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Poder ludiciirio 1 Secretaria do Tribunal do Jiri Gabinete do Inia de Direite Autor: Ministério Piiblico Réu: Jean Monteiro da Luz Autos n° 2012.20480-8 Vistos © exuminados os presentes autos de ACAO PENAL PUBLICA INCONDICIONADA, registrados sob 2 2012.20480-8, proposta pelo MINISTERIO PUBLICO, om tace de Jean Monteiro da Luz ~ RELATORIO 0 MINISTERIO PUBLICO ofeeceu demincia cm face de JEAN MONTEIRO DA LUZ, brasiletto, portador da RG w? 6.200.712/PR, nascido ao dia 19/12/1980, natural de Cutitiba/PR, filho de Angcla do Rocio Monteizo Pires Daniel da Luz, Pronunciado como incursos nas sangies un tiga 121, 82, inciso IV, e 122, cape, cc, unt 4, inciso Tl, todos do Cédiyo Penal, ‘Na presents sesso, o réu Jean Monteito da Lu fot subanetide a jnlgamento, com cbservancia das formalidacles legais pottinentes, Poder Indiciéria 1° Secretaria do Tribunal do Jiri Gabinete do Juiz de Direite Autor: Ministérie Piiblico Réw: Jean Monteiro da Lug Autos n° 2012.20480-8 sérle de qui rt ado contra a vitima Arnaldo Fernandes: Em votacdo cspecifica, os Senhores Jurados reconheceram a Imaterialidade das TesGes, bem como o fala de ler sido o réu Jean Monteiro ds Lue, autor do Uelivo, Decidiram nao sbsolver o avusedy, Reconheveram, por im, que o acusado agin medianle recurso que dificuttou a defesa 21 série de_quesitos - Quanto 4 teatativa de bomicidin les pratieado contra a vitima Carlos Kubiehe Em vorayan especifica, es Senhores Jurados recathoceram a ‘pateselidede das lesdes, bem como o faio de (er sido 0 xéu Jean Monteieo da Lur, autor do delito Resolveram ainda que, assim uginde, © ru dou inicio & sxecugio de um chime de homicidic, que somente ndo se consumo por cizeunsiancias alhetas & sua vontade, consistente no pronto e devido atendimento médivo jrestado & vitima. Decidirum. no absolver « acusado, 2- DISPOSITIVO Ante expasio, considerande a soberania dos veredictos do Conselho de Sentongs,julyo piocedente a pretensio panitiva estampsda ac denincia, para o fi de condenar o tu [EAN MONTEIRO DA LUP, jd qualificado, come inourso nas sangées do J lft 66¢ 4 Poder Judiciérig * Secretaria do Tribunal do Jiri Gabinete do Tula de Direito Autor: Ministério Piiblico Réu: Jean Monteiro da Luz Autos n° 2072.20480-8 [re 121, §2°, incso TV, © 121, caput, cx. an. Vhs ineso ode de ‘Cédigo Penal, bem como | 2 Mgamesto dus cust processuais, nos rermos do rk. 604 do Cédigo de Processo. Penal, Passo a dosimetria da pena. 3- DA APLICACAQ DA PENA | ‘Na estcira do eiterio tritésivo adotado pela legislagio brasiicira Carigo 68, do Cédign Penal), passo a dosar a pena: 10s anto_ao homicidio_quzlificady rutiendo contra a vithna Arnaldo Fernan De Prmelea tee ftagéo da pona base» andlise dee cvcandncias judwluk do artigo 59 do (CSdigo Penal 1. Culpabittdade Ao realizar estudos sobre 1 tecrin do dolo © da culpabileade, 0 Saudoso Miniswo FRANCISCO DE ASSIS TOLEDO esquems “vonsclineia potencial a ieunae; possiblidede exigibildade, nas eirewnstdncias, de wn ixou @ culpabitidsds como 4 asin de entry do, fulzo de censura ao autor, por ndo ter zereids, quanta Podta, esse pudley gir de entre mado", Forém, conlorme leciona Bitencourt, “(..) demtire as diversas Steressdes de culpabilidae na direito pera, no momento da dosimetria funciona cone timite ii; ) Nos terms do aut. 804-00 CPP, as custas processus sis devas polo condenado. Eventual iscngéa clo pagamemo ds custas deverd scr avaliné 4 pees da exocusio dr sentenea condenstrig, quundo sexi Fed Ma arcmicto eeondnmica de agen. TRE # R.