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INTRODUGAO A | 1 EcoNoMIA 1 CONCEITO DE ECONOMIA Erimologicamente, a palavra economia vem do grego oikas (casa) ¢ nomos (norma, lei). No sentido origina da casa”, que pode ser generalizada como “administracao da Economia pode set definida como a social que estuda como o indi viduo ¢ a sociedade decidem utilizar recursos produtivos escassos, na producio le bens e servicos, de modo a distribui-los entre as varias pessoas e grupos da , com a finalidade de satisfazer as necessidades humanas. sociedad A ita-se de uma ciéncia social, jd que objetiva atender as necessida- des humanas. Contudo, depende de restrigées fisicas, provocadas pela escassez de recursos produtivos ou f de producio (mao-de-obra, capital, terra, ias-primas), Pode-se dizer que o objeto de estudo da ciéncia econémica é a questéo la escassez, ou seja, como “economizar” recursos. sim, tore: A escassez surge em virtude das necessidades humanas ilimitadas e da restrigdo fisica de recursos. Afinal, o crescimento populacional renova as neces sidades bdsicas; 0 continuo desejo de elevacdo do padro de vida (que poderfa- mos classificar como uma necessidade “social” de melhoria de status) e a evolu- gio tecnolégica fazem com que surjam “novas” necessidades (computador, freezer, celular, DVD etc.). Nenhum pais, mesmo os paises ricos, sdo auto-suficientes, em termos de disponibilidade de recursos produtivos, para satisfazer a todas as necessidades da populacdo. Se nao houvesse escassez de recursos, ou seja, se todos os bens fossem abundantes (bens livres), nao haveria necessidade de estudarmos questées como = inflagio, crescimento econdmico, déficit no balango de pagamentos, desempre- go, concentracio de renda ete. Esses problemas provavelmente nao existiriam (e obviamente nem a necessidade de se estudar Economia). 2 A QUESTAO DA ESCASSEZ E OS PROBLEMAS ECONOMICOS FUNDAMENTAIS <= i: ——— — Todas as sociedades, qualquer que seja seu tipo de organizagao econdmi ou regime politico, s4o obrigadas a fazer opcdes, escolhas entre alternativas, uma vez. que 05 recursos nao so abundantes. Elas sao obrigadas a fazer esco: thas sobre © QUE E QUANTO, COMO e PARA QUEM produzir 0 QUE E QUANTO produzir: a sociedade deve decidir se produz mais bens de consumo ou bens de capit 6 num exemplo classico: quer produzit anhdes out mais manteiga? Em que quantidade? Os recursos devem ser de mais bens de consumo, ou bens de capital? COMO produzir: trata-se de uma questéo de eficiéncia produtiva: sero util zados métodos de producéo capital-intensivos? ou m&o-de-obra-intensivos? ou ter ra-intensivos? Essa decistio depende da disponibilidade de recursos de cada pais. mais Jirigidos para a produ PARA QUEM produzir: a sociedade deve decidir quais os setores beneficiados na distribuicéo do produto: trabalhadores, capitalistas ou proprie frios da terra? agricultura ou indtistria? mereado interno ou mercado exter no? Regido Sul ou N trata-se de di o ser distribuida a fa pela atividade econdmica. necessidades humanas ilimitadas ~ 0 que e quanto produzir x escassez —> escolha > } - como produzir recursos produtivos ~ para quem produzir | escassos ai 3 A QUESTAO DA ORGANIZAGAO ECONOMICA - SISTEMAS ECONOMICOS némicos fundamentais: 0 Como as sociedades resolvem os problemas & 2 depende da forma de organiza- @ quanto, como e para quem produzir? A respos cdo econémica. Existem duas formas principais de organizagao econdmica; + economia de mercado (ou descentralizada); nomia planificada (ou centralizada) ‘Todavia, hoje em dia praticamente todos os paises possuem algum tipo de economia de mercado. Assim, poderiamos dizer que a organizacao econémica é realizada a partir de algum sistema intermediario entre essas duas formas, com- binando a atuagao do mercado com a intervencao do governo. ; Neste t6pico, vale ressaltar que apresentaremos as principais caracterfsti- cas de sistemas econémicos, ou seja, como as sociedades se organizam do ponto de vista econdmico. Nao confundir com diferencas de regimes politicos (democracia, socialismo, comunismo), que, embora afetem e sejam afetados pelas questées econémicas, representam um campo de discussao mais amplo, mais apropriado a drea da Cigncia Politica, 3.1 FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE MERCADO As economias de mercado podem ser analisadas por dois sistemas ferancia do governo); * sistema de concorréncia pura (sem inte a governamental). + sistema de economia mista (com interferéne 3.1.1 Sistema de concorréncia pura Num sistema de concorréncia pura ou perfeitamente competitivo, predo- mina o laissez-faire: milhares de produtores e milhdes de consumidores tém con- digées de resolver os problemas econdmicos fundamentals (0 que e quanto, como ® para quem produzir), como que guiados por uma “mao invisivel”. Isso sen sidade de intervencio do Estado na atividade econémica, Isso se torna possivel mediante o chamado mecanismo de precos, que resolve os problemas econdmicos fundamentais ¢ promove o equilibrio nos v4 rios mereados, da seguinte forma: * se houver excesso de oferta (ou escassez de demanda) se-io estoques nas empresas, que servo obrigadas a din pregos para escoar a producdo, até que se atinja um pre 0s estoques estejam satisfatdrios. Existird concorréncia entre em sas para vender os bens aos escassos consumidores; * se houyer excesso de demanda (ou escassez de oferta), formar. se-4o filas, com concorréncia entre consumidores pelos escassos bens disponiveis. O prego tende a aumentar, até que se atinja um nivel de equilibrio em que as filas ndo mais existirdo. © no qual Os problemas econémicos fundamentais so resolvidos, no sistema de con corréncia pura, da seguinte forma: + 0 que e quanto produzir: os produtores decidirdo o que e quanto produzir de acordo com o preco dos bens e servicos. Assim, aquele bem ou servico cujo preco (rentabilidade) for maior seré aquele cuja produco aumentard; * como produzir: é resolvido no ambito das empresas (trata-se de uma questéo de eficiéncia produtiva); envolve a escolha da tecno- logia e recursos adequados, que também é realizada a partir da comparagéo com os pregos de tecnologias ¢ recursos alternativos; * para quem produzir: é decidido no mercado de fatores de produ: ao (pelo encontro da demanda e oferta dos servicos dos fatores de produgao). Para quem produzir é uma questdo distributiva quem ou quais setores sero be oga a soberania ‘a do liberalismo io Estado. Nes: nanter a estabilidade monetaria (0 Est: do (leia-se: setor privado) resolver as \omica como ipl guardiao da moeda), ¢ deixar o mex: questées econdmicas fundamentais. 