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WILTON CARDOSO DO MESMO AUTOR TEMPO E MEMORIA eM MACHADO DE ASSIS sein eat ab CAPITULO T (2270 roNDncesraL de biogratia de Machado de As sl ndo & 0 de ter nacido no morro do Livramente Menino de morro, mcieque de recadoa ou vended at Drlante de balas © dees, muitos o ttm sido om que ia had thes atene o vazio das vida o, memo no eas Prcal do romancista, « elremistinea no The tors valde ‘ala gue para Inpireribe, travis de retathog tomades A meméria das primeiras imprest, uma navies pee sagem das menos expressivas do aus obre. Ceroa cr ticos romanticos, entretanto, ou se linitam so regia do fato em a, dizatdosos so arbittio de qualatce con custo, ou 0 fazem acompanhar da nature! eonaccaca que tho alto on fmpretiona, da indicutive! Wits do csertor © ds tenacidade do préprio ceftreo © energie De uma e de cutra mancrs, poném, o certo que se eixa de fixer como importa o fato eulminente de mu ida, que consiste exatamunte om ter deimada o moro, fm ter rompido as amarrae que 9 pretdiam ao melo, os got de afelfo que o lgavam & arigem para dlspatar 0 futuro © lugar que o bego temara em negarihe ‘Todavia, nese fato, epomtem os primeiros lnoes eum drama acaso mais generoso & sensibilidade doe critcoe rominticos do que fimplewmente 0 do nascimen to humile. Ninguémfoge impuneriente & préprie vida Por muito que desviemen 9 eur do nosso destino, inegd vel que o meechemoe, come tad o mais da vi, com & pa sividade herwlitéra com que toa a lgdos os eats do songue © an marcas da alma, E 6 Save o drama do. Irivanie da vida de Machado —o deter dead de ser ‘Jeaguiea Marla, mais um ema tantor outros que dese Darwceram ao lf dov digs endnimos, na voragem da folves «delves do morro, para se converter em Ma- Chaco de Assis, uate que ae fnaria np plano da nossa Intoigeta, [Nao fo} silnciona, eonsoante tantas véeas so tem userorado, 2 epoplin da mun ascenaio. Aguile recato de imponiteste ntroverto, que o levava a mocks a3 riprian angéatias antes que oo incdmodos olhares doa ‘que o cvteavam aa Pudesrem devaarer, podedke tor era. ‘do 6 tinagem do exearamujado canmtro com que cos ‘imam retrathlo, maa no foi de certo suflointe pare tne epagar na alma todos o8 reskiuoy dolorosos da dura aprenden, ‘Tal aprendizagem no foi a de um bomen predes- ‘nado ou exceelonal, Foram panos de homem comm, ‘aleadou na mesma esteira de indeinSes, por onto 08 e& pinhos valgares que abrotham todos os eamiahos, os que ‘e ensalog a0 logo da ditel viagem. Nio 6 de eet ba, por Igo, que agul eal ropontem os sina dames. ‘mas eleatrizes que de ordindvio nos marcum as horas © os das, Obervese & lio de obra poltca, Ha rasio para ‘comesar por al, & deepeito da apregonda infriordade ‘or vereca cm confronte com oa romance € coni38, 589 6 porque a poesia foi a au primeira manifestacko 3 Terria como porgus, comoante aflms com muta ju ign a sua mals arguta bidgrafa, “fiado na imperconal ade da yoesia Hiri, Machado’ do Assis ec expandla, ‘Towro © Maen me Mousa 98 Ase 0 ceonlava os sous sofrimestos, 08 seus sonkos, a suas ‘svi. Pena 6 que diatinta escrito, a exjo digente tra- batho devemn ag letras brasileira mais deta Tevelagio Jmportanteacirea do grande eortor, bo oe areruruse, za breve anilie que tragoa dea primelroa poemas, © aia largor von, nitandose, muito prese& letra, a o¥ denoiar a froqiacia de alguns temas diletos do poeta, os uals iriam carscterzar & obra da maturiiade, Com feito, « par eom a nota do amor, feida em tonalidades Aiverss, aentusse af una ta ou qual eoneepeio no to ante & inanidade da vids, & freilidade don wentimentos Ibumanos¢ impasublidade da naturea, alin da afegto ‘arte, que parece ter sido a profunda determinaate de ‘us vida. Tudo lo — ropetinos — nto pases de trae dugio literal dos poemas, yor opde go evidanela qu, bo tocante & eritlen, no so permitin enanita a masz I Deraldade dedutiva com que asertadamente fervorren 0 terreno biogrétio, ‘A poesia do Machado de Assia, como no pia det Yar de ser, reflte alguna cols maia do que & primeira ‘iota faz supor a simples objetividade dos temas. HA nela como que um retrato dae mais ftinoee abtancisis comportamentos do homem ante ax perspectives que & ide Th fol abrindo a0 diante, on quain, Gemuneiando-s Aqui all, no tratamento dow diferent temaa, orem dar 4 fmpressfo Ilsa de que slo morus deoorréacian of aspectoncircunatantee dos temas eentrais, quando, na re lidtde, exprimem am mundo pguicoeseeneal qt, Jonge e scr provocedo pela vivéncls dos samintos, apenas len ‘800'6 bigratee, as Al eee revorbera, Assim iterpretados, jutitica we a reiteruséo das mesmas posites ante on dfcrenteseatimulantes te miticns, a5 gusis, como eloglente atertado de unieide, fe deixam ver em tia «obra. Notes, de inicio, o simboliame dos ttulos. Dee- conteda eplsiica aventura. den Ariericanas, em que agen © seu tribute a0 indlanirmo do tempe, © onde ‘lflelimente