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Português: Novas Regras Ortográficas

Português: Novas Regras Ortográficas

Goiânia/GO
2009
© SESI – Serviço Social da Indústria

Recurso didático elaborado pela docente Lení Guilherme de Menêses, a ser uti-
lizado na Rede SESI de Educação.

Equipe técnica que participou da elaboração desta obra

Diretor de Educação e Tecnologia Revisão Ortográfica e Normatização


Manoel Pereira da Costa Contextual Serviços Editoriais

Gerente de Educação Básica Design Instrucional, Diagramação,


Selva Oliveira de Araújo Almeida Ilustração, Projeto Gráfico Editorial
Equipe de Recursos Didáticos do
Núcleo de Educação a Distância-
Gerente de Tecnologia e Inovação SENAI/SC em Florianópolis
Cristiane dos Reis Brandão Neves

Apoio Técnico
Ariana Ramos Massensini

S515p

SESI-GO. Português: Novas Regras Ortográficas. Goiânia, 2009.


61p. : Il.
1.Educação a distância. 2. Português. 3. Regras ortográficas. 4.
Conteúdo
I. Autor. II. Título

CDD – 469.5

SESI – Departamento Regional de Goiás


Av. Araguaia, nº 1544 – Setor Vila Nova
CEP: 74.610-070 – Goiânia/GO
Fone: (62) 3219-1300
www.sesigo.org.br
Sumário

Apresentação da disciplina....................................................................................07
Plano de estudos..................................................................................................09

Módulo 1. Acordo Ortográfico...........................................................................11


Aula 1 – Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.........................................12
Aula 2 – Bases do Acordo................................................................................14
Aula 3 – Prazo e Limite para a Adequação ao Acordo Orotgráfico...................15
Aula 4 – O Porquê da Mudança......................................................................16

Módulo 2. Alterações no Alfabeto ....................................................................19


Aula 1 – O Alfabeto: a Inclusão do K, W, Y.....................................................20
Aula 2 – Maiúsculas e Minúsculas...................................................................22
Aula 3 – Uso do H...........................................................................................23
Aula 4 – Cai o Trema.......................................................................................24
Aula 5 – O Dígrafo..........................................................................................25
Aula 6 – Grafemas Consonantais.....................................................................26
Aula 7 – Homofonia de Grafemas Consonantais: Dupla Grafia e Palavras com
Mais de Um Sentido........................................................................................27

Módulo 3. Regras de Acentuação......................................................................29


Aula 1 – Acentuação Gráfica...........................................................................30
Aula 2 – Vogais Átonas...................................................................................32
Aula 3 – Palavras Oxítonas..............................................................................33
Aula 4 – Palavras Paroxítonas .........................................................................34
Aula 5 – Palavras Proparoxítonas.....................................................................36
Aula 6 – Nas Conjunções Verbais: O Que Muda?............................................37

Módulo 4. Uso do Hífen.....................................................................................43


Aula 1 – O Hífen nas Palavras Compostas.......................................................44
Aula 2 – Nomes Geográficos, Espécies Botânicas, Zoológicas e Afins...............45
Aula 3 – Nas Locuções e Sequências de Palavras..............................................46
Aula 4 – Formações com Prefixo......................................................................47
Aula 5 – Formações com Sufixo.......................................................................50
Aula 6 – O Hífen nos Casos de Ênclise, Próclise e Mesóclise............................50

Palavras da autora................................................................................................53
Conhecendo a autora...........................................................................................55
Glossário...............................................................................................................57
Referências...........................................................................................................59
Português: Novas Regras Ortográficas 7

Apresentação

Olá! Tudo bem? Eu sou a Beth. Seja bem-vindo ao curso sobre o Novo
Acordo Ortográfico! Coube a mim a honra de apresentar e norteá-lo
neste curso, com carga horária prevista para 40 horas.

Aqui você conhecerá as mudanças ocorridas na grafia da língua portu-


guesa após o Novo Acordo Ortográfico, de uma maneira que irá facilitar
ao máximo a sua compreensão e assimilação das novas regras.

No Módulo I você irá conhecer o Novo Acordo Ortográfico da Língua


Portuguesa, suas Bases, o prazo para adequação e as razões da mudança.
No Módulo II apresentaremos as mudanças introduzidas no alfabeto pelo
Acordo, como a reinserção das letras K, W e Y, o uso do H, os dígrafos,
os grafemas consonantais e a homofonia das palavras. No Módulo III
estudaremos as regras de acentuação gráfica e, por fim, no Módulo
IV conheceremos o uso do hífen nas palavras compostas, em nomes
geográficos, nas locuções e sequências de palavras, nas formações com
prefixo e sufixo, e nos casos de ênclise, próclise e mesóclise.

Não é nossa intenção dar cabo do assunto, uma vez que existem mui-
tos pontos sobre o Acordo Ortográfico que ainda são polêmicos e
requerem discussão mais aprofundada para se chegar a um consenso.
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Plano de estudos

Objetivo Geral
 Aprimorar a leitura e a escrita para o uso efetivo das novas regras ortográficas.

Objetivos Específicos
 Conhecer as novas regras ortográficas.

 Identificar os países envolvidos no novo Acordo.

 Desenvolver habilidades de leitura e escrita.

 Saber o que mudou.

 Comparar o antes e o depois.

 Aplicar as novas regras na comunicação escrita, na escola, no trabalho e em


outros contextos relevantes para a vida.
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Módulo 1
Acordo Ortográfico

Para iniciar
Em 1986, o Rio de Janeiro foi palco para a reunião dos seis representantes de
países que tinham a língua portuguesa como língua materna: Angola, Brasil,
Cabo Verde, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe.

A temática da reunião girava em torno de um assunto comum a todos eles,


qual seja: a simplificação do sistema de acentuação gráfica. Seriam suprimidos
os acentos gráficos de todas as palavras paroxítonas e proparoxítonas, os
quais foram totalmente descartados na época.

Em 12 de outubro de 1990, os seis países reuniram-se novamente contan-


do, agora, com a presença dos representantes de Guiné Bissau e do Timor-
Leste, este último, à época ainda não se tornara independente e o outro não
pudera comparecer.

Em 1990 em Portugal, os representantes chegaram a um acordo final. Todos


os países envolvidos se comprometiam a transformá-lo em lei e que Portugal
e Brasil se encarregariam de publicar um vocabulário ortográfico da língua
portuguesa, o qual seria validado para todos sob a incumbência da Academia
Brasileira de Letras e da Academia das Ciências de Lisboa.

O Acordo firmado tem como objetivos principais facilitar, simplificar e apro-


ximar a grafia dos países lusófonos, além de valorizar aquilo que lhes é co-
mum – a língua portuguesa. A qual em 1911, após a proclamação da Repú-
blica portuguesa, sofreu a sua primeira alteração gráfica, de forma unilateral.
O Brasil não foi consultado à época, porém, jamais deixou de empenhar
esforços para que a unificação acontecesse.

Agora é fato consumado, só nos resta adequarmo-nos às novas regras e colocá-


las em prática e mostrarmos ao mundo o poder, o peso e o valor dessa língua.

Acompanhe a divisão das aulas:

 Aula 1 – Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa


 Aula 2 – Bases do Acordo
 Aula 3 – Prazo e Limite para Adequação ao Acordo Ortográfico
 Aula 4 – O Porquê da Mudança
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AULA 1 – ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA


PORTUGUESA

Você verá a seguir o projeto de texto da ortografia unificada da língua portuguesa


aprovado em Lisboa, em 12 de outubro de 1990, pela Academia das Ciências
de Lisboa, Academia Brasileira de Letras e delegações de Angola, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, com a adesão da delegação de
observadores da Galiza (Portugal), que constitui um passo importante para a de-
fesa da unidade essencial da língua portuguesa e para o seu prestígio internacional. 

Considerando que o texto do Acordo que ora se aprova resulta de um aprofun-


dado debate nos países signatários, a República Popular de Angola, a República
Federativa do Brasil, a República de Cabo Verde, a República de Guiné-Bissau, a
República de Moçambique, a República Portuguesa e a República Democrática de
São Tomé e Príncipe acordam no seguinte (BRASIL, 2008): 

Artigo 1o 

É aprovado o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que consta como anexo


I ao presente instrumento de aprovação, sob a designação de Acordo Ortográfico
da Língua Portuguesa (1990) e vai acompanhado da respectiva nota explicativa,
que consta como anexo II ao mesmo instrumento de aprovação, sob a designação
de Nota Explicativa do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990). 