1a 1.1 ilustra 0 que ocorre num sistema de conconréncia pura. O diagrama da ‘SISTEMA DE. CONCORRENCIA PURA wesc | mea ( ESERVICOS (Onde se formam os DEMANDA DE nENS € SenvIcos “_ buhsdos bens)” OFERTA DE BENS F SERVICOS alades, alimentos, Sy Gk Cert de calgados, alimentos, (demanda d servieos de transporte et). 77 aS servigos de transporte etc.) XS cow QUE SX E QUANTO SA PRODUZIR tone 2 ra PRODUZIR, e EMPRESAS e : PARA RODUCA i uta er pRODUZIR ofFRTA DE DEMANDA DE SERVIGOS DOS SERVIGOS DOS FATORES DE FATORES PRODUGAO PRODUGAO (mao-de-obra, terra, (mao-de-obra, terra, “spite ean) Sistema de ci Figura 1.1 orréncia pura. eee Incradugi Economia 7 IMPERFEIGOES DO SISTEMA DE CONCORRENCIA PURA As criticas mais freqiientes a esse tipo de sistema econdmico sto as seguintes a. trata-se de uma grande simplificagdo da realidade; b. 0s precos nem sempre flutuam livremente, ao sabor do mercado, em virtude de fatores como: + forca dos sindicatos sobre a formagao de saldrios (os salirios tam- bém so pregos, que remuneram os servigos da mio-de-obra); * poder dos monopélios e oligopélios sobre a formagdo de pregos no mercado, ndo permitindo que a sociedade consuma a quantidade de bens e servigos que deseja; + intervengées do governo, via — impostos, subsidios, tarifas e pregos puiblicos (Agua, energia ete); — politica salarial ¢ de diss{dios etc.); ~ fixagdo de precos minimos; = congelamento ¢ tabela ~ impostos e subsidios; - poltt &. 0 mercado sozinho néo promove perfeita alocagdo de recursos. A producio e/ou consumo de determinado bem ou servico pode pro: duzir efeitos colaterais (externalidades) positivas ou negativas que ndo sao internalizados nos pregos de mercado, Além di bens puiblicos, pelos qu ixagio de salério minimo, reajustes, prazos o de pregos; nbial; a cam cevelar sui posicdo a pagar. So de recursos a partir do sistema de precos. d. 0 mercado sozinho no promove perfeita distribuicdo de renda, pois, como vimos, 36 participa da distribuigao do que é produzido aquele individuo que possui renda suficiente para pagar o prego de mercado. So todas crfticas pertinentes, que justificam inclusive a atuagio do gover- no para complementar a iniciativa privada e regular alguns mercados, fixar saldrio minimo, pregos minimos na agricultura etc, Entretanto, muitos merca- dos comportam-se mais ou menos num sistema de concorréncia quase pura, Afinal, centenas de milhares de mercadorias so produzidas e consumidas por milhGes de pessoas, mais ou menos por sua livre iniciativa e sem uma direcdo central. O mercado hortifrutigranjeiro, por exemplo, aproxima-se bastante des- se modelo. 3.1.2. Sistema de mercado misto: o papel econdmico do governo Por pelo menos 100 anos, do final do século XVIII, com a Revoluco Indus. trial, ao final do século passado, predominava um sistema de mercado muito préximo da concorréncia pura. No século XX, quando se tornou mais forga dos sindicatos e dos monopélios e oligopélios, associada a outros f como ao desenvolvimento do mercado de capitais e do comércio internacional, presente a a economia tornou-se mais complexa. essiio nos ‘A ocorréncia de uma grande crise econémica, qual seja, a dep: anos 30, mostrou que 0 mercado, sozinho, néo garante que a economia opere sempre com pleno emprego de seus recursos, evidenciando a necessidade de uma atuacdo mais ativa do setor piiblico nos rumos da atividade econdmica. Basicamente, a atuacao do governo justifica-se com 0 objetivo de eliminar as chamadas distorgées alocativas (isto é, na alocagdo de recursos) e distributiv adrio de vida da coletividade. Isso pode dar-se das e de promover a melhoria do p seguintes formas a) atuagéo sobre a formactio de pregos, cortigindo externalidades (via impostos e subs{dios), tabelamentos, fixacao de salério minimo, pregos minimos, caxa de cdmbio, taxa de juros; men- ida, prineipalmente de invest , estradas etc.), 0 qual, even- nanceiras de assu b) complemento da iniciativa pr ‘os em infra-estrutura basica (er ualmente, o setor privado nao tem mir, seja pelo elevado montante de recursos necessarios, ude do longo tempo de matu i enha a prop’ ondigdes seja em pital in timento, até que stido: ‘no sob} neamel ilumin: basico ete necidos pelo Estado, que mentalmente, educacio, ado: 0 governo 4, isolada ©) compra de bens 2 servicos maior c mente, 0 maior agente do de bens e servigos. 3.2 FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA CENTRALIZADA. No sistema de economia centralizada ou planificada, a forma de resolver os problemas econémicos fundamentais (ou seja, a escolha da mel va) é decidida por uma Agéncia ou Orgio Central de Planejament ernati , € no pelo mercado. A propriedade dos recursos (chamados de meios de produgao, nesses sis temas) & do Estado (ou seja, os recursos sao de propriedade publica). Os meios de producio incluem maquinas, edificios, residéncias, terra, entidades financei- ras, matérias-primas. Os meios de sobrevivéncia pertencem aos individuos (roupas, carros, televisores etc.). Na economia de mercado, como vimos, preva lece a propriedade privada dos fatores de producao. coments a Iodugio 4 Economia 9 A Agencia ou Bureau Central (na antiga URSS, a Gosplan) realiza um in- ventério dos recursos disponiveis e das necessidades da sociedade, e faz uma selecdo das prioridades de producao, isto é, estabelece metas de planejamento (na antiga URSS, os chamados Planos Qiiingiienais). Esse drgéo respeita, em parte, as necessidades