost da ment, da ‘consciéncia da linguagem, as cncias cogitivas, as cncias computacionais, as ciéncizs da comunicagéo, os media suds, «sistemas de informagfio, a flosoia da teenologa da te: ‘ologia de informacéo,« Blosofla da comunicaySo, a neurlo- st, ss cifncias da complexidade, as cidncias da infonmacto, a teovia dos sistema, os extudos da inteligncia artical ‘O qué € novo ne filosofia da informago por iso asa maior forge promessa, & a possiildade de sob um mesmo paradigms, nfo apenas no Ambito de uma mesma teotia ou foposta ontol6gca ou episternoldgca, mas sob uma mesma perspectiva de fundo, a da informacéo, poder proporcionar a reflex fundamental e critica sobre os pressupostes, os éto- ds, a investigagbes, as descobertas, as vidas os problems ccs solugBes, de uma cada ver maior parte das actividades cientificas, comunicacionais,teenolgices, cultures, coins profsionas das sociedades desenvolvidas A filosofia da informaglo, hoje, ¢ algo sobretudo de poten e nfo ainda de actual. NSo pode dier-e que esteja 4 cstabelecida coma uma Sea particular da filosofia ou das incias dajnformago eda comunicago, da computagso, de dades, ow seo potecia ce uma nova ten do sabe cant videde intelectual hurnana, se vir a esabelecer a breve prazo ‘como uma nova area priméria da investgaodo cintificn e scadémica hoje em dia elevada, A flloofla da informagio € assim am project destinadlo consoldar numa ref cle investigaro muttinoma, por isso ver sendo questbes, métods eteris distin, unm sie vast sima de problemas ede questesorginads e elacimados na cmergéncia da chamada soiedade de infermacio, Em termas ‘ais gerais cla € a colocagoflositc, sem pressupostos, igo- tsa e radical da questo da informagéo. Ela € a tentativa de pensar flosficamente a informagéa: O que € informagtio? O ue € a informaghey Quas as dindmicas e modos de set da informagfo? O que distingue a informagio doutros fensme- ‘nos que Ihes séo associados, como por exemplo, os dade, 0 conhecimento, a acglo, as ides, as nogdes,o sx a die renga! A sociedade da informaco 2 socedace de que A llosofia da informacio surge no contexto da emerge sia de um novo tipo de informagéo, a informagao gerada, seria, manipulada, amazensda, dstribu(da pela tecnologia. Ela surge como uma nova aproximagéo de topo ao homesy © #10 mundo, isto 6, como um novo pazacigma, na ambico do uals vas descreverc entender no apenas aqulo no quala homer hoje ests mero, a informagso teenolgica, mes soh esse pretexto e no ambito desse fenémenn de investign: e ‘questionar os prépriosfundamentos do que 6, do que existe € do que somos nés,linmens no mundo. 18 | lero ca normicte 1.0 contexto da Filosofia da Informaso (© nome flosofia da informaéo néo erateferido, sequer informalmente, hd uns escassos dex anos}Contudo a forma como hoje emt-dia 2 idea, proposta ou nogko da osofa da informagéo se est a difundir nos meios acadlémicos e cientt- ‘ficos mais avangados deveras interessante, Para o que esté contecer, peta aemergenca de ume nove éea ds flosofa ou da penetrago da teflertofiloefica na nova éea da informa ‘so, comunicagdo ¢ tecnologia, @ qual, aliés, € 2a que ‘area com enorme peso os desenvolvimentos soca, poi ‘cos @ econémicos no nosso tempo, tem contribuido o traba- tho ¢ o empenho de muitos investigadores espalhados por todo o mundo, sobretudo na Europa Ociderital e nos Estados Unidos da América, devendaffo entanto ser destacado 0 papel de Luciano Floridi? bssesdo na Universidade de (Oxford, Inglatera, 0 qual hf escastos anos suger 0 temo flsofia da nformagdo numa tentative de captare de unit diversos campos ¢ investigedores numa nova érea fundadora, cou mesmo num novo paredima intelectual, cua primeira possblidede ¢ nada menos do que e