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Utilização de Resíduos Sólidos Da Indústria Papeleira Como Matéria-Prima para Fabricação de Tijolos
Utilização de Resíduos Sólidos Da Indústria Papeleira Como Matéria-Prima para Fabricação de Tijolos
Acadmico do curso de Engenharia Qumica da Faculdade de Telmaco Borba FATEB, Telmaco Borba
Paran. leandoflopinho@hotmail.com
2
Acadmico do curso de Engenharia Qumica da Faculdade de Telmaco Borba FATEB, Telmaco Borba
Paran. Weigert_subtil@hotmail.com
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Orientador, Professor mestre do Curso de Engenharia Qumica da Faculdade de Telmaco Borba FATEB.
aandrade@klabin.com.br
1.1 INTRODUO
O meio-ambiente sofreu e vem sofrendo alteraes significativas ao decorrer dos
anos, mas aos poucos isso vem mudando vagarosamente devido a atitudes
ambientalmente corretas e a grandes campanhas de conscientizao ambientais iniciadas
por instituies pblicas, privadas e filantrpicas.
A gerao de resduos vem desencadeando preocupao na ordem humana, pois
quase todos os setores da economia mundial despejam diariamente toneladas de rejeito
ao ambiente, contudo as fbricas de papel e celulose deparam-se com problemas de
ordem ambiental devido grande quantidade de resduos gerados. Isso tem levado vrios
pases, dentre eles o Brasil, a tornarem suas legislaes cada vez mais restritivas no
sentido de, por exemplo, estabelecer limites de emisses e de obrigar os geradores a
tratar e destinar adequadamente seus resduos. A opo por aterro sanitrio para
disposio final destes resduos passa a ser invivel em funo dos altos custos para
implantao e manuteno, alm da exigncia de cuidados especiais no manuseio tendo
em vista os riscos de contaminao ambiental.
No caso especfico dos resduos slidos industriais, vrias so as tecnologias
empregadas para tratamento e destinao adequada, dentre as quais destaca-se o coprocessamento que definido pela Deliberao Normativa - DN n 83 de 2005 da
Comisso de Poltica Ambiental de Minas Gerais - COPAM como sendo utilizao de
resduos slidos industriais para recuperao e/ou economia de energia e/ou substituio
de matrias-primas.
Na indstria cimenteira, o co-processamento de resduos regido pela Resoluo
n 264 de 2000 do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA que dispe sobre o
licenciamento de fornos rotativos de produo de clnquer para utilizao dessa tcnica.
Segundo essa resoluo, os resduos podem ser utilizados como substitutos da matriaprima desde que apresentem caractersticas similares s dos componentes normalmente
empregados na produo de clnquer, incluindo os materiais mineralizadores e fundentes.
excludo o co-processamento de resduos domiciliares brutos, dos resduos de servios
de sade, dos radioativos, explosivos, organoclorados, agrotxicos e afins, ressaltando
que a quantidade de resduo gerado ou estocado deve ser suficiente para justificar sua
utilizao como substituto parcial de matria-prima e/ou de combustvel, no sistema forno
de produo de clnquer, aps a realizao e aprovao de teste de queima. Essa
resoluo ressalta que o co-processamento de resduos em fornos de produo de
clnquer deve ser feito de modo a garantir a manuteno da qualidade ambiental, evitar
danos e riscos sade e atender aos padres de emisso fixados. Ressalta tambm que
o produto final, no caso o cimento, resultante do co-processamento em fornos de clnquer
no deve agregar substncias ou elementos em quantidades tais que possam afetar a
sade humana e o meio ambiente.
Para a indstria de cermica vermelhas, embora no exista legislao especfica
para o co-processamento de resduos, cuidados e precaues semelhantes devem ser
priorizadas para garantir satisfatrias qualidades tcnico-ambientais dos materiais
cermicos produzidos.
(1)
DA(g/cm) =
(2)
Ms .
Msat - Mi
Onde:
AA = Absoro de gua (%);
DA= Densidade Aparente (g/cm);
Ms = massa do corpo de prova aps a queima (g);
Mi = massa do corpo de prova imerso em gua (g);
Msat = massa do corpo de prova saturado em gua (g).
(3)
Onde:
PF = Perda ao fogo (%);
Mt = peso corpos secos aps queima (850C);
Ms = peso corpos secos em estufa (110C).
(4)
(5)
Segundo normas da ABNT perda ao fogo dever ter um percentual inferior a 10%,
retrao linear inferior a 6%, absoro de gua com percentual inferior a 20%, tenso de
ruptura superior a 20 Kgf/cm e densidade aparente superior a 1,7 g/cm. Os resultados
comparativos das misturas sintetizadas a 850C esto dispostos graficamente na Figura2.
1.3 CONCLUSO
A partir dos resultados obtidos em bancada, foram comprovadas as reais melhorias
dos testes fsicos, a formao de fases cristalinas responsveis pela maior resistncia
mecnica flexo do material cermico podendo ser utilizado parte do resduo
substituindo a argila nas indstrias de cermica minimizando a quantidade de resduo
descartado para aterro.
As anlises dos resultados obtidos neste estudo permitem concluir que possvel a
incorporao de resduos do tipo dregs e lama de cal proveniente da fabricao de
celulose, em argilas comuns utilizadas em indstria cermicas para a fabricao de
produtos de cermica vermelha ou estrutural, tais como tijolos, blocos e telhas cermicas.
A cor ps-queima dos corpos de prova com esse percentual de resduo
praticamente no se alterou. Assim, por conterem elevados teores de elementos
fundentes (particularmente clcio) e teores pequenos de outros metais (inclusive ferro), os
resduos estudados apresentam potencial para incorporao a outros tipos de massas
cermicas, podendo inclusive resultar em melhorias na qualidade dos produtos e
principalmente numa diminuio na temperatura de queima (economia de energia na
produo).
A produo de materiais cermicos para a construo civil (especialmente tijolos) a
custos menores, pode estimular a substituio da madeira empregada nas habitaes
locais, predominantes hoje na regio. Tal substituio poderia auxiliar na desejada
diminuio do desmatamento na regio. O ensaio de solubilizao com as amostras
queimadas contendo resduos mostrou que a introduo do dregs e da lama de cal,
classificados pela atual legislao como no inertes, massa cermica, resultou em
produto de estabilidade qumica atraente, inertizando quimicamente os resduos. Esse
fato importante porque no caso do descarte de peas cermicas contendo os resduos,
na prpria fabricao ou ps-consumo, os cacos e fragmentos gerados constituiro novos
resduos, mas desta vez de baixa agressividade ao meio ambiente.
REFERNCIAS
ASSOCIAO BRASILEIRA DAS CERAMICAS. Informaes Tcnicas dos Processos de
Fabricao de Tijolos. Disponvel em: <www.abceram.org.br>. Acesso em: 03 de julho de
2013.