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HENRI PIRENNE MAOME E PUBLICACOES DOM QUIXOTE m ‘A VIDA INTELECTUAL DEPOIS DAS INVASOBS 1. A-TRADICAO ANTIGA ¢) 1 finitll Insistir sobre a decadéncia,erescente na ‘ondem intelectual eda eultura antiga depois do seeulo ‘Fla afirmacce por toda a parte, na Ciéacia, nas Artes € fas Letras, Dise-ia mesmo que 0 expirito fot atingido. Pessimismo, falta de eoragem, encontramse por todo o lado, A teniativa de Juliano falha , depois dela, 0 géni0 ‘antigo no mais procirard eicapar i iaflugncla crstS. “nova igreja conserva ainda durante bastante tempo 9 vestudrio, que nko fol feito para ela, da vida pa 2 vonforme ainda uma tradiedo lteréria eujo pres tigho respeta, Conserve a poesia virgiliana e a prosa dos relorieos Se 0 conteido mado, 0 continents permane- feu, O aparecimento de uma literatura erista € bem pos terlor a0 nasclmonto do seatimento cristio (triunfo oficial e definiivo do cristianismo com ‘Constantino nto eoincida aliba com a aun vitOra real, ‘Que estava ja realiada, Nioguém ja procura opor-seahe. Sadesio € universal, mas a infuéncia nao é completa Sento junto de ma minora do agectas edo intleetuas Muitos entram para a Tgreja por interes; os grandes, {imo Sidinio Apolinislo, para conserear e sua influén: da social; ® infelizs, em busea de um abrigo. 101 ee ee ce sas te pte oe ae ae tapos oe nde lek « pep is cone gee nese ais Hee en eat ie ate rate ery 3 pea ce sre eee Sage mob ace epee 20, Ons ete ten Sat Sante mith a ae, 30) Gespe reel shese re a Bama ean See Sn ce ae sue gon laa Signe GHGTEE, GCSE Nr da utes ms ips el zeae ale gto ae See ee edt te atc ate oxigen ig hate re ee aeasee tas eel paar fess i coaereg ie ea eine made re corer ees ecu aes ae as saci, Coeeren piven nee oa SSet aces oes elcome samples tte alee fo oar Sees eeter ares aa epee gear ae me Sp cag aoe ie abst ee me eae bas ea ant cooks ae cer rn ore Te at Seas oor tee eames ae ws Patten eae rors sees 0 ene ec ag ee errs eh fe Doi lei foe dint Zaha on eee aes ene oe eer SAGE Searels’ or ae coer aterm cena gee ger Sg cee eal ae ee ee SAS Som sales 08 A BUROPA OCIDENTAL ANTRS DO 1840 mesmo estilo {nehado e pretensioso que o da sis, lo- Pratts de Antonio, monge de Léving (). Faz ainda da icica da retorice que comanda © unverso>, a3 ther de ‘qduaglo cst. fecomends, com Veto & PASC; cho das jovens lgurs rtiricosdistintos de Roma ‘SEits"tome'e cosa uma dama «to pledosa quanto ‘SepiBuuals'¢), 8 pois em grande parte pea frase que #6 Sthtenn esta tteratura. hiss prova Por iso mesmo que ERUeTaia quem nu sociedade da Talia de Teodorico fe dedicaate As letras ‘Botsio, nseido em Roma, em 480, pertencla grande familie dg Anieios. Canal om 510, tormacse ministro Ge Reoucreo, que ihe eonfiouo cuidado de prem orden eSvnteme mouetatio; for excsutado em 825, acusado de Sumplicdade com Bininclo Taduxiu Arisiteen) © 08 Stivesmentisios infleneiardo a Toads Média; craduxia ‘itso Tougoge, de Ports, assim como obras de msi sade acelin grogos. Sia prado, excreve De Conso- {ations Phifosophias, ua aintura do eristiniamo de Ui" estdtcoremans, Bum expeto dstin’o © um Dene stor. Cassiodoro 6 um grande senor, nascio por volts de ai or oneal inno do vor cu for Tow poe um ponogirioo comesto em sua, bona, Aos ‘fates dois anov fl questore seeretaro de Teodorco,€ Tulse cbnouls Mest depois do Teodorico inclusive areata 0 reimado de Vite, consorvou a sus posicho teGotie enbora «sua inflagacla nao tenn jh sido pre- Pondorante depois Ge rogénela de. Amalesonta, (839), Poni, retiree do mundo para se dedicar & vida rel {lose no Convento de