ciagéo genta de um. novo ramo de fosofid) (© nome filosofia da informagho, ao estar a actuer como um becktrough, idecfic de uma forma simulteneamente rigorose, fundadora e motivadora o fendmeno de bate que ‘une um conjunto diverso de problemas e de metodologias, de investigago e de actividades cientifcas,ectualmente lca das em vérias areas da academia, umas mais tradicionais, 9 ‘como a filosofia propriamente dita ~ nomeadamente nos seus. ramos da losofa da cicl, da teenologia, da Kinguager, da mente, de consciéncia, a epistemologia ~ e as cincias cogni- tivas, as ciéncias da comunicagéo e a 4rea habitualmente designada por media seudies, a érea da ciéncia, tecnologia ¢ sociedade,eoutres reas ecempos mais recentes como a inte- ligencia artificial eas seus viios ramos, os ssteres de infor- maglo, a flosofa da tecnologia da informagéo, a flosofia da ‘computagc, etc, Todas estas éreas, ¢ outras como por exem- plo a estratégia, as relagbes internacionais, a biologia e a bioinformética, giram hoje 4 volta dos fenémenos dos dados, 4 informacio, do conhecimento ¢ da acgl0. ‘Nade tem tana forg como uma iia eujo tempo chego, ‘comentou em tempos Vitor Hugo. Hoje essa ideia é a infor- ragéo. ‘De tempos a tempos, na filosofa ocorrem grandes * rmovimentos. Estes movimentos nascem com ideias simples, pouces mas muito res. Teatase de ideas que proporlonamn ses flésofos um novo pris sob o qual vere anal as qus- 6s floséficas. Gradualmente os métodos e os problemas filo- séficos sio apurades e entendidos nos termos das novas nogoes. A medida que novos e interessantes resultados sto. ltidos, ese novo movimento transforma-se numa vagaint- lectuel,varrendo toda a éea, Um novo parecigma fllosico emerge...) A computagio oferece &filosofla esse tipo de nogdessples, mas incrivelmentefértels: assuntos novos € em desenvolvimento, métodos e modelos pare a investgect. (.o} Os computadores esti a trazernovas oportunidades e desafos para as actividades loses radilonas(.); esti a alterar aaa como 0s f6sofos entenclem conceits fanda- cloves em flosofa, como 8 mente, consign experiéncia, «:tocictio, o conhecimento, a verdad, a ética © a eit dad, Hea condtncia na ivestgagio flosia, ineoporando camputagfo em texmas de objecto de estudo, método & inodelo tem vindo sustentadamente « ganar momento’, oxygen em 1998 Byam e Moot! F\ losofla da informagHo € asin, a am tempo a filosfia ‘spear a informagéo ea informagé a entrar pea filosofi. A flogofia esta viru-se para a informagao e sinformago est se vira-se pare a filosfia. Porgué e porqué agoralJO pretexto ‘mais imedian € 0 de que tal como durante muitos séoulos a linguagem foi esquecida pela investgagfo Alos6fica, porque ‘eu tore fundamentals se ptessupuna s sua tansparénca total insrumentalidade, ou sefa uma cortespondéncia nfo cbserotva linear entre as coisse as ideas por um lado as polavras ¢ a fase por outro lado, também informa fo tis até hoje seivelmente da mesma manera, isto €, como evident clara, de certa forma objective e equivalent &s p6- pias coisas. Na vitagem Iinguistica da flosofi, protagonizada entre outros filofs e cientistas por Ludwig Wittgenstein (1889-1951), questionou-se de uma forma consincente & transparéoca ea iestrumentalidade da inguager. Ora sea Tinguagem nfo era um instrumento do homem, se ea rae como defendeu por exemplo entre outros flésoo aleméo Monin Heidegger, a pepriaesncia do homem, ist €,se na Tinguagem que o mundo, como mundo, s¢-nos revela huma- ‘namente, nto tod a experéncia humana, rods as questies fundadorasefundamentas da oso eda cca erin volte ser colocada. No que respeita so fensmeno da informa poo ervidente que nas sciedades mals desenvolvidas 28 pes vive imersn em informago de orgem eeenoligica ~ porque a tecnologia fer da natureza 0 seu prdpria eonceo, wom refer Marshall McLuhan (1911-1980)'-, deve colacaese 0 ‘mesmo tpo de questo /S: a informagdo nfo & transpaence seuma dstingdo ou uma dferenga varia o seu sinifcad, sto 6 0 que ela mesma € enquanto aquilo que é de pestoa para esse, de situacto pata stuacfo, de contesto pera context, nto o caréctet informative da informagéo, a sun pressupusta tranepartncia, dieser colocada em questi e desse facto retiradas as consequtneas que se sepuirem. Quer isto dizer que ainformacéo deve se investiga, reflectide, pensada em {ermos primétios e fundadores, ou seja como flosofi losin da informacict} Siaecent Parn esta potencial viragem informacional ds flo contribui em muito agula que ainda hoje & apliduda da viagem computaconal, Esta kia poder cers apenas a antoctmara daflaofa da informago,fvitagem corypute onal da flosofa caractera-se, em ertos nuts gers, por dis movimentosdisinos por um lado, 0 que € 0 comput dos, que sos teenologias de informact e quas as iraplt cagées € consequencias desse fenémeno na experigocia humans; por outro lado, quas as implicagses do desenvoli ‘mento des tecnologas de informagao ede cotniceen para * investgacto filosficapropriamente did neste quada za | fiodofa ds nformacte que Floridi entende que a filosofia da informagéo pode ser aproximada a partir de duas perspéctivas @ fundo: a pr- insta, poramente teGrica a partic das bases flosGfleas pro- poteionadas pela l6picae pela epistemologia; @ segunda, « gartsda visio mats técnice das ciéncias computacionas ¢ fis! (O que € 0 computados, o que é 2 computacio, quais ax suas implicagées © consequéncias para a experiéncia humana! Esta linha de investigagéo tem a sua radio no pensamento ocidental, no seio da qual sfo de destacar os trabalhos de reflenfoflosfica sobre o fendmena tecnol6- fico levados& cabo pela Frankfurt School nos anos 1920s, ‘por Karl Marx (1818-1883), ‘Oswald Spengler (1880-1936), Ernst Jiinger (1895-1998), Martin Heidegger, Marshall McLuhan, Jacques Ellul (1911-1980), e mais recentemente por Jurgen Habermas, Albert Borgmann, Anthony Giddens, ‘Hubert Dreyfus, Michael Zimmerman, Doft Ihde, Langdon ‘Winner, Manuel Castells, Lucas Introna € outros. 1 Sio ainda de referir como importantissimos contributes para’ emergéncia da flosofia da informagio os trablhos desen- selvidosna fea da computagSo, de inteligdnta artical e da Alosofa da intligenca artificial por Herbert Simon (1916-2001), Prémio'Nobel, bem como 0 paper pioneizo de! ‘Alain Turing (1912-1954), “Computing Machinery and Intelligence, que despertou intresses e desencadeou novos trablhos e investgagbes? ‘Na histéria das tecnofogias da informagéo, uma histétia curta na experiéncia humana mas tomande jé algumas déca- \a das nas nossas vidas, o fendmena da informagéa est a abit as portas da reflexdio e do’ questionar primétio e fudador tfpico da flosofia. “A revolugéo da informagéo mudow 0 ‘mundo profunda, ireversvel eproblematicamente, a uri ritmo € com um émbito nunca antes experimentados”, ‘excreve Flordi no Prefécio do The Blackwell Guide tothe Piste of Computing and Information,? continuando que ‘ela [a revolugo da informagéo] gerou usa manancial riquts- simo de novos instrumentos¢ metodologis, criou relidades inteiramente novas ¢ tomou possveisfenémends e expe- ridncias sem precedentes, causando um amplo leque de questbes conceptusis e de problemas tnicos,abindo assim possbilidades até aqui inimagingveis.” Dado o carécter iiciador mas também exploratrlo ¢ etalhado da obra acta referida, vale a pena indicat os tiple cose as reas que foram escolhides, quer como relatvamente consensuas quer como potencilmente fundadoras de nova ‘rea da filosoia da