do mercado, mas est sujeito as prioridades politicas dos governantes. Uma economia centralizada apresenta ainda as seguintes caracteristicas: + papel dos precos no processo produtive: os precos representam apenas recursos contdbeis que permite o controle da eficién- cia das empresas. Ou seja, os pregos sdo apenas escriturados contabilmente: as empresas t8m quotas fisicas de matérias-pri- mas, por exemplo, mas nao fazem nenhum desembolso mone- tario, apenas registram o valor da aquisicdo como custos de produgao; + papel dos pregos na distribuigdo do produto: os precos dos bens de consumo séo determinados pelo governo, Normalmente, 0 gover- no subsidia fortemente os bens essenciais e taxa os bens conside- rados supérfluos; mo. Outra 0 das metas + rey uma parte do lucro vai para o gov parte ¢ usada para investimentos na empresa, dent estabelecidas pelo governo. A terceira parte € dividida entre os ad- ministradores (0s burocratas) ¢ os trabalhadores, como prémio idera que determinada indi iado, mesmo que apresen. pela eficiéncia. Se o governo con: é vital para o pais, esse setor sera subsidi @ ineficigncia na producéo ou prejuizos 3.3 SISTEMAS ECONOMICOS: SINTESE momia de mercado 2 economia cen- ect de ec is de ec As diferencas entre os sista talizada podem ser resumidas em dois + propriedade piiblica x propriedade privada dos meios de produgéo; * 08 problemas econémicos fundamentais (0 que ¢ quanto, como ¢ para quem produzir) so resolvidos ou por um érgio central de planejamento, ou pelo mercado, ‘As economias de mercado tendem a apresentar maior eficiéncia alocativa, em virtude da menor interferéncia do governo nas decisées de producéo e, por- tanto, na alocagao de recursos, permitindo que as forcas de mercado estabele. gam as prioridades da sociedade, com grande énfase na produgio de bens de consumo. J4 0 sistema de planejamento central fracassou em grande parte dos paises, tanto em melhorar a distribuic¢&o da renda como em realizar um atendi- mento bésico da populaco. Por esse motivo, as economias atuais, mesmo as guiadas por governos comunistas, como China e Riissia, tm aberto cada vez ‘mais espago para a atuagéo da iniciativa privada, 110 Economia Miso Maco » Vasconce 4 CURVA (OU FRONTEIRA) DE POSSIBILIDADES DE PRODUGAO - O CONCEITO DE CUSTOS DE OPORTUNIDADE a Para ilustrar a questo da escassez de recursos ¢ as alternativas que as sociedades dispdem para resolver seus problemas econdmicos fundamentais (0 que, quanto, como e para quem produzir), a teoria -onémica apresenta dois importantes conceitos: curva de possibilidades de produgdo e custos de oportu nidade. A Fronteira ou Curva de Possibilidades de Produgao (CPP), também cha mada de Curva de Transformagio, é a fronteira m produzir, dados os recursos produtivos limitados e a & nativas de produgao da sociedade, supondo os recursos plenaments istrar como ade fazer opgies ou esco- de um conceito eminentemente tedrico, que permite 30s leva A necessidade de a soci fo de 2 alternativas de producao. economia produza apenas dois bens: canhdes e ma regados todos os recursos produtivos (mao- de-obra, CUSOS 7: temnativ 9 as seguint: Manteiga (em mil toneladas) S86 8 8 Ae Canhées (em mil unidades) cando as inform: | Manteiga | (mil) 10- : Canhdes To 12 14 — (milunidades) eo ypeoe f | | é Dee ee igura 1.2 Curva de Possibilidades de Produgdo. sacs tees ig roduc 1eonomla 11 Ou seja, a CPP é 0 limite maximo de produgo, com os recursos de que a sociedade dispée, num dado momento. Dada a escassez de recursos, a sociedade deve decidir qual ponto da curva escolher4: A, B, C, D, £ ou F. No ponto A, decidiu-se alocar todos os recursos na produgo de canhdes; no ponto F aloca- se tudo para produzir manteiga. Evidentemente, pontos além da fronteira nao poderio ser atingidos com os recursos disponiveis. Pontos internos @ curva representam situacdes nas quais a economia nao esta empregando todos os recursos de que dispée (ou seja, hd desemprego de recursos). De qualquer forma, qualquer dos pontos em cima da curva (A, B, C, D, E, F) representa um uso igualmente eficiente de todos os recursos, dada a tecnologia. 4.1 CONCEITO DE CUSTOS DE OPORTUNIDADE Custo de oportunidade é o valor econdmico da melhor alternativa sacri- ficada ao se optar pela producéo de um determinado bem ou servico. Assim, no exemplo anterior: Custo de oportunidade de passar da alternativa B para C, para produzir-se } = 2.000 canhées mais 3.000 toneladas de manteiga ou entdo de oportu: ar | da alternativa C para B, para produzir-se | = 3,000 toneladas de manteiga mais 2.000 canhdes h de custo alternativo ou, ain- lica dispéndio monetédrio). Mediante es: ceito, com ampla aplicagdo na teoria econémica, procura-se mostrar que, dada a escassez de recursos, tudo tem um custo em economia, mesmo nao envolven do dispéndio financeiro, Como coloca o Prémio Nobel norte-americano Milton Friedman, da Universidade de Chicago, “no existe almoco gratis’ Esse conceito é aplicado ao nivel de pleno emprego, em cima da curva de possibilidades de produgdo. Para pontos internos A CPP os recursos nao esto em pleno emprego, ¢, nesse caso, o custo de oportunidade ¢ zero, pois ndo necessério o sacrificio de recursos produtivos para aumentar a produgio de um bem, ou mesmo dos dois bens. Assim, no gréfico da Figura 1.3, a sociedade pode passar do ponto X para o ponto ¥, aumentando a producao de ambos, j4 que havia recursos ociosos: de oportunidade também é chamad Ow da, custo implicito (pois ndo Manteiga oportunidade zero Figura 1.3 Caso d je oportunidade por uma mais Neste item estamos discutindo 0 chamado 6tica social, a sociedade como um todo, de um ponto de v .