Artigo 2o 

Os Estados signatários tomarão, através das instituições e órgãos competentes,


as providências necessárias com vista à elaboração, até 1 de janeiro de 1993, de
um vocabulário ortográfico comum da língua portuguesa, tão completo quanto
desejável e tão normalizador quanto possível, no que se refere às terminologias
científicas e técnicas. 

Artigo 3o 

O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa entrará em vigor em 1 de janeiro de


1994, após depositados os instrumentos de ratificação de todos os Estados junto
do Governo da República Portuguesa. 
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Artigo 4o 

Os Estados signatários adotarão as medidas que entenderem adequadas ao efeti-


vo respeito da data da entrada em vigor estabelecida no artigo 3o. 

Em fé do que, os abaixo assinados, devidamente credenciados para o efeito, apro-


vam o presente Acordo, redigido em língua portuguesa, em sete exemplares, to-
dos igualmente autênticos. 

Assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990.

PELA REPÚBLICA POPULAR DE ANGOLA


JOSÉ MATEUS DE ADELINO PEIXOTO
Secretário de Estado da Cultura

PELA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL


CARLOS ALBERTO GOMES CHIARELLI
Ministro da Educação

PELA REPÚBLICA DE CABO VERDE


DAVID HOPFFER ALMADA
Ministro da Informação, Cultura e Desportos

PELA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU


ALEXANDRE BRITO RIBEIRO FURTADO
Secretário de Estado da Cultura

PELA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE


LUIS BERNARDO HONWANA
Ministro da Cultura

PELA REPÚBLICA PORTUGUESA


PEDRO MIGUEL DE SANTANA LOPES
Secretário de Estado da Cultura

PELA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE


LÍGIA SILVA GRAÇA DO ESPÍRITO SANTO COSTA
Ministra da Educação e Cultura
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Você percebeu que o conteúdo visto anteriormente é a réplica do Decreto que


institui o Acordo Ortográfico no Brasil? É importante que você tenha apreendido
sobre ele, podendo retomá-lo caso haja necessidade.

AULA 2 – BASES DO ACORDO


Na aula passada você conheceu o Decreto que instituiu o Acordo Ortográfico no
Brasil. Nesta aula você conhecerá as Bases do Acordo.

Visando à padronização do idioma nos oitos países, onde a Língua Portuguesa é


oficial, o referido Acordo foi instituído em 21 Bases. São elas:

 Base I – Alfabeto e grafia de nomes próprios estrangeiros;


 Base II – Uso do “h”;
 Base III – Grafemas consonânticos;
 Base IV – Sequências consonânticas;
 Base V – Vogais átonas;
 Base VI – Vogais nasais;
 Base VII – Ditongos;
 Base VIII – Acentuação gráfica;
 Base IX – Acentuação gráfica;
 Base X – Acentuação gráfica;
 Base XI – Acentuação gráfica;
 Base XII – Acentuação gráfica;
 Base XIII – Acentuação gráfica;
 Base XIV – Uso do trema;
 Base XV – Uso do hífen;
 Base XVI – Uso do hífen;
 Base XVII – Uso do hífen;
 Base XVIII – Uso do apóstrofo;
 Base XIX – Uso de letras maiúsculas e minúsculas;
 Base XX – Divisão silábica;
 Base XXI – Grafia de assinaturas e firmas.
Português: Novas Regras Ortográficas 15

Saiba mais
Neste curso não iremos tratar de todas as Bases acima
discriminadas. Você verá apenas as principais mudanças
geradas pelo Acordo, porém, caso queira aprofundar
mais seu conhecimento sobre as novas regras acesse o
site:
<http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/
start.htm?tpl=home>.

AULA 3 – PRAZO E LIMITE PARA ADEQUAÇÃO AO


ACORDO ORTOGRÁFICO

Na aula passada você conheceu um pouco sobre as Bases do Acordo. Nesta aula
você irá saber a respeito do prazo estabelecido para nos adequarmos a ele e para
as editoras cuidarem da impressão e da distribuição do material didático segundo
escala preestabelecida.

Vale ressaltar, você é o principal responsável pela sua aprendizagem, assim sendo,
bom estudo!

Após 19 anos de sua elaboração, finalmente, sai do papel o Tratado sobre o Novo
Acordo Ortográfico.

Não é de hoje que os integrantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa


(CPLP) almejam unificar as ortografias do idioma que lhes são comuns – o Portu-
guês. Trabalho este a cargo da Academia Brasileira de Letras (ABL) e da Academia
das Ciências de Lisboa (ACL), iniciado em 1980 e que após dez longos anos de
discussões e negações finalmente ficou pronto, porém não acabado, restam, ain-
da, muitas dúvidas.

No Brasil, o texto foi aprovado em 1995 pelo Congresso Nacional, embora sua
implementação ficasse à espera da aprovação dos parlamentares de Portugal. Com
o decreto assinado pelo Presidente da República Federativa do Brasil Luiz Inácio
Lula da Silva no dia 28 de setembro de 2008 (publicado no DOU de 30.09.2008),
na ABL do Rio de Janeiro, ficou definida a data em que a nova ortografia entraria
em vigor: 1 de janeiro de 2009.
16

Fique por dentro

Ficou estabelecido que até 2012 será permitido o uso das


duas grafias, inclusive em vestibulares, provas, concursos
públicos ou similares. Já as editoras deverão adequar todo
material didático impresso numa escala assim formalizada
para distribuição. A partir do ano de 2010, os alunos do
1º ao 5º ano do Ensino Fundamental deverão receber os
livros já devidamente adequados à nova norma ortográfica,
o mesmo deverá ocorrer com as turmas do 6º ao 9º ano e
consequentemente ao Ensino Médio, isso respectivamente
nos anos de 2011 e 2012.

Os catedráticos no assunto acreditam que quatro anos é prazo suficiente para que
todos os usuários lusófonos (que têm a língua portuguesa como língua materna)
se adéquem às novas regras ortográficas, uma vez que somente cerca de duas mil
palavras sofrerão alterações, o que perfaz a porcentagem mínima de 0,5% dos
verbetes.

No entanto, em Portugal esse quantitativo é bem maior: cerca de umas dez mil
palavras ou 1,5% do vocabulário de lá. As regras não são difíceis de serem assimi-
ladas, requerem compreensão, atenção e vontade para que se efetivem.

Dica

Você viu o que pensam os catedráticos sobre o assun-


to acima tratado e os prazos estabelecidos. É bom ficar
atento para se adequar à nova grafia, porém, não se apa-
vore, você pode usar as duas grafias até 2012.

AULA 4 – O PORQUÊ DA MUDANÇA


Essa mudança veio para unificar e fortalecer a escrita de algumas palavras; a forma
de falar, o vocabulário e a sintaxe continuarão do mesmo jeito. Com os países lusó-
fonos unidos, a tendência é que ganhem mais espaço, até mesmo em fóruns inter-
nacionais, pois o intercâmbio de informações e textos ficará mais fácil. Além disso,
a unificação da escrita visa, também, aproximar as oito nações da Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Português: Novas Regras Ortográficas 17

Você sabia que grande parte das mudanças previstas no Acordo Ortográfico não
irão afetar o modo de escrever, de grafar o português no Brasil? Pois é, mas têm
relação direta com o modo da escrita atual de Portugal. Por exemplo, em Portugal
e em outros países lusófonos grafava-se herva e húmido, com h inicial, hoje eles
terão de escrever da forma escrita aqui no Brasil: erva e úmido. Como se não bas-
tasse, também deverão desaparecer as letras c e p das palavras nas quais elas não
são pronunciadas, e isso deverá ser encarado como regra oficial. Vale ressaltar que
o Novo Acordo Ortográfico respeita a divergência fonética de Portugal e Brasil.

Veja como era e como ficará a escrita em Portugal:


Era assim: Ficará assim:
acção ação
adopção adoção
afectivo afetivo
exacto exato
director diretor

No Brasil permanecem, por exemplo: adepto, convicção, erupção, pacto, etc.

Em Portugal continuam: amnistia, facto, amígdala, carácter, sector, etc.

Observe a grafia do excerto abaixo do escritor português: Miguel Sousa Tavares,


(2008, p. 95-165).

[...] Não ficara rico, mas hoje era uma das forças vivas da terra,
um comerciante respeitado e invejado, com crédito na banca e
lugar de membro efectivo na Associação Comercial e nos Bom-
beiros. [...]

[...] Fechou o jornal, pensativo, acendendo um cigarro cujo fumo


ficou a ver elevar-se em direcção ao tecto, como o Conde Ze-
ppelin se elevara sobre o Terreiro do Paço, nessa manhã. [...]