pogeriam neorrer expanses de subjetivis ‘, bi na segiénein de Crindlidas, Felewas © Orentais fs feees de uma evoligho em que, & medida que mais se Jam eepultando no pasado ex lembranges da origem ‘becura, main se iriam acentuando on earacteres da posta perzonatidade que buscou constrale. A means Imagem, por exemple, que no prniciro distes livros de fine sates, no estado que fie entre a tamildade do ego ¢'8aspiracto do ienl, emethanta-& evlugio que val da lagarta A borbolet, ervivihe main tae, ima histo menes velads a0 caso pessoal, pra far uma as personegees do romance Amdo ¢ @ tive, em cue figura so retrata. £0 casp de Guomar, w jovem de ragelmento obscure que substituia aa afeigky de madri tha barongsa & fhe morte. Depols de soentaar como fs educagio ea natureza se alitram pare coaformar 8 roca em hartoaia com a sucleade x que fora chara a, esreve 0 romancieta: “Ninguém edWinharia naa ma relraa fieamente elegantes daquela mogt, a crigem me diana gue cla tivera? Dortoleta fasla eaquectr a ere Léa." "Da significaglo de Falonas fala o canteio te. rdatico 40 vocsbuin posto erm arrelagke como ttl da bra anterior. Ovidentie, como se aabe, ivprescntam ‘9 poesia machadiana a mensagem do nomen madur, quando, perdi a cust de Arie, se dela fevarpelas andos do Cat, eomprasendose na mesma filer m: sta dos chamados romances e contos dt wgunds fase, tem 0 titulo do volume, em favor do sentido eapeciat ue aqui the emprestamos, elim da exprissvidede do ‘vocdbulo, o testemunbo do proprio poama 8 que now re ferimos, onde essa fase da vida 6 daverte coma uma des ‘idt pela vertente do cese 0 posta cheguts 0 ate dt montane a primeira edieio de Crixdides, eimeiry tivro de verses e verdadira eatria literdrin do autor, ue, om 4864, apenas coligia produgten esparsas anterivmente dada 4 publieidde, consta um poems que Machado wi Drimiu dt obra ao reclté-a, er 1900, ras Poeias com ietas. Nip ae estranbe « particularidade que pode ate ‘ser expressive nese timido Introvertido, aveoso © tila & sorte de expenaio afciva,sobrtido ge se Leva em cunt ‘ue, em contronto com & qualisade de eutras prodtgea iio eelgadus, no parver certo admitir que ao ato te niham presidido cigoree de pr critica estética.* Trata ae dat estrofes de Os dius horicontes Sicmibo 8s Asn, Pots complete x2 octet dent tere no cera Pate, esine © oy detain tone Cro". Pot oe! im noronte, a susade ‘on tmpon eve fo ce Seen ee naa vonstanen (or doses tensor dentine ‘ham alia proud andi, 1 horace do" psa. (os ambgto de grandeza ‘qe Po einige fecxjo ce na scars fe 0 eorade no Bera aa snvalecente eodace 08 apres ‘io nan opto arent, iene o peers ¢ psn, ence o fers pete ‘Que cismas, nomen? — Fessico fo mat cas coragie, (is posadar tute, ‘Que bioear nome? — Prost, fer does rate © tema vulgar, como ¢ dan mate comune « tcko que dle we colhe. Nada, com eftto, menos orginal ‘qe a alegagto de que a vide do homam transeore para mu conteincia ora sob o feito de studade do pas ‘ado, ora eo» a forma de aspeacio do futuro, ¢ que amt tas a itunes — uma poryue J néo é otra ponsie ainda nie pode ser — oe fixem no eapvte come fuga 4a realidad. No caso partiular do Machado, que, 2 ‘emetnange de wma de suas persnagens, “tithe em ‘© contraste do naseimento com © infin", vida fol Jus longa sre do eonguatas em que as aspirates 0 fam concretirando & medida que se perdiam no passa ‘os rumores da obscure orem, e, pos, malin acentuada: aente ter refletido 0 supuato paradox dom dois ho Yaantes um tems vulgar procimmente por refletir hibito le consléacia que se tornaram naturuis ao eapete do Domem. Nio estranha, por iso, que tenhn exorbitado, os timites da pereepiSo comum, vaga ¢ imprecise, pera ‘seumir a8 linhas rigorocan de uma sooeituasio feral ‘Efetivamente,Kege num forme lio do ensaioa de Car- Jo Astrada: “Antes que las coma man la proteszoa tem poralments anhelindolas: por el anelo se veriica In po= ‘esi espiritual, 1a cola verdsdera. Bs €l cf que peti> Tando nuestros suetos y dindolos formas tangibes a la Imaginacidn hace que ells qen en nuestro expt, decir, que sean wea realidad en el. Una ver que Ine e7sag han ado, y cuando se han iestiieado eon nuestro ‘sor por ol amor, comenzamos a possess por el dolor de haberlee perdido."!” Dee modo, & por astim dizer fa tal que, ma sutilasima metaisicn doa ootas,cujaa obras, incapasos do explar 0 instante presenta, em fare da rt propria fugaeidade, ow ae projetam atbre 0 fatur, em forma de aso, ose debracam sdbre 0 pasacs, 4 gm de evoeasio, todo o esptdeaio da vid Interior c da ree: dade quo hela adguire consciéncia tome a feieto cle ‘sara. das coisas quo eftio fora do nos sleanoe. Ds Constincia do tema entre os poetas, que outra coisa nfo Steno a eterna Ita do bomen no atatidp de trans fendet a fiitude, falas por lwo memo peceador puertos sobre el declive del tempo, atentos a lo. que pga para np evitrarse mis, lalizades, con dnl ele lac, sobre el surgir y perecr de laa cosas, sobre et fscenso y decadercia de la vida, lon poetas quieren — fon un esfueran iataurador — muatraer el ser dea fw ‘eckiad de gus manifestaioncs."