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BIBLIOTECA ALFA OMEGA DE CULTURA UNIVERSAL. rene oy Antonio Carlos Wolkmer PLURALISMO JURIDICO Fundamentos de uma nova cultura no Direito 3 edigto Revista eatualizada EDITORA ALFA OMEGA ‘So Paulo 2001 tones Pee seem Conpesste i Alt Ome (i) 5026400 et ei Snr aed ite Vogt {30 na in sn valscenp cmt ‘Miteepsatboney ome Tébua geral da matéria Sobre 0 Auto. a ‘Agradecimentos x Nota do Autor @ 3° Edigdo. a Introducao. av ‘Questbespreliminares XM ‘Quesides metodoligicas 30 Capitulo 1 ‘Ontcts, EVOLLCKO& OECLIMO DA CULTURA JURIOICAESTATAL..25 |L1Omonmocomo prt damodemida bus canialisa...25 1.1.1 Captalismo, Sociedade burguesa e Estado modemo, 27 1.1.2 Direto Estat: formagio, ciclo histricos © caracterizag. 46 1.2Crisedehegemoniae dishing do paradigms jurdic. 65 Capitato IT (0 FsPAc0 4 CIsE CONTEMPORANEA~ ALJUSTICA NO CCARTALISo Penureaico BeASLEINO, ” Inteoduso. n 21 Tretia da cultura jridica no Brasil 84 2.2 Necessidades, direitos a questio doscontios 0 233.0 Poder luicrioe su needa instrumental 96 vw Taga de mati 2.4 Confltoscoletivos no Brasil: riticassociis como ‘marco histoico-politic, Capituto 1 ASFONTES DE PRODUGAO NA NOVA CLLTURA JURIDIC, Introdugo 3.1 Os movimento: Socais como novos sueitos coletivos, 3.2 Represenagio, Estado eidentidade dos stores coletivos, 3.3 Os movimento socais como fonte de prodgio jtdica 3.4 Necessidades como fator de validade de “novos direitos" Capicato 1V PLURALISWO sURiDICO: PROUECKO BE UM MARCO DE Introduto. 4 Nae pec © pluralismo em 4422harlin juicy ei cad pbc ‘42.1. Pluralism jurdico ma tradigao europea 42.2 Pluralismo juridioo na America Latina, 43 Pluralsmojuriico: possbilidades limites. 44 Fundanenion do phraliso jardin como novo paradigma..... . 44.1 Os novos stjitos coletives de Jurdicidade 442 Sistema das necesidades humanas fandamentis ou 443. Reordenagio politica do espago pubiico: democracia, descentralizagaoe partcipaio, 4.44 fica concreta da alteridade 44.5 Racionalidade enquanto necestidade © ‘emancipagio, ho 119 12 39 ist 158 169 169 m 183 183 203, 216 232 23s 241 248 261 273 Capitulo V PLLRALIKO ALRIDICO NAS PRATICAS DH USTICAPARTICPATIV, Introd. 5.1 Plualidade alterativa no interior do Diteito oficial 5.141 Convengiescoletivas do trabalho. 5.12. AgBes proposta pr sujeitoscoetves. 5.13. Coneiiagd, mediago, arbitragem e juizados expec 5.1.4 “Pratica”¢ “iso” altematives do Direio 5.2 Plualiade altemativa no espago do Direto lo-oficial 5.2.1. Resolugio dos confit por via ioinsltucionalizada, 5.22 Fontes de produgio legislativa ‘o-instiucionalizadas, 5.22.1 Convengieseoetivas de nov ip. 52.2.2 Acordosstoriais de interes, 5.3 Cultura juridica informal: formas perifericas de legitimacdo. ‘5.4 Pluralsmo, movimentos sociais¢ 0s horizontes da Justigaparicipativ... ani Conctssio.. Bibliografia. Indice onomistco. Indice anatico, vu 285 285 202 20 302 306 309 314 315, 317 321 335 349 363 395 “401 Sobre o autor O autor professor ntular de "Histiria do Diveto"¢ “Hist ‘ria das InstiugesJuridicas” no curso de Direito da Univers- dade Federal de Santa Catarina, onde leciona também no Pro- ‘grama de Pés-Graduagdo em Direito (“Teoria Politica”, "Fun- ‘damentos de Direto Politico”, "Estados Contemporineos” ‘Puralismo Juridica") “Adquiriu, em seus estas de pos-graduagio, otto de Espe- cialista em Metodologia do Ensino Superior (1979), Mestre em (Ciencia Politica pela UPRGS (1983) e de Doutor em Filosofia do Direito eda Politica pela UFSC (1992) Foi pesquisador e lecionow na faculdade de Direito da UNISINOS:RS, de 1978 a 1991, onde exerceu, ainda