Você está na página 1de 15
Nada surge do nada, nada ha-de nove sob o Sol, todas as religiées sao formadas de cultos Culturas anteriores, que Ihe emprestaram simbo- los, ritos € mitos combinados ¢ ressignificados. Assim foi com o Judais- mo, 0 Cristianismo, o Islamismo, 6 Hinduismo, 0 Budismo, ete., no seria diferente com a Umbanda. A Umbanda, como um organismo vivo, nos possibilita reconhecer sua ancestralidade na forma de uma drvore genealdgica, identificando suas “origens”.’ Nossa proposta aqui é apresentar éssas taizes diversas, para, em seguida, levantarmos a questio de seu nascimento ou concre- tizagaio no mundo material.” Ressulto mais uma vez que, se a Umbanda é uma religitio nova, seus valores religiosos fuundamentais so ancestrais ¢ foram herdados de cul- turas religiosas anteriores ao Cristianismo [...] salientamos que ela tem, na sua de formagSo os cultos afros, os cultos nativos, a doutrina espirita kardecista, a religido catélica e um pouco da religiao oriental (Budismo ¢ Hinduismo) e também da magia [-..]” i ene 66) 5 ” 1. Origem Espirita ( kardecista”) mbanda é a incorporagao do Cabo- uum Zélio de Moraes, a0 que consta, Espirita de Niteroi.? A primeira manifestagao de UI clo das Sete Encruzilhadas no médi dentro da recém-fundada Federagao GG Ga ase entedn-o nda eects feRGNCRS SUERTE TS gao-da reli Umbanda. ee 7 aeons nana a mir Ha Saraceni, Rubens, Unrbando y g Editora, 2001, p, 12, : fanexo sobre Zélio de Maries na vin 349. ; arado por Zélia de Moras, primei- em seu livro O Espiritismo, a4 magia e as de 1933, um capitulo inteiro (capitulo 31) para A Linha Branca de Umbanda ¢ Demanda esta perfeitamente enquadra- dana doutrina de Allan Kardec ¢ nos livros do grande codificador: nada __ s¢encontra susceptivel de condena-la. Cotejemos com os seus escritos os principios da Linha Branca de Um+ banda, por nds expostos no Didrio de Noticias, edigao de 27 de novem- bro de 1932. A organizagio da linha no espago corresponde & determinada zona da Terra, atendendo-se, a0 constitui-la, as variacoes de cultura ¢ moral in- telectual, com aproveitamento das entidades espirituais mais afing com a5 populagdes dessas paragens. Allan Kardec, 4 pagina 219 do Livro dos Espiritos escreve 519),As aglomercies de individuos, como as socivdades, as cidades, as , tém espiritos protetores expeviais” Tem, pala raziio de que esses ugropados sdo individualidades cotetivas eaminhando para um objetivo comum, procisam de uma diregao superior. "$20.08 Gspiritos protetores das Woletividaces sio de natureza mais ele- i Wada do que os que s¢ ligam aos individuos? Nido érelativo ao Grau de adiantamento, que se trate de coletividades, individu Os protetores da Linha Branca de Umbanda se apresentam 2s prote re C de caboclos e pretos, porém, frequentemente, nao foram nem ¢a nem pretos. : , Allan Kardec, a pagina 215 do Livro dos Expiritos, ensina: ie Fazeis questo de nomes: pire confianga. eles (08 protetores) tomam um, que vos ins- Mas como poderemos, sem o Perigo de sermos mistificadores, confiar em entidades que se apresentam com os nomes supostos? Allan Kardec, a pagina 449 do Livro dos Espiritos, esclatece: Julgai, pois, dos Espiritos, pela natureza de seus ensinos. Nao olvideis que entre cles hé os que ainda nao se despojaram das ideias que Teva- ram da vida terrena, Sabci distingui-los pela linguagem de que usam, Julgai-os pelo conjunto do que vos dizem; vede se ha encadeamento logico em suas ideias; se nestas nada revela ignordncia, orgulhio ou ma- levoléncia; em Suma, se suas palavras trazem todo o cunho de sabedoria que a yerdadeira superioridade manifesta, Se 0 vosso mundo fosse ina- cessivel ao erro, seria perfeito, ¢ longe disso se acha ele. Ora, esses espiritos de caboclos ou pretos, ¢ os que como tais se apresen- tam, pela tradigao de nossa raca ¢ pelas afinidades de nosso