! ‘Uma vez, porém, que a questio se resciona com Inbitos comuna do pansamente, a pooto de se terem por naturals, ome hd poueo 2 asia, nil cork demais aro- fandi.e um pouco ‘Concebendo x residade em f4ce Ot nose exiténcia conscleato sob uma conesituago diverse daquela por que contamanos interpretéta, © bergeoniame propéenos ua ‘étodo de estudo que a0 meemy tempo not formate uma série do observagies muito pertinentes ao asmunto, Cor soante o pontanento do astor do Essai sur leg données fimmidiates de la conscience, relideds © robllidade so conceit que se idontifieam — “la réalité ent la tabs Lté méme' "Todavia, @ movimento que earacteriza & realldade hi de entenderae por outro modo que nto aqut le a que ae prendem o8 nossos métodoe habituais de ind solo — a aber, um movimento conditeida de auoeat ‘yu imoblldades Com efete, noaso raicenio, a cada paseo, reconsttul o movimento através de pontos ines (que os eucedem: primeire, uma poselo: logo a seguir, ot tra posigio: assim, intermitentemente, até ao infinito “Notre Faculté normale de connate — dimserta ¢ pence dor citado — est dave exsetillement uae pulaance dex ‘rare ce quil ye de stabil et de igulaité dane le fax ‘da rel, Stgitl de percevole? La perooption oe raat ‘dea dhranlements infinment répétés qui sont Iumidte ‘chaleur, yar exemple, et les conracte en sensations rela ‘lvement Invariabea: ce apnt des tions qosclations cexlériures que condense & moa yeux, en une fraction de ‘seconde, Ia vision d'une couleur. Sagitil de conoovoir? ‘Former une ie ginérale ext abatralre des chose diver sof changeantes un aspuctcomamin qul ne change pa ‘ou da motns qui offre notre action une prise invari le. La constance do notre atttade, Videntite de notre réaction éventuelo ou virtvelle & in multiplete ot hla variable des objeta repriacst, voila bord x que marque et destino la généralté de Vieée, Sagtil e2 fin de comprendre? Crest simplement trouver See rap 22 Hows munson, a pone o le mosrant pes 10 aro con port, talir dca relations stables entre den faite qu yas Sent, dégager dex lola: opération d'autant plus parfaite (que 3a voletion est play précloe et In Jot plus maths ‘atigae. ‘A verdade, parm, & que todo 0 drums da nossa ba- ‘itn ineapaciade de racicinar sbbrr a realiiade que ‘nh, baseendo strpeender noe acu aapecton mutavets 0 regular ¢ o estivel, onsite preiaamente em qu a imo Dlldade nfo existe, se por ofa entendemoa a ausenela do ‘movimento, visto como ao pagan "d'une fixté qui sat ‘quis arrangement Gphimére entre dos mobilités." Com ‘cit, identifieando © moviments com as posigdee do mb. vol no espago porerrido, elevaman a imoblizade & cae foria de realiade abuelts,e, por mito que tal expe ‘lente poasa parecer latino no que tango A prea. € fora de divida que déle decorrem preuizoe quo nos te: ‘ompatiilizam com a exatn peonpsia da relidade, lésa le criar problemas inslivein non dominion da. capsule. fo pure. Subtitulos, em verdade, ao eeptito «int téria, b conslénca 0 automatismo, ¢, pastando a operat numa atmosfera do tempo especializado, tomamos por sucteabo 0 que & mera justaposicio, por qualidade 0 que fio passa de quantidado, © acabamee por emprestar & ‘imples extenalo de simultaneidades 0 conesto edi racio rel ‘A durée récle? is 0 que, consoante 0 penaumento ruclear do bergsonism, explien a realidade como mov: mento — a saber, criagho perpétva e imprevilvel de no vas formas, om perene devenr, pois que, nome wentldo, ‘astcia profunda da realidade & 9 spiro eriador. Dai HOB Op fen 0 conccito do changement, vocibalo que tem © maior fureo em ta w floctin bergeoniana, o qual 6 perfelta imagem da soobildade do real exato sentido da exe ‘tincia” “pour up Ste conscont, exister consist & chan fr changer be nr, se mirc & ae erlerindéfniment febamine. ‘Somos, dis modo, chegados « uma coneepeio da vide patguica que Bergson estende vd em gerals "com tne Tunivers dns son ensemble, comme chaque tre coms ‘eet pris & part, Forganieme qui eat ehase que dure."* (Gor efeto, ao chamar espago a tid quanto no repre ents duracio qualitative o eriadors, Kise em que esta fe idealitien com o tempo, © af witae 0 scr V0: "par feut ot que howe vit, ily 8, ouvert quslave part, tin registre of le tempe einserit." “HA que notar, to fain, no tempo de que fala Berguon, x mum nocto de tentdade indivisivel,e nsso precsamente se dltingue do fopogo: “la Gunde nflle ext que Yon a toujours appe- 1é'le femps, mais le tomps yergu comme indivieble."