érico; posteriormente, na parte de Microeconomia, veremos como esse ¢ ma aplicacéo pratica para a avaliagio de projetos piblicos e privad 1 seja, pal pode FORMATO DA CURVA CPP Jo do outro, em cima da C tude da chamada Lei dos cu: ndimentos decrescentes): para atrair ores, primeiros o grande: is trabalhadores, estes terio qualificados, e Manteiga 10: pe oe Canoes 2 4 6 8 10 12 14 16 Figura 1.4 Formato da curva de possibili de produgdo. emia 13 No grafico da Figura 1.4, supondo acréscimos iguais na produgio de m: teiga (2.000 coneladas de cada vez), observa-se que 0 sactificio da produgio de canhées é cada vez maior, o que torna a CPP céncava, Evidentemente, se os custos de oportunidade fossem constantes, a CPP seria uma reta decrescente; se os custos fossem decrescentes (que é apenas uma possi- bilidade ted ' a no caso de 2 bens), a CPP seria convexa em relacio & origem! q Mudangas na CPP A CPP é um conceito estatico (refere-se aos recursos disponiveis em dado momento do tempo). Evidentemente, se houver aumento na disponibilidade de recursos produtivos, ou desenvolvimento tecnolégico (métodos que levem a melhoria na eficiéncia da utilizactio dos recursos jé existentes), a curva desloca- a direita, como na Figura 1.5. se Pp Manteiga 14+ 124 10 8 6 + $i 2468101214 16 18 Canhoes , por de-seameaiga 4 rd produzir da curva, 12 14. Ganhoes s ou melhoria tecnoldgica apenas na produ- Figura 1.6 Deslocamento da GPP: aumento de recursi edo de manceiga LA. Economia 5 ANALISE POSITIVA E ANALISE NORMATIVA oN eee oe A teoria econémica, como toda teoria, deve respeitar alguns critérios que a tornam aceitavel pela comunidade cientifica, e ser composta de varia ipo- teses que ajudam a explicar ¢ a prever alguns fenémenos. A teoria econdmica em apresentado um desenvolvimento impar nos tltimos dois séculos. As ferra- mentas de andlise sm evoluido grandemente, e muitos utilizados em outras areas. Seu escopo tem aumentado significativamente, dis pondo atualmente de recursos que permite processar uma quantidade de in- formagdes e situacées inimagindveis hé algumas décadas. Apesar de alguns autores argumentarem que toda a anélise econdmica estd permeada de ques- tes subjetivas, uma vez que seu objeto de estudo é o proprio sujeito que a estu- da, ou seja, 0 homem, a teoria econ6mica apresenta alto grau de objeti veis @ b de seus conceitos séio ividade, 2a-se de argumentos positivos (economia posit rmativa). A economia normativa A teoria econémica util va) e argumentos normativos (economia no: contém um juizo de valor, subjetivo, e a economia positi junto de conhecimentos objetivos, que respeita todos os canones cien argumen: 35 normal rem-se ao que deveria ser, ¢ 05 argumentas positivos a0 que & na distri Por exemplo, quando dizemos que deveria ocorrer w s um juizo de valor em que a igo de renda, expressai é uma coisa boa ou ma. Esse é um argumento da economia normativa economia positiv de politica econdmica adequado para diminuir a concentragio de renda (politica salarial, politi ducati usando avaliar quais os aspectos positivos @ negativos dessa poli acto sobre gastos puiblicos ete.) © principal instrum a economia utiliza pai sdo 03 modelos. Os modelos sdo simplificagbes da realidad: sua esséncia. Os modelos tém sentados formas: verbais, algébricos, por representacio grafica etc. Os modelos captam algum aspecto relevante da realidade, Um ex macroeconémico aprasentado neste livro. Ele ¢ representado por p is do comporta de detalhes. n alguns aspectos essenc indo uma infinidade Essas equagdes resum entes da sociedade, abst es, ‘odos os agi 0 da m ser testados. 0 Como em qualquer cigncia, esses modelos podei economia que est voltado para quantificar 0s modelos é chamado de Econometria, que combina teoria econémica, matematica e estatistica. Os mo- delos também podem ter uma formulagéo verbal, como, por exemplo, a explica- evolugao histérica da economia, Nesse caso, utilizam-se gio marxista para a exemplos histéricos para fundamentar empiricamente a andlise econdmica Como os modelos privilegiam apenas alguns aspectos da realidade, eles podem mostrar-se muito adequados em algumas situacSes e impréprios em outras, A adequacdo de modelos & realidade ¢ uma tarefa importante. A teoria econdmica avanca pelo aprimoramento dos modelos utilizados, seja porque a base econdmica muda, seja porque surgem novos problemas econdmicos que devem ser resolvidos 6 A RELAGAO DA ECONOMIA COM AS DEMAIS CIENCIAS Neste tépico, procuraremos estabelecer os pontos de contato entre a Teoria Econémica e outras dreas do conhecimento. Na chamada pré-economia, antes da Revolucio Industrial do século XVI que corresponde ao periodo da Idade Média, a atividade econémica era vista como parte integrante da Filosofia, Moral e Etica. A Economia era orientada por principios morais e de justiga. Nao existia ainda um estudo sistematico das leis econdmicas, predominando prineipios como Lei da Usura, 0 pre¢o ju cutidos, entre outros fildsofos, por S40 Tomas de Aquino) ete, moral @ Ainda hoje, as enciclicas papais refle crist& as relacdes econdmicas entre homens e nagées. {chiresomaaememmeremmemearan 0 inicio do e: Economi gos na drea de Fisica e Biologia nos séc: tudo sist envolvida com ss (biolégicas) e mecaniciscas (fist cas). Segundo o Grupo Organicista, a Economia se comportaria como um drgi termos como vivo, daf se utilizarer mica. Segundo 0 Grupo Mecanicista, como determinadas leis da Fisica. Daf advém os termos «: , Forgas ete eis psicolégicos da ativi 2 & por excel 3 dos avangos obtidos na histérica, pois a Histéria facilita 2 ses para o futuro, com base nos o passado. As gi por exemplo, alte omia. Contudo, tam M06 Alguns imp mo, por exemplo, 4o Industrial, a bém os fatos ecot perfodos da histéria sao a ciclo do ouro eo ciclo do quebra da Bolsa de New profu econdmicos, do Brasil, a Revol Jo petrdleo et ima and micas agdes 2c grande conexdo entre Economia ¢ Geografia. A Geogra- fia nao é o simples registro de acidentes geogréficos e climticos, Permite ava- liar também questdes como as condigdes geoecondmicas dos mercados regio- nais, a concentracéo espacial dos fatores produtivos, a localizagio de empresas, : a composigio setorial da atividade econdmica, muito teis andlise econémica. Inclusive, algumas areas de estudo econdmico séo relacionadas diretament com a geografia, como a Economia Regional, a Economia Urbana e a Teoria da Localizacao