Vivarium, fundado por ele nas ss fed Brat ge nr dene cre toute Genserico, Quit que todos os monges reunisscin So convento ag obras da Hieratare clissiooantign. Tal Yer cts idea de andar refugiar acura nos mostclros The (enka sido ispireda pela guetra de Justiniano, que The {mpotiy alias de Funda @ coola de teologa com que sonhae 08 suoMe # oaRio8 waaxo 1 rad rt, tc ipsam amt anes mare ee sues Bae ees Festiedaar inners iar i Saree ene Ue Sone obsess StinePiowe @Lieas ie tn mean tt se ag costes ems ts nt sieeve mpeien aoe everest ESpeesnneti ete cetacean Sun cieninateimecu ec Eek ee i acta aaa ti re seseiet alain ceame Get olsen Biotec Seca ete tao cote ove sem histone Ste nia a ae cee ienee Gacy Demet eet Pein a iho eal a PEST 0d & toe Gis ot ive ek ean ta Le Te tee ee corm a mt of Sortie pare aad {Eeniledo doe impeton Naina elsben som Ara crops en nc oer ses tie ngae oe ae Bieter eel oyaaaeren ib teeters ibe ences make ee oa Sohn Saece 104 se nn retin ran tie oe phos Aah ea sca iaftisanaadinstiees w poateentine iene Gueece gea Stes praia tac ny de taps tans Se ow aus title ae BURG Ra retancataien cat iefe tomatoe tinier a tc ae eS ccuwaias nics ho tes Rit cit cnt es CoS ie ea Seca Stn ino cts Foe cng bt Pe os a alba ge fends arate tae iol elon Canteen ea TE Gehan mnt Seth bth Marsh‘ ote ae hate oH ‘Sciam » ein ga de asm ake oo an he tela ie gece nee tiles atar at Bor WN Pe eres ee ale GBs ete Bee nh Seach Saath et fe esate Seana, meres que Cpe + Soci vps reed doco cali eke mean wah, tags ack tee ids chal bite mae Saat cee my re lp meine 0 eer oa fk tt ie Ree ote peers ANin ARS at fits Ha 105 wAome & Cantos wAcNo Cartago, em Toledo © na Glia, sem que nenhum elemento novo apareca até altura em que se fara sentir a influéne fla dos Anglo-Saxbes. Sem divide, a decadincia 6 mani- festa, nas a tradieao subsiste, Ji que hi eseritores é porque ha um publico que og 18, um piblico relativa- mente letrado, (8 povlat transpuseram ‘para os Tels ferminloos se bajlagsee quo dispencavam outrora 40 fnperador. A pare seem main aborrcida,repetom oo "_losta vida intelectual & antiga, continua ainda no séeulo vi, pois que © papa Gregorio Magno censura Didier, bispo de Viena, de se consagrar apenas & grami- ta, © que em Eapaniia se encontram ainda historiado- rat bastante bons até A conguista arabe. ‘Kim tudo isto, a contribuigso des Garmanos 6 mula). Que a Igrele tenba continuado, apis a queda dos lmporadores' no Ocidente, a desonvolver-se na mesma linha, 6 por de mais evidente. De facto, cla representa, por exceldnels, a continuidade do romgnismo. ila acre: Sita tanto mals ho Império quanto ale faz-pastoypara si, {de um plano providencial. Hodo 0 sett Pestoal ¢ romano fe reorultado entre @ arlatocracia, que imcorpora o quo subsiste da civilizagio (*). $5 muito tarde € que entra "io para cia alguns barbaros. \ ©, a a A nt em a iapedic sales footarce ervuinado eos Paula de Foe: Guase toda oe cae! Segre amen ceraeas suqele a quem a fe domina Bclrsam dOvidn gue exlea Fee ae 108 cident, congtundo, uma das caracterstins mals fcsencisis da. époea (™"). ‘Sto Martino, nateldo na Hungria, que fot bispo de ‘Tours (372-207), funda por volta de 360 0 mosteiro de Tigugé, priximo’ de Poitiers. Sto Joao Cassiano, monge Ge Baléat do Higipto, e mais tarde ainda de Consiantino~ pla, funda Sto Vitor de Marselha, em 413, Cerca, de TiG, Honorato, que virle a tomnarse blapo de Artes, ffunde 0 mosteiro de Lérins, na diocese de Grasse; ali fer sentir profundamente a influtnela. deste ascetismo egipeio que veremos eapalhar-se por toda a Gélia mais Sinenop na mesma gpoea (), ao mesmo tempo que 0 ‘monagulsmo oriental ‘Os, Barbaros. nfo aderiram a estes morimentos. E temos de admitir mesmo que as convulsies que eles Frovouaram contsburam em grando erie part, des Polver a mosaquismo,atirande pare ca clalstros. para Tonge do-mundo,-qie-se ‘dos ‘uthores eapiritos jodoro funda Vivarium is suns prOpirias terra; Sdo Bento’ (480-43) lance os Fundamentos. da célebre Abadia do Monte Cassino ¢ Gertie a famosa regra .O rel dos Visigodes, Alarico II, Sanco de Boniéus, Mais tarde, encontramo-io de rela: {es com Teodorieo. Voita-se para o papado, em quem Seine melo dan mudaneas a gue asks, 0 sibolo do Jmiperio decepareeide, Hneara. vida religiosa, com 0 deal do monge, consagrada & caridade, &s prédicas, 20 tanto de hinos ¢ go ensino, Organiza vasios sinodos para wt reformar a Tgreja. Para ele, a mediterrinica Avles tor- he-se a chavo da abjbada que é'a Tgreja franca, Quase todo. o direlto eandnieo da. France. m i sal de Arles no século YI (°) e as colecgGes conelliares de Arles 0 modelo de tons aa rogutntes (=). Em 3130 parm sco concede-Iho 0 direito de segurat o pallium e Filo seu represontante na Gaia. Ja em 600 tnha tomado a Aircel “de moseiro igo nama the do Reno, préximo de Arles, ¢ haviathe ‘dado uma regra ("), Depois, em 812, funda em Arles um mosteiro de mulhe- res, que em 423 conta ja com 200 monjas. Di-the uma Fegra, mas, evitando torni-la bastante rigorosa, prev Teiluras, trabaihos de costura, canto, edpiss caligréticas; ‘ecoloet-o sob a proteocio de Roma. (Os seus sermoes, simples © populares, cujos manus rites envia para todo 6 lado, tiveram enorme influgnela nna Gilla, om Espanta e na italia, Come, So Cesiro na Gill, So Bento & a maior figura ruligioea do séeulo vi em itlis, Nascido provivel- munte préximo de Spoleto, fol eduealo mn Roms aintos de se Ftirar para a solidio de Sobiaco. Agrupam-se, fentdo, A sua volta ascetas, Em 529 extabeloce-se com eles bho monte Cassino. A cua rogra utllizou as de Cassiano, Rufino, Santo Agostinho. Nao presereve o estudo, se bam que fale de livros para serem Iidos durante a Quareama: fom um caricter’ pratico som austeridade excossiva. O que doverk fazer’ sa fubura Importénels universal 6 sobretudo a vizinhanea de Roma. ‘A difusdo do monaguismo nesta época é extraordiné- Ya). Fes (*),ariatoerata, bios (=), fandam aba Os grandes propagadores do monaguismo serio: em Espanta, Sdo Frutuoso, bispo de Braga (1665); em Roma, Grogério Magno. ‘Ele é sobretudo forte nas mangens do Mediterrineo. Este parece estar mosmo associado & evangelizagio dos pagios, como 0 mostram ss biografine desses grandes ‘aqultanice que foram Santo Amando (#87578) e S40 08 A BUROPA OCIDENTAL ANTES DO 1SL40 Remacle (850.670), simultincamente evangelizadores © ‘Sho monges ainda os que evangelizaréo os Anglo- -saxoes. A milsndo condusida por Agostinho, quo levave consigo quarenta manger, chege a0 reine de Kent. par Wolta da Piscoa de S91}, Bim 627, 0 erstianismo espa Inouse de. Kent a0, Northumberland. A crlataniancao tava seabada om 688 (*). "pois, do Mediterraneo que parto esta expedicto rumo ao norte, cujas consequéacas Virlam & ser to pro- fndas: Bla fol obra de homeng tnteiramento romaniza- Gog e de grande culture, como Agostinho © 08 seus com pantiros Thi 668, o papa Vitelias via na qualidade do arce- bispo, pare Cintuirla, Teodoro de Tarso, que estudou tm Atenas. Seu amigo Adriana, que o acompantia, & ‘tricano, conheso o grego co latim. # clo que, junta- Inonte cm os Tniacees, propaga a cultura antiga entre or Anglo-Soxea O Mediterraneo & pos, 0 &tvio do cristianismo vivo, Nicetius, bispo de