™* Veee, pols, que hi na conccpelo da durée bergso. niacn tm eariter de contiauldade qualitative, radical Imente oposto & deseontinuidade numérica do espeg0, ot de nio hi duracho nem roceaso, mas etados do mundo ‘exterior, dion suceasvos, cue muliplieldade no & real Sinko para coneciéneie que o= conserva, justapte ov ‘xteioria, una com relagio a outros, Nossos hibitos fe recioctio, que com seguranga so xlicam a0 que & ‘msoeptivd de dstinguinse ou islarse do todo em ave f oeguir ee jstepte quanttativamente, bio de declarer se. onion Ege ee Th, 135) 12 poude e te mowwent, per. 18, se nett ara comprender 0 que & penetra mi Sea, sldriedade on onanaag Intima de ctementon {Ge nlb ne fracomam. ie gorge eouove Bergeon! "I $a den chargerntn mas Hr 2 pon tue cheap Imwt, de choi gt changet: Ie changement a Tos besoin dun suport. ly a den mouvement, mai ny a per dont font, loan, qu we mca: le ‘mosvereat ig peo mie." ‘edavia, om nothin otro ampecto da eta, se rien, tho vise e palpi, sini do change ment do gus nega a techn Bergon mala co {idu do oss Wah neice "ntie qi ae pul sou avid commer fe ‘kup en nts dint en aatant & ven’ 4 “aprie” qui nou pay est que nous} moma ds mages matinee ee a nous mpgs la envaon Ae natant: dane Tenraett dana Taya see tnt ily dntitlon mete de partie extsars Shes aux siren Je recnrais amr que et dace Xe tore aptiin’ que now nour leone oes ‘ows wavons aucun inte h outer fe beurdnmonnt lnintrrompa de lave profnde HL pourant dane rele et. est gre dele gue poment place dane nse et mimo toma changes aon wen lenge ausgics nots tsntone en now tt da Te mows Ge exer" itm, por, & exer do conecimost a oporten do drwma da iaiiacia do cote om fee 4a reldade. Alm de raiocinar abe ta © hone, com feito, 8 vive, ¢ a mantra como a comporta pe: ranto 06 azarea da existncla 6 pelo monoe para carts ‘arta de expritos, um reflena da sum atividads copia ‘Uva. Viver slgaifea, pare tale almas atormentadas, ‘aptar do fo de vide esta ov aqucla imagem islads ‘gue conseguimea submeter ou aubordinar & noma con Preeneio du vila. Eogquanis, portn, xx otpitamos & ‘onseitnls, oie ab ascim experimeatamee a llusio de ‘gon dominamos a vida, perdemss no flye> continue of Sterns eo gro figura ¢ rome 2 eae ee feontru‘la: o que se jstapte Ji se nfo Interpenetra & soldarza, quobrade quo foi sua essénca indestrutive. [Nao tem outro santo 0 anelo de eternidade, que & ‘a marca jerverara da eepéce, Identified com s lta deangregicio do ser, persuadido de gue mum vida é ama palptagio baldia que aio logra realizarse, quer © ho sem prolangar 0 efémer, imobilsar 9 fugitivo © fear fo que é camlante ow mutivel. iver signifi, eto, moreer todos o dies, tragado pelo curso rpido dos 0 prézrio Bergoon aludin a cata side de infinite, que centre outa consul as alma trigleas Ge Pascal Boe thovea © Kierkegaard: "Dovant le epctacle do estte mo Dilté waiversall, quolquesuna dentro nous eerent pris vertigo. ls cont habituée & Ia terre ferme; ls no peuvent se faire au roulis et au tangege. 11 leur faut ex pointy “fixes” auxquele attacher la pensbe et Vexls fence. Is estiment que oi tout passe, ren menate: et ‘qe #i Ie réaté ost mobiit, ele weet dia pla au mo ‘ment ol on la pene, elle échappe & Ia penste, Le mon ‘de matériel, dont, va mo dnoudro, ot Yoepit so noyor ‘dana Te fx torrentueux dew choses” * At catéo toms dilto da metatsien dos pootas. Im polidos por ma desisperada dasia do penaamento, agar Tamag com veeifncia ap instante fugar e, mergulbados to eentimento a transitariodade de noato dscurso tes oral, abtraemee A vids pars — clos destacadoa ¢ por. idee da corrents Sndissolivet — contampléle. do uma porspoctiva marginal em que ji no « compreendem por: ‘que, divorciadow do flaxo comam, ela também j8 ni ot ‘compreende. 0 que Guyet exprimia na doioroas cle ‘gia de um poera que tem por titulo precisamente — Le temps: ‘ve! est dane at food rine de bine lacie? ecu st stl en ot a Be, ‘Algo de Machado de Asal, quo velo do nade, © em cua hisiria se peresbe 0 drama da elaborasi do genio ‘gue ao mesmo tempo que afiraa a propria personaidade através de aacenalo expiitual tem do Yeneor an orgeas Jnumldcs © romper com a aua clase, lbertando.so do ‘meio, é Jougo exerspldelo da mesma tragidla surda Apreciemo-a neste prélogo de uma amigo que nfo se conformava com om limites acanhados da tisria do ber: 2. to, Op. of. pes 19 Apenas & manda vos Mio wi que fogp Interne me impaia ‘Pongutn defor do tor, Soe, Bum Getuago andor mana sma eacla, Cont de camo em campo © sea em pags (ante anuiedadeo sorte ence) (er a aecuma gua eps — a vag. 4, Monto ne Aux Pia comply es. 1. 