— ACK UIE GISE TE ors © ReP Dest Fed. Margarida Canrarell - JU 14.12.2000 - p. 514) * Peoria do dolow torts da culpailidads ~ Tears exremadae oteorns fimitedas, In: RT $00/272-73, Poder Judicigria 1° Secretaria do Tribunal do Riri Gabinete do Iniz de Diteito Autor: Ministério Piblica Réu: Sean Monteiro da Luz Autos 1° 2012.20480-8 a pena, aginds como eleminio dé determinaxdo ou de medichor "Tanase do que 8 expunigeo dle motives ao Cidigo Penal (Lei n. 7209/84) aponta como maiot un menor indice da quantidude ts pea, abandonando-se assim os eitérios de “intensielade sn dolo ow grau de expe. Identificasse, na visto da melhor jurisprudéncia, como # mais importante ¢ ampla circunstancia judicial. “4 cvaliagdia, assin. deve passar pelo exame do maior iu menor grat de repravabitidade da condusa praticcele, dv s6 em razda das conadigbes Pessoais do agente, como também em vista da sinuacdéo de foto em que acorren @ ag’ deitince™ A fim de evilar o indevide bis in them, é taccavel considerar We, enalogicamente, 9 afetisdo di culpubilidade, cru sclago aos crimes dolosos, sob a Perspectiva do artigo 59 do Cédigo Ponal, tonha fundamenins baseadas na gradagio de dois dos clementos que, conscante 4 feoria limitada, a integram na sua fungéo de pressurosio da pena, ‘Wnais seam, a Yoxigibilidade de condluta diversct” ¢ 6 “potercial conhecimento da ilictiude”. A idela di exigibilidady de conduta diversa como onte tulizador do culpabildads — repite-se: mio ne sentido de elemento de gradagio di pens, mas ‘como seu pressuposte -, de acorn cor Juarez Cizino dos Santos’, tem fundamento na douttiaa alema, sendy defendida, entre umiros doutsinadores, por Hans Welzel ¢ Arthur Kaufmann, Seamndo os douuinaores alemies, a reprovabilidsde da conduta esaria fundada “no poder ctrtbuide ao wyjetia de agir de outro modo”. On sejn, a base intema do poder éo autor seria a ‘capacidade @ ele atribuida de livte deviséo. Quarto A compreensio do cardter ilfcitw da vonduia como clement culpabilidade (ressalicse ncvameate: a eulpabilidede aa scu papel de pressuposto 2 pen), Zaflaroni € Picrargeli? nsveveram que ¢ lei exige apenas a seu poteacial Conhecimento, 00 sea. que exisina possibifidade de conbeciassuln da anefjuridicidade, visto que ——-___ {BITENCOURK. Cezer Rober. Testado de Diove Poth part gral: ed, Sao Fao: Salve, p. 607 ; Nati n. $0 au Exporigto de Motivos an Gédigu Pon! (Lei m. 720%/84), PTIPR. 4 Crim, Apelacio Crime 1, 404,282-2, Rel. Des. Ces Hoffmnn, j 24/04/2008 DRA NTOS. Juarez Citino cos. 4 edema tenn de fate puma. Rind Tnctco :Feths Bibs, 22, P 212, " ZAFFARONI, Begenio Raut; PIERANGELY, José Henrique, Manual de Direto Penal Brasileiro parte eral. +. ec. ev. Sav Paulo : Revista dos Tribunais, 2002, p. 620-621 Poder Judiciéria ¥ Secretaria de Tribunal do Jiri Gabinete do Juiz de Direito Autor: Ministério Priblico Rést: Jean Monteiro da Luz Autos 1° 2012,20480-8 Befetiva compreensic (que pressuple a intemalicagao da norma jaridica pribitiva) dificilmente ecorre. Uma vez o3 nado o polencial conhecimeme da ilicitude, configurase & culptbilidade como pressuposto da pena, No enanlo, Zaffusosi ¢ Fierangelit enfatizam que mao & possivel se exigir de todos “o mesmo gran de compresnsiio da ontijuridicidade Hé casos em que o exigsrcia é maior do que em outros”, 0 que depends de csforgo empenhado pelo sujeito para coroprocedzr ¢ intervalizar a norana. Seguindo esta linha de riciveinio, ealendem os autores que Scireunstancias pessoais ¢ sociais, ou mesme wre combinacdo de anabas. nos revelaro o xr de esforca do sujeita, que estard sempre um relacdo Inversa com a reprovabitidade: ouanto maior jor o esforco que » sijelo deva facer para internalizar @ norma, menor seré reproxabitidade de sua conduta, @ vice-versa” No presente caso, percehease que o jufzo de censura que_tecai sobre a condula do acusado ¢ clevado, uma ver que podia ¢ deveria ter agido de outro mode, Ao 0 juntar com ferceiro para matar a vilims, o x6u contribuin pars, a cousmmacio do delito. © emprego do concurss de pessoas na pritica do crime revela maior poriculosidade do agente, pois, yabendo do rise du empreitada delitiva, o mesmo ge vale dv golaboragio de outta pessoa pata aumentar as chances do Cito sa prétion do crime, conforme este modo, sltamente justificdvel se afigura_ume ligeira clovacan da pena-hass, Forlani, considerando 0 extreme grau de sua culpadilidade, aumento a peng em 1/8 (um oitavo), vale dizer, sm 0) (um) ano ¢ G6 (scis) meses. 2, Antecedentes Quanto aos antecedentes, devem ser avaliadas “as anotagtiex na foiha de antecedentes, representativas de condenucSes, com iednsito em jalgado, que ja nie " Tyidem. p30 idem. Pader Judiciério 1° Secretaria do Tribunal do Jiri Gabinete do Juiz de Diretto Autor: Ministérie Piiblico Réu: fear Monteiro da Luz Autos #°2012.20480-8 virvam para gorar reineibicia ou que possam com esta comiver.” Tats anotegces devern ainda ser relacionadas « faies anteriones aos analisados nos autos, em homensgem ao principle da presungio da ndo-culpabilidade! ¢, ademais, consoamle © tens da Sémula 444 do Superior Tribunal de Jusiica", inqueritos policiais ¢ acties penais cm andamento no podem ser consideradus para elevacio da verve ‘ompuisandu ox auios, verifica-se dos apontamentos de_{ls. 625/638, que o acusado nf possui reyisiros que possam aqui ser considersdos em seu desfavor, 3, Condata social A conduta social do r€u represenia o scx mode de agit ma conunidade onde vive, na sua vida familiar ¢ no trabalho, ou seja. € 0 seu comportamenio 9 ontexty social cm que se insere no mamento da sentenca. Pucdem ser considerados. portanto, fetos anteriures ou posteciores & pritica do crime” No presente caso. no que s¢.refere ao estudo social provenicnic sstédia de Sio José dos Pinhais (Als, 571/580}, » qual atesta o bum comportamento citio do acusdo, nfo existem clemenms que pemitam que o reforide circunsifimeia inlerfira negativaments na fixagio da reprimenda, 4, Personalidade A petsomalidae “representa a quantidade © quaiidate de cirtbutos éticos ¢ morais adguirides pelo agente no curse de sua vida. do qual se exirai a sua forma de ogir, semitr, etc. Enfim, sue completa manciea de ser we irata com as pessoas, © “gonddenagbes por fatos pestorintes co examinady nde podem ser levados & consideragio de maus anecedentes, mé condutn social ou personalidade dessjustads para_1 ekevayio da penesbase, em obediéncia a0 principio du presungio de nfio-culpabitidede” CHC 137.851/SP, 5° Twrma, Reb Min JORGE MUSSI, Dle de 08/06/2011), 173 Samula u” 444 - 28,04/2016 ~ Dc 13/05/2010 ~ Vedagao - Utilicagdio de Taquéritos Policinis ‘Agdes Ponais em Curso para Agravar a Pena-nse: E vedaéa a utilizacio de inguéritos policinis © ais penais em curwo para agravat a penachasc. 2B SILVA, Joogo Vicente, Manual d seatenga pennl eondenatés, Curliba: Jurws, 2003, p. 256 Poder Judiciirio ¥ Seeretaria do Tribural do Tari Gabinete do Juiz de Direite Autor: Ministério Pithlica Réu: Jean Monteiro da Luz Autos 0° 2012.20480-8 respeito a principios e precehos que a soctedade tem por Cormion Ont um indliviedea no seu comportamento cotidiane”®, “Na configuracto da personalidade congregan-se elementos tereditévins e sScic-embientuis, o que vale dizer que as experiéncias da vida coneribuem para a se evolucdo, sta se faz em cinco fases hem caracterizadas: infaneta, juventiele, estacto adkulto, maturidade ¢ vethice” (Guilherme