Trlves, & origina do Limoges, 0 podemos citar uina série delee. Thierry Tcnvia clerigos &e Clermont pare ‘Tréves (*). O homem deste tempo que ator Influnela exereeria futuramente fol Gregério Magno, patricio, como Casslon oro. Comeca por eet tm peendor. Por ascetismo vende Gs seus bens ¢ como Iucro Funda sete conventos. Embora Monge, & enviado pelo pape como nnelo a Conatantino- pla, em 580. Hm 800, clo proprio papa, Morre em 604 Como esertor, busen a simplicidade. Deedentie das fo- tes da retoriea profana, que considera verbalismo osté- 11), Brn culivado, todavia, ms nele 0 fundo sobre. fai da forma ea sus obra conitital uma verdadeira rup- fra come tradigio da rotdriea antiga, Isto vtia 4 360m Accor nio 36 porque esta tetdrica se tormara evident. ‘mente estén) mas também pore @ ascecsmo que cha mmava a Tgreja A sua missfo a condusia a0 povo 109 1J6 Bugippius, na sua vida de Sio Severino, se recusa ulilizar uin estilo que a8 pessoas do povo difieilmente compreenderiam ("). S80 Cesério de Arles diz ex- Dressamente que tem o méximo cuidado em escrever Se maneira a que soja compreendido pelos analta- betas (") ‘A Igrefa adapta-se, Fez da literatura um instrumento de cultura para 0 povo, isto 6, um instrumento de edi- Hieagio. “Gregorio Magno rompeu, diz Roger (), com as letras ‘antigas, Acuse Didier, bispo de Viena, de se entrogar 20 fensino da -gramétiea 6 de cantar, ele, um eristio, louver res a Japlter (°), Assim, a Igrejs, conselente da sua miasio, serve-se do latin ‘vulgar, ou, melhor, de um latim sem retorica, ‘seessivel no povo ("). Bla quer eserever no latim popu. lar, que é uma lingua viva, a lingua do tempo, que no se proocupa com as incorrecgSes. © compe para. Povo Vidas de santos que visam apenas a edificagdo mira- tulosa, sta simplicidade de linguagem, que a de Ts foro de Sevilha (1646), nio & exclusiva da ciéneia, Iie foro é um compllador que deseja tornar acessivel aos fseus contemporineos @ ciéncia do tempo. Do espirito fantigo nada mais subsiste nele. Da a conhecer reccitas @ facing, Foi a enciclopsdia da Tdade Média, Ora, ele proprio é afinal tum mediterrdnico, ‘Assim, 6 alnda na Romania do Sul que se opera esta orlentagia nova que o espirito cristo di A literatura, ‘que, bérbera talvez na forma, nfo continua menos viva @ actuante, # a Uitima forma sob a qual o latim é escrito ‘como lingua viva, como lingua dos laicos. Pois € para ‘8 Tnleos que todos estes ‘eterovem, abandonando 2 tmadiedo antiga, para se fazerem compreender por ‘es, Algo de diferente se passa na Inglaterra, onde 0 Iatim 6 importante como lngua erudita pelas necessi- fades da Igreja, mas onde nenbum esforgo se faz para fo levar junto do povo, que continua puramente germa- ‘nico em matéria de linguagem. 0 Vir 0 tempo om que o elero de novo voltarli a usar 6 latim cldssico, Mas esse latim tornarsea entao uma Tingus erudita, ém que escreverdo apenas as pessoas da ‘greja entre si, Apis a invasses, nenhuma interrupgio ge verifies na evolugio artistion da rogiso mediterranies. A arte atesta coutinuagio deste proceso de orientalizagio, que, sob 4 influéneia da Pérsia, da Siria e do Bgipto, se mani- festa cada vex mais no Tmpério. ‘O que bi é uma renegho antichelenistica que poderis~ ‘mos comparar & reaegio romantica contra a arte clis- sien e que se tradus pela estilizaglo da figura, pela 200- Imorfia’ 0 gosto pele decoragio, pelo ormamanto, pela ‘0 Ocidente nio eveape a cata orlentalizagio progres siva, Ela fazso sentir tanto mais quanto es relagées fomereiais so mais activas com a Sia, o lgipto, Cons- {antinopla, Os mereadores airios, fornecedores