Esperamos que você tenha compreendido o porquê da mudança ortográfica fa-


zendo bom uso das informações aqui apresentadas. Há muito ainda o que apren-
der. Estamos apenas começando... Vamos juntos!
Português: Novas Regras Ortográficas 19

Módulo 2
Alterações no Alfabeto

Para iniciar
Na aula passada você conheceu o porquê das mudanças no Novo Acordo Orto-
gráfico. Nesta, você verá as alterações ocorridas no alfabeto: o que continua,
o que foi suprimido, o que foi mudado e as adequações feitas, visando um
bem-estar geral. Você deverá ficar atento, muito embora acreditamos que
muito do que será mostrado aqui você já tenha visto e saiba, porém, rever
nunca é demais, não é mesmo?
Outrossim, gostaríamos de deixar bem claro que muitos conteúdos aqui in-
seridos serão breves, sem muito aprofundamento por tratar-se de uma reto-
mada, para seguirmos adiante. Então, prossigamos!
Acompanhe a divisão das aulas deste módulo:

 Aula 1 – O Alfabeto: a Inclusão do K, W, Y


 Aula 2 – Maiúsculas e Minúsculas
 Aula 3 – Uso do H
 Aula 4 – Cai o Trema
 Aula 5 – O Dígrafo
 Aula 6 – Grafemas Consonantais
 Aula 7 – Homofonia de Grafemas Consonantais: Dupla Grafia
e Palavras com Mais de Um Sentido
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AULA 1 – O ALFABETO: A INCLUSÃO DO K, W, Y

Para início de conversa você percebeu a mudança ocorrida no alfabeto, não é ver-
dade? Antes do Acordo, o alfabeto era composto de 23 letras, com o seu advento
voltam as letras K, W e o Y, perfazendo um total de vinte e seis letras.
Vamos revê-las?

a A; b B; c C; d D; e E; f F; g G; h H; i I; j J; k K; l L; m M; n N; o O; p P; q Q;
r R; s S; t T; u U; v V; w W; x X; y Y; z Z.

Na verdade, as referidas e destacadas letras reintegram o alfabeto. São nossas


velhas conhecidas na composição de nomes próprios estrangeiros e seus de-
rivados e também como das siglas e dos símbolos químicos. São usadas em
três casos distintos e especiais, vamos conhecê-los?

1 ANTROPÔNIMOS (nomes próprios) e palavras formadas a partir dos mes-


mos, bem como em TOPÔNIMOS (nomes de cidades, Estados, países...)
normalmente palavras que designam locais e seres animados e inanimados.
Tais como:

 Darwin – darwinismo;
 Kafka – kafkiano;
 Weber – weberiano;
 Shakeaspeare – shakespeariano;
 Kuwait – kuwaitiano;
 Byron – byroniano.

2 Em abreviaturas e símbolos usados nacionalmente e internacionalmente e/ou


palavras adotadas como unidade de medida:

 Kg – quilograma;
 Km – quilômetro;
 Yb – itérbio;
 Kw – quilowatt;
 Yd – jarda.
Português: Novas Regras Ortográficas 21

3 Em listas telefônicas, listas presenciais, etc., sempre numa sequência alfabé-


tica, lógica e linear.

Fique por dentro

Vale lembrar, que na língua portuguesa do Brasil, usa-se o ç


(cê cedilhado) como representante gráfico de sons produ-
zidos por outras letras, como por exemplo: oração, mu-
çulmano, araçá, etc.

Esse assunto requer muita atenção, esperamos que você tenha entendido até
aqui, porém, para dominar o conteúdo fazem-se necessários dedicação e estudo.
Para maior compreensão, veja algumas informações extras no quadro abaixo.

1- As letras K, W e Y são consideradas vogais ou consoantes?


Nesse aspecto a letra K será uma consoante quando vir postada antes de a,
o, u, assim como a letra c; e o dígrafo qu de querer, por exemplo.
O W será vogal ou semivogal na pronúncia de palavras de origem inglesa,
v.g.: Waffle, Wallace, New York, nas quais terão som de /u/. E em palavras
de origem alemã o W será consoante assim como o /v/: Walter, Wagner,
etc. Porém existem nomes que dependendo da pronúncia têm sonido de /v/
ou do /u/ – Darwin.
Já o Y trata-se de som vocálico pronunciado como /i/ com a função de vogal
ou semivogal: yard (jarda), yen (unidade monetária e moeda do Japão).

2- Como ficam os genitivos e seus derivados?


Antes do Novo Acordo Ortográfico, quem nascia no Acre era denominado
acreano. Hoje, após o Acordo, é acriano, fazendo jus à nova recomendação,
que recomenda também as formas –iano e –iense, em vez de –eano –een-
se. Vale lembrar que as formas acima inscritas já eram comuns em alguns
genitivos, como por exemplo, italiano.
A regra em questão vale para adjetivos e substantivos e seus derivados, por
exemplo: machadiano, lobatiano, etc. Os sufixos –iano e –iense mantêm
o i nos substantivos e adjetivos derivados, até mesmo quando as formas pri-
mitivas vêm com e.
Os nascidos em Cabo Verde serão cabo-verdianos, porém os nascidos em
Guiné-Bissau continuarão guineenses pelo fato do nome Guiné terminar em e
tônico. A troca se dará quando o nome de origem terminar em e átono.
22

Lembre-se sempre: todo processo de aprendizagem requer leitura e releitura


atenciosa para a compreensão de todo e qualquer assunto tratado!

AULA 2 – MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS

Conforme podemos observar, apesar de regulamentadas pelo Acordo Ortográfi-


co, o uso das maiúsculas e das minúsculas, na prática, não foi alterado.

Assim sendo, vejamos os exemplos.

As letras minúsculas no início das palavras são empregadas:

a em todas as palavras de uso corrente;

b em nomes de dias, meses e estações do ano;

c no uso de fulano, beltrano e sicrano;

d em nomes de pontos cardeais (mas não em suas abreviaturas: oeste-W);

e em axiônimos e em hagiônimos (caso em que se pode usar também as maiús-


culas) – v.g.: doutor/Doutor Miguel;

f em nomes que designam domínios do saber (caso em que se pode usar tam-
bém as maiúsculas) – ciências/Ciências, português/Português.

As letras maiúsculas no início das palavras são empregadas:

a em antropônimos reais ou fictícios – Machado de Assis/Quincas Borba;

b em topônimos reais ou imaginários – Brasil/República das Bananas;

c em nomes de seres antropomorfizados ou mitológicos – Aurora, Atena;

d em nomes de instituições: Universidade de São Paulo;

e em nomes de festas e festividades – Ano-Novo, Páscoa, Natal;


Português: Novas Regras Ortográficas 23

f em títulos de periódicos – Folha de São Paulo;

g em pontos cardeais ou termos equivalentes, quando utilizados em termos


absolutos – Norte e Sul (substituído regiões norte e sul do Brasil), Ocidente
(para designar países da Europa ocidental);

h em siglas, símbolos e abreviaturas de uso nacional e internacional – IBGE,


UFG, ONU, H2O2;

i quando, por opção, decide-se inseri-las em termos hierarquicamente, logra-


douros públicos, no início de versos, edifícios ou templos – Avenida Castelo
Branco, Catedral da Sé.

AULA 3 – USO DO H
Você observou as mudanças ocorridas no nosso alfabeto, reviu as letras compo-
nentes do mesmo, assim como a inclusão das letras K, W e Y no referido alfabeto
e quando utilizá-las, não é mesmo?

Pois agora você saberá quando e como usar o H.

Quanto ao uso do H, o que podemos dizer é que diversas palavras grafadas com essa
letra inicial, apesar de estarem etimologicamente corretas, deixaram de ser pratica-
das também nas junções de outras palavras. Dessa forma, o Acordo Ortográfico veio
simplesmente formalizar algo já há muito praticado, conforme veremos abaixo.

 Cai o H inicial das palavras herva e húmido.


Antes do Acordo: Depois do Acordo:
herva erva
húmido úmido

 Palavras de origem erudita mantêm o “H”inicial:


Antes e depois do Acordo: hercúleo e herbáceo.
24

 Palavras compostas e ligadas pelo hífen, o H continua:


super-homem co-herdeiro
pré-histórico macro-história
anti-histamínico sobre-humano
Em diversas palavras e interjeições a letra H continua, não caiu, conforme
veremos abaixo:
hoje, híbrido, higiênico, hum! hã?

 O H no final, somente nas interjeições:


Oh! Ah!

Você acabou de ver quando e como usar o H nas palavras. Para efetivar o seu
conhecimento basta colocá-lo em prática. Saiba, porém, que em caso de necessi-
dade o estudo deve ser retomado, isto quantas vezes se fizer necessário.