poyo, sio hu- mildes e bons, ¢ pregam, invariavelmente, sem solugéo de continuidade, ‘a doutrina resumida nos dez mandamentos ¢ ampliada por Jesus, protetores da Linha Branca, ge nao sio oe See el ém os atrasados, porém, bons, quando o grav de aie estate ‘grande elevagio, conforme o cone ‘Allan Kardee, & pagina 216 do Livro dos Espiritos: Todo homem tem um espirito que | agdo dos espititos que a constituem, prepara um | a operosidade de seus adeptos. Sera isso contririo aos ‘Nao, pois vemos, nos periodos acima trans. espiritos familiares, com ordem ou permissdo dos Espinitos Certamente, pois que te aconselham. ‘Exercem essa influéncia, por outra forma que nao apenas pelos pensa- Mentos que sugerem, isto é, tm aco direta sobre 9 cumprimento das ‘coisas? ‘Sim, mas nunca atuam fora das Ieis da natureza Na pagina 214 do Livro dos Espiritos consta: “A aco dos espiritos que Vos querem bem é sempre regulada de maneira que nao vos tolha 9 fivre-arbitrio”, e & pégina 222 o mestre elucida: Imaginamos erradamente que aos Espiritos sé caiba manifestar sua 4g80 por fendmenos extraordinarios. Quiséramos que nos viessem au- Xiliar por meio de milagres ¢ os figuramos sempre armados de uma vie Tinha magica. Por ndo ser assim, é que oculta nos parece a intervengio que tem nas coisas deste mundo, e muito natural o que se executa com ‘© coneurso deles, Assim € que, provocando, por exemplo, o encontro de duas pessoas que Suporao encontrar-se Por acaso; inspirando a algu deia de passar Por determinado lugar; chamando-lhe a atencio para certo ponto, s@ Hisso tesultar o que tentiam em vista, eles obram de tal maneita que 0 vote. Obedece a um impulso proprio, conserva sempre Assim, 05 cabaclos © pretos da Linha Branca de Umbanda, quando in- tervém nos atos da vida Material, em beneficio desta ou daquela pesso, agent conforme, ©S prinipios de Allan Kardec. ‘Na Linha! ene stiB0 dos médiuns e adeptos que erram consciet 19. CM que Os deixam og protetores, expondo-0s 20 “spititos maus, is do Lio dos Expiritos Allan Kardec leciona: ecient: 496, © espirito, que abandona o seu protegide, que deixa de Ihe fazer bem, pode fazer-lhe mal? Os bons espiritos nunca fazem mal. Deixam que o fagam: aqueles que Ihe tomami o lugar. Costumais entdo langara conta da sorte as desgragas que vos acabrunham, quando sé as sofreis por culpa vossa. E adiante, na mesma pagina: 498, Serd por no poder lutar contra espiritos malévolos que um Espiti- to protetor deixa que seu protegido se transvie na vida? Nio é porque no possa, mas porqui niio quer. A divergéncia iinica entre Allan Kardee a Linka Branca de Umbanda € mais aparente do que real. Allan Kardec nao acreditava na magia, © Linha Branca acredita que a desfaz. Masa magia tem dois processos: 0 que se baseia na ago fluidica dos espiritos, ¢ esta nfo ¢ contestada, mas até demonstrada por Allan Kardec. O outro se fundamenta na volatiliza- do da propriedade de certos corpos, eo glorioso mestre, ao que parece, nao teve oportunidade, ou tempo, de estudar esse assunto, Nas iiltimas pé am observam, sab a assinatira de PG. Laymarie: as, 356-357, de suas Obras pastumas, 08 que as coli No Congreso espirita ¢ espititualista de 1890, declararam os delegados que, de 1869 para cf, estudos soguidos tinham revelato eoisas novas © ae, guns dos prineipios do n Kardee segundo o ensino tragado por Al Espiritismo, sobre os quais 0 mestre tinha baseado o sew ensino deviam ser postos em relagao com o progresso da cigncia em geral realizados nos 20 anos. Depois dessa observagio transeoreeram 42 anos, e muifas das conelu- soos do mestre tem de ser retificadas, mas a sua insignificante discor dancia com a Linha Branca de Umbanda desaparece, apa da por estas ritas do Livro das Espiritos, paginas 449-450: palavras t Que importam algumas dissidéneias, divergéncias mais dé forma do que de