Industrial. Quanto a relagdo entre Economia e Politica, torna-se dificil estabelecer um nexo de causalidade (causa ¢ efeito) entre essas duas Areas do conhecimen to. A Politica fixa a3 instituigdes sobre as quais se desenvolverdo as atividades econdmicas. Nesse sentido, a atividade econémica subordina-se 4 estrutura € canto, por outro lado, a estrutura politica en- \da ao poder econdmico. Por exemplo, a poli uando Minas Gerais ¢ Sao Paulo domi- ao regime politico do pais. Ent contra-se, muitas vezes, subordina tica do “café com leite”, antes de 1930, q navam o cendrio politico do pais, 0 poder dos grandes grupos econdmicos etc. No que se refere a intercorréncia com 0 Direito, as normas juridicas estao subjacentes a teoria econdmica, assim como os problemas econémicos podem wnodificar o quadro existente de normas jurfdicas. Alguns exemplos ilustram essa relacio; de mercado, assim + leis antitruste, que atuam sobre as estruturas como sobre 0 comportamento das empresas; io, que dao os parametros nia, + aagéo das Agéncias de Regulament: de atuagéo em areas de infra-estrutura basiea, petréleo, telef gs ete cermina a com estabele 4ncia da Constituigio Federal, onde se d is econdmicas € om +a import peténcia para a execucio de politica cem 03 direitos e deveres dos agentes 2 ae a Estatisti- cabe destac: cionadas. Ap Finalment ca estéio correl de de limita: quantidades fisicas e re ce entre a produgio d: processo produtivo, omia, a Matema ocial, a Economia depen uma cigneia 0s, e acupa-se de a que se estabele recursos Sdo esc’ des do meio fisico lades fisicas, co 5 @ 0s fatores de producio utilizados no perm ag varidveis estracégicas, que resumem 0s aspectos memos como exemplo uma importante rela. estabelece uma correspon renda nacional, que pode ser los analitic senciais da questo em estudo. Tor ondmica, a chamada fungdo consumo, qu gfo déncia entre 0 consumo glob: epresentada da seguinte forma. C= (RN) que o consumo é uma Fungo (f) da Renda Nacio- iagdo na Renda Nacional (ARN), 10) do Consu A primeira expressao diz nal (RN). A segunda informa que, dada uma va tem-se uma variacdo diretamente proporcional (na mesma direca mo Agregado (AC) Para calcular numericamente essa relacio, tiil para previsbes macroeco- némicas, é preciso coletar uma série de dados de consumo ¢ de renda nacio- nal, e recorrer ao célculo estatistico, ou seja, & Estatistica Econémica ¢ Econo- metria, que é a drea da Economia que esta voltada para a quantificacao de modelos. a sneer sem: fh JIRN)), co- nao leis exatas. Por exemp! lor exato nhecendo o valor da Renda Nacional num dado ano, ndo se o do consumo, mas sim uma estimativa, j4 que o consumo nao depende s6 de renda nacional, mas de outros fatores (condi¢ées de crédito, juros, patriménio ete.). Supde-se que, para efeito de previsio econdmica, a renda nacional seja suficiente para obter-se uma boa aproximago do consumo esperado da coleti vidade, Evidentemente, se a Economia fosse baseada em rela smo. scent nan cs s matematicas, : tudo seria previsivel. Entretanto, ndo existe no mundo econdmico regularida- a des como, por exemplo, a de que o comprimento da circunferdncia é igual a dois i pi radianos (C = 2nr). Na Economia, o tomo aprende, pensa, reage, projeta, : finge. Imagine como seria a Fisica e a Quimica se 0 étomo aprendesse: aquelas a belas regularidades desapareceriam. Os dtomos pensantes logo se agrupariam i em classes, para di {amos uma “Fisica dos dtomos j proletirios”, “Fisica dos é E Entretanto, a Econ idades, que podem ser i mostraremos ao longo 2 demandada agdes ¢ importa essdrias tanto 9 para confrontai cas com os dados da oria econdmice um 36 corpo de conhecimento, mas, como jetivos e métodos de abordage: fe 1, de acordo com a drea de interesse do estudo, costuma-se dividi-la da forma a seguir: Microeconomia ou Teoria microeconémica: estuda 0 compoztamento das unidades econdmicas bésicas: consumidores ¢ produtores eo mercado no qual interagem, Preocupa-se com a determinacdo dos pregos e quantidades em | mercados especificos. : Macroeconomia ou Teoria macroeconémica: estuda a determinacio ¢ 0 ; comportamento dos grandes agregadas, como PIB, consumo nacional, investi- i mento agregado, exportacio, nivel geral dos precos ete., com o objetivo de deli- i 1 Bxtraido de DELFIM NETTO, A. Mescou, Friburg, Brasilia, Rio de Janeiro : Top books, 1994 Por um lado, tem um enfoque conjuntural, isto mo inflagdo e desemprego, a curto longo prazo, estudando mo: near uma politica econém preocupa-se com a resolugéo de quest6es co: prazo. Por outro, trata de questées estruturais, ¢ Gelos de desenvolvimento que levem & elevacio do padrdo de vida (bem-estar) da coletividade. Esse enfoque de longo ptazo é denominado de Teoria de De- senvolvimento Econémico. ena macroeconomia permi- instrumental bésico desenvolvido na mic te analisar as grandes questdes econdmicas de nosso tempo, como, por exem plo, os fluxos comerciais ¢ financeiros entre os paises (Economia Internacio- nal), as relacdes entre capital ¢ trabalho (Economia do Trabalho), 0 compor- tamento dos varios setores de atividade etc. QUESTOES DE REVISAO He SEEPHEHEEeE eect eee 1. Por que os problemas econdmicos Fi produzir) originam: e da esca ngas entre uma economia de mer Quais as principais diferen nomia centralizad sossibilidades di Qual seria esse plique 3 z em Economia QUESTOES DE MULTIPLA ESCOLHA ——————— —-— 1. © problema fundamental com 0 qual a. A pobreza. b. O controle dos bens produzi ec. A escassez. d. A taxacio daqueles que recebem toda ¢ qualquer espécie de renda. e. Acstrutura de mercado de uma economia Os trés problemas econdmicos relativos a “o que”, “como” e “pa produzir existem: a. Apenas nas sociedades de planejamento centralizado. a quem” 2 Muitos autores omitem a ques szit, a qual supdem implicita na decisio de o que produc: cde quanto prod lnendusio Economia 19 b. Apenas nas sociedades de “livre empresa” ou capitalistas, nas q problema da escolha é mais agudo. c. Em todas as sociedades, nio importando seu grau de desenvolvimento