informagé. As nocGesfundadoras sobre as qua recai a atengo desta obra pioeia slo as de compu tagSo, complexidade, sistema ¢ informagéo, Eitas quatro nogbe, apes de nfo consubstancerem uma list texetiva ~ por exemplo, as ideias de mundo, significado, agfo entre ‘outras tero um carter tho primério ne flosofia da informa- 40 quanto aquelas quatro sio uma indicag clara das bases, a um tempg conceptuais e teenoléglcas, em que se fun- dam os problemas desta nova area. O fenémeno de base € sem davida o que d4 o préprio nome & érea: informag&o, No entanto, a computagSo é a constatagSo do contexto em que ni nossa época emergiu o proprio fenxémeno da informagio. Tanto as nogdes de complexidade como a de sistema ofere- wy suas pergpectivas de base, fundsdoras, no fnbito das quais a generalidade do trabalho de pesquisa e investigngi cienatcneflaséfica se tém enquadrado até ao presente 4 flosofa da iformagéo tem o potencial de se constiuir ‘com a hase de um vasto ndimero de dreasflos6ficasecient- ficas que trabalham e se relacionam com o fercmeno da indormagfo em sentido lato. Tanto a flscfa da linguagem, cla mente, da conseinia, a tea, como as eines cogit- ‘as intligencin aici, os sistemas ce informacéo, as cignvias da computagéo, a bioinformétice ¢ muitos outros tamos das chamadas novas ciéncias, como por exemplo & penética owas neurocitnclas,trabalham assenees num imenso para tecnol6gico peogtcem, com € na informacéo, No ‘ntanto evibaapropradamente Ford! esta nova dea no ‘lye ser comala como a flosota da tecnologia da informacion ‘nas verdadeiramente como a flosofia da informagio. Apesat di informagéo tecnolgca poder empiticamente sero fend- rneno mais relevante dada imensa penetragéo das tecnolo- as de informago comunicagio nas sociedades contempo- ‘ness, o fenvimeno de base, aqulo que de mais fundador e cesencial existe nessa realidade é a informagéo. Assim, a flo sofia da informagéo tema a possbilidade ¢ 0 potencial de se conwttuir como a dren primeira que persa,veflecte e questi ‘ona as vis tips de invesigngi, de aplicagio ede desen- volvimentos filos6ficos ou cientficos relacionados com o fenémeno da informasio. cote ee A fsa da tecnooga deforma ost compuagio dln ose oleto aa nna ecole € nos instruments informacion ent ques © que & ape nas uma des quests a Also de informagin nso evenushnente sj cu venha sere nai eevee stan asqrestes desta nom rea, Aubstnia debe a ung de toda esta investiga, € 0 entato a indoruagta. Fisoricamente loaf da info nsce ds ls comprtagio, mas naice no coma tm dos seus ramos as antes como a sa be mas vat, prof undo "A fsa da infrmagio prvi a infoomagdo como o eu pico cena em detriment da computa pov cla anal a tia pesupond apni fost da ior rmago erate a queso da computagio apenas como ue des proceso ~e alveramaisiporante em que nario est envovde, Desa fa, xa fe deve set toma sans fiesta da informagao e nfo apenas defini vm sentido estito come esi ompurayn al como ete fa € lost doconhecnento eno opens fovta da percep." ‘Una nova dit flstica no & de dif lente fo. Ea deve ser cps de apopriar de ua forma pees © simples a questo ontligs, ot ja amature: finda, primi de um ado fndmeno, cos contros sam a pr cri marcaes por plicagesconsequncis on preci desde elevo. A quit oq 0 conkeciments?” fous epistemeloge al como a questo‘ que € a ifornash™ funda apopita perinentement 2 flosaa informa 26 | soa as ntemuste ‘cdo. A questo ontal6gica, o que é? qual a -natureza primeira’, ‘o.que é informagio? 