AULA 4 – CAI O TREMA


Já é do nosso conhecimento que o trema não será mais usado tanto nas palavras por-
tuguesas como nas aportuguesadas, não é verdade? No entanto, vale lembrar que o
trema nada mais é que um sinal gráfico de dois pontos colocados em cima da letra u
indicando que esta deverá ser pronunciada nos grupos gue, gui, que e qui e que não
será mais usado na língua portuguesa, reafirmamos. No entanto, é bom que se diga
que a pronúncia deverá continuar a mesma, sem nenhuma alteração sonora.

Antes do Acordo: Depois do Acordo:


agüentar aguentar
eloqüente eloquente
conseqüência consequência
freqüente frequente
cinqüenta cinquenta
ligüiça linguiça
argüição arguição
sagüi sagui
pingüim pinguim
seqüestro sequestro
tranqüilo tranquilo
anhangüera anhanguera
Português: Novas Regras Ortográficas 25

Fique por dentro

Todavia, é bom que se diga: o trema deverá ser mantido


em nomes próprios de origem estrangeira, assim como nos
seus respectivos derivados. Eis alguns exemplos: hübne-
riano, de Hübner; mülleriano, de Muller; Bündchen.

AULA 5 – O DÍGRAFO
Nesta aula você revisará o conceito sobre o dígrafo ou digrama; saberá que este
se forma a partir da união de duas letras para representar um único fonema.
Então, somente a título de revisão: são dígrafos rr, ss, sc, sc, xc, ch, lh, nh, qu
(quando o u não represente nenhum fonema), an, en, am, em... Os primeiros
são classificados como dígrafos consonantais, os outros são dígrafos vocálicos ou
nasais formados por uma vogal mais m ou n.
 Consonantais: murro, cresça, chave, molho, ninho, quero, etc.
 Nasais: espanto, conto, mundo, sempre, pombo.

Observação: vale lembrar que: sc e xc são dígrafos diante de e ou i; antes


de a, o ou u são encontros consonantais.

Conforme você percebeu, o conteúdo ficou bastante resumido, pois objetiva tão
somente a revisão daquilo que julgamos ser do conhecimento de todos. Caso
você queira se aprofundar mais no assunto, poderá se valer de uma boa gramática,
existem muitas no mercado, vale a pena o investimento.
26

Homofonia: AULA 6 – GRAFEMAS CONSONANTAIS


vocábulo que tem o
mesmo som de outro Para iniciarmos esta conversa é necessário sabermos o significado da pala-
com grafia e sentido di- vra homofonia e grafema. Então vamos lá!
ferentes (exemplo: paço
= palácio real; passo = Ao escrevermos é necessário distinguirmos de modo correto os grafemas
marcha).
consonânticos, que representam sons idênticos. Eis alguns, confira!

a ch e x: achar, archote, chorar, flecha, bexiga, Oxalá, puxa, cochilo,


Grafema:
faixa, guincho, etc.
a menor unidade con-
trastiva num sistema de b g e j: mágico, angico, ferrugem, relógio, angélico, jenipapo, vantagem,
escrita (exemplo: l; a; ^; girafa, jejum, sujeito, etc.
são grafemas na escrita
do português atual). c s, ss, c, ç e x: anseio, dança, posse, pessoa, cansaço, passeio, canção,
sintaxe, máximo, coxo, etc.

d s, x e z: música, explicação, estância, exercício, felizmente, luz, ca-


puz, juiz, etc.

Saiba mais

Afinal para que servem, mesmo, os sons e as le-


tras?
Segundo os gramáticos William R. Cereja e The-
reza C. Magalhães em seu livro Gramática refle-
xiva: texto, semântica e interação (2005, p 71):

Os sons e as letras são a base da lingua-


gem verbal. Sem o som não há fala; sem
as letras, não há a escrita [...]. Assim, os
sons e as letras, como unidades bási-
cas de construção da linguagem verbal,
têm papel decisivo na preservação e na
transmissão da cultura.
Português: Novas Regras Ortográficas 27

AULA 7 – HOMOFONIA DE GRAFEMAS CONSONAN-


TAIS: DUPLA GRAFIA E PALAVRAS COM MAIS DE UM
SENTIDO

Apesar dos esforços empregados na padronização da língua portuguesa, foi im-


possível padronizá-la devido às palavras que têm dupla pronúncia, dupla grafia ou
duplo sentido; às vezes no mesmo país. Eis alguns exemplos:

 prêmio / premio (Brasil);


 negócio / negocio (Brasil);
 fato (Brasil) / facto (Portugal);
 atual (Brasil) / actual (Portugal);
 contrato (Brasil) / contracto (Portugal);
 objeto (Brasil) / objecto (Portugal).

Essa dificuldade também é observada na acentuação de muitas palavras que têm a


mesma grafia e pronúncia, porém, com significados diferentes. Eis alguns exemplos:

 manga (parte de uma peça de roupa) e manga (fruta da mangueira);


 acerto (substantivo) e acerto (flexão do verbo acertar).
Português: Novas Regras Ortográficas 29

Módulo 3
Regras de Acentuação

Para iniciar
Neste módulo iremos tratar de assuntos de suma importância. Os mesmos foram
divididos em seis aulas, conforme disposição abaixo, as quais deverão ser obser-
vadas com muita atenção, carinho e dedicação. Tudo isso eu sei que você tem,
então, mãos à obra!
Acompanhe a divisão das aulas:

 Aula 1 – Acentuação Gráfica


 Aula 2 – Vogais Átonas
 Aula 3 – Palavras Oxítonas
 Aula 4 – Palavras Paroxítonas
 Aula 5 – Palavras Proparoxítonas
 Aula 6 – Nas Conjunções Verbais: o Que Muda?
30

AULA 1 – ACENTUAÇÃO GRÁFICA

Na última aula do Módulo II aprendemos um pouco mais sobre grafemas con-


sonânticos e homografias de grafemas consonantais. Hoje iniciamos um assunto
novo, que convenhamos, não é tão novo assim – regras de acentuação gráfica.

Você deve se lembrar que os acentos são utilizados para representar graficamente
alguns sons ou aproximá-los da pronúncia real de certas palavras, não é verdade?
Existem na nossa língua os seguintes acentos: o grave ( ` ); o agudo ( ´ ); o cir-
cunflexo ( ^ ); o til ( ~ ); o trema ( ¨ ), você está lembrado? Acompanhe!

1 O acento agudo é usado na definição dos seguintes elementos:

 as vogais tônicas fechadas i e u – Jundiaí, quadrúpede, faísca, difícil, etc.;


 as vogais tônicas abertas e semiabertas a, e e o – herói, óculos, afável,
parabéns, etc.

De acordo com a nova regra ortográfica, NÃO se acentuam os ditongos aber-


tos EI e OI nas palavras paroxítonas: ideia, heroico, assembleia, boia, etc.

2 O acento grave ( ` ), indicador da fusão escrita e oral de duas vogais idênticas


– crase –, é usado nos seguintes casos:

 no artigo feminino a (s) – Sou alérgico à penicilina;


 nos pronomes demonstrativos – aquele (s), aquela (s) e aquilo – “Filho
encaminhe-se àquele guichê.”;
 no pronome demonstrativo a (s) – “Prefiro esta bolsa àquelas outras”.

3 O acento circunflexo ( ^ ) indica o timbre semifechado das vogais tônicas a,


e e o: flâmula, freguês, providência, almôndega, prêmio, avô, etc.

4 O trema ( ¨ ), acento que recaia sobre a letra u em sílabas (gue, gui, que e
qui), foi abolido, porém, nos nomes próprios estrangeiros e em seus deriva-
dos permanece:

 mülleriano de Müller;
 hübneriano de Hübner.
Português: Novas Regras Ortográficas 31

Você deverá ficar atento para não confundir. Apesar do fim do trema nas palavras
de origem portuguesa e/ou aportuguesadas, não haverá mudança na pronúncia.
As palavras nas quais se usavam o trema deverão ser pronunciadas como antes
(foneticamente falando apenas), veja:

Antes do Acordo: Depois do Acordo:


agüentar aguentar
lingüística linguística
tranqüila tranquila
lingüeta lingueta
freqüente frequente

5 O til ( ~ ) é colocado sobre as letras a e o para indicar a nasalização das


mesmas – não, anão, pão, ações, caminhão.

6 A cedilha ( s ) é colocada debaixo do c para representar o som ss antes das


vogais a e u – ação, caçula, caiçara, estimação, praça, etc.