ou sua forma de organizacto politica d. Apenas nas sociedades “subdesenvolvidas”, uma vez que desen mento é, em grande parte, enfrentar esses trés problemas. . Todas as respostas anteriores estado corretas. Em um sistema de livre iniciativa privada, o sistema de pregos restabelece a posicdo de equilibrio: a. Por meio da concorréncia entre compradores, quando houver excesso de oferta. b. Por meio da concorréncia entre vendedores, quando houver excesso de demanda. Por pressdes para baixo e para cima nos precos, tais que acabem, res- pectivamente, com o excesso de demanda e com o excesso de oferta. volvi- d. Por meio de presses sobre os precos que aumentam a quantidade de- mandada e diminuem a quantidade ofertada, quando ha excesso de oferta, e que aumentam a quantidade ofertada e diminuem a deman- dada, quando hé excesso de demanda. Todas as alternativas anteriores sdo falsas. A “Curva de Possibilidades de Produgdo” é utilizada nos manuais de econo- mia para ilustrar um dos problemas fundamentais do sistema econémico: por um lado, os recursos sdo limitados (escasse2) e nfo podem satisfazer a todas as necessidades ou desejos; por outro, é necessdrio realizar escolhas. Essa curva, quando construfda para dois bens, mostra a. Os desejos dos individuos per: b. A quantidade total produzida desses dois bens em fungio do emprego total da mdo-de-obra. c. A quantidade disponivel desses dois bens em funcio das necessidades dos individuos dessa sociedade. Quanto se pode produzir dos bens com as quantidades de trabalho, capital e terra existentes e com determinada tecnologia. 2 a prod ssidades dessa sociedade, visto que 2. A impossibilidade de atender as n- 0 recursos so escassos. Dada a curva de possibilidades de produgdo, aponte a altemnativa errada: UM BREVE RETROSPECTO DA EVOLU ECONOMICA wesc \ economia ndo pode atingir B, com os recursos de que dispée. O custo de oportunidade de passar de C para D é zer ¢. O custo de oportunidade de aumentar a produgio de X em 5 unidades, a partir do ponto £, ¢ igual a 2 unidades de ¥ Nos pontos Ce D, a economia apresenta recursos produtivos desem preg: 2, Somente as alternativas a, b e d esto corretas sinale a afirmagdo falsa: Um modelo simp! da economia classifica as unidades econémicas em familias” 2 “empresas”, que interagem em dois tipos de mercado: mercados ins de consuumo e servigos e mercado de fatores de producio, a as empre- flu res de produca das Familia “uxo contrario, de moeda, des ». Os servicos dos fat ios, aluguéis, dividendos e juros. sstabelecem valo- sem a producio; IV 2 \ prognosticam 0 os desempenhiam cinco fungées pri os; Hl. organizam a produgao: s bens, limitando 0 consumo & nter e expandir a capacidade pro ng Xe ¥ mostra a quant me. a de Adam Smith, a preoc iGes de teoria econdmica, pagdo com pos remotos, ente desde a. Destaca- 3 muitas referéneias A econom men Antiga, encontram enofoate (440-335 a.C.), que, aparent foi quem cu- nomia (“oikos nomos”), em seus trabalhos sobre aspectos de sobre finaneas piiblicas, A moeda metdlica ja circulava e morais muito nhou o temo administracao privada e naquela época e a sociedade grega tinha preocupagées pol desenvolvidas. Os dois maiores legados que temos daquela época so os escritos de Platio (427-347 a.C.) de seu diseipulo Aristoteles (384-322 a.C.), nos quais neontramos algumas consideragées de ordem econdmica t HH incodusto ABzoromia, 21 Roma ndo deixou nenhum escrito notavel na drea da economia. Nos sécu- los seguintes, até a época dos descobrimentos, encontramos poucos trabalhos de destaque, que nao apresentam um padraio homogéneo, e esto permeados de quest6es morais. Um exemplo é a questdo da usura, um tema antigo, que discu- te a moralidade de juros altos, ¢ 0 que deveria ser um lucro justo. A partir do século XVI, observamos 0 nascimento do primeiro conjunto de idéias mais sistematizadas sobre 0 comportamento econémico: 0 mercan- tilismo. Apesar de ndo representar um conjunto homogéneo, o mercantilismo tinha algumas preocupacées explicitas sobre a acumulacio de riquezas de uma nagSo. Continha principios de como fomentar 0 comércio exterior e entesourar riquezas. O actimulo de metais adquire grande importancia, e aparecem relatos mais elaborados sobre a moeda. Para esse pensadores, a riqueza de uma nagio era diretamente proporcional 4 quantidade de ouro e pedras preciosas que pos suia tal nagio, Os cldssicos No século XVIII, uma escola de pensament esa, a fisiocracia, elabo- rou alguns trabalhos dignos de destaque. Dividiu a sociedade em classes so- ciais, e teve a preocupagdo de justificar os rendimentos da classe proprietaria de terras. Diferentemente dos mercantilistas, os consideram a riqueza de um pais no medida pelo estoque de metais preciosos, mas por tudo aquilo que era retirado da terra (0 chamado “produto liquido”). trabalho destaque foi o de Frangois Quesnay, um médico da corte de Madame Pompadour. Ele e mos wando a int ior Além disso, ao enaltecer a relagdo do homem com a natureza, os fisiocratas idérios da intervenco do Estado na economia, criando o temo “laissez-faire”, que posteriormente se converteria no simbolo das idéias liberais. Adam Smith é 0 autor da obra considerada como o primairo teoria econémica, entendida como um conjunto cientifico sist um corpo teérico préprio, Em 1776, publicou A riquesa das nagdes, um es abrangente sobre questées econdmicas que englobam desde aspectos monetd- tios e de precos até distribuigdo do rendimento da terra, Sua contribuigao mais conhecida foi a hipétese da mAo invisivel. Para Adam Smith, todos os agentes, em sua busca de lucrar 0 maximo, acabam promovendo o bem-astar de toda a comunidade. £ como se uma mio invisivel orientasse todas as decisdes da eco- nomia. A defesa do mercado, como regulador das decisées econdmicas de uma nagdo, traria muitos beneficios para a coletividade, independentemente da ago do Estado. £ 0 prinefpio do liberalismo. ‘Adam Smith ainda tem outra importante contribuigao a teoria econémica, ao destacar o papel do trabalho humano como