6 assim a questéo fundadora, discintiva e singular desta nova érea da investigago e do conhecimento. sta questo no entanto apenas aponta a tea em quet- to, nfo a demarca nem em geral nem em especial. Como lv? refere exe estabelecerfundador faz depend 0 pro- ‘reso na érea da flosofia da informagio da capacdade dos seus investigadores identifiearem, analserem e ent ‘tina andlise resolverem problemas especificos ¢ relevantes na érea ~ problemas ricos nas suas consequéncia,definidosclara- mente ices de entender fis de resolver mas anda assim cesses investigago.Voltaremos 2 est aspecto na dima secgfio do presente capttulo. ‘De novo, o que é ¢ filosofia da informagéo? Definida, ‘emboratenttivamente, por Ford, a filoroia da informa- ‘fo 6 uma nova fren da investigagdo e do conhecimento cujo ‘objecto & o (@)ainvestgngéo cxtica da natureza conceptual e dos prinefpios de base da informagio, incuindo as suas dindmicas, especialmente a computagéo ¢ 0 fluxo informacional, a sua utilizagio e as euas cléncias, (t)bem como a elaboragio de metodologiae teGrias fnformacionts computaconas ea aplicagho destas ‘problemas flosbficos, Bnta definigio tem vantagens ¢ tem defeitos. A sua amande vantagem é a de ter identificado clare e siiplesmente ‘a questo fundadora da rea: a natureza da informago, Oseu [2 principal defeito, quanto a nés, é 0 de tentar detalhar dema- siadoaideia central, chav ealutnadora desta nova érea do conhecimento. Assim, a segunda parte da definigéo. (b) & pro- blemicica porque a elaboragoe 2 uilzegéo de metodologlas teGricas informacionais e computacionais na investigagio. filosfic,e obviamente cientfica, & um dos problemas, una das vérasdeas de investigacio da pr6pcaflosofia de infor. magéo. A tecnologia de informagéo ao servigo da actividade intelectual do homem é uma das questées da filosofia da ‘nformagfo, porventura ume das mais relevanes. Neste qua- ‘tro crftico é nossa opinigo que a primeira parte da definigao de Foci é mais forte se deixad sosinh, repousando ems ‘mesma ena forga como delimita os conzomos da questo fun- damental da dea: o que 6a informagéol {Apeser da filosofia da informaséo ser uma rea emer- gente, ela deve igualmente ser considerada uma disciplina radura. Flori avanga ts argumentos convincentes em favor desta psig: a) a losofia da informagto € um campo auténamo porque enderega topics tnics;() a flosofe da informagéo proporciona uma aproximagéo inovadora a tépi- os Alosflcas, tanto tradicional como novos (ca flosoia dia infoxmaréo tem a potencilidade de se maner oo nel dot outros ramos da flosoi,oferecendo o tratemento sisted tico das fundag6es conceptuais da informago e da sociedede da informagio, propondo nesse ambito novas teoriai] Neste -quadro¢ tal como as outras reas de investgago e de refe- -xo intelectual, a flosoia da informagéo esritura-se em és tos de domo: pcos (facts, dados, problemas, observe- oes, eth ndodos (cnicas,aprosimagbes, modelos, et) tev (huptoses,enplicages, deseiges, et). Apesrde desde cs anos 1930 investigagio academic tex sino a abordat todo aqueles dominios, 36 hoje, depois da rovelgé da Internet se pode considerar que o terreno inte lectal ests maduco para a emergénca de ume ea da ivesti- ego do conbecimentn com a caractertics pelas qua se idendicn a lox da informa. Ent na primeira metade do séelo pasado, a inovagéo conceptual eca demasiado forte poraue se regs movagao em praticamente tos os domt- ios cima refridos. Fo preciso testersunhar a penetracEo _massva da Intemet nas socledades modemas para que o estado dle coisas se viesse defnitivamente a alterat, Os t6picos da ‘nforagio so hoje em cia claros,evidntes epetinentes para a investigagS eos métodos aut, tanto os mats radicionis cma sohretado os mais avancados, estfo amplamenteacetes fela comuniiade cinta flosfca. © tempo chegou para fvangar para a subst inci da drea: as novasterias sobre & inforuagio, 0 fexémeno de base da era contemporines. ‘A histia da flosfia mesmo ahistria ca