Oswaldo Arbenz, Compéndio de medicina legal), Segundo NUCCI, in *Cdtige Penal Comentacto, 2 tireygem, Sto Paulo. RT. 2607, sao exemplur de fatores positives da personatidade: bondade, calme Pecibncia, amabilidade, maturidade, simplicidade, desprendimento material, sotidariedade. So Fiiores negatives: maldule, aressividade dhostil ow destrutiva), impaciancia, rispider hostilidade, imaturiéade, inesponsabilidade, mau-nenor, covardia, ffiesa, insensibilidade, imiolerdncia {racisme, hromufobia, xenofobia) desonestidade, soberba, invefa cobigas egobmae” Nao basta, entretenio, que o agente enka atribaios considerades negativos para que sua reprimenda seja eleva, sendo necessirio que tal atribato negative soja o mével propulsor do crime (ex: inveja incomtrola el da vitima). Em suma, & preciso que haja um nexo de causubidade entre » motivo do crime e o elemento negative da personalidade do agents" de muneins concrets a personalidade do agente. de,modo que a roferida circunstincia nfo pode sor considerada negativamente na fixagio da pena-base, 8, Motives do crime Os motivos do ctinac reprasniam os antecedentes paiquicos da vontade do ageate, Para NELSON HUNGRIA: Thider. p.253. “4 NUCCL Guilherme de Souza Inuividuatizacto da Peua, Sao Paulo: Edilora Revista dos Tribunais, 2005. p. 207/208. 642 Poder Judiciério ¥* Seorctaria do Tribunal de Nini Gabinete do Juiz de Direito Autor: Ministério Pitblico Réu; Jean Monteiro da Luz Autos 1° 2012. 2048008 “reprecentam a podra de torpue do crite, Jia hd crime gratuit on sem motive, é ro mative que reside a significagde mesma do erime O motive $0 adjetive deo elements morat da crime, E atrowds do porgué ito crime, principulmente, que se pode rastrear 0 valor puicoligica do criminoso @ oferir 2 sit maior ox menor antie soclebilidade Para a medida da pera é imprereindivel terse em conta a quartidete dos motives que tnpeltran 0 Indtvtéue eo crt. Desprezadas mitidas subdisinySes, as motivas podem ser clasificados em dias grandss cawgorias: motives imorais ou moticer antisociais ¢ motives moraiy om saviais, canforme sajeam, ox dv, conirérion ds condighes ético-juridicas da vida em sostedade. O amor & familia, 0 sentiments de honra, @ gravidie,. a revolta contra & mjustiga, as paixBes nobres, emi geral, podem levar ao crinne; mest Js tera ce isting entre esses casos # agueles outros em que 6 mavens &6 egotsne ferus, a célera ma, « prepoteacia. a malvadee, 6 bnprobidide, a luxtivia a cobiea a auri sacra femes, 0 mesquinhe spirit de vinganga, a ompolgadara dos vieios"™, Segundo Bettiol, 0s motives do crime pars fins do direito pens! Mo “os precedentes causais de cardter psieolégico da agdo™®. Assim, reptesenlam um ‘conjunto de situagées petquicns, que faz alguém ogir criminosamente, podendo ropresentar tanta 4 cause do delito como a Finalidude a ser atingida pelo agente”, ‘Nao se eacontram nos autos, bem delincados, ex motives de evime, de modo quv w referida circunstincia aio possui condigdes dy imtecferir negativamente ng pena-base ayer Fixade, 6. Circunstancias do crime 'S HUNGRIA, Nelson, Ob, Ci. 9.22, Ci, Alberto Silva Franoo, Cédhigo de Provesso Penal ¢ aua interpretacio jusisprudencial, p. 899. "CE Nucci, op. cil. 218. MS Poder Judiciaria. 