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(SOM DE RIO)
Preocupados, conversavam a respeito da festa dos bichos. Sabiam que a dona
Surucucu no fora convidada devido ao seu veneno perigosssimo.
MURMRIOS
Ela ficaria muito brava com essa notcia, o que fariam? Quem seria corajoso
suficientemente para contar a cobra que ela, bicho traioeiro, no estava na lista de
convidados?
(SOM DE COBRA)
COBRA:
O que esto falando heinm? Escutei bem??? Vai ter uma festa?
.... Vai.
COBRA:
Ainda mais sem graa, respondeu o sapo: Ora dona Surucucu a senhora no foi convidada,
disseram que seu veneno , (gaguejando) muito perigoso.
COBRA:
Hahahaha! Essa muito boa! Hahaha, Eu??? Perigosa? Que nada,
conheo bicho muito mais perigoso que meu veneno.
COBRA:
O medooooooo...
TODOS:
O medo???
HOMEM ASSOVIANDO
Ai um bicho me mordeu!
HOMEM:
X sapo bobo, no atrapalha meu caminho , eu tenho muito o que
fazer, sai, sai, sai...
COBRA:
SAPO:
Viu?
Vi, mas no entendi nada no!
COBRA:
Ento fica de olho de novo que ai vem vindo a ndia Canaim. Agora
voc morda, se esconda e eu fico no seu lugar.
A coitada da Canaim, mal sabia o que lhe esperava. Andava toda distrada,
apaixonada pelo ndio guerreiro, no poderia perceber a armadilha que lhe aguarda,
ali prximo, na beira do rio. Ia longe seu pensamento, devaneando sonhos de amor...
SOM DO RIO
Assim que ela cruzou o caminho do sapo, ele avanou e mordeu a ndia, se
escondendo rapidamente ficando a cobra no seu lugar.
CANAIM:
Ai um bicho me mordeu. (Olha e v a cobra.) Ai ! Socorro, eu vou
morrer, a Surucucu me mordeu. (Ento caiu mortinha no cho. Morrera de medo e no
de veneno)
O ndio guerreiro que vinha ao encontro de sua amada no pode conformar-se com
tamanha desgraa. Canaim, estendida no cho, mortinha. Como poderia lhe
acontecer tamanha desventura? Aps cobrir o corpo de Canaim com um pano, ficou ali
parado por uma semana chorando a morte da pobre ndia. Chorou tanto que seu
pranto regou a terra macia e fez dela nascer a cana.
Dizem que a tristeza do ndio guerreiro foi tanta que no pode dali sair. De tristeza
virou pedra dormindo ao p do p de cana.