cincia pode sic aser e-interpetada lus de uma perpectivainformacio- hal. Este posbiidade oferece potencialmente dois novos ciesenvolvimentos de peso. O primeir ut novo tipo derla- cionamento entre éreas do conhecimento tradiionelmente sastados, © segunda desenvolvimento, o qual se sente a sgnhar nomena desde hi una on duas décadas,& 0 de um reesoo enn da Blosofa as temas contemporneos. A Filosofia ao toma often da informacio esa enderecapro- ea ee bles © tépioos que tanto oe como no futuro pina vino a afectar 0 quotidiann das populagSes nfo spenas ds pases mais deenvolvidos mas posivelmente da bumanicade como un todo, 2. Um regresso da e A Flosofa Nos vérias ramificagdes da flosofin de informagho, comenta Flori.” est a senti-se de volta 0 entsiasmo, energia€0 tipo de sensagéo de que alg de importante rele- ‘vane ¢ inovador esta acontecet. Com a flosofia da ini. ‘magio as questées contenipatineas estio a voltar 20 centra dk llosofae asim a prdpra flosoia est a voltar ao centio da mundo contemporine. A sociedade da informagéa, a soiedade que a revolugio da informaco est a geray asenta no desenvolvimento tec nolgco mats rip da ists. As sociedades contemport- reas mais avancadas baseiam as suas actividades, a comun cago entre as pessigs © a instituigGes em informagio gerade ce gerida por cecnologias, as quat,sugestvamente,receberam co nome de tecnologias de informacéo, Este desenvolvimento tem provocado alteragSes importentes em termos politicos, sodas, econémicos e ambient. Poder-se- mesmo questio- nat st a globalizagio, enquanto fendmeno intimamnente ligado & expansio plaetira das teonologs de informagio, seta alvorada nao apenas de uma nova estrutura social ¢ politica mas de uma verdadeita nava civilizagio pés- ‘Ocidental, tomando o sentido tradicional deste cexmo, 30'| Fiona dh nvormacto Em 11 de Setembro de 2001, com o fim de um certo futuro, cristalino, eecnolégico e global, representado sobre. > tudo pela Internet, pelo pragmatismo do business dos ‘Estados ‘Unidos da América, pela mobilidade das pessoas, dos bens: ‘materiais, das fluxos financeitos e informativos, 0 ‘tempo his. ‘rico surgiu coma uma interrogegdo e como desconheci, mento. O choque, o indistvel, emergiu como 0 auge de um tempo feito informa teenoégiae de uma tecnologia feta tempo, tansformada desse forma na’ propria Histéria em dktecto nos érans de todo o mundo, Este stbito abalar e questionay, que sintomaticamente fer surge a expresso pound zo ineru-se etommou& ua forma no fmbito de uma vaga de sentiments, de movimentose de manifestagées, hé alguns anos em curso na Buropa ¢ na ‘América, por uinarenovada retoma e recolocagéo das ques- toes bfsicas, fandamentas decisivas, as quais na flsofa como patda¢na tecnologis como chegeda tm eto whist’. tia da nosaclilitagio. Este novo zero, este penser 0 mesmo que sempre foi pensedo,surge-nos num contexto enum eau. dla do tempo no rmbito do qual os homets oltam a promes sas da cignca eda tecnologia come se houvesserntomado as suas rafes nas suas prOprias mBos{Q conhecimento cientifico. €0 desenvolvimento teenolgico mudou tanto nas duas dle tas décadas, ue nfo s6 mudou o mundo como o transfor. Tou em algo de entendimentoimpostvelfce & quantidade € 8 complendade da constance e progressivafragmentagio € incegragdo de uma infnita informagdo, matéria, enexga ¢ tempo; Ja ‘Nesta época de novidade e de ‘Surpresa, muitas rotinas, valores, préticas e prioridades se tém vindo a alteraz. Sem swadtos de referénciaevidentes, no tmbito dos quai sen sas sobressaiam com sigificados ébvias, cada um de ade uestiona o que significarn as nova coisas, as descobertas, as ‘Sutpresas, 0§ sustos, as novidades e as suas possibilidades, Este

Você também pode gostar