0 xem so Fag Vt ovina, que tom tm Crallas, Cio tee Sareea HE seca Palate de Plone Prenas ‘Supa, pp soe ops. 1- em aot 8 Sege Tre ‘nfo qu outs 0 canstnn do fhe de Deas, onde 22 a aus ovens ands ab etofer XXL LI ¢ XLV do staco ment ‘Todavia, a6 ‘oan tere ¢ ale Jona, {ho bent os pares eer. ‘io tarda, por Isso, que as vores do desengano co- ‘mecem a elevaree exatamente no ponte 2mm qo, pele primeira vee, © espinite se dctim abbre 0 caminho per ‘orrido na erage tentative do colhér romltndoe palo vein, Na abe de repouso, que é o vielo habitual do Densamento, interrampeae 9 dinamo priguico da res Tidade, busea se 0 xr em prejico do devenir,¢ o resu- ‘ado outro nko pode ser senko 0 da conselénela da Tire ralogea ‘ue tons tenia Sopa ‘ambien vena apace, ‘s primetrae ‘hates! ~ Quantas.quatas vidos veo pedidar pomtae a feria 128, D. Poeian cmplts, ps, 65 (Flr de acide) 2 0 desslnte, que em semelhantes clrewistincias ni foi esranbo a0 maia perfcto exemplar de acto gue © glo do homem ern? e a que o porte iatentn fopte com a qucbre da vostade so recurso da renincia: os o valor us, da falar mirage ‘ota Geenensade ag Ter tranqee Cvceure gece dtm aso tm ear seme de van, tmlsido em mim meno, ee serradoe ido as." anna aataie St er Smt ale te ‘Todasia nt afB. A marca de tal expetncia im ‘rogna w atmn e pda we dul eom propdsitor da vontade Acompanhardo e poesia de Machado, vemos que 0 tema 4 domina por itera, ora come dia maclue, que © a tista explora em todos os seas cantarnos, ofa como ce. nétlo de fando a que subording &variada game doe mais {ntimes poses “Em Stelle conte: Dos sntizas soohares ae xe ote fn tetas pares 24m, Op. et, pa. 3:8 tora eve BJ a evra o oto conus &toer- 2 i Ee ee te 34, Mlemo wr As, Poses compas, pes. Att (Ver- sae er pa 4 to oe ret im Cima fotha, imp alitncio & musa ¢ exortan x que io canto enguanto nfo ralar a aurora que the res: titua a vor amena dos primels dias Mara duce do alo da montanna (onde arpeate © aroma de oan, tm a oo on wager ero ‘ilies aero Dose Wik uo dla em aue mals ben, toa toon petmelon l. dn on tra ee tne em trace aio tango, J anda a torment Satae him Suipar, orn, or sti sm. sina posta toe tees sonar cantar "pes de metro, ‘Ant ee eno sch mats ao alas, poo ersat oF anos ‘onde mio shegee 0 Vio amor dor homens 1 ond, apnodo ste ambicoon, Dut adcjar bo epago tumines, tartare do Inne" Imports, porém, essnslar — ¢ nisto se distingue a ‘ina sensible de Machado do tOpico vulgar dos verse Sdores de tas us épocas — que a oposiefo aquifers no 6 a do moro contrante entre feliekade do pasado a desventura do presonto. Tal pereepado, a que nko f Inensive o posta © que o romaneits tevarin adante em longas e pereuciontea anilices, nia 9 peocapon senko no onto em quo, através do toma da ireversbilidade do tempo, fixou 4 Tio da newea incapecidade de restaurar ara a ensibilcnde atual de conscléesin as imagens evi. ‘eeentes do pretéito. A simples nota elegiaea, de bens ‘que se perderam no 0 sodusi Dito eo, acare-se a acepeio que vamos dando A 2B. tn, Op, 6, pes. 284 cecerineia ao tema na ohra do eseritor. Com efito, 0 Alsencanto machadiano parcss prender-ae b prdpria me nice da vide interior, agate all detigureda na ua ‘uincia elas sincopes que The ipprimia 9 artista ao se ipltar A concizncla on seus catadon ae alma. 58 port, ‘ids, pode conslderar-ae a vida eouformada do lanecs de fresente © pasado —¢ também dp futuro — pois a sa erdadoicaeestocia participa na tealidade de outra cone Uituigto. "La durse intrieare — ainda wma vex ensina Honet Bergeon —- est la vie continue due moire qui protonge le passé dane To prévent, salt que fe préset Feferme diatinctement image rans cease grandisente pumoé, goitPutst quid temolge, par son continue ‘hangement de qualit, dela charge toujours plus lourde (qu'on tein dervire opi & mesure quven villi davuntage Seng cette aurvivance di passé dans Jo présat, il nly furat pes de durée maa seulement do Mnetantantité™* ie porque. creve Carle Astrada: "EL momento presete no ca para el hombre mas quo wn punto de Fesintencin sobre ef qual graviten le trstem de todo asada y In nostalgia de lo desconoeito, que et Ta favereién do esa trateza sla el porveni."* ‘Bin verdade fo noe & poesia de Machado acho do uma primitive era de gs, cuja pletora de ventura ‘ eafizenee ao depois em face da adveroicads. So asc Flsue, seria a caso de oo the neger apoio na realidad, pis quanto sabemos de pia vida antes parece conduit ‘coneluado opaeta Reasltemns, pois, qUe 6 gue 0 poeta contrusta com ‘amarga expeciénia do eeu desencanto nio ain fats do ‘Pew = Mowers mu Miscuino ae Assis aT Pua, em que fliidade pareceu conrretza-se 4 leanee de suas mos, mas planos de futuro, em forma de ambicdo ou dejo, que Ihe ersparam o ardor da sla sonore. ‘tae rept €exreasto 0 tetera do goema — No limiar: : fala.» taste, Do init & pots, de "oodne stb epee, tenes ado 6 ae fee ort, fi a ten Ba eal Ti eet o que ie Ihe da = “ous tte? Tou it ining ‘er he esinoa? Que fe fhe enteo mo pelo ‘,yavendo 0 ens brenda » eee torna-ths, om yee au pas abengade, ‘ua vida do dr ¢ de mnie must famine Io senda arrose tetris ne tive tivee sue rfero de Wears fe mel se © eat da amarara 7 tado sh — 10 tao vA ports ‘entra sta volo. A fun bore fheea na bora que termina oda entra” — Ro vino rsa gue dora erect © &e8 que © 21 Ja a Clos ‘Ass, com tn ngs 26 comoreendersa Obscrvae aasin que o que o poeta vialunbrs no pasado, dourandorhe a mash da vide, ado 