de objec- tog de luxo, disseminaram por toda a parte, desde o séeulo mi, « até a Gr a, objectos de ourivesaria fede marfim vindos do Oriente. ‘A intluéncia da Tgreja, assim como a do monaquismo, agit no mesmo sentido. © Osidente, como sempre, segue ‘ovexemplo, As Invasdee germinieas nfo viersm causar qualquer alteracao (*) ‘Poderiamos dizer, pelo contro, que elas colabora- ram no movimento, pois os Germanos, e sobretudo 03 Gorlos, durante a sti ‘catada na planicie rassa, sofreram profundas’influémeiss orientais, vindas pelo mar do Norte. As suas fibulas, os seus’ colares, os seus anti, fp sous objectos de ourivesaria flligranada, sAo influ indos por esta arte decorativa sirmata e persa, & qual Se juntaram sem divida elementos proprios da sua época ‘o"bronze. Conheoeram assim uma arte que os Romanos chamavarn rs barbarica e que #e espallow pelo Império ut antes 34 daa nvaston poe vamon encotsila em Lilo praticada por ma artésto originério de Commagene (*). ‘Ja no século Wy, a8 mlasangas sio de uso corrente nos ‘exéreitos:imperiais (*). ‘Os arteaées locais praticam o exotismo, Podemos pet- sguntar,allis, em que medida esta arte ¢ praticads pelos Droprios Germanes. Sabemes pela. Lei dos. Burgrndios {que existiam ourives escravos'encarregados de prover ‘os adornos dor guerreiros e das mulheres, ¢ estes twcrar ‘Mas a modida que 0 contacto com a tradicio antiga ae val etaneoso, tla ate barbara vals reir {indo poueo s potco ao povo. Os Tela c os grandes que Fem mihor. Nao eoneebem outra arte ssndo a do Impe ‘Ho. Chilperico mostra 8 Gregério de Tours a belaa pogas ‘Gm oro quo-e imperador Ibe enviou © comuntca-ihe que ‘encomendos tim prato de olroe mandsra Fessr outros em Gonstantinopla, para honrar't Tan gos Francoss (°), Segundo Zelas ("}, 4 Teerormamonte desaparesen muito depress e, ja n0 Séeulo vr, oxth eagotada vola propria: ‘mente germinica da art riaigétien ‘0s Germano, Instalados a Romania, nfo produri- ram une arte ofiginal como os Iandesc om Angin ‘Suxdes. Entre estes itimos, na suséaeia dd inuencla Fomana, a arte sonservou tim carter nacional, exacta- rents como odireito oa inrtitigdeo, May tue ifluéar Gia nao dovia mantfestarse na Gali senio mito Tals {ao, no adeulo vit, para on Inandeses, © no seeulo WEE para os. AnglosSaxian (°)- ‘Possuimos desta arte birbara, als bastante inferior fas obras-primas da arte sirmata, em que se inspiroa Inicialmente, pegas bastante elas, como.s courace de ‘Teoorieo, 0 erangeliario de Teodoiiman, da Catedral de ‘Monza, 0 as coroas de Guarrazar.B diffe, porém, const derar ‘estas ‘obras como produgies barbaras. Ricgl © um Zelsa admitem que, especialmente no que concerne as ‘So i, que fabeioow a gulocromao Nao podem, pos, falar de tna arte peo SFlaments gorminiea, tas antes de'uma arte orietal STurnt-ob neceaniro por em eviotnca aa intutncias dovidas &importagio muciga de ounvestoia e de tat fine de Bizfucto, da Stra edo Bgipto. Segundo Daw. fon (2), ato iano-gétia tenes poles bacbatos code ‘2a Braga, doodo moatos do seeulo vie raiseodo ainda ‘po Mia arte sia ebuantina, que se eapalha no Med: Ternineo (). Um erudite excandinkvieo assinalou jo a {nsportincia daa contibuigdesorlentals para arto er- rinica dos Anglo-Saxses (°). "A Pers exereou a ua infudnela pela importagh dos seus tapetes até no centro de Glia (©) "A erte copta do Pgiplo.agiu tcbretudo pelos seus mayfins de Alesandria‘e pelos tecides, Lambremo-nos, dls, que 8 quando Santo Honorato, emi 40, funn © Iostoiro do Lérins, varios Teligioas egipelos al vém ‘slabelecerse Thm sua? a arte vinds pelo Mediterraneo, intlra- nts one nentou