de 1984 a 1991, as fungées de Coordenador do Curso de Pés.Graduacao ‘em Diveito Politico. Iqualmente foi professor visitante de “HHermenéutica Juridica” na Escola Superior do Ministerio Pi ico do RS, no perio 1984-1987. E pesquisador do CNPa, bem como sécio efetvo do Instituto dos Advogados Brasileiros (Rio de Janeiro), do Instituto dos Advo- ‘gados do RGS, memo do Instiawo Brasileiro de Direto Const. ‘ional eda Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciénca. ‘Professor vsitante dos cursos: Mestrado e Doutorado em His- ‘ria Tbero- Americana (UNISINOS-RS); Pés-Graduagdo em Di- ‘ito cdo Centro de Ciencias Jridicas da UNISINOS:RS: Mestrado em Criminologia, Direto e Processo Penal da Universidade x Steeo aur Candido Mendes (Rio de Janeiro): Mestrado em Direito da LUNISUL-SC: Mestrado em Direto do Convénio UPSCHESA (San- to Angelo-RS) e UFSC/Universidade de Mila Velha (Espirito San- to): Pis-Graduagtio em DireitoPiblica da UNLJUI-RS: Pis-Gra- duacao em Direito Processual do IBES (Curitiba-PR): Professor Convidado, em 1995, do Mestrado em "Derecho y Democracia cexTberoamérica” na Universidad Internacional de Andalucia (La ‘Raida) do atual Programa de Doutorado em Derechos Huma: nos y Desarrollo da Universidad PABLO DE OLAVIDE de Sev ha (Espanka). Colaborador de revistasespecializadas do pals e do exterior com mais de meia centena de artigos publicadas. Autor das i= ras: "Consatucionalismo e Direitos Sociais no Brasil” (So Paulo: Académica, 1989); “Elemenios para uma Critica do Est 140" (Porto Alegre: Sérgio . Fabris, 1990); "O Tercero Mundo a Nova Ondem Internacional” (2* ed, Sao Paulo: ica, 1999) “introduc ao PensamentoJuridico Critica” (3" ed, So Paw- (lo: Saraiva, 2001): "Fundamentos de Historia do Direita”. Org © co-autor (Belo Horizonte: Del Rey, 1996): "Diretoe Jusica na América Indigena: Da Conguisa d Colontzagao". Org co- ‘awor (Porto Alegre: Livrara dos Advogados, 1998): “Historia {do Direto no Brasil” (2* ed, Rio de Janeiro: Forense, 1999) “Ideologi, Estado e Direito.” (3 ed, Sdo Paulo: Revista dos Triburais, 2000) Agradecimentos dar ee gp Egerton error fe a ee revenge at St pani ec cocci a0 professor Herbert E. Wetzel, pré-reitor de Péis-Graduagiio XI Apsements _professores Antonio P.Cachapus de Medeirase Brano. Hammes, ‘pelo apoio académico, ‘a uma dezena de outros pesguisadorese colegas-professores, com as quais mantivemas contato, entre 1990 e 1991, recebendo idéias e indicagées bibliograficas sobre alguns dos tipicas de- senvolvidos no trabalho, devendo ser lembrados, dente tantos Celso F: Campilongo, Eduardo K. Carrion, Joaquim de A. Fal- edo, Jacques Tavora Alfonsin, Paulo J. Krischke, Selvina ‘Assmann, Claudio Sout, José M. Gomes, José Geraldo de Souza “Ie, Antonio Sidekun e Edmundo de Arruda Jr ‘a0 professor Lauro Dick (UNISINOS-R8), pela atone, aus lio e orientacdo nas correcées:€ enfin, a Fatima Wolkmer, companheira de todas as horas, pe las reteradas leitras, oportunas sugestdes,imensurdvel com ‘preensio © que, apesar do tempo e da atengdo que the foram subtraides, premiow-nas, quando estamos na redagdo final da ‘obra, com 0 pequeno Stefan Gabriele. Nota do autor a 3* edicao Ae ottane a prsone edie manera esruhra og dase stole gua chra poco ano Sine ia fna cna precast deena cnelts euros, Ips decode gas tna date do eto Ia ive manos so me gp iegohro. ipelvootr Cape Yon ero teavas no inci dos anos 90, a efetvagdo do juts arbitrate dos sie deoequenas cuss Cam oben da Lt 9 9099) 1553 eatdabes hasan Bpctas Clerc Crna ¢ det 307996 gen ebiragem pa morte ob Fate peace element Sean orcad mecanimes ee