1° Seeretaria do Tritaral de Dirt Gabinete do Juiz de Direite Autor: Ministério Piblico Réuz Jean Monteiro da Luz Autos 2° 2012.20680-8 ‘AS Circunsiincias do crime “sto ay modalidades da acho criminosa. particularmente no que respeita & sua naturesa, & espécie das meios empregatlos, a0 abjeto, ao tempo, ao lugar, & aitude ox estate de dnimo do réu antes, durante ox apis 0 erime” & Para NUCCTY, trata-se de clemento residual, pois quando prevista a circunstincia como qualificadars/causa de cumento ou privilégiojezusa de dimiow 0 judy poder cunsiderar tal como citcunsincia judicial. No cago em ilu, we circunstincins do delito so extromamente desfavoriveis, ¢ nfo se confusdem com cualificadora do delite, uma vez que apés o cometinente do delito, o réu se evadiu, sem prestar ajuda. vitima, ¢ ainda se livrou da arma do time, a fim de se exicnirde eventual inputagio criminal, Desta fella, aumenw a pena em 1/8 (um oitava), vale dizer, em 01 (um) ane @ 06 (seis) meses, wall Consequéncias do crime As consequéncias do crime caracterizam-se pela “maior ov menor gravidade do dano ov perige de dano ocasianade & vitima e 0 maior ou menor atarde soctal provocada™, E necessdrio, segundo NUCCT?, que ws comsequéncias superem 6 resultado tipico: “E Iégico que nuun homictlio, por exemplo, a consequéncia natural é a movie de aliguim c, em decorréneia disso, ume pessoa pode ficar viva ou drf8. Diferentemente um individwo que assassina a etposa na forte dos fithes menores, causarddo-thes wn tratoma sem precedsntes, precisa ser mais severamente apenalo, pois tratase de wma consequéncia india natwrcd do delve,” Na_hipStese dos autos, yerificase que do delite nae "SILVA, Jorge Vicente, Manual da sentengy penal coadenatéria, Cutitibe: Jurus, 2003, " Kom. p. 225. ® LWINGRLA, Nebion. Ob. Cit. p. 2 Idem, p. 226. Poter Judiciirio 1° Secretaria do Tribunal do Hic Gabinete do Juiz de Direito Autor: Ministério Piblico Réu: Jean Monteiro da Laz Autos n° 2012.20480-8 ‘SoDrovieraM consequencias hibeis a autorizar a elevagio da pena-base, Longe de misimizar-se aqui a elevada gravidade da condula perpetrada pelo réu, iemos que a morle & consequéncia insita ao proprio tipo penal pely qual esi sendo condenada,, 8. Comportamente da vitima Deve também o magistrady ulerir o eomportamento da vitima, vyerificando se cla facilitou ou comiribuiv para que o acusado cxccutasse Sua agio criminosa ow no praticou qualquer ate neste sentido a justificar sue rougio. Segundo MIRABETE, “o comportamento ela vitina, ombora nda justifique 0 crime, diminti a censurabitidade da conduta do autor do ilicite, impliccrade 10 abrandamento de pena™. Segundo Migee! Reale Tiniot, René Ariel Doui, Ricardo Ancreucci ¢ Sérgio Pitombo™, “e comporiamento da vishaa constitnt inovacdo com vistas a lender oat estudes de vitimologia, pois algumas wezes 0 ofedilo, sem incarrer em ingusta provozaetin, nem por isso detta de avirrar Gnimes; outras vezes estimula a prética do detito, On. ‘Nie conta dos auics informaes de que a vitima tenha contribuide Desta forma, anslisando-se todas as circunstincias previstas no artigo $0 do CSdigo Penal, entenda ser necesséria e suliciente, para a reprovacio e prevengan do [ato tipico, a fixaggo da pene-hase acima do minimo legal, ou seja, om 15 (quinge) anos de recluse“, * NARABETE, Hullo Fatbrinl. Marval de diretty penal, Ped. Sto Pauly: Ed, Allas,p. 292, ® REALE JUNIOR. Miguel. et ali. Penas © medidas de soguranca no novo Cédigo. In; NUCCI, Guilherme de Souza. Individralizagio da Pena. So Paulo: Futura Rovier dos Tribuasis, 2008. p. 227 % PRNAI. - RECURSO ORDINARIO EM HAUEAS CORPUS — DOSIMETRIA DA PENA ~ CIRCUNSTANCIAS JUDICIAIS — ART. 59 DU CODIGG PENAL - ELEMENTARES DO TIRO — ART. 159 DO CP - AUSENCIA DE FUNDAMENTACAO - INCCORRFNCIA - RECURSO 10 ols Poder Judiciitio 1° Secrctaria do Tribunal do Nici Gabinete de Juiz de Direito Autor: Ministério Paiblico Réus Jean Monteiro da Luz Autos n° 2012.20480-8 ‘Da segunda fase: andlise das vircunstncias legals, jnexistem cizcunsifsciay agravantes ¢ atenuamies @ Serer uplicadas