4 bem © trstho do al beter de chapa nos fruton sazonedac, ms 1 pldo claro que Ihe entarna na elma 0 ogo dea seas fonbos. Certo alguma yer delzou levarce par essa Taz ‘fans, wedusido pela rsten eaqulva. Todavin, a realic fade de me drama iterlor aio ht de ter ido otra send que ne colhe da sepuinte observacto de agudo ensasta fontemporace: "O deseo tradurae na imaginacio do tom bem, Ora, a imaginaclo, por en tuo, era um estado Aiverso do provente, © projela-o no passado ou uo fur ture, Surge de agai uma divida grave, a saber: of hans ue éle projets no nos pasado — como memiria — 31, Moto oe Asi, Poe compleos, gs. 8 {atvo x Mon rot Mactan se Ams foram presentea algume vee? Oy aio passario Gea de ‘uma ilneio 43 esporance, — de umn para reversio ope eda agora no movimento progpettivo que constitu a ‘xperanga, feito no pasado em relagho so fUturo? Por ‘ontras palavras: nko foram dlex — vee bens pecsadon ‘de que jalgamoe lembrar-noe — uma projesto imagina. tlva do bem no futuro, asim eomo agora (quando me sucede peasar nom bens do pretéite) ced uma Projecto Jmaginstva do bem no paasado? De outra ferme ainda: ‘ho serio os bens lembradon uma espécle de eaperanse, Aiigida ao paseado, — da passage experanga, wns reversfo de sentido, portante, no movinesto. da cape ranca? Atiron o pasado a esperanga & frente, ¢ no pre- fente atirame-ia para o pamado: tal a eestacla de todo ‘bem pasado. A esperanca oa a resrdagio dela (tmnada ‘agora pela retlizagto da experanca); o deseo ou a recor- dag déle (tomada agora pela relizacio do desejo) mio sero afinal og inioos bens, ou as Gnas ain doe tices tens? Reagimos contra. o ml sonhando wm bem. Urn bem futuro? Sim. Ox um bem passade, tomando como realidade pussadso que 6 foi gutrora uma prs espe ranca". Pim conclusdo: “Tudo ae fundamente em f4n- tasas: vamos num elrealo de sonbo em sonko. Ax coats por mim desejadas foram sempre eriadas pelo met pré- pro anscio, foram sempre sonbos 20 mew préprio sik; todos bens forum bens sonbados; « ama um cielo ave no ter saa, = AG eth porue Machedo confurde num 36 plano 0 bem passado — ou, dizendo melhor, a esperanes paseede oem que nio ge realizou — w o desenguno presente — ‘nto 6, 0 desengano do paseado, que é a negacto das ws cmperangts |. Anromo Blane, Fusion 2V, pet. OE © 8 seis, ose “oie Te! ‘A scasagio do pasaedo & por iaso, um compleno Indettvel de gan € lgrimas: tanto que ou verter, ‘on derma pac das sonhon a fata, {pas do oreo gi, 4s todo ton derperse, fox ge iporiene > arse qu tanto n encla Somos, disse modo, chegador ao ponto em que ae ‘scarece 0 sentido do poems Or dows Irizonten atravs ‘te uma Interpretacio estiltiea nm moldes d_Vossler, Spitzer, Amado e Damsgo Alonso. 0 poome 6, com cit tm priinor de eximory. Observemolo. Ali ve passat? A principio delinslamse yagamente oo ontormos Inprecion de um qusdro conert: in die anaoeinas ‘Pewee Mavin to Mico se Sess tt © ue, todavia, o anima e the df capirito @ vida éo que we seu ost. ame enna st rsber ~ 0 devejo quo nBo fol presente, aquéle eterno Serko da alma desterada 8 que ae refer outro poeta Notes, park, que a alms que sasim ae Incline edbre o ppasendo vatio & mee torso, uma alma ambiceo, a0 ‘aaso que ela préprie, na perspeetiva do outro horizonte, ‘quando busca fe ambisto de erandens fos ao salto elon, fue 0 cara mo gon: ‘eto, 6 alma eomselencete Ora, se meditarmos um pou, desfezse a aparente ontradigo. Nada, com efit, mais natural do que a cunfusa explo das sensucéca do pote, visto como ot hocizontes se tocar no julgamento da sus conseiéncla Do pretite, gizo de amor souhado, no future, eonko de ‘amor nio gosaio, Bntre o gdco do deseo, que ovtra coe ‘6 seno 0 desejo puro © simples, o demo que no ae realizou, @ 0 sonko do deaejo nio gosndo, que da mesma forma nao se rellzoy, ¢€ também pare sles deseo, ‘quem hi af capa de letingbee incquivoran? Man vamos alée. 0 passade afiguraee ao pocta com um sono que owe reason — gézo de amor sonhado —, isto, sonho que nfo se realizou uo pascado, §6 que a vida continan 4 fluir. B dase um jelgamento que » perapestiva do pre- sente pode coneeber agesar da wut enéncn tramsitéra, pois ealentamcs a convieedo de que 0 pasnado now per: ‘ence. Todavin, © futuro, precisamente porque & fut, € também sonko que nko es reali — desejo de amor ‘qe 0 corapdo nao gosou. No gozou quando? No futuro? ‘do, no paseo, como asta a forma verbal © visto que fo presente nfo exate para a conmcitcla Por eutr lade, no vert ‘nunca presente panna Bones 6 fare & presen, comproende-seporfeltamente a aspiragto do pct, ou sa ‘ue o futuro, concretzando-e, se transform eat presente, ‘mas nio ue perce muito claro pargue dese, ab meEMo tempo, que o presente ee converta em passa, no et ‘ave o seu capt, $4 tarbaco pla fragmentagio do tem Po, neconfeste af Sncapas de reeompor 0 ne fx Incex- ante Por fim, atenteae na conchusio do poema, Tudo & stuabo— ie a aime abies, 