fas dees incl ecogtice rs elma ann asin nope Lo oe rc hogiocpeciiog asa dh empreenenoderdobramano deem 43 (Pama st. Be Renstethadrce se Bebong) tn "Phatons force wr ir tet phen jaa nate Ltt peje raerntt eee neeenpe tye tone dare Piglet ron nos Bt tem cnprom caste «ingore St mmo bere ieee re mypunnepoi i loebiediouemerprememnmnaiuriy Pose melanins ane xv sed ter ee Ao vir a lume esta 3 edigdo, importa expressar o reconheci- ‘mento do autor ao meio académico (alunos e mestres) pela ace ‘agdo da obra, bem como as corregdes lingiisticasrealizadas ‘por Lia Rosa Leal e as sugstées sobre temas tratados no Capit ‘To V, dadas pela prfessores Paula de Tarso Brandi (UFSC) ¢ Clerilei Bier (UDESC), Floriandpolis (SC), 20 de nko de 2000 Introdugio A temética do pluralism atravessa diferentes momentos dda histéria ovidental ~ mundos medieval, moderno e conten ‘porineo ~, inserindo-se numa rica e complexa multiplicidade ‘de interpretagoes, possiblitando enfoques marcados pela exis- tencia de mais de uma realidade, de amplas formas de apo ¢ dda diversidade de campos socials com particularidade pri ria. Se inimeras doutrinas podem ser identificadas no pluralismo de teor filossfica, socidlogo ou politico, 0 pluralism juriico no deixa por menos, pois compreende ‘nuitas tendéncias com origens diferenciadas e caracteriza- Bes singulares, envolvendo 0 conjunto de fendmenos auténo- mos e elementos heterogéneos que ndo se reduzem entre si Nao ¢ fact! consignar uma certa uniformidade de principios essenciais, em razio da diversidade de modelos de autores, ‘aglutinando em sua defesa desde matizes conservadores, libe- vais, moderados e vadicais até espiriualista, sindicalistas, corporativsias, insttucionalistas, socalistas ete. ‘Esa stuagdo de complesidade no impossiblita admitr que ‘principal nicleo para o qual converge pluralismojuridico éa Inegacao de que o Estado seja a conto tinico do poder politico ea ont exclusiva de toda produgio do Direito. Na verdade,trata-se ‘de uma perspectiva descentralizadora e antidogmética gue plet- ‘eia a supremacia de fundamentoséico-politico-sociologicosso- bre eritérios tcno formals postvstas. xv a Tadavia, ainda que se descortine um amplo horizone, cujo espaco abriga wa gama de controvérsias teéricas que sero ‘muitas vezesexclidas ou minimizadas, ha que opt obrigator- ‘amente, por uma varianteinerpretativa de pluralism, fxando tum recorteespecifico, capaz de imprimir denro de ceri limi ‘es, um minimo de objetividade, comprovagéo e justficagdo “4ssim, aretomada do pluralismo como referencial de estudo © furdamentagao implica, de um lado, superar as modalidades de ‘cultura sécto-poltica identificadas ao convencionalismo dos pluralismos “orgénico-corporativita” « "nealiberal-capitalis: 1a”, de outro, em avancar na determinagao de um novo ppluralismo, gerado pelas contradigies de um modelo de prod ‘¢do da riquesae pelo processodialético de necessdades ineren- tes aos agentes histéricos recenes. Escas consideragées permi- tem designar a expressio “pluralismo juridico” como a ‘multiplicidade de manifestacBes ou priticas normativas num mesmo espaco sécio-poliic, interagidas por conftos ow con- ‘sensos, podendo ser ou nda ofciaise tendo sua razdo de ser nas necessidades exstencais, materiaiseeultras, ‘Questdes Preliminares Princirament, importa mencionar a formulagho do prole- ‘ma quefollevanadoe examinado, Parte 3e da percep deci See de esporamento do modelo juridico libera-ndvduaist, {que ndo oferece respostas satisftérias (fcass) aos reclame Politico soca de egurancaecertesa no atua estigio de eve ‘io das socedades