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Outros exemplos devem ser registrados. O triunfo estratégico da Natura tem forte
componente na sua cultura empresarial, construída e disseminada sobre poderosos
pilares de crenças e valores; o Magazine Luiza, empresa de enorme sucesso no interior
de São Paulo, afirma que seus resultados têm forte relação com sua política de
empresa-cidadã e responsabilidade social; as Lojas Renner, empresa gaúcha do
varejo, é outro caso de destaque. Recentemente adquirida pelo gigante americano JC
Penney, também destaca a influência prioritária dos valores em seus resultados para
atrair os clientes e valorizar seus funcionários.
Por outro lado, empresas quebram ou fracassam porque erram em suas escolhas
estratégicas. Há fortes evidências de que os problemas atuais da Xerox são muito mais
de ordem cultural do que de tecnologia e de finanças. No caso Bamerindus, a falta de
liderança e um erro nas decisões tecnológicas foram mais graves do que a
diversificação mal sucedida para o setor de papel. Nas Lojas Arapuã, que desceu do
pódio dos vencedores para a concordata em apenas um ano, houve erro na política de
crédito, apesar do brilhante desempenho em quase todas as suas outras funções.
Gestão estratégica, portanto, é uma ciência muito superior ao que se imagina de uma
forma geral. Na maioria absoluta dos planos analisados, houve graves erros de método
e, principalmente, conteúdo.
Mesmo incorrendo no erro de uma definição, a estratégia pode ser entendida como o
conjunto de opções, diretrizes e valores, em todas as suas dimensões – identidade,
cultura, alta administração, finanças, RH, operações, marketing, inovação, tecnologia,
qualidade – que um grupo de líderes determina para que uma organização atinja
desenvolvimento sustentável de longo prazo. É claro que pilares fortes de
conhecimento na monitoração do ambiente interno, além de um processo participativo,
1
criativo e motivador, ajudam com extrema eficácia a construção de um plano bem-
sucedido.
Fonte
VIANNA, Marco Aurélio Ferreira. Enfim, o que é estratégia? Conjuntura econômica, Rio
de janeiro, v. 55, n. 9, set. 2001.