fundo? Notai que os principios furndamentais silo os mesmos por vos bajo de unir em um pensamento comum: o amor de toda a parte Deis ea pritica do bem. ea pritica do bem so a divisa da Lina Branca de E 0 amor de Deu Umbanda." Primeiro Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda, realizado em 1941, como iniciativa da Federagio Espirita de Umbanda do Brasil, fundada em 1939, por recomendagao do Caboclo das Sete -Encruzilhadas, também defendeu identidade espirita para a Umbanda, Ti Souza, Leal de € Espiritismo, a magia & a8 sete linhas de Umbanda: Rio de Janeiro: Colstinea'de reportagens do jornal Didirio de Notleias, 1933, p. 101-106, 6 ser simples, bom, carinhoso, hus Sdio, inveja, orgulho, citime, maldade, eus como é pris tO de luz, porquanto luz bastante ja po: COMO missiondrio ¢ ninguém podera dizer boclo ein sua viltima reencarnagao. ‘Umbanda é também espiritismo! hess Kardecismo ¢ espiritismo douttinario, cientifico e filoséfico. q Umbandismo ¢ espiritismo pratico, & magia branca, Um e outro tem carater religioso. on € 0 espiritismo adequado para o nosso maior grau de evo z lugao. i Umbandismo ¢ o espiritismo para o nosso atual grau de evolugdo. Ser kardecista ¢ seguir fielmente o Eyangelho Espirita, é estar proximo da perfeigao, Infelizmente, uns ¢ outros, como todos os habitantes deste planeta, pe= cam por obras, por palavras € por pensamentos; logo nao podem ser considerados como verdadeiros kardecistas, porque nfo seguem fiel- mente o Eyangelho, Donde podemos coneluir que UMBANDISTAS e KARDECISTAS sao, apenas, ES-PI-RI-TIS-TAS, isto &, siio.criaturas que praticam o espiritismo,* Capitao Pessoa, em entrevista ao Correio da Noite, 1941, afirma: Nao hd, propriamente, diversidades de crengas espiritas, Ha diversidade de ritual. Os fendmenos espiritas comegaram a ser estudados de manei. ra metédi¢a, racional, por Allan kardec, que foi o Codificador do Espi- ritismo, Mas ha manifestagdes espiritas que se realizam sob outro ritual, constituindo o chamado Espiritismo de Umbanda. E 0 que realizavam ‘0s nossos antigos africanos, que o trouxeram da Africa, A sua pratica 6, por certo, antiquissima, ¢ fora impossivel fixar-the a arigem.!* : Cavalcanti Bandeira também defende a Umbanda como Espiritismo: kK ‘A Umbanda é caracteristicamente um culto espirita, nao $6 pelas razoes histdricas de sua formagio sincrética, como pelos seus aspectos doutri- narios e priticas de mediunismo em suas diversas modalidades, sendo medianeira nas comunicagdes dos espiritos. Claro que € um espiritismo 13. Braga, Lourengo. Unibanda & Quimbanda. Rio de Janeiro: Spiker, 1961, p, 51-52, Fe oe i PO as Correia da Noite, 1941, In: Bandeita, Cavalcanti O'gue &a Une 1. Rio de Janeiro, 1973, p. 116. , dizer que; Todo aquele que cre . ‘o umbandista nelas ere, e “Yodo espirita é espiritualista mas nem ‘espirita (O Livro dos Médiuns, 21. ed. Cap. XX- lo com 6 Codifieador, podemos dizer? Todo protestante ¢ -nem todo cristo é protestante | ...]- ‘umbandista € espirita, porque aceita a manitestagao dos s nem todo espirita ¢ umbandista, porque nem todo espiri- aceita as priticas de Umbanda, ] na Revue Spirite, 1869, p. 25, Kardec escrevets 7 seja considerado espirita basta que simpatize com os principios da Dou- trina ¢ que por eles paute a sua conduta’’, 0 que constitui um adendo a ‘minis 4 definigao por ele mesmo feita [..