fonte de riqueza, introduzindo a nogio de produtividade como determinante da riqueza O periodo clissico teve contribuigdes de economistas notaveis, além de Adam Smith: Thomas Robert Malthus, Jean Baptiste Say, Frédéric Bastiat, James Mill, David Ricardo e John Stuart Mill, entre outros. A economia passa a form: JStico proprio e a desenvolver um ferramental de andlise especific corpo te as questées econémica nto da economia em geral. A ai staque, ¢ contribuiu para o desenho de al m elaborados muitos modelos acerca do Slise de questdes monetérias teve um amet gar de ¢ cas importantes, tais como 0s Bancos Centrais. David Ricardo ¢ ns modelos econémicas com um potencial de andlise m ‘endimento da terra foi um trabalho seminal de mui- amente, Ricardo coloca m dos grandes expoentes desse periodo. Desenvolveu sito poderoso. $1 andlise de distribuicao do tas das idéias do chamado periodo neocléssico. Basi que a distribuicdo do rendimento da terra € determinada pela produtividad as mais pobres, ou marginais tho de James Mill, foi o grande sin das zador do pensa: orar mais elementos institucionais e ao det ma economia de mercado en 2 Bohm-Bawerk, Joseph Al Edgeworth, Neste o: a, pois a crenca ni com a politica percussio dessa época foi J ndlise econdmica evolu a utilidade (satisfagéo no cons a elaborago de um sofisticado midor de maximizar pai sdes ott curvas de utilidade e de produgao, consi maximizar 0 lucro sao a bas ando restrigées uilibrio de mere: marginais (receita marginal, custo marginal etc.), a teoria neoe bém chamada de teoria marginalista. ‘A andlise marginalista é muito rica e variada. Alguns economistas privile giaram alguns aspectos como a interagio de muitos mercados simultaneamen te — 0 equilibrio geral de Walras ¢ um caso -, outros privilegiaram aspectos de ial, usando um instrumental grafico - a Caixa de Edgeworth, por do. Camo 0 resultado depende basicamente dos cone ssica ¢ tam- equilidtio p: exemplo. Apesar de questdes microecondmicas ocuparem o centro das atengoes, houve paralelamente uma produgéo rica em outros aspectos da teoria econémi- como a teoria do desenvolvimento econdmico, de Joseph Alois Schumpeter, ca } leeodusio Seonomia 23 ou-se ainda um a teoria do capital ¢ dos juros, de Eugen Bohm-Bawerk, Obs desenvolvimento da andlise monetaria, com a discusséo sobre a teoria quanti- tativa da moeda. Enquanto a abordagem microeconémica dos marginalistas preocupava-se com as estruturas e os pregos relativos dos mercados especificos, na drea macroeconémica procuram-se respostas para a determinagdo do nivel geral de precos, separando 0 setor real ¢ 0 setor monetario da economia, por meio da teoria quantitativa da moeda, Entretanto, alguns outros autores, como © economista sueco Knut Wicksell, buscavam os mecanismos de interligagdo entre os dois setores. A teoria keynesiana A teoria keynesiana iniciou-se com a publicagdo de A teoria geral do empre- 0, do juro e da moeda, de John Maynard Keynes, na Pascoa de 1936. Muitos autores descrevem que a partir daf iniciou-se a Revolug4o Keynesiana, tamanho © impacto da obra, e Keynes seria o pai da moderna macroeconomia. John Maynard Keynes era um economista de destaque, que ocupava a cé. tedra que havia sido de Alfred Marshall na Universidade de Cambridge. Embora fosse um académico respeitado, Keynes tinha preocupacées com as implicagdes as da teoria econémica. pr Keynes, é necessirio considerar a épo- , uma recessio prolongada (de- Para entender o impacto da obra d ca, A economia mundial atravessava, em 193 pressio), ea teoria econdmica vigente acreditava que se tratava de um proble ma temporério, apesar de a crise estar durando alguns anos. Predominavam o liberalismo e a crenca de que o mercado sozinho permitiria recuperar o nivel de atividade e emprego. A Teoria gera! procurou entdo mostrar por que a combia clo das politicas econdmicas adotadas ndo funcionava adequadamente, e apon tou para solugdes que poderiam tirar 0 mundo da recessio. As prescrigées apon- tadas, baseadas na maior intervengio do Estado na condugo da economia, via gasto ptiblico, foram implementadas, o resultado obtido aumentou de manei ra metedrica as possibilidades da utilizacdo da teoria econdmica, para ajudar de maneira efetiva a melhoria do padrio de vida da coletividade. Destaque-se a obra de Alvin Hansen e John Richard Hicks, que realiza- ram uma sintese entre 0 modelo neocldssico e o modelo keynesiano, por meio da chamada Anélise 1S-LM (Investment Saving - Liquidity Money), ao final dos anos 40. A teoria keynesiana foi rica em contribuicdes para todos os campos da economia, bem como para a ampliagio dos horizontes de estudo. Nos anos seguintes, houve um desenvolvimento muito grande da teoria econémica, com a incorporacéo do ferramental estatistico e matemético, que ajudou a formalizar ainda mais a ciéncia econdmica, Abordagens alternativas A teoria econémica tem tido muitas eriticas ¢ abordagens alternativas, que fogem do denominado mainstream, ou corrente principal. Muitas das criticas foram e sao absorvidas, e algumas abordagens alternativas foram e potadas. O espectro dessas abordagens & muito amplo ¢ disperso e, evidente mente, é muito heterogéneo. Destacamos a contribuicao dos marxistas ¢ dos institucionalistas e alguns desenvolvimentos relativamente recentes na drea de organizagdo industrial e da macroeconomia. Os marxistas tém como pilar de seu trabalho a obra de Karl Marx, um quase todo seu trabalho com Friedrich economista alemao que desenvolveu Engels, na Inglaterra, na segunda metade do século passado, © marxismo de- senvolve uma teoria de valor - trabalho e consegue analisar muitos aspectos da economia com seu referencial tedrico. Um exemplo ¢ a abordagem marxista da historia, A apropriacio do excedente produtivo pode explicar 0 processo de acumulacio ¢ a evolucdo das relacées entre classes sociais. Karl Marx enfatizou ‘0 impar nao sé na muito o aspecto politico em seu trabalho, que teve impa ncia econdmica, como também em outras 4reas do conhecimento As contribuigdes