dos Blrbaron oil iam Dic houve ina Inerpenctragio ques fex evidente Inento sob a predomindneia da corrente vinda do pois cata postulate tienice mals desenvolvda ‘nota ponetragio oriental € obeervdvel por toda © Gila oot Atria’ ta lia © om Bopana. Ela impeime Ste Oeidente um eunho Bizntino © tmulo de Ctilzerieo, segundo Babelon,é obra de axis baal eet ne Gala (lr diovem os objedton male Perfelfony on mals imperfeltos Serum Gevtios aoe intbeis alunos, birbaros. Schmidt ‘linte quoa arte barbara desta epoca 6 obra de cecraves fole-romanoo, que tabelham segundo o goto germnico, S'Sop sogundo o gosto oriental (*). A mesma orien: {alisegio om todas ep outras artes docorativas, tiem di furivesara, Os esplendldos teed. que Dagoberto fe us uaous B cARtos MAGNO tose a So Denis fo orientain, © papa Adriano (772-705) dev, durante o seu pontificado, nada menen de. 003. poras do tecides provionos is” basllcas de Roma (*)- fratnae de teeldon de eda fubricados em Constantiiopla ov soba intinénetn de modelos pera"). ‘O mesmo orientaliama be verfiea na decoragao dos rmanuscritos, mcramentirio de Gellone, obra Visigh- Hea, esta. docorado com pepagaios de plumagem Bri- Thants, pavées, gipaclos, fees, serpentes, que indica ificentomento & Sua origem, Podemos sings descobrit Dele inlutnclag arménles ("), ‘Os manuscritos irandeses io séoulo vi tero, pelo con- ‘iso, um earioter mals nacional © mais birbaro. Nele ‘enoontramos misturados motives indigenas, de oi frehiolire, com clementoa orale qs Ince Chega Ham sem dvida por intermédio da arte dos Gauleses(®) ( moraico revels 0 mesmo espirto. Os tomas mitol6: sco © eistios em uso na époes galo-omana desapare- om para dar lugar as folhagens ¢ eo Destlanio de que ts mbealcoe sien afriennos do séoulo Voferecem tan ‘av exemplon (*). Bin SaintChrysogone de Pranatevere, ‘en Roma, tun pavimento de mosaleos que. data da Feconstituledo de Grogerto II, em 731, mostra agulas ‘ dragoes alteenados fan medaihGes no inlo do entrols- tadoste do rostceus (*). Tambénr noe fragmentos dos roscoe da igrojaSalnt (*) Eo meso deve ter acontcido com a pintura decora- sea, Gregorio de owe conn que Gonzo fe sar por tm pictor decoradar de casas (9). Vemos por Site texto que se poliromavam as habltagBea privadas, ‘sam duvide seundo o gosto dos tcides ortenta Yolicromavan-ae também as igrejas, onde a figura ‘humana devia representar um grande papel, tal como ay A BUROPA OCIDRNTAL ANTES DO I8L40 nos mosaicos de Si Vital de Ravena. Gregério Magno fonsura obispo Sorenua de Marsella, por destruir as pin ‘toras da sua igroja quando, diz ele, podem servir para f instrugdo religiosa do povo ("). "Nao podemos eonslderar os séculos vie vit vaziog de agtividade artista. Constréise por toda a parte (*) TBasta lembrarmo-nos de monumentos de primeira orden como So Vital de Ravens. O luxo bizantino encontra-se fem todas as construgées do tempo. Em Clermont, o bispo constréi uma igreja com revestimentos de mirmore, (Guarenta e duas janelas e setenta colunas (*) Fortunato desereve a igreja de Saint-Germain, cons- truida em 537, com suas colunas de marmore e suas jane- Jas vidraias, ¢ a Vita Droctovei fala dos seus mosaicos, das suas pinturas © das placas dotradas do tecto ("). ‘Leontinus de Bordéus (eerea de 890) eonstrél nove fgrefas ("). Sidénio, no fim do séeulo ¥, em plonas inva soes, iamenta-se que existam apenas as antigas igre- Jas (*), Mas passadas as perturbagdes socials recupe- Fieve 0 tempo perdido. Restaurase © constrél-se por toda a parte, 0 que indica evidontemente um certo grat ‘de prosperidade, Nicetius de Trives, Villcus