compleras econfltivas de masta. Impde se, Some condi bisica, ademarcapdo de um nove findamento de Valldade para o mundo urdico, um paradigma que Inca Inexoravelmente, no reconhecineno de rovas formas de ade: artcpatas, rzio porque aproblematizagao do tema central do lv assim se oloea: como se exrutura, se insrumentaliza, Se operacionaiza ese efeia continua recrigio do processo das priticasjurdicas tnformas/ifereniadas mum amp expa- 0 pblico de democratzagao. descentalzacdoe parteipagdo? ‘Ad que pono, em que medida, uma nova formula prac cs Praia xv teérica do Direito, em sociedades instiveise conflituosas do Capizalisme periferico, perpassa, presentemente, pela legiiml- dade especifica de um pluralismo juridco ealeado nas priva- (es cotudianas de novos sujetos coletivos? Certamente, 0 de- envolvimento do conteido contemplard a especificidade desta resposta. ‘En termos de idenificagio no tempo eno espaco, a temitica problematizada, ainda que possa ser captada difusamente na ‘maioria dos sistemas jurdicosestatas do Ocidente, levard em ‘onsideragio a particularidade da estrutura sécio-politica do Capitalismo perferico lainoramericano eos indicos da crise da cultura legal tradicional no Brasil (na legislagdo positva e no “Juditério),retratada nas idtimas décadas do século XX. Tgualmente oportuno, éassinalar a relevincia eas razdes da escolha do pluralism juridico como o principal marco terico desta obra. A importancia da discussdo sobre o pluralismo juri- dico enguanto expressdo de um “nova” Direito & plenamente Justiicaa, porguanto modelo de cienfcidade que sustenta 0 ‘aparato de regulamentacdo staal libera-postivista ea cultura Inormaivstaligico-formal jndo desempenha a sua fungdo pri- ‘mondial, qual saa de recuperar instincionalmente os confltos do sistema, dando-lhesrespostas que resiaurem a establidade da ‘rdem estabelecida. Na medida em que 0 aparato de modelos insitucionais desta ordem apresenta-seinufitente para dar conta de suas funodes,tornando as relagdes socials previsivese rege lares, a série de sintomas disfuncionais deflagra a crise desse ‘parato, dai emergindo formas alternativas que fodaviacarecem dde um conhecimenio adequado. As atuais exigencias éico-poli ‘as colocam a obrigatoriedade da busca de novos padres !normativos, que possam melhor solucionar as demandes especi {fleas advindas da produgdoe concentragao do capital plobalizado, ‘das profundas contradigdes soctais, das permanentes crises Insiucionaise das inelcazes modalidedes de controle ede apli- ‘ago tradicional da justca. Dafa relevincia do tema abordado, tendo em vista a priovidade, hoe, de se questiona,repensar € reconhecer as mais diversas ¢ crescentes manifestagies ‘normatvas ndo-esatals/informals,reflexos de um fentmeno mai (or que 60 pluralsmo jurdico xvill neato (Ora, enquanto 0 plralismo clissico da moderidad naceu ol, Po Alepr Meca Nba 9859 93-121, 28 msec nour seatman crn tac ten mente. Enrctano, 0 comporativismo sociale a descentrlizagbo politica nio eram apenas os tragos gerais do espectro Institucional, pois deve-se recomhecer a presenga e a pratca de um sistema jriico miliplo e consuetudiniro, embasado na bi- cerarqua de privilégiose nas regalas nobilirquicas, ida que se conecha o Direito Medieval como uma estrutura difusa, assistematicae pluralist, pois cada reino e cada feudo regia-se por um “Dirsito préprio, bseado nos usos locas, nos preceden- tes dos juizes da tera, nas cartas de prvilegio concedidas pelo senhor™, ndo se pode minimizar o carter supetivo e doutindrio| do Direito Candnico, do Direito Visigticoe,essencialmente, do