na espécie. Da eresima fase: andlise das consas de aumento ¢ diminuigéo de pena Tnexistom caysas de aumento ou diminuigio de pena 2 serem aplicadas na espécie. Da pena definitiva L i ‘Desta forma, 0 tolul da pena privaiiva de liberade imposta ae s6u é de 1S (quinzs) anos de reelusio. esitos - Quanto 4 tewwmtiva_de ia (Da primeira fase: fixagie da pena buse - anilise dus circunstancias juch is do artigo 59 do | | csi roms 1. Culpabilidade TMPROVIDO — 1 As eiteunstincias © conseattncias do crime permitem mensurar o gray de provibilidade da conduta, TL Inesiyibil indamentacho exaustiva das feinis cansideradas, mma ver que a sentenca deve ser Vida em seu toda. Til, O HC So consi wu adequada prvi a jistga ou injustage da Pena-base quando suz mujoragio tena POF fandensecto cireuastincis objetivas e suhjeuivas idéneas, TV. Recurso a gue se nega provimenta, (STF — RHC 90531 — RI —1"T.—Rel. Mia, Bicurdo Lewandowski — DIL 27.04.2K7) (grfei) WW Poder Judiciérie ¥ Secretaria do Tribunal do Fick ‘Gubinete do Juiz de Direite Autor: Ministério Piiblico Réu: Jean Monieire da Luz Autos n° 2012, 20480.8 “Ao tealizar estudes sobre a toria do dele ¢ da culpabilidads, o saudoso Ministt FRANCISCO DE ASSIS TOLEDO esquematizou a culpabilidade como a “vansciéneia potencial da iticituce: possibitidade « vxigibilidade, nas circunsidnetas, de um agir de outro modo: juteo de venswra co autor, par ndo ter exercido, quando podia, esse poder agin te cuir mad Porém, conforme leciona Ritencourl, “(..) denire as diversas expresses da culpabilidade nu direito penal, no momento da desimetria funckona come limite da pena, aginde como ‘elemento de determinagio ou de medixax® “Traixe do que a exposigio de motives ao Cédigo Penal (Lei n. 7200184) aponia como maior ou menor indice da uantidade da pena, abaadonando-se assim os critérias de “itenvidade a> dolo ox yrauw de expo. Adentifice-se, ne visio da melhor jurisprudéncia, come a mais importante ¢ ampla circunstincia judicial. “4 cvattagdo, assim, deve passar pelo exanee do maine o menor grax de reprovabilidade da cundiaa praticuda, nab sti em razdo das corndigées pessoais do agente, como iambém em vista da stuuciio de fixo em que ocorreu a acto deliv” A fim de evilar 0 indevide bis in idem, ¢ razcavel considerar que, analogicamente, a aferigén da culpebilidede, em relagay aes crimes dotosos, sob a perspectiva do artigo 59 do Ciidigo Penal, tena fundamentos bascucios na pradacie de dois dos clemenins que, consoante # teorin Timitada, a intugtem na sua funcio de pressuposto de pena. quais sejam, a “axigibiliciade de condma diversa” &.« “potenctal conbecimenta da iticitude”. A ideia da exigibilidade de conduta diversa como ente balizador da culpabiliéade — repitu se: no 00 sentido de elemento de grad da pena, mas como seu pressuposto ~, de acorde com Juarez Ciring dos Santos®, tem Fundamento sia doutrina lem’, sendo defendida, entre outros doutrinadores, por Hens Weizel ¢ Artbue Kaufmann, 2 Teorias do daly e lcorias de culpabilidade Teories extremmadas € tories timituds, In: RT 566/272-73. 2s RITENCOURT. Cezar Roberto. Tratado de Dircito Penal: parte geral. ed, $80 Paulo: Saraiva, p. 607 2 Nots a. 50 da Exposigio de Motivas ao Cidign Penal (Lei a. 7208582), 2S TIPR, 4 CCrin, Apelagio Crime v. 464,.282-2, Rel, Des, Caos Holtmann, j, 24/04/2008 ® SANTOS. Juarez Cirino das. 4 moderne teorta do faro puntved. Ric de Tanelro ; Freitas Bastos, 2002, p22 12 Poder Fudictizto. Y Secretaria do Tribunal do Hiri Gabinete do Iuie de Direito Autor: Ministério Pablice Réu: Jean Monteiro da Luz Autos n° 2012,20480-8 Toqundo os douirinadores alomaes, @ reprovabilidade da conduta estaria