do. Metz, Carontinus do Colénia, restauram ¢ embeleram igre- Bo 0 bispo de Mayence constréi a igreja de So Jorge e uum baptistério em Xanten. Didier de Cahors (630-609) cdifica virias igrejas na cidade e nos arredores, assim ‘como um mosteiro. Acrescentemos ag construcies de Agricola, em Chalon (*), de Dalmatius, em Rodez (*). Mlitos operivios (artifics) eram chamados & Ili Sabemos que 9 bispo Nicetius mandou vir da Ttdlia art flocs para "Tréves ("). Mas havia também arquitectos bérbaros (+) ( baptistério de Poitiers pode dar-nos uma ideia das suas construgées, que nio cscapam, t20-pouco las, & {influéneia oriental (*). ‘0 que sabemos de todas as artes e em todos os sen- dos Mostra-nos, como diz Brénier ("): «a arte ck 45 ontal livre de toda a influéncia cléssicas. Mas seria ferrado pretender que esta arte ge tivesse degenvolvido ‘no mesmo sentido que a arte drabe se nfo tivesse havido a renasoenea carolingia, Nao, o que 6 evidente é que ela fe desenvoiveu no sentido bizantino, Toda bacia do Moditerraneo toma como exemplo Constentinopla. is que insti ainda sobre um facto timo que mito ehamou a atongao até hoje e gue completa, todavia, @ lemonatragio de que a aociedade, pe aa invaaden, con Una ‘exactaments como antes: a sc cantcter ico” Por grande que seja.o respelid que se professa pela Jgrae or euorme quo no ait ifiunsn lao 3 lntograno Estado. D poder politico dos ret, como 0 Sig imperadoness -puranonia‘neninn Aig co ‘nia religla, vendo entre os Visigodos, © lago nos Fioais.do séeulo vie, € eelebrada aquando da subida 20 frono. Nenhumma fOmnula de devolugso. gratia Det nes seus diplomas, Nenium elesiistico ‘enearnegado "de ‘Quaisguor fungi na sua core, Por miniatros por fone londslon tom apenas secslares, Ble afo os elites da Tgreja, © nomelam os bispos, convocam os conciion, {Gram muta vozes parte neles. Ha texte reapelto etre ‘les ¢ on governanten posteriores ao aceulo vi mn cor fraste eomploto ("). Aseola que mantémn na corte em hada se assemetha escola polatina de Carlos Mago. Be'deiam a Igreja enoarregarae volunthriamente de ‘muitos servigos publices, nfo lhe delogam nena, Nao The reeonheem patra jradigdo que ® disciplinay: Blox 4 submetem a0 Imposto. Bles a protegem, tas io se Subordinam a ela. B€ preciso notar gue’ Igreja em ‘roca da. aun Protecgio, Ihee & pertioularmente fic Mesmo to tempo dow feis atlanoe,hlo vemos que elt 36 mostra revoltada contra eles). 6 Se & assim 6 poraue a pripriasccedade no depende sins da Tere gusto A sun wi social ls sind Capa de fornecr so mtado oan penoal alo. “tarlefocrcia senatorial, frmada nas enol de gr- mitica ee mtdrca, 0 vivera do ato peenoal gover Tamerta, Barta lenbrarmo-nos doa’ noms de homens ‘lomo. Gnonlodoro ome Hoselo. depois Ale, ma irado docadénla da cultura, continua a. pasate rotn, O palin, mesmo entre or Merorington,abvnda fm lnor fntration, Sabemos, por Grepéno do Touro, {i os Ehow dow era ldadonnibente ineadoa ‘i caltara daa etna, co mesmo se verfen entre oa ‘Statopote © on Visigtos. 0 eno pomposo das mis: Sas ers fun ghee roger ul and now gablnetos, smo no tempo 4e"Bninehaut, redastonsletsaden 9” no didn {ie que se tratava do locos pons chancelaia nq, com: {rhe 20 exemplo fmpena,'sexciunivament eompoeta fe lalcos (9. Foderseia alii fornocer muitos exemplon. Astrio tase Gacundn, favorite de Teodcburt ao cada um Pehoriis inbudus ‘teri (*)s. Parchealin, magiotor Sipeorum et patois, rob 9 nese re, fo! completa "Roma nun formaghs itenSein (9). A eBvongh deren Funcooirios pho rs, todavia paramente iteraria(*). ‘idler de Cahors, sour rel no tempo de Cl ro TI (613-620/690), €mtruido