Direito Romano, Trata-se de um Direito que, por reconhecerade- sigualdade eos ineressesestamentas, define-e como esttuoju- ridico nao abrangente, pois € produzido para legitimar a ‘spocificidade de uma hierarquia social cl fcidanas disting@es entre cero, nobrezae campesinat, vida de que se deve reconhocer, quanto & produsioj primeiro ‘momento, a existéaca do pluralismo nomatvo das corporages ‘em eujos marcas ocorre uma justia administada em tibunais i= ados pelo senhor feudal e peo popritiio nominal datera. Poste riormente,em face das exigéncias de regulamentacio ¢ controle da ‘nova ordem econémica mercantilsta e de proteqdo 208 intentos imediatos da nascents burguesia comercial antiga estrutura des- ‘entalizada de predudo jurdica€ sucedid pea consolidacto mais penéricasitemstica¢unitria de um Direito Merent Sem a pretensio de oferecer aqui uma sintese exaustiva do modelo feudal, dr-si, to somente, que entre os séculos XI ¢ XV comega na Europa Ocidental a lena desagregagio do Fouds- lismo, motvada por sucessvas crises naesfera da Formagao soci- , do modo de produpia da riqueza e da organizagio politicn- institucional. Tals manifestagdes slo predominantes na ransiglo dda economia agririo-senhoral para uma economia mercanti-as- ‘slariada, A crise da economia agrrio-senhorial implica o despo- voamento dos campos, « queda da produsio agricola, a desin- dana Coo Aine 1 9 WORDEN Cae mas rs ‘incite do Bad Pvo Nee Seg A Fabs 1390p. 2 fr 1A Cpe sae meno sate wade 29 ‘rag das comunidades de pequenos produtores autipomos ¢ a temergéncia de um setor social organizado que sobrepse a nobre- 2a decadente, através dos crs ¢ do enriquecimento mediante 9 ‘comeércio mercant. Neste periodo de transformayo, como ensi- ‘na Maurice Dobb, slo decsivos, na passagem parao novo modo de producto, o processo da crise © ‘do feudalism, © fesfacelamento social da comunidade des pequenos produtores Tocais, desenvolvimento de uma economia de meread urbano, &acumulagio de um pequeno capital eo eresimento das tocas de mereadorias em base monetiria. Uma das consoquénciasre- fere-se aos pequenos produtores,subordinados parcial e/outotal- mente a0 senhorio, ue nfo s6 conseguem a emancipaglo dessa obrigagdes feudais, mas também e sobretudo acabam, tnidativamente, por depender, para sua subsistncia, de uma ov tra forma de subordinagdo, qual seja do trabalho assalariado. ‘A medida gue se espota 0 Feudalism, instaura-se 0 Capitais- smo come nove modelo de desenvolvimento eeondmioo e sceal em {ue o capital 0 instrumento fundamental da produgao material. 0 vanco dessistransformagSes ise, principalmente, nos horizon tes de modifcagieserginadas poo grande impulo das atividades ‘omecias de algumsseidades europias com 0 Oriente (principal- ‘mente apés as grandes Cruzadas, pela substtuigdo das relagBes Socais servis eda produgoartzsanal dos pequenos trabalhadores independentes (donos de sus feramenias, matena-prima ¢ ofc a), pela forga do trabalho assalriada, pela pasagem das poguc- nas ofcinas auténomas para as manufaura,e, finalments, pela constante busca do cr, pela implementagdo da produtvidade ‘scoaémica de mercado live e pea sstsmatizagio do comircio ara- ‘6 das trocas monetirias. Assim, © Captalismo ir constitu” paulatinamente, durante o fal da Idade Média e aleancaré quase {oda a Europe depois dos sécilos XVI ¢ XVIL ‘Em face desses novos fatoresfundantesrepresentades peo modo 4e produgio capitalist, pela sociedade burguesa, pela ideologia TC DORR Man Aen cpt 6. Ro J nes: Ze, en, tp Oar ade MACPARLANE Na aco

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