7 O apóstrofo ( ‘ ) indica a supressão de um fonema, normalmente uma vogal.


Fato comum no coloquialismo e em palavras compostas ligadas pela prepo-
sição de – vinha d’alho (vinha de alho), galinha d’angola (galinha-de-angola).

Dica
Na língua portuguesa quase todas as palavras têm acen-
to tônico, porém somente algumas têm acento gráfico.
 Como distingui-los?
 No acento tônico, as sílabas de determinadas pala-
vras são pronunciadas com maior intensidade so-
nora.
 Já o acento gráfico indica a sílaba tônica de determi-
nadas palavras.
32

A acentuação serve para nos auxiliar na representação escrita da linguagem.

Ao ouvirmos alguém falando, percebemos e distinguimos facilmente uma sílaba


átona de uma sílaba tônica. Porém isso, normalmente, não acontece e às vezes
não é fácil quando lemos, o que pode dificultar a leitura. Dessa forma, os sinais de
acentuação são usados para a distinção, na escrita, de palavras que possuam grafias
idênticas, porém, de tonicidade diferente. Veja alguns exemplos: mágoa e magoa;
público e publico; bebê e bebe; bobo e bobó; secretária e secretaria; sabia
e sabiá.

Você recordou algumas regras de acentuação gráfica, esperamos que tenha sido
de grande valia uma vez que precisará desse conhecimento para melhor compre-
ensão das aulas sucessivas. Reiteramos uma vez mais que não estamos preocupa-
dos com a quantidade e sim com a qualidade do conteúdo.

AULA 2 – VOGAIS ÁTONAS

Você aprendeu que quando se divide uma palavra, na língua portuguesa, observa-
se que algumas sílabas são tônicas, ou seja, são pronunciadas com maior intensida-
de. Outras palavras, porém, são pronunciadas com menor intensidade – as sílabas
átonas. E que, quando grafamos o que se fala, faz-se necessário representá-las
observando os seguintes elementos básicos:

a a intensidade de cada sílaba;

b a frequência, o tom em que a palavra é dita;

c o timbre da palavra (o sonido da mesma);

d a duração de cada som.


Português: Novas Regras Ortográficas 33

Fique por dentro

Devemos ficar atentos, pois nem toda sílaba tônica é mar-


cada por um acento. Só nos resta observar as sílabas mais
intensas, com acento ou não. Sob a ótica da tonicidade das
palavras podemos defini-las em três grupos distintos, quais
sejam: oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas.

AULA 3 – PALAVRAS OXÍTONAS


Com o advento do Novo Acordo Ortográfico observa-se que tudo permanece
como era, ou seja, não houve mudanças.
Vamos rever?

a As oxítonas terminadas em vogais a, e e o, seguidas ou não pelo s, continuam


acentuadas: avó, paletó, café, bobó, sofá...

b Nas vogais a, e e o que perderam as consoantes finais “r”, “s” e “z” em flexões
verbais conjugadas juntamente com os pronomes lo(s), la(s) permanecem
acentuadas: amá-los, vendê-los, resolvê-lo-ei, salvá-lo-as, dissolvê-lo.

c Continuam acentuadas as palavras oxítonas terminadas com os ditongos em


e ens: harém, refém, parabéns, vinténs.

d Continuam acentuadas as oxítonas terminadas com ditongos, éis, éu(s) e


ói(s): anzóis, fiéis, réus, papéis, herói, heróis, troféu, troféus.

e As vogais tônicas i e u das oxítonas antecedidas de vogais com as quais for-


mam ditongos levam acento agudo se não formarem uma sílaba com a conso-
ante que as segue: Piauí, tuiuiú, tuiuiús, sanduíche.

f Na vogal tônica e oxítona dos verbos terminados em air e uir, seguidas por
lo(s) e la(s), com certeza são acentuadas: atraí-la, instruí-las, possuí-la.

g Com as vogais i e u de palavras oxítonas antecedidas de vogais e que com as


quais não formem ditongos, ou que precedem nh ou formem sílaba com a con-
soante seguinte (l, m, n, r, e z) não devem ser acentuadas: raiz, moinho, ruim.

h Com os ditongos tônicos iu e ui, precedidos de vogal, também não levam


acento: contraiu, distraiu, destruiu, subtraiu.
34

Usa-se o acento circunflexo nos verbos ter e vir quando na terceira pessoa
do plural do presente do indicativo: têm, vêm.

Então, valeu rever o conteúdo?

Esperamos que sim, afinal, precisamos ter certeza daquilo que afirmamos, na es-
crita, então, devemos ser impecáveis, você não concorda?

AULA 4 – PALAVRAS PAROXÍTONAS


Dando continuidade à nossa temática – acentuação gráfica –, é importante frisar
como se identificam as paroxítonas.

Identificam-se as palavras paroxítonas pelo acento na penúltima sílaba, ou cuja


sílaba tônica é a penúltima.

Segundo o Novo Acordo Ortográfico, algumas regras permanecem enquanto ou-


tras foram mudadas.

A seguir algumas palavras que permanecem inalteradas.

1 As paroxítonas em cujas sílabas tônicas estão inseridas as vogais a, e e o, além


das que têm as vogais i e u nas sílabas tônicas terminadas em l, n, r, x e os,
no singular e no plural permanecem acentuadas: açúcar, amáveis, clímax,
fórceps, bíceps, fácil.

2 As paroxítonas com a, e e o nas sílabas tônicas, as com i e u nestas sílabas e


que terminam em ã, ão(s), ei(s), i(s), on(s), um, uns us permanecem acen-
tuadas: álbum, álbuns, órfã, órfãos, júri, júris, órgãos.

De acordo com a nova reforma ortográfica, NÃO se acentuam os ditongos


abertos ei e oi nas palavras paroxítonas: assembleia, ideia, boia, heroico,
paronoico.

3 Continuam acentuadas as terceiras pessoas do singular do presente do in-


dicativo, as segundas pessoas do singular do imperativo e, obviamente, suas
formas verbais: contêm, obtêm.
Português: Novas Regras Ortográficas 35

De acordo com a nova reforma ortográfica, NÃO se acentuam as vogais i


ou u tônicas das palavras paroxítonas quando precedidas de ditongo: feiura,
baiuca, boiuno, boiúna, etc.

4 Foi eliminado o acento agudo das palavras paroxítonas que possuam o u


tônico precedido das letras g ou q, seguidas de e ou i: averigue, apazigue,
arguem, obliqúe, etc.

5 Foi eliminado o acento circunflexo nos encontros vocálicos oo: voo, moo,
coo, abençoo.

6 Eliminação do acento circunflexo nos encontros vocálicos ee: veem, leem,


deem.

7 Foram eliminados os acentos agudo e circunflexo nas seguintes palavras


homógrafas (acento diferencial).

Antes do Acordo: Depois do Acordo:


pára (verbo parar) e para (verbo parar) e
para (preposição) para (preposição)

pela (verbo pelar) e pela (verbo pelar) e


péla (substantivo) pela (substantivo)

O verbo pôr continuará acentuado, para que se diferencie da preposição por.

O verbo pôde, no pretérito perfeito do indicativo, também continuará com o


acento, para que se diferencie da flexão pode, do presente do indicativo.

Quanto ao acento circunflexo, será facultativo quando: demos/ demos (forma


verbal); fôrma (substantivo) e forma (substantivo e verbo).

É, esse assunto foi um pouquinho mais extenso, não é verdade? Porém de muita
importância. Caso tenha ficado algo que você não apreendeu, retome os estudos
assim que julgar necessário. O diferencial na sua competência é você quem faz,
certo?
36

AULA 5 – PALAVRAS PROPAROXÍTONAS

Bem, nós sabemos que todas as palavras proparoxítonas devem ser acentuadas
não é mesmo?

Porém deve-se ficar atento quanto às exceções.

1 Todas as regras de acentuação das proparoxítonas foram mantidas: árabe,


trôpego, música, álibi, estereótipo, médico.

2 Acentuam-se os hiatos tônicos em i(s) e u(s). Se na mesma sílaba forem


seguidos de outra letra diferente de s, não receberão o acento gráfico: saí,
saíste, caiu, cair, caindo, juiz, ruim.

3 As palavras proparoxítonas reais ou aparentes com o e e o o nas sílabas tôni-


cas, seguidas pelas consoantes m e n, permanecem acentuadas. No entanto,
a diferença na acentuação varia entre Brasil e Portugal.

Brasil: Portugal:
acadêmico académico
gênio génio
anatômico anatómico
fenômeno fenómeno

Vale ressaltar para não confundir: nos países falantes da língua portuguesa onde a
pronúncia da vogal tônica for aberta continuarão sendo acentuadas com o acento
agudo e, obviamente, serão pronunciadas com timbre aberto. No Brasil, em que a
pronúncia é fechada, continuarão recebendo o acento circunflexo e pronunciadas,
também, com timbre fechado.

