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Conversa informal com a turma:

Voc se lembra de situaes, na polcia ou fora dela, em que


algum foi tomado de medo de forma desproporcional? Quais
as consequncias para a pessoa e para quem estava por perto?

UM CASO REAL
Um sargento estava patrulhando, na sua
viatura, uma regio de risco no bairro da
Tijuca, no Rio de Janeiro. Avistou um carro
vindo na direo contrria e percebeu o cano
de um fuzil saindo pela janela de trs do
veculo. Determinou que o motorista de sua
viatura parasse, desceu da viatura, sacou a
pistola e saiu atirando em direo ao carro,
que parou cerca de dez a quinze metros
adiante. O sargento aproximou-se para
abordar o carro e verificou que tratava-se uma
me ao volante, conduzindo seus dois filhos
pequenos no banco de trs. A mais nova, uma
menina de trs, tinha sido ferida mortalmente.
O mais velho, de seis, ao seu lado, portava
uma arma de brinquedo.
A avaliao feita pela Comisso Interna
de Preveno de Acidentes e Stress da Polcia
Militar constatou que essa mesma guarnio
havia participado por duas vezes de confronto
O medo

com marginais, com pesadas trocas de tiros,


que acarretaram vtimas fatais. Esses eventos
geraram, em virtude do stress, um aumento
da percepo de ameaa, levando o sargento
a reagir de modo desproporcionalmente
agressivo.
A concluso a que chegou essa comisso
que o envolvimento em confrontos armados,
particularmente aqueles em que ocorrem
vtimas, exige o afastamento temporrio dos
policiais envolvidos, para que recebam apoio
psicolgico de modo a prevenir o stress e o
pnico. Este tipo de procedimento adotado
por vrias polcias no mundo.
Essa poltica de preveno importante
porque o stress profissional no aceito
usualmente como alegao de defesa em casos
como esses. O sargento em questo foi
condenado a dezoito anos de recluso.
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