jurdica "Tu quoque"? Atribuem a Jlio Csar a frase "Tu quoque, Brute, fili mi?", proferida quando apunhalado por Brutus. Em bom portugus: "At tu, Brutus, meu filho"? Pois bem. Nos ltimos anos, a expresso acima referida tem sido objeto de frequentes debates acadmicos e interessantes discusses jurdicas. Desdobramento do prprio princpio da boa-f objetiva, e intimamente ligado regra proibitiva do comportamento contraditrio ("venire contra factum proprium"), o tu quoque, enquanto instituto, pretende impedir que, em uma dada relao jurdica, o comportamento abusivo de uma das partes surpreenda a outra, colocando-a em situao de injusta desvantagem. o que se d, por exemplo, quando uma das partes, sem haver cumprido a sua prestao prvia, exige a da outra (que ter em sua defesa, pois, "a exceo de contrato no cumprido" - arts. 476 e 477, CC). Em suma, invocando-se a noo do "tu quoque", quer-se evitar o comportamento abusivo de uma das partes, marcado pelo ineditismo ou pela surpresa. Pois bem. Eu jamais vou esquecer o dia em que, aplicando uma "segunda chamada de prova" (o aluno havia faltado no dia marcado para a avaliao), anunciei: "vai ser prova oral". O aluno ficou tenso, percebi. Mas me mantive fraternalmente firme: "vou aplicar prova oral mesmo". Ento, sabatinei o meu aluno: "o que tu quoque?". "Comecei com uma pergunta poderosa", pensei. E, neste momento, o meu espirituoso aluno respondeu: "Professor Pablo, tu quoque tem a ver com o que o senhor fez agora comigo". Perguntei, ento: "O que fiz?". "Pegou-me de surpresa", respondeu-me, "pois me fez crer que a prova seria escrita, e est sendo oral". No resisti, sorri, e lhe disse: "Voc j comeou tirando nove..."...rs! Um abrao, amigos do corao!!! Pablito