Entendeu? Então continuemos!


Português: Novas Regras Ortográficas 37

AULA 6 – NAS CONJUNÇÕES VERBAIS: O QUE MUDA?

Dando continuidade ao conteúdo proposto, veremos o que muda em relação às


conjunções verbais. Vamos lá?

Neste quesito, segundo o Novo Acordo Ortográfico algumas formas verbais oxí-
tonas e paroxítonas perdem o acento.

Tomaremos como base os critérios adotados pelo ilustre gramático Evanildo Be-
chara (2008, p. 34-38).

1 Mudam os verbos arguir e redarguir, os quais perdem o acento agudo na vogal


tônica u nas formas rizotônicas – aquelas cuja sílaba tônica está no radical.

Presente do indicativo
Arguo (leia-se argúo, mas não se acentua)

Arguis (leia-se argúis, mas não se acentua)

Argui (leia-se argúi, mas não se acentua)

Arguímos (a sílaba tônica é í) forma arrizotônica

Arguís (a sílaba tônica é ís) forma arrizotônica

Arguem (leia-se argúem, mas não se acentua)

Presente do subjuntivo
Argua (leia-se argúa, mas não se acentua)

Arguas (leia-se argúas, mas não se acentua)

Argua (leia-se argúa, mas não se acentua)

Arguamos (aqui a sílaba tônica é a) forma arrizotônica

Arguais (aqui a sílaba tônica é ais) forma arrizotônica

Arguam (leia-se arguam, mas não leva acento)


38

2 Muda os verbos do tipo: aguar, apaziguar, aproximar, apropinquar,


averiguar, enxaguar, obliquar, delinquir e os afins poderão ser conjuga-
dos de duas formas.

Ou tem as formas rizotônicas (sílaba tônica no radical com o u do radical tô-


nico, porém sem o acento agudo).

Presente do indicativo
Averiguo (leia-se averigúo, mas não leva acento)

Averiguas (leia-se averigúas, mas não leva acento)

Averigua (leia-se averigúa, mas não leva acento)

Averiguamos (aqui a sílaba tônica é gua)

Averiguais (aqui a sílaba tônica é guais)

Averiguam (leia-se averigúam, mas não leva acento)

Ou então:

Averíguo

Averíguas

Averígua

Averiguamos

Averiguais

Averíguam

Visando deixar para você, a aplicação da nova regra acordada mais clara, as
formas arrizotônicas foram incluídas nos exemplos abaixo, sempre 1ª e 2ª
pessoa do plural.
 Vale ressaltar que as formas arrizotônicas em que a sílaba tônica se en-
contra fora do radical.
Português: Novas Regras Ortográficas 39

Presente do subjuntivo
Averigue (leia-se averigúe, mas não leva acento)

Averigues (leia-se averigúes, mas não leva acento)

Averigue (leia-se averigúe, mas não leva acento)

Averiguemos (leia-se averigüemos, mas não leva trema)

Averigueis (leia-se averigüeis, mas não leva trema)

Averiguem (leia-se averigúem, mas não leva acento)

Ou então:

Averigúe (sem o trema, mas com o u pronunciado)

Averígues (sem o trema, mas com o u pronunciado)

Averígue (sem o trema, mas com o u pronunciado)

Averiguemos (sem o trema, mas com o u pronunciado)

Averigueis (sem o trema, mas com o u pronunciado)

Averíguem (sem o trema, mas com o u pronunciado)

Presente do indicativo
Enxaguo (leia-se enxagúo, mas não leva acento)

Enxaguas (leia-se enxagúas, mas não leva acento)

Enxagua (leia-se enxagúa, mas não leva acento)

Enxaguamos (aqui a sílaba tônica é gua)

Enxaguais (aqui a sílaba tônica é guais)

Enxaguam (leia-se enxagúam, mas não leva acento)


40

Ou então:

Enxáguo

Enxáguas

Enxágua

Enxaguamos

Enxaguais

Enxáguam

Presente do subjuntivo
Enxague (leia-se enxagúe, mas não leva acento)

Enxagues (leia-se enxagúes, mas não leva acento)

Enxague (leia-se enxagúe, mas não leva acento)

Enxaguemos (leia-se enxagüemos, mas não leva trema)

Enxagüeis (leia-se enxagüeis, mas não leva trema)

Enxaguem (leia-se enxagúem, mas não leva acento)

Ou então:

Enxágue (sem o trema, mas como o u pronunciado)

Enxágues (sem o trema, mas como o u pronunciado)

Enxágue (sem o trema, mas como o u pronunciado)

Enxaguemos (sem o trema, mas como o u pronunciado)

Enxagueis (sem o trema, mas como o u pronunciado)

Enxáguem (sem o trema, mas como o u pronunciado)


Português: Novas Regras Ortográficas 41

Presente do indicativo
Delinquo (leia-se delinqúo, mas não leva acento)

Delinques (leia-se delinqúes, mas não leva acento)

Delinque (leia-se delinqúe, mas não leva acento)

Delinquimos (leia-se delinqüimos, mas não leva trema)

Delinquis (leia-se delinqüis, mas não leva trema)

Delinquem (leia-se delinqúem, mas não leva acento)

Ou então:

Delinques (sem trema, mas com u pronunciado)

Delinque (sem trema, mas com u pronunciado)

Delinquimos (sem trema, mas com u pronunciado)

Delinquis (sem trema, mas com u pronunciado)

Delinquem (sem trema, mas com u pronunciado)

Presente do subjuntivo
Delinqua (leia-se delinqúa, mas não leva acento)

Delinquas (leia-se delinqúas, mas não leva acento)

Delinqua (leia-se delinqúa, mas não leva acento)

Delinquamos (aqui a sílaba tônica é qua)

Delinquais (aqui a sílaba tônica é quais)

Delinquam (leia-se delinqúam, mas não leva acento)


42

Ou então:

Delínqua

Delínquas

Delínqua

Delinquamos

Delinquais

Delínquam

O verbo delinquir, conhecido como defectivo, é tratado como verbo que tem
todas as formas.

Verbos defectivos são aqueles que não são conjugados em todas as pessoas.

Segundo o Novo Acordo Ortográfico, são aceitas as duas possibilidades na pro-


núncia. Embora, segundo a tradição da gramática brasileira, para o caso, só se
aceitava sua conjugação nas formas arrizotônicas.

Formas arrizotônicas são aquelas cuja sílaba tônica está no radical.

Vale lembrar que, como o assunto é extenso talvez seja preciso que você o reto-
me, afinal, quem faz a diferença é única e exclusivamente você!
Português: Novas Regras Ortográficas 43

Módulo 4
Uso do Hífen

Para iniciar
Já caminhamos muito, não é mesmo? Mas ainda não chegamos ao final!
Neste módulo você verá um assunto bastante polêmico, que é a questão da hife-
nização em palavras compostas, em nomes geográficos, nas locuções, nas forma-
ções prefixais e sufixais e na hifenização em casos de ênclise, próclise e mesóclise.
Será necessário atenção, muita dedicação e estudo.
Acompanhe a divisão das aulas deste módulo:

 Aula 1 – O Hífen nas Palavras Compostas


 Aula 2 – Nomes Geográficos, Espécies Botânicas, Zoológicas e Afins
 Aula 3 – Nas Locuções e Sequências de Palavras
 Aula 4 – Formações com Prefixo
 Aula 5 – Formações com Sufixo
 Aula 6 – O Hífen nos Casos de Ênclise, Próclise e Mesóclise
44

AULA 1 – O HÍFEN NAS PALAVRAS COMPOSTAS

Neste quesito você perceberá que várias regras existentes foram reformuladas,
com maior clareza, objetividade e simplicidade, visando uma melhor compreen-
são. Porém ainda não se fez de forma racionalizada como gostaríamos, é bom que
se diga.

Vejamos então como é que fica.

1 O hífen é empregado em palavras compostas sem elemento de ligação quan-


do o primeiro termo, reduzido ou por extenso, estiver representado por
forma: adjetiva, substantiva, verbal ou numeral. Veja!

Arco-íris, ano-luz, decreto-lei, médico-cirurgião, tio-avô, azul-escuro,


sul-africano, primeiro-tenente, porta-retrato, quebra-mar, etc.

Vale ressaltar que nas formas empregadas adjetivamente como: anglo, euro, afro,
franco, luso, sino e outras semelhantes, deverão ser grafadas sem o hífen, quando
empregados: afrodescendente, afrofilia, francolatria, lusofonia, sinologia, etc.