-].'" Decelso, em Umbanda de Caboclos, escreveu Espiritismo de Umbanda Por muitos anos continuara a cortrovérsia: Religiao de Umbanda e Re- ligiao Espirita de Umbanda. Cremos ser bem maior o tivimero de adeptos da Religiio Espirita de Umbanda, ainda que defendamos apenas 6 nome RELIGIAO DE UM- BANDA, sou contudo forcado a admitir a verdade; religiio espirita de umbanda. Comparémos: A Unido Espiritista de Umbanda do Brasil, herdeira da Federagao Espirita de Umbanda, segundo os anais.do Primeiro Con- gresso de Espiritismo de Umbanda, niio tem por onde seguir senio 4 religiao espirita de Umbanda, ea Unido orienta uma grande corrente es- Pitita de umbanda em nosso pais; segue-se o movimento do Rio Grande 16.Ibid, p14. "banda, 3 pagina 5, afirma: “Um Palavra de origem africana ‘ign: de espiritismo religioso L.' grifo é meu), [...] Em nosso entender nada esti definide em Umbs tardo certos es que afirmain ser uma “relivia, i estes constituem a maioria Até mesmo os de Omolovés, e outras “naghes” do Rito Tradicional ow tradicionalistas, seguem priticas espiritistas. B 0 caso da Congregaeao, Espirita de Umbanda, dinigida por Tancredo da Silva Pinto que € Tata, isto 6, sacerdote do Omoloco, [...] Referindo-se & fundacio da Unito Espititualista Umbanda de Je- Sus, diria'o comandainte José Alves Pessoa: “instituigip que se prope a fazer a articulagao de todos os eentros onde se pratica 0 Espinitismo de Umbanda (0 grifo meu). “Queremos, diz 0 comandante José Alves Pessoa, uniformizar a nossa liturgia, o nosso ritual, a orientacao. ‘seguida para 0 preparo dos sacerdotes de Umbanda”’.!? A “origem kardecista” ott mesmo ‘a “influéncia espirita” na Um banda ¢ algo real e muito importante na formagio da religido. Boa par- te da doutrina umbandista bebeu dessa fonte, apresentando conceitos idénticos sobre reencarnagao, carma, evolugao, espiriios ¢ mundo as- tral. E comum entre os umbandistas estudar a obra de Kardec, admirar Chico Xavier* e invocar a presenga dos médicos do astral em nome de Z a ICNEZES. ee em explicar o que ¢ Umbanda, aliada a0 preconceito levou muitos adeptas a se a como espiritas ou catélicos, 6 do de uns anos para ca, Hee Covalent Baader, becondn ta obia de Katie Means gan € possivel ser catdlico e espirita, da mesma forma como muitos s¢ ¢on- sideram catélicos ¢ umbandistas ou ainda okie one 6 justificavel pelas proprias palavras de Kardec. No entanto, nfo ¢ tio 17, Ibid. p.23-26, Xavier — Inédito, de Eduardo Carvalho Monteiro, Bene eae ben eee “Chico Xavier ¢ a Umbanda’, na p. Sa acne X: tava algo atrasado com relacig. lagao 4 ciéncia.'* E dessa forma que entre Kardecistio e Umbanda; é por iritas ortodoxos” usam esse argumento sta ou simplesmente para salientar sitos de Kardec. vassagens da obra de Kardec que nao se cligao de Umbanda, principalmente no que compreendeto- mesmas relagoes * gue trata da natureza, origem e destino de suas relagdes com o mundo corporal, sobre o espiritualis- isa, além da mat é Plica crenga nos Espiritos ¢ nas suas mani -do-a do seu pretenso poder sobrenatural, de suas formulas, ¢08, amuletos.e talismas, ¢ 1a seul justo vator os fe _possiveis, sem sair das leis naturais,2” ‘Vejamos algumas consideragies do O Livro dos Espirtios: 551. Pode um homem mau, com 0 auxitio de um mau Espirito que the seja dedicado, fazer mal ao seu proximo? Nao, Deus nao 0 permil 553. Que efeito podem produziras formulas e pritica mediante as quais pessoas ha que pretendem dispor do concurso dos Espiritos? © efeito de torni-las ridiculas, se procedem de boa-fé. No caso con- trario, sio tratantes que merecem castigo. Todas as formulas sdo mera charlatanaria, Nao hd palavra sacramental nenhiuma, nenhun sinal ie cabalistico, nem talisma, que tenha qualquer agao sobre os Espirites, ke porquanto estes s6 sao atraidos pelo pensamento e nao pelas coisas ma- terials. : — Mas nao é exato que alguns Espiritos tém ditado, eles proprios, for k mulas cabalisticas? I Ffetivamente, Espiritos ha que indicam sinais, palavras estranhas, ou preserevem a pristica de alos, por meio dos quais ve fazem chamados conjuros. Mas, ficai certos de que siio espiritos qite de vos outros escur- necem e zombam da vorsa credulidade." Essas consideragdes sao um contraponto, para que nao se con- funda Umbanda com Kardecismo, embora tenham muitas semelhan- gas e