1k base rlopanse > puny do fate oe pasadae Header an tastes a foto [io pode haver malorfelaidade. De onde as thutes do paumndo? Aquéles dese que a alma acalentow ne ardor dow sonhon pretdritos, agors llusbes do passedo, cram 34 iedoe, eaquanto 0 pescado era puro pasate, fpamado que vivia,expéslo do passado-provnte? Ou 3 fasdo do pasuado 6 um conceito de ngora, um Julza do presente, que & 9 neu muponto limite? #2 aw Dusbes da fue ture? Serio lime do foturo engusnto futuro? Ou serio Siasden presiamente porque ngo se relizaram, porgue ‘la tveram presets, © fo, pole, HusSos do presente? Déseo todo, o poem, que negava o presente, altwando s ‘vida bursana entre oo extremon da dade ede axpiracto o palo do pasado e 0 polo do futuro — acaba por ‘mostrar que pesado e futuro ob existem em relacio 20 ‘reseate, 0 meamo presente quo ao tem realidse. Taeldentemente, cabe notar que a ligko dos flsofos ‘que eomprvendem 0 tempo nfo como Fealidade perceptive. inda de fore, ou exterior, com agi sire 0 now exp ito — um objeto propriamente dito —, mas come aquilo ‘queso acha em na, que eonstitalo desenvolvimento prix Bro e imessante da conseiéacia — form interior de (ede ‘oss representagho — cuneorda mubearcialmente com & ‘experléncla lirlen do pocta. Com efeito, lése em Saato ‘Agortinho: ‘Maia cou deux temps, le pase aver, ‘comment sontila, pulaque le pareé meet plus ct qo arenir wert yas encore? Le yrésent méme, ol ait toujours priscat, sans fe perdre dane le pase, ne versit ue tempo; Hl serait Eernité, Done, a le pedo pour ‘tre temps, doit se perdre dans le passé, comment pouvonenavsaffirmer qui ext i as, plague unique raison de son tte c'est de riétre phi? De torte qu'en fait oi noun avons le droit de dire que le temp et, cet puree quil sachemine au non-dire.” E adiante: "Ce qui Iaintenant mfappersit comme lair et ident, eet qe ‘lle futur, ai fe passé, ne sont. Crest done improprement “« wearon cones ipower are BLE co iimneranseont Voivamos, porém, ao tems noe verses do Machsdo de Asta. Sua propalada timidex no The impedia dar ac sontios da mocidade « £6 izabalivel don alton proptaltor Peto do ame, atte mea peo, com meu proprio eengue or than new ato ‘seus mbar: © Gove. ane, epeanen ‘Dor teeceper maaan. We pron ‘tno trae. antes sree tae rer Deraue ew pus ele amor, ise ang transport, {tee aie ee slam neta 1 ata pasado © & inte do tao, © abe Rie grande w blo goo Babee put. ‘odavia, & na pepe fimenn désecs propsitos que eneontramos’ um oe du Intensdade do. seu dewenguna, ‘quindo,transposta a dolorona experiencia, se Persuate mo fabo d2 que, no realizadon no pestado, fazer vatlo © Dresente © como gue desalectam vw passa do future Ext, 6 nto hk agar pars a tse pedoen S.arore ond, 6 mabe jerentage ove us tres tatoo Yentotpeo «rue! to wos mai, nao: eu no slip» mar sav" BOG ABRIE, Coveton, ome 1 me, shape 88°", Op. cit. pas 18 (0a ode de Anaceonte Vivomos todos sob um anco de perenade que pa rece sor o condo da via, © nfo ha exiatenea que east, ‘mpaaavel 20 dasagregar de suns mais fottsas camadan cunsttutivas. Sobretudo quando o dnlmo ae exulle © 0 Ssonho zelova em intenskdade, quando mels aceso ee not atigure o daclo eatre a azpirecio do sor conseiente © @ alo da transtoredade das coleas,agerramo-nos aoa dest ‘ogo que a impeaivel vertigem val langando A moargem fe procuramos vencer a angistia com que nos querem ic ocar v2 vagus encapsindes, Convencidos embore de gue fem nada pos fora mudar a eterna eesinea das cosas, falsda assim lutemos com as lnitagiee da nossa fragile lade apeamnos para um poder mais alto, caper de deter shourdo e subjugar o leramediével. InGUl apélo: a au perficin das coisa nko se alters, e apenas @ tein visko sparente pode tranafigurarse pare oortt ciate do eapi- tog © que parece zo petencia 9 poeta, mm misteroao omaéle Meta: fm elfclo renstente sae topes fncerea de eiperanes. (30) ‘Cheado 4 tee ponto trigleo da eondicdo humans 46 mio 6 posatvel ao espicto esbocar qualquer reas ‘A cisciplina da vide, ieguiveeae fatal, parece the aegut © sou curgo impasavel tia a aperecber do que ht Une ‘ontradigfo fundamental entre o ritmo do sous pesson © ox sobremaltos ds conseiiacia. Experiments, dase modo, ‘®amargura daquela desdita pascalians, que € 0 tate Privilsto de conhecer a propria miséris, © buses diol ‘verge naguilo « que male tanie o remaneista ehemard 4 voluptwosidede do nada: eontenplet neta nape tamu: oun mates pagina tebe ‘Tomei os miss 4 itera snadoss She sae lite tani ot mm vib. Cio um lnguldo susie, ore elo aa iva mote ‘Sel sings at line eo heat foo tv otis sito rte, Desi, exaust, eo, perio, ‘bugel a tee tncia do shades, eapere aareando'etiing sno. = 10 Clots seunda, § no nemanso ‘ebamo-te elieia, chamo-te. Gee!" 31. Op. tt pas 22-40 ‘Tomo © dnuten oc Magno ne sees "Todavia, a poesia de Machado no so Tinta « Wustrar ‘ constincin do tema, De tal modo 0 espirito do posta ile se