Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Instituto de Matem
atica e Estatstica
Disciplina: An
alise Vetorial IX
Professora: Rosiane Soares Cesar
Aula 2 - 21/03/14

Limites e Continuidade de Fun

co
es Vetoriais de uma
Vari
avel Real

Definic
ao 1.1 Seja f : A Rn uma funcao vetorial de uma variavel real, A R. Suponha
que
f (t) = (f1 (t) , f2 (t) , . . . , fn (t)) .
Dado t0 ponto de acumulacao de A, temos que
lim f (t) = L = (L1 , L2 , . . . , Ln )

tt0

se e somente se
lim fi (t) = Li , i = 1, . . . , n

tt0

Exemplo 1.2 Seja f : R {1} R3 definida por


 2
t 5t + 4 sen (t2 1) e2t2 1
,
,
.
f (t) =
t3 1
t1
t1
Vamos calcular limt1 f (t). Como vimos na definicao acima, basta calcular o limite de cada
componente da funcao f . Como
sen (t2 1)
e2t2 1
t2 5t + 4
= 1, lim
= 2, lim
=2
lim
t1
t1
t1
t3 1
t1
t1
Temos que
lim f (t) = (1, 2, 2) .
t1

Proposic
ao 1.3 Sejam f, g : A Rn duas funcoes vetoriais de uma variavel real, A R.
Sejam t0 um ponto de acumulacao de A e suponha que existam os limites
lim f (t) = v e lim g (t) = w,

tt0

tt0

onde v, w Rn . Seja tambem h : A R uma funcao real de uma variavel tal que existe o
limite
lim h (t) = a,
tt0

com a R. Valem as propriedades

(1) lim (f + g) (t) = lim f (t) + lim g (t) = v + w
tt0

tt0

tt0

(2) lim (kf ) (t) = k lim f (t) = kv, onde k R.

tt0

tt0

(3) lim (hf ) (t) = lim h (t) lim f (t) = av

tt0

tt0

tt0

(4) lim (f g) (t) = lim f (t) lim g (t) = v w

tt0

tt0

tt0

(5) Se n = 3, temos lim (f g) (t) = lim f (t) lim g (t) = v w

tt0

tt0

tt0

Exemplo 1.4 Calcular os limites:

 2




t 5t + 6
2
, cos t + t , 2t + 1 = (1, 1) + (9, 5) = (10, 6)
(1) lim
t3
t3
 2

t 5t + 6t
(2) lim 4
, cos t = 4 (1, 1) = (4, 4)
t3
t3


et 1 2
sen t cos t 1
(3) lim
t + 3,
,
= 2 (3, 1, 0) = (6, 2, 0)
t0
t
t
t
 2
 
 

t 4 et2 1
sen (t 2)
1
5
(4) lim t,
, 2

, 0, t = 2, 4,
(1, 0, 2) =
t2
t2 t 4
t2
4
2
 2
 
 



t 4 et2 1
sen (t 2)
1
15
(5) lim t,
,

, 0, t = 2, 4,
(1, 0, 2) = 8, , 4
t2
t 2 t2 4
t2
4
4
Definic
ao 1.5 Uma funcao vetorial de uma variavel real f : A Rn , A R. Dado
t0 A A0 (A conjunto de pontos de acumulacao), dizemos que f e contnua em t0 se
lim f (t) = f (t0 ) .

tt0

Equivalentemente, se
f (t) = (f1 (t) , f2 (t) , . . . , fn (t)) ,
entao f e contnua em t0 se e somente se fi e contnua em t0 , i = 1, . . . , n.
Dizemos que f e contnua se f for contnua em todo ponto de A.
Exemplo 1.6 (1) f : R R2 , f (t) = (cos t, sen t) e uma funcao contnua.
(2) Consideremos as funcoes f1 , f2 : R R, definidas por

t, se t 6= 0
f1 = (t)
f2 (t) = 5t + 6
5 , se t = 0
A funcao vetorial f : R R2 , dada por f (t) = (f1 (t) , f2 (t)) nao e contnua em 0, pois
f1 nao e contnua em 0, ja que
lim f1 (t) = 0 6= 5 = f (0)
t0

Derivada de Funco
es Vetoriais

Definic
ao 2.1 Seja f : A Rn uma funcao vetorial de uma variavel real, A t. Dizemos
que f e derivavel em t quando existe o limite
1
[f (t + t) f (t)]
t0 t
lim

Neste caso, tal limite e a derivada de f em t, que denotaremos por f 0 (t)

2

Seja f : A Rn uma funcao vetorial de uma variavel real. Notemos que se f (t) =
(f1 (t) , . . . , fn (t)), temos
f 0 (t) =
=
=
=
=

1
[f (t + t) f (t)]
t0 t
1
lim
[(f1 (t + t) , . . . , fn (t + t)) (f1 (t) , . . . , fn (t))]
t0 t


f1 (t + t) f1 (t)
fn (t + t) fn (t)
lim
,...,
t0
t
t


f1 (t + t) f1 (t)
fn (t + t) fn (t)
lim
, . . . lim
t0
t0
t
t
0
0
(f1 (t) , . . . fn (t))
lim

Assim sendo, temos que f e derivavel em t se e somente se cada fi e derivavel em t e vale

f 0 (t) = (f10 (t) , . . . fn0 (t)) .
Exemplo 2.2 Seja f : (0, +) R3 dada por f (t) = (ln t, cos t, 5t3 2t). Temos que


1
0
2
f (t) =
, sen t, 15t 2 .
t
Proposic
ao 2.3 Sejam f, g : A Rn funcoes vetoriais derivaveis e h : A R deriv
avel,
A R. Temos
(1) (f + g)0 (t) = f 0 (t) + g 0 (t)
(2) (kf )0 (t) = kf 0 (t), onde k R.
(3) (hf )0 (t) = h0 (t) f (t) + h (t) f 0 (t).
(4) (f g)0 (t) = f 0 (t) g (t) + f (t) g 0 (t).
(5) Se n = 3, (f g)0 (t) = f 0 (t) g (t) + f (t) g 0 (t).



1
Exemplo 2.4 Vamos calcular f 0 (1), onde f (t) = (t3 t)
, sen t, 2, t2 . Como
t







1
1
2
3
0
2
, sen t, 2, t + t t 2 , cos t, 0, 2t ,
f (t) = 3t 1
t
t
temos que
f 0 (1) = 2 (1, 0, 2, 1) + 0 (1, , 0, 2) = (2, 0, 4, 2) .