dos marxistas para a teoria econémica foram muitas € variadas. Entretanto, a maioria ocorreu & margem dos grandes centros de estu- por razées politicas e também pelo desenvolvimento da teoria produ ‘alecki, dos ocidentais, mictoeconémica de determinacio dos pregos. Consegiientement teérica foi pouco divulgada, Um exemplo 0 trabalho de Mikail ipou uma andlise parecida com a da Teo nhecimento de tho inovador um economista polonés que an ia Geral de John Maynard Keyn 6 ocorreu muito tempo Os institucionalistas, Thornstein Veblen e John Kenneth Gal ao fato de ela no incorpora de abstracdo da teoria econémi se as instituigées sociais, dai o nome de institucionalistas. No campo da microeconomia, as ivas associa. de organizagio industrial, que consideram que as hipdceses da mo empresa tomadora de pregos, maximizacdo e car das as teorias microeconomia trad de lucros, concorréncia perfeita 2 racionalidade dos agentes, di terizam 0 mundo econémico mer nercados em concor- Isso seria particularmente verdadeiro no estudo de nde porte ndo séo tomador réncia imperfeita, pois empresas de no mercado, mas tém poder pa: producdo, sobre os quais colocam uma margem denominad: seu mark up. custos A contribuigdo das abordagens alternativas tem sido fundamental para corrigir as falhas existentes na teoria tradicional, bem como para apontar no vos caminhos para a evolugao da ciéncia econdmica. Desdobramentos recentes 0 debate sobre aspectos do trabalho de Keynes dura até hoje, destacando- se quatro grupos: os novos cldssicos, os economistas do lado da oferta, os novos keynesianos e os pés-keynesianos. Apesar de nenhum dos grupos ter um pensa- mento homogéneo e todos terem pequenas divergéncias, é possivel fazer algu mas generalizacées. nerds 1 Economia 25, Os novos classicos estdo associados principalmente & Universidade de Chicago, e t¢m como economistas de maior destaque Thomas Sargent e Robert Lucas. De maneira geral, seguem 0 monetarismo, ao privilegiar 0 controle da moeda e um baixo grau de intervencionismo do Estado. Contudo, a grande diferenca com 0 modelo monetarista é a suposigo de que os agentes formam expectativas racionais. [sso quer dizer que os individuos so capazes de apren- der da experiéncia, o que pode permitir que, em certos casos, sejam capazes de antecipar as alteragdes de politica monetaria, anulando seus impactos ne- gativos. Os novos keynesianos tém seu maior expoente em James Tobin, da Uni- versidade de Yale. De maneira geral, recomendam o uso de politicas fiscais ati- vas e maior grau de intervencio do Governo, em virtude da rigidez em alguns pontos do sistema econdmico, que impediriam que 0 mercado se auro-regulas- se, amplificando os efeitos das flutuacdes da atividade econdmica. Os pés-Keynesianos tém um trabalho que explora outras implicagées da obra de Keynes, enfatizando o papel da moeda e da especulacdo financeira, e pode-se associar a este grupo a economista Joan Robinson, que era muito liga da a John Maynard Keynes. Na realidade, os pés-keynesianos retornam a obra basica de Keynes, pois julgam que a interpretagéo que foi dada com base na atizagdo da Andlise IS-LM nao é a leitura correta de Keynes, em pa lar no tocante & questo da incerteza, pouco enfatizada naquela andlise. Os economistas do lado da oferta, ott da teoria dos ciclos econémicos reais, entre os quais se destaca o g io Nobel de Economia de 2004, Edward Prescott, enfatizam 0 papel dos choques de oferta na explicacao es econdmicas. no da intervengio do governo na economia, ou seja, se o sistema capitalista pode ou no ser auto-regulével. No campo da microeconomia, os desenvolvimentos teéricos vém-se dando em duas vertentes, ambas procurando aproximé-la da economia real dos mer cados. Por um lado, uma continuidade da linha tradicional neocldssica, na 4rea de Teoria dos Jogos e Economia da Informacao, onde, diferentemente do mo- delo cradicional de concorréncia perfeita, em que as empresas so tomadoras de go no mercado, a firma pode afetar varidveis relevantes para sua decisio, e tem um comportamento mais estratégico. Por outro lado, numa diregdo mais critica dos pressupostos da teoria tradicional, ha as teorias de organizagéo industrial, que, como ja observamos, contestam a hipstese de que as empresas io tomadoras de pregos e que maximizam lucros, pilares do modelo neoclassico © periodo mais recente est marcado por trés caracteristicas prineipais Em primeiro lugar, existe consciéncia maior das limitagbes e possibilidades de aplicagdes da teoria. O segundo ponto ¢ 0 avango no contetido empirico da economia, Finalmente, observamos avanco e consolidacao das contribuigdes dos periodos anteriores. © desenvolvimento da informatica permitiu um processamento de infor- mages em volumes e precisdo sem precedentes. A teoria econdmica passou a pratica maior. Hoje, de bancos de ter um contetido empirico que lhe conferiu uma aplicagéo & possivel acessar de qualquer ponto do planeta uma infin dados, que sdo atualizados constantemente, Por um lado, iss0 permite um apr constante da teoria existente e, por outro, abre novas frentes i moramento portantes. Todo o corpo tedrico da economia avancou consideravelmente. Hoje, a andlise econémica engloba quase todos os aspectos da vida humana, ¢ impac: to desses estudos na melhoria do padrao de vida e do bem-estar de nossa socie- dade é considerdvel. O controle e 0 planejamento macroecondmico permitem antecipar muitos problemas e evitar algumas flutuacdes desnecessdrias Sadrea ‘A teoria econémica tem avancado em muitas frentes. Um exemplo financas empresariais. Até alguns anos atrés, a teoria de financas era basica- mente descritiva, com baixo contetido empirico. A incorporacao de algumas ilibrio de mercados e hipéteses sobre 0 ¢ revolucionaram a teoria de finangas com a explosio técnicas econometricas, conceitos de e comportamento dos agentes econdmico: refletiu também nos mercados finan tivos. dos chamados mercados futuros e de deriva Parte II MICROECONOMIA }

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