me gation eloguentia ‘nas Lopes Romane, No see vit Be certaments ainda So paldclo gente mato nmin bom formada ¢ culivada 4a quae spo Bita‘op Visigodos, basta tor as suns isin cheias de verbosiiade Oe retiies, man que se ditingwom £0 znesmo tempo pean aaa prsergiea minuclosa da vida Sorin, pare wor-que m formacio lteraria dene pessoa! Gerninhava a par da prétie dos negeces “Asis, os nis guveroarent om homens om quem subsiva trade Inert e polities de Roma, mas © gue 6 talvor mals surpreendente& que olen adminatra: ut ram ajudados por um pessoal letrado. Eno poderla ter sido de outro modo. A organizagao administrativa do Império, que se esfoream por conservar, exigia imperio- ‘saments & colaboracio de agentes instruidos. Como teria ido poseivel sem ela digit e ter em dia. os registos de Jmpostos, proceder As operagSes de cadastro, expedir todas as actas que emanevam do tribunal real ¢ da chan telaria do palicio? E mesmo entre oa funcioniios subal- {feenoe, como, sem o conhecimento da leitura e da escrita, fazer as contas do tontiew? Nea eidades, x apresentacto a gesta muniipatia forga-nos & acsltar a Tesma con ‘lusko ‘Mas 6 sobretudo o dlrelto romano ou o direito roma- nizado com o et processo escrito, & consignagio des jul- gamentos, dos contrntos, dos tistamenton, qe ocUDt ‘Eintos motari em todo 0 ferrtério. B para eles que Mar- culfo eacreve. ram na sua imensa maioriaIaicos, a des- peito Go diacones que se encontra mencionado nas f6r- Iiulas de Bourges e de Angers (*) ‘Claro que haveria, & evident, ecolas para todo este pessoal Mostrei-o alts A noutro trabalho ("). Mesmo Entre os Lombardos, as escolas subsistem ("). Tintre os Visigodos, @ escrita ext de tal mancira generailzada que 0 rel fixa © prego pelo qual setao ven- ‘Bidas os exemplares da lel. Assim, o'saber ler e escrover Fruit eorrente em tuto 0 ave tora A administracto ‘O mesmo se passe, por necessdade economics, no mundo dos mereadores. Uma classe de mereadores pro- Fssionals que. pratieava 0 coméreio a. longa disténcia zo toria pedido manter-se sem uin minimo de instruc. s, por Cesirio de Arles, ue finham empre- ado alfabetos. 7 ‘Na Gpoce merovingia, a escrita era, pois, indispens- vvel nt Wide social, 1060 que expliea’que em todos 08 Zeinos constituldos m0 Ocidente 0 cursivo Tomno se {fenha conservado sob & forma do mindseulo cursive que fle tomou no séeulo v; tratacse de uma cscrita rapids, tima eserita de negéclos, © nfo de uma caligrafia. Dela 8 A BUROPA OCIDENTAL ANTES DO I8L40 provim as escritas merovingia,visgética ¢ lombarda("), {gue fe chamaram, outrore,cacrtas nncionais, errada thon; poia elas nio aio eatritamente sendo s continua {ho de carsivo romano perpetuado polos agentes da adii- ‘Sistragio, dos gubinetes © dos mereadores. ‘Bata, secrita cursive & bem a que convém a Yngua ‘viva mae decadente da época, Na vida quotidiana o latin Ecinde tale abastardato que na iterate; tornouse {uma lingua ehela de Incoreegdes © solesiamoe, infil Erma, masque. mio € menos, latin autbntico. Evaquilo « que os letrados chamam o latin ristico. Mas cle que eseaiham e empregam, sobvetudo na Gili por- {que ele €m lingua popular de tos. B' administranto fh como eles" sem divide este latim que se enainara has euenss escola, Nenhum terto nor mostrs, como Acontecoré no séeulo i, que, na Igreja, © povo nig com procnba o sacerdote, Ainda hut life se guise, Barba: Einglo de lingua, barbarizagdo que nso tom allée nade fo germanico, A lingua subelato e & ela que fax, mozmo 0 longo de todo o testo viz, a unidade da Romania (") 9

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