Grafa-se com hífen: afro-lusitano, anglo-saxão, euro-asiático, etc

Alguns compostos, que com o passar do tempo perderam a noção de composi-


ção e passaram a ser grafados de forma aglutinada, também são citados: girassol,
pontapé, madressilva, etc. Da mesma forma serão aglutinados também: para-
quedas (e seus afins) mandachuva, etc.

2 O hífen é empregado nos compostos sem elemento de ligação quando o


primeiro elemento estiver representado nas formas: além, aquém, recém,
bem e sem. Observe: além-mar, aquém-mar, recém-nascido, bem-es-
tar, bem-mandado, bem-humorado, sem-cerimônia, etc.

No entanto, em diversos compostos o advérbio bem é aglutinado ao segundo


termo: benfeitor, benquisto, benquerer, etc.

3 O hífen é usado em palavras compostas sem elemento de ligação quando o


primeiro elemento é mal e o segundo se inicia por vogais ou pelas consoantes
l e h: mal-estar, mal-amado, mal-humorado, etc.
Português: Novas Regras Ortográficas 45

No entanto, em diversos compostos o advérbio mal se aglutina ao segundo ele-


mento: malcriado, malgrado, malditoso, malvisto, etc.

AULA 2 – NOMES GEOGRÁFICOS, ESPÉCIES BOTÂNI-


CAS, ZOOLÓGICAS E AFINS

Como você percebeu o assunto não findou, veremos agora como fazer uso do
hífen na composição de nomes geográficos, espécies botânicas, zoológicas e afins.
Vamos ver como é que fica?

Para início de conversa, eis algumas regrinhas básicas:

 usa-se o hífen em nomes geográficos compostos por grã e grão, for-


mas verbais ou compostas com adjetivos: Grão-Pará, Quebra-Dentes,
Passa-Quatro, Trás-os-Montes, Grã-Bretanha, etc.;
 são escritos sem hífen outros compostos geográficos tais como: Amé-
rica do Sul, São Caetano, Castelo Branco, Cabo Verde, etc. Já os
topônimos Guiné-Bissau e Timor-Leste, são exceções.

Os adjetivos gentílicos (aqueles referentes aos locais de nascimento), deriva-


dos de nomes geográficos compostos que contenham ou não elementos de
ligação, deverão ser hifenizados: mato-grossense, juiz-forano, cruzeiren-
se-do-sul, belo-horizontino, etc.

Espécies Botânicas, Zoológicas e Afins

Usa-se o hífen em compostos que indicam espécies botânicas, zoológicas, ou em áre-


as afins, ligadas ou não por preposição ou outro elemento qualquer: andorinha-do-
mar, dente-de-leão, bem-te-vi, erva-doce, mal-me-quer, coco-da-baía, etc.

Nos compostos que designam espécies botânicas e zoológicas escritas com


o hífen pela norma acima, não deverão ser hifenizados em aplicações dife-
rentes dessas espécies, a saber: bico-de-papagaio (com hífen) referindo-se
à planta, e bico de papagaio (sem hífen) significando nariz grande; não-
me-toques (com hífen) com referência a certos tipos de plantas, e não me
toques (sem hífen) com o significado de “melindres”.
46

AULA 3 – NAS LOCUÇÕES E SEQUÊNCIAS DE PALAVRAS


Dando prosseguimento aos nossos estudos, trataremos agora da hifenização nas
locuções e posteriormente das sequências de palavras.

Vamos lá?

Nas locuções substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, conjuncionais e pre-


positivas não se emprega o hífen, a não ser em alguns casos específicos em que
seu uso já se consolidou, como: arco-da-velha, água-de-colônia, cor-de-rosa,
pé-de-meia, etc.

Ressalte-se que, se na locução houver algum elemento no qual já exista o hífen,


este será conservado. É o caso de: cara de mamão-macho, bem-te-vi de igreja.

Eis alguns exemplos de emprego sem hífen de locuções.

a Locuções substantivas: fim de semana, sala de jantar, cão de guarda,


cara de pau.

b Locuções adjetivas: cor de cuia, cor de café com leite, cor de vinho, etc.

c Locuções pronominais: quem quer que seja, nós mesmos, etc.

d Locuções adverbiais: à vontade, depois de amanhã, por isso, etc.

e Locuções prepositivas: ao longo de, abaixo de, à parte, a par de, quanto
a, a fim de, etc.

Sequência de palavras

Em se tratando de determinadas sequências de palavras, usa-se o hífen para com-


binar duas ou mais palavras que formam encadeamentos vocabulares: Angola-
Brasil, Tóquio-Rio de Janeiro, Brasil-Paris, etc.

Você estudou o assunto inerente ao uso adequado do hífen. Esperamos que tenha
tido êxito e alcançado seus objetivos. Porém, caso tenha ficado alguma dúvida, o
ideal é retomar o conteúdo para desfazê-la, correto?

AULA 4 – FORMAÇÕES COM PREFIXO


Português: Novas Regras Ortográficas 47

Nesta aula você continuará vendo um assunto muito importante sobre o uso do
hífen com prefixos e, posteriormente, com sufixos. Ressaltamos que o interesse,
a atenção e o estudo criterioso sobre este conteúdo serão o diferencial para a
aquisição do saber. Então, continue estudando com o interesse e o bom ânimo
que fez você chegar até aqui.

Você precisa saber que nas formações com prefixo aconteceram algumas
mudanças. Em alguns casos o hífen permanece noutros foi eliminado.

Permanência do Hífen

a Quando o primeiro elemento termina com uma vogal idêntica à que inicia o
segundo:

anti-inflamatório;

arqui-inimigo;

auto-observação;

micro-onda;

infra-auxiliar;

micro-ônibus;

sobre-exceder;

supra-auricular.

Deverão estar inclusos neste princípio geral todos os prefixos terminados


por uma vogal: agro (terra), alfa, ante, anti, arqui, áudio, auto, bi, bio,
contra, infra, iso, macro, mega, poli, pseudo, neuro, multi, etc.
48

Porém se o primeiro elemento terminar em uma vogal diferente da que inicia


o segundo elemento, deve-se grafá-las junto sem hífen: antiaéreo, agroin-
dustrial, autoajuda, autoaprendizagem, contraindicação, extraesco-
lar, intrauterino, plurianual, socioeconômica, etc.
Recomenda-se também evitar a supressão de vogais no final do primeiro
elemento ou início do segundo elemento, veja!
Eletracústico, ao invés de eletroacústico; arteriosclerose, etc.

 Quanto aos prefixos co, pro, pre e re, estes deverão unir-se ao segun-
do elemento, mesmo quando iniciado por o ou e: coabitar, coautor,
coerdeiro, coordenar, cogente, coirmão, proativo, proeminente,
preenchido, preestabelecer, reeleição, reescrita, refazer, etc.
 Emprega-se o hífen quando o primeiro elemento terminar em consoante
igual a que inicia o segundo elemento: inter-racial, hiper-requintado,
sub-base, super-revista, inter-religioso.
 Usa-se o hífen quando o primeiro elemento termina com acento: pré-
datado, pós-graduação, pré-requisito, pré-histórico, pré-natal, etc.
 Deve-se empregar o hífen quando o primeiro elemento termina com as
letras m ou n e o segundo elemento se inicia com uma vogal ou com as
letras: h, m, n, b ou p:
pan-americano;
pan-hispânico;
pan-africano;
circum-navegação;
pan-brasileiro;
pan-psiquismo, etc.

 Deve-se usar o hífen quando o primeiro elemento é um dos prefixos: ex


(cessação, anterioridade), sota, soto, vice, vizo:

ex-presidente;

ex-diretora;

ex-marido;
Português: Novas Regras Ortográficas 49

sota-capitão;

sota-vento;

soto-almirante;

vice-diretor;

vice-reitor, etc.