lmpregrou, delxando-so marear pola aventura do seccionamento do tempo — © havens de ver que pode- roeasraates par iso contribuiram —, que @alterincia ‘de ces aeabon por consituir um métoco de parapee tiva aplicady a diferentes motive. Com efets, 3 cons eraslo, po tempo, de puaeido © presents, a que cores ponder, no plano pelclégic, a8 oposigies de sonho © Sesengaro, ventura ¢ desdita, prazer © migon choga a ‘er um procesto de observagio, um eailo on hibito de Taaglo ¢ exproesdo — uma nova dimensio em gue s2 agitam as persoragens do drama que descreve basin, em — Vino teas aan gus, ce be mie devantes Sole oF anon ae somran, ‘esi amas peptate, Depo... dels a verdad, aque sono despert, fe. aldnlo ee mort fBrasse o dove tenant, rata © fin orn wrusor Camere ‘owe 2 Manon wat Mazsse 2 hase rt mo. ta iia ibage’ prot rdcanae Brent ena diesen, 7 . ‘ue a mth ala do, pote Sto yo or 8 smasem preanate ‘Tambés em — Rudnas: fot a sie a> pone ‘comes plantar von fl eetadon muro; mae ee aoe pa rare Sa Sa testce tame at hear de i © pean de coats mata ‘mas, pense soapadas, ‘ea oma Tove lemtrane, ‘no fier ‘tener [Novamente em — afuou dae olkon vores Mor dor oto veces am al © aivna epee cite de ance na eran alte como, ‘sono de range” oe Annem ~ Quins ana Srp et a cen woke ant Sueese can cca athe ton Shoe Senn en erence Poste tate to De quanto sono am aie press gece mado gree ose ambien, (ee sabre o seo um dia ee rata im pn ss, are car saga «ama. 2. op et. 4s. 0m. 28 Op. lt pas. 1H. Ob. St pee: Mt fo. Op ts bes 5 wazon Cigna (ag, aod! se Be tn 3 cb Dereon um 95 pink Cone. verde o eogano Ontea ver om — ds roms Bost gue damtrochais ‘ome on peer amc, 10 aie sere cm sho ones, om v0, Gr'pouto ales 6 facing ‘i ao owes, que sole eae? — Restos prado {binas mvtee cee 0 tempo sagurc. eapalhs ‘na go inverne oe lo mein, “« “raw « Matas 0 Masuive fm cue os pest» bles. Mas para que continuar? Huse consolatris, compo: riche que abre Crisdidas primeira pa da coetdnen de uaa Poosias completas, 6 wm poema pralogal c, come todo exemplar dovsa explole, tom @ mérito de nos oom Cozi, através de Iaminorswintae, Squelesmaeandres que rmclhor definem 0 pensamento do autor. No caso par: ‘cular ge Machado, cases crencas oe foram sucesiva. mente eaboroande & medide que mals intonco ee torasra eu impertinent ddlogo com a vide, age poema cores: [onde «um tpico pacifico dos seus eritioo, € que, na rulnn quase total de acu mundo fnterior, parce que nko fefreu e mais lee queda a eon profunde f6 na erte. Com dmirdvel Tinura © sagecidade, atribuia o sr. Barreto Pho cariter de coférto mitafisco 4 fidlidade ds ate ‘ue, er melo & derrosaa do suns erenges, mentors park © eecitor"« PEdo, por, com bare em Nietzsche, nem Ultrapassar 0 domino a i3élg,liitando-ae » aasing: Icthe 0 papel eiiasien de dominadors do desespro © dit. lplinadora do inexorivcl. Todavia,s09 © priema em ave tear procurado eomprecnder a obra & eeritan, creme segnificagio do peta que, com ger um exemple © tae 4 obeessto de um tems, agara defnidor de toa obra, ‘bao carter consoladar da arte de Machado de Asa um) seat vivo © afetivo LLelames, por Iso, 9 oer por inter {ue mo Go tempo. hls das bomen ' 4 no tea amg tay © sotego oh, no ha, cxatig. ete ad oe Wane ee sonst rude © agudoespnbo om for emase, ‘ie ras deste eon tomes? ‘Ta gee pode, 6 tempo ‘ata tee do poeta bree ‘encheote dan angastiae «6, aftontando 9 rugte da teeta, ‘ulm cantante, slate Srna nanan da ith Ft e mento ‘otha amarels © afc ‘om ao chlo nurs » Vengo do ovtona suothe-ne, —e bose mlohe si aft 66. Mucmto me hase reedar completes, pes ttt CAPITULO IT () ORE SE po de acd Se Ae ae 6 Falenas, sugere & erin eonalderagto de nove paso do ous trajldra capital, 0 se lume vex até ‘gl, os temos permltide uma ot outra neural, pea ‘tas paginas, fizemovlo na certeza de que, nfo obatante 6 feto incontotével, alguma cola af yermance: do pet amonto dominsate da obra de eatrie ‘A tal propisito, esereve a ara. Licla Miguel Periz: “Fates, public er 1870, j4 tem outro tam. Por bat tempo, amor correspondido, entrada de Caran em sua erlaténela deram ao poeta uma conflangs nove no destlne, trouxeram ¢ ropeuso eo coragdo angustindo, que sere ao dosejo da viver”, B acressent, depos do imear uma sirie de composigSes: "... sla tas poesaa de amor, de emor fel, perfumadas pela presensa. de ‘Carina que soube acher 0 camino da alma murads, © levarthe a esparange © contanca. 2 tee tlven o Unico momento om quo a obra de Machado tom slguma coisa Aerdesabrochado, dé uma sensugho de plealtuds."" Repete ‘asim a dlstinta sata eobsorvagia original do Alfredo Pujol que diz: “Em 1810 aparceia © segundo volume de versoe do Mechado de Assia: Falonas 0 posta estava rade da imonoa palate da eu adslewitola. Outras fexperancaa, outros sonhos povouvam & sue imaginscto; era, agora, e "musa dou oll verdea” que dle invocava

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