pontos em comum. Kardecismo é origem para a Umbanda de ‘mesmo nivel e respeito que suas outras origens. Kardecismo € raiz ‘para a Umbanda, assim como o Judaismo- para 0 Cristianismo, no iy tanto, a Umbanda nao tem apenas essa Taiz, Se quiser chamar Um- de Espiritismo, que fique claro que é outro espiritismo e jecismo classico”. na mediunidade de Zélio de Moraes, Com cer. eee nisin ouiviria © que 6 Preto-velho col tem a dizer é 0 didlogo travado entre Kardec © “Pai César”, “um negro ‘naseido na Africa ¢ levyado para Louisiana quando tinha 15 anos. Essa entidade lembra muito as caracteristicas que identificam um KR Iho", embora the falte a ideologia umbandi fa inseparavel da entidade de Umbanda; no entanto, cle nao foi tratado com indiferenica e muito menos diseriminagao por Kardec, como podemos ver abaixo: Preto-velho fata com Kardec Pouca gente sabe, mas em uma das reunides realizadas na Sociedade Paristense de Estudos Espiritas. Alan Kardec evocou um Espirito que, segundo as terminologias da cultura brasileira, poderia ser classificado como um “préto-velho”. Esse encontro, narrado. pelo proprio Kardec Ras paginas da sua historica Revista Espirite (Revue Spirite), de junho de 1859. aconteceu na reuniao do dia 25 de marco daquele mesmo ano. Pai César —este o'nome de Espirito comunicante —havia desencarnado em 8 de fevereiro também de 185% com 138 anos de idade dayam conta a8 noticias da época atengao do Codificadot, que logo se interessou cm o! Iidade, mais informagées sobre 0 segundo to este que certamente chamou a bter, da Espiritua: falecido, que havia encerrado a sua stados Unidos. Pai César ra a Louisiana quando ‘Xisténeja fisica petto de Covington, nos | havia nascido na Affica € tinha sido levado pai tinka apenas 15 anos, Antes de iniciar 4 se Kardec indagou ao que se faria pr Spirito So Luts, que coordenava o trabalho, haverta algum impedimemto em evocar aquele companheiro recém. chegado a0 Plano Espiritual, Ao que responden Sao Luis que nao, nexd “O Espititismo & uma relipia * na pigina 37 entendimento,fugindo da maldade, anda ignordncia humana, do indagado também sobre sua dade, se tinha vivido mesmo Pai César disse nio ter certeza, fato compreensivel, coma esclar Codificador, visto que’os negros nao possuiam naqueles tempos: ) civil de naseimento, sobretudo os oriuindos da Arica, pelo que s6 pod niam ter uma nogao aproximada da sua ‘idade real. A comunicagao de Pai César certamente ajudou Kardec, em muito, a i reforcar as suas teses contra 0 Preconceito, o mesmo precongeito que 0, i levou a fazer, dois anos depois, nas piginas da mesma Revista Eypiril, Ber em outubro de 1861, a declameao a seguir, na qual deixou patente Papel que o Espiritismo teria no processo evolutivo da humanidade dando a pér fim na escuridao que ainda subjupa mentes e coragdes: “O Espiritismo, restituindo ao espirito 0 seu verdadeiro papel na eriagdo, bE constatando a superioridade da inteligéncia sobre a matéria, apaga na- fe turalmente todas as distingdes estabelecidas entre os homens segundo as vantagens corporeas ¢ mundanas, sobre as quais 6.0 orgulho fundou as. x castas € 08 estipidos preconceitos de cor”. O texto que acabamos de ler acima foi disponibilizado por nas- so irmao Ronaldo Alpedrin (Mestre Azul) no site: , consultado em 21 de fevereiro de 2009. Nesse mesmo endere¢o eletronico, irmao Mestre Azul cita sua fonte: Bolerim ae Ce see ‘Servigo Es+ i formacGes, Lar Fabiano de Cristo, Rio de Janeiro. Pec eas acima pode ser confirmado no livro Tesouros da Revista Espirita de Allan Kardec, FEESP, 2008, p.101-102. Abaixo destaco apenas um fragmento do texto original: Kardee: Em que o senhor utiliza seu tempo, agora? elho” seja a mesma coisg, em um contexto doutrinati, ‘iluminagao € superagao de todos os Preto-velho nao é o que “sofrey” le que esteve € esta acima de todo 9 é