 Deve-se empregar o hífen quando o primeiro elemento terminar em vo-


gal, r ou b e o segundo elemento iniciar com h:
anti-herói;

anti-hemorrágico;

auto-hipnose;

extra-hepático;

geo-história;

hiper-hidrose;

sobre-humano;

sub-humano;

super-homem, etc.

b Em palavras nas quais não há perda do som da vogal final do primeiro elemen-
to, e o elemento seguinte iniciar com h, serão usadas duas formas gráficas:
carbo-hidrato ou carboidrato.

c Quando houver perda de som da vogal final do primeiro elemento, a grafia


consagrada deverá ser mantida, v.g.: clorídrico, filarmônica. Devem perma-
necer como estão as palavras que já são de uso consagrado, v.g.: reidratar,
reumanizar, reaver, reabilitar, etc.

d Nos prefixos des e in, quando o segundo elemento perde o h inicial, não se
usa o hífen: desumano, desumanizar, inumano.

e Quando o primeiro elemento terminar com vogal e o segundo iniciar com r


ou com s, duplica-se uma dessas consoantes (conforme necessário), também
em palavras deste tipo pertencentes aos domínios científico e técnico, não se
usa o hífen, v.g.: antessala, contrarregra, antisséptico, cosseno, anteso-
cial, infrarrenal, microssistema, minissaia, etc.
50

AULA 5 – FORMAÇÕES COM SUFIXO


Deve-se usar o hífen somente nas palavras terminadas com sufixos de origem
tupi-guarani que representam formas adjetivas como: açu (grande), guaçu (gran-
de), mirim (pequeno).

Da mesma forma deve-se empregar o hífen quando o primeiro elemento come-


çar com vogal acentuada graficamente ou quando a pronúncia exigir a distinção
gráfica dos elementos mediante acento, v.g.: anajá-mirim, amoré-guaçu, andá-
açu, Ceará-mirim, capim-açú.

TABELINHA VAPT-VUPT PARA USO DO HÍFEN

1º Elemento 2º Elemento

Iniciado com vogal igual à vogal final do primeiro


Prefixo terminado com vogal
elemento ou iniciado com h

Prefixo terminado com r Iniciado com h ou r

Prefixo que termina com d (ad) Iniciado com d, h ou r

Prefixo: circun, pan Iniciado por vogal ou pelas consoantes: h, m, n, b, p

Prefixo: ex, pós, pré, pró, sota,


Qualquer elemento
soto, vice, vizo

Elemento terminado por vogal com


acento gráfico (ou quando a pronún- Açu, guaçu, mirim
cia exige, v.g.: capim-açu)

AULA 6 – O HÍFEN NOS CASOS DE ÊNCLISE, PRÓCLISE


E MESÓCLISE

Nesta aula você verá o conceito sobre ênclise, próclise e mesóclise e como aplicá-
las no seu dia a dia. Trata-se de uma informação extra, de forma sucinta, visando
apenas acrescentar algo que julgamos pertinentes. Esperamos que você perceba
na ação um gesto de carinho e respeito por você. Então vamos lá!
Português: Novas Regras Ortográficas 51

Vejamos o enunciado abaixo:

Rui, vou amá-lo eternamente. Preciso vê-lo, abraçá-lo e senti-lo para não me
perder no vazio que ficou.

 Ênclise: é a colocação, neste caso, do pronome átono após o verbo ex.:


amá-lo, vê-lo, abraçá-lo, sentí-lo).
 Próclise: é a colocação do pronome átono antes do verbo (o sentir, o
amar).
 Mesóclise: é a colocação do pronome átono entre o radical do verbo
e a sua terminação (amá-lo-ei, abraçá-lo-ei, senti-lo-ei), nas formas ver-
bais do futuro do presente e futuro do pretérito, ou em combinações
de pronomes do tipo de fugiram-se-me os problemas, restaram-se-lhe as
dúvidas.

1 Emprega-se o hífen tanto na ênclise quanto na mesóclise: senti-lo, partir-


lhe, contorná-lo-ei, batizá-lo-ei, amá-lo-ei, etc.

2 Não se emprega o hífen para ligar o presente do indicativo do verbo haver


à preposição de (hei de, hás de e haverão de).

Você percebeu que no caso acima tratado não houve mudanças? Porém como
trouxemos à baila os diversos empregos do hífen, essas informações, extras, ja-
mais poderiam deixar de ser mostradas. Concorda comigo? Uma vez que o saber
não ocupa espaço e aprender nunca é demais. No entanto, se ficou alguma dúvida,
retome os estudos e desfaça-as.
Português: Novas Regras Ortográficas 53

Palavras da autora

Chegamos ao final do curso Novo Acordo Ortográfico. Espera-


mos que o mesmo tenha contribuído para a sua compreensão e
adequação às novas regras ortográficas. E que você possa usar
com propriedade tudo o que conseguiu apreender no transcor-
rer do curso, que ora termina.

Seja o diferencial onde quer que você esteja inserido, divida o


que aprendeu, semeie a luz do saber, auxilie na construção de
um mundo melhor para todos, indistintamente, onde o ser pre-
valeça sobre estar. Ser gente, ser indivíduo, ser cidadão, ser
humano, Ser feliz!

Sucesso!
Português: Novas Regras Ortográficas 55

Conhecendo a autora

Lení Guilherme de Menêses é graduada em Letras Habilitação Português/In-


glês pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e Pós-Graduada em Literatura
Brasileira pela Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO).

Participou dos cursos extracurriculares: Didática do Português e Qualidade nas Re-


lações Humanas (CETEB). Atua como professora de Língua Portuguesa e Literatura
no Colégio do SESI de Campinas desde 1999 e professora orientadora do Curso
GESTAR – II/2008, promovido pela FUNDESCOLA/DIPRO/FNDE/ME/SEE-GO.
Português: Novas Regras Ortográficas 57

Glossário

 Antropônimos – relativo a nomes próprios de pessoas.

 Base – tudo quanto serve de fundamento, apoio ou sustentáculo.

 CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

 Erudito – que tem saber vasto e variado, que revela muito saber.

 Grafemas – a menor unidade contrastiva num sistema de escrita.

 Homofonia – semelhança de sons ou de pronúncias.

 Lusófono – país cuja língua oficial é a Língua Portuguesa.

 Signatário – quem ou aquele que assina ou subscreve em documento.


Português: Novas Regras Ortográficas 59

Referências

 BECHARA, Evanildo. O que muda com o novo Acordo Ortográfico. Edi-


tora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 2008.

 BIBLIOTECA DA TORRE do Tombo. Disponível em: <http://www.iantt.pt>.


Acesso em: 20 jun. 2008.

 BIBLIOTECA NACIONAL de Portugal. Disponível em: <http://www.bn.pt>.


Acesso em: 20 jun. 2008.

 BRASIL. Decreto nº. 6.586, de 29 de setembro de 2008, publicado no Diário


Oficial da União de 30 de setembro de 2008. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Decreto/_decretos2008.
htm>. Acesso em: 01 mar. 2009.

 CEREJA, W. R.; MAGALHÃES, T. C. Gramática reflexiva: texto, semântica e


interação. 2. ed. São Paulo: Atual, 2005.

 CUNHA, C. Gramática da língua portuguesa. Rio de Janeiro: MEC/Fe-


name, 1972.

 FERREIRA, A. B. de H. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa.

 FERREIRA, M. B.; ANJOS, M. dos (Coord.; Ed.). 3. ed. Revista e atualizada.


Curitiba: Positivo, 2004.

 FUNDAÇÃO BIBLIOTECA Nacional. Disponível em: <http://www.bn.br>.


Acesso em: 20 jun. 2008.

 HOUAISS, A. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. VILLAR, M. S.;


FRANCO, F. M. de M. ( Eds.) 2. ed. Com alterações. Rio de Janeiro: Objetiva,
2007. [Instituto Antônio Houaiss de lexicografia].

 SILVA, M. O Novo Acordo Ortográfico da língua portuguesa: o que muda,


o que não muda, 1. ed. São Paulo: Contexto, 2009.

 TAVARES, Miguel Sousa. Rio das Flores. Editora Companhia das Letras, São
Paulo, 2008.

 TRAVAGLIA, L. C. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de


gramática no 1º e 2º graus. São Paulo: Cortez, 1996.

 TUFANO, D. Guia prático da nova ortografia: Saiba o que mudou na orto-


grafia brasileira. 1. ed. Melhoramentos, 2008.
Português: Novas Regras Ortográficas 61

FIEG - FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE GOIÁS


SENAI - SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL
SESI - SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA

DEPARTAMENTO REGIONAL DE GOIÁS

Paulo Afonso Ferreira


Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás
Presidente do Conselho Regional do SENAI e do SESI de Goiás
Diretor Regional do SESI de Goiás

Paulo Vargas
Diretor Regional do SENAI
Superintendente do SESI

Manoel Pereira da Costa


Diretor de Educação e Tecnologia do SESI e SENAI

Cristiane dos Reis Brandão Neves


Gerente de Tecnologia e Inovação do SENAI

Ítalo de Lima Machado


Gerente de Educação Profissional do SENAI

Selva Oliveira de Araújo Almeida


Gerente de Educação Básica do SESI

Para fazer inscrições ou obter informações sobre os cursos a distância contactar:


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