ATREVIDO Antnio Torrado escreveu e Cristina Malaquias ilustrou
O rapaz era esperto e atrevido. Quando, l na aldeia,
souberam que o rei vinha caar quela regio, o rapaz decidiu: Eu hei-de falar ao rei ou no me chame Quitrio. E ps-se a esperar pelo cortejo real, beira da estrada. Mas o rei, que no era de pompas, apareceu a cavalo, sem escolta, vestido como qualquer um. Vendo o rapaz, que no o reconheceu, perguntou-lhe: Vou bem encaminhado para o solar do Conde de Ameal? Eu ensinava-lhe o caminho, senhor, se no tivesse espera do squito do rei. No esperes mais, rapaz, porque o squito j l deve estar. Sobe tu para cima do meu cavalo e orienta-me, at chegarmos ao solar do conde. 1 APENA - APDD Cofinanciado pelo POSI e pela Presidncia do Conselho de Ministros
Pelo caminho foram conversando. O Quitrio quis saber
como que o rei viria vestido. Como os outros homens. Nada o distingue respondeu o rei. Ento como que eu sei que o rei? Porque todos, quando o virem, lhe tiram o chapu. Assim que os dois, montados no mesmo cavalo, chegaram aos paos do conde, logo criados e fidalgos se desbarretaram sua passagem. O Quitrio estava pasmado. Ento j sabes, agora, quem o rei? perguntou o rei ao rapaz. Hei-de ser eu respondeu o atrevido Quitrio. Vossemec no tem cara de ser rei e eu conservo o chapu na cabea, porque o sol est bravo. O rei achou graa e a histria acaba bem. FIM
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