aquele que representa a vit6ria acima de vida nos impoe; ¢ aquele que nos ensina que jlusdo que nos prendem ao ego € a vaidade possa ser superior a outra. “Preto-velho” ensina branco” the colocou correntes, cstava acorrentando a sj ‘inexorayeis de causa ¢ feito, que mais dia menos dia tba alma dos “senhores””. “Preto-velho” & aquele que firme e na fé as “chibatadas” que a vida nos da ‘uma forga espiritual que em nada se compara com “Preto-velho”” € “simbolo” de Umbanda, figura que por impacto doutrinario. Pois ¢ este humilde ex-escravo, do € muito apanhou nos troncos de engenho, que esta ‘olivir nossas queixas sobre a vida. © da boca do yelho de fala 182 vamos colher a esséncia de sabedoria para a yida, ncio, somos levados i postura diante da vida; re- que costumamos chamar de “problem encontrando no eto-velho”, um caminho que transcende a personalidade (para firmar-se como elemento ritualistic, a forma pela les “escolhieram” para manifestar-se na religiao. OS velhos iluminados, os “originais” e “ancestrais” Sa0 espiritos missionarios que pediram, escolheram & Mascer em meio a escravidio, aqui no Brasil, ‘trazer um pouco de uz a tantas almas presas no pe nesal: Esses milhares de espiritos: “Pai José”, eet Pai Ant6nio” ou “Vové Maria”, ete., com ieraVs batizados, seguem o modelo daqueles ques “Caboclo’ pee a Umbanda e nela definiram atque- Se ), que sio em si mesmos a figura d& ‘seus iluminados fundadores, ciganos, baianos, boiadeiros. um perfil altamente “inelusi Fica assim uma reflex * Marinheiros, etc, nesta Uml que tem a que nao exclui nada nem ninguém.* — ‘ G mento, valor ¢ simbolo mle a eee “Preto-velho” expressa muito ma a. cultura e religiao umbandista. da”, ele € 0 identificador de uw ae He ee ee Gers todo “orate. veins Ga 'm dos elementos formadores da Umbanda. Se ee x pe velho negro, Mas todos que assim se patina ones es - map forma de manifestagio, portanto, que nao ‘a de opgao. Por mais que especulemos, nun- ca sé beremos em profundidade com quem nos comunicamos no mundo espir tual, além de um nome, de seu perfil e de sua forma plasmada; e é Por isso que vale sempre avaliar o teor das mensagens ¢ a vibragdo pro- pria de cada entidade. Por esse fundamento é que Gabriel de Malagrida €m sua memorayel primeira manifestagao teria dito: “se é gue preciso de um nome, seja entio Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque nao haveraio caminhos fechados para mim”. Ele ja surge com nome simb6- lico e explicando o simbolismo do mesmo. Os guias espirituais € mentores na Umbanda se valem da forma de apresentagdo como recurso psicolégico ¢ emocional para aleangar certo objetivo com relagao a quem lhes procura. Assim, a figura “preto- velho”, como as outras, exerce impacto doutrinario, de valores impres- cindiveis para a construgao da identidade umbandista. 2. Origem Africana A palavra Umbanda jé existia na Africa antes de surgir a religiao de Umbanda no Brasil; aqui e la essa mesma palavra se refere a praticas rituais que guardam semelhangas e diferengas, pois nao séo a mesma coisa, Esse fato cria algumas confusdes com relacdo “A” origem da Umbanda. Em nosso ponto de vista, a Umbanda tem varias origens di- ferentes: africana é uma delas, com a mesma importancia das outras. Ainda assim, houve, no meio umbandista, aqueles que defendessem “A” origem africana como uma unica fonte original, ¢ outros ainda, que vieram a manipular essa mesma origem para desacredita-la, ee como uma passagem da mesma Umbanda pelo continente oe as jamos algumas variantes desses conceitos ligados a origem africana da Umbanda 23. Esse perfil "incl e ead, logo em seve primeiros mamen= ae: »» da Umbanda pode ser verifiea ci tos, Pahouns eve poslo das Sote Encrulhadas quando afirma que cm Pal getedorence a quem sabe rnenos ensinaremor ® ABU vane Sac AF FSRE

Você também pode gostar