fundada “xo poder atribuide ao syjeito de agir de owre mode”, Ou seja, a base interna do poder do autor seria a capacidade a ele atribuida de livre deciséo, Quanto & compreensio do cardter iffelto da gynduta como elemento da culpubilidade (ressalte-se novamente: @ culpabilidade no seu papel de pressuposte da pend), Zaftaroni ¢ Pierampoli®® asseverama que a Tei cxige apenas 0 seu potencial conhecimens, ou seju, 4oe exisla a possibilidade de conhecimente da antijuridicidace, visto que a efeliva comprecasio (que pressapde a intemnalizagan da norma juridica prosbitiva) sificilmente ocorre, Uma vez constatade © potencial conbecimento da ilicitude, configara-s¢ @ culpabilidsde como pressupusta da pena. No entanto, Zaffaroni ¢ Pierangell enfiwizam que nfo é possivel se cxigin de todos “o mesmo grax de compreensto da antijuridicidade. Hé casos om que a exiggneia & maior do que em outros”, 0 que depends do esforgo empeahado pelo sujeite para compreender ¢ internalizar a norma, Segaindo esta Tinka de raciocfaio, emendem os autores que ~circunstdncias pessoais ¢ xaciats, ou masino uma vembinagio de ambas. nos revelardo 0 grat de exforgo do sujeito, que estard sempre em relaydo inverse eam a reprovabitidade quanto maior for 0 esforgcr que 0 sujeito deva facer para inmernalizan a norma, menor sord reprovabilidede de sta conduta, ¢ vice-versa” ‘No presents caso, perughe-so que a juizo de ceasusa que recai dermant sobre a conduta do levagin da pons} 2, Antecedentes Quanto acs antecedentes, devem ser avaliadas “us atiotagdes ra fotha de antecederces, represeniativas de condenagdes com irdnsite em julgads, que ja nao sirvean para gerar reincidéncia ou que pussom com esta eonviver.” Tais anotagdes devem ainda 1. ZAFFARONI, ugenio Raul; PIBRANGELI, Jos’ Henrique, Manual de Diretio Perel Brasileiro: parte geval. 4 ed. rev. Sdo Paulo : Revisia dos Tribunals, 2002. p. 620-62] Shido, p. 930 2 Men 13 Ets Poder Iudictizie ¥* Secretaria do Tribunal de Fiti Gabinete do Juiz de Direito Autor: Ministério Piblico Réu: Jean Monteiro da Luz Autos n° 2012.20480-8 ser Felacionadas a Talos anteriores dos unslisados nos aulos, em Homenagem ao principio da presuncio dz ndo-culpabilidade? ¢, ademais, consoante © wor da Simula 444 do Superior ‘Tribunal de Justica’, inquésitns policiais © agées penais cm andamento nau podem ser consideradas para elevagi da pena-base. Comantsindo os autos, verifiease dos_apontamentos de_fls. 625/638, que o nevsedo nfo possui registros que posssm aqui ser,considerados om sen desfavor, 3. Conduta social ‘A conduta sovinl do réu reprosonta o seu modo de agit na comunidade onds vive, na sua vide familiae ¢ no trakatho, ow seja, ¢ 0 seu comportamento a0 coment social om que se inserc no momento da scntonga. Poem ser considerados, portantn, fatos anletiores ou postetiones a pratica do crime™. ‘No presente caso, no que se refere ao estude social pravenicnle da Casa de Custidia de Sio José dos Pinhais (ils. 571,580), 0 qual atcsta 0 bom cemportamente aeusndo, 140 existem clemenios que pereriiam que_a referida circunstancis inierfirs negativamente na fixagio du reprimenda. 4, Personalidade A personalidade “represents a quantidade e qualidade de atribetos Sticas ¢ morais adquirides palo agente no ew'so de sta vide, clo qual se extrai a sua forma: de agin, sentir, ete. Enfim, sua completa mancira de ser no tray eam as pessoas. 0 # “condenagiion por fatos posteriorce ao examimdo mio potem ser levados & consideragio do mus antecedentes, mi condura sovisl ov perpovalidade dsajusiada para a elevagio da pomi-bese, em nbodiéncia 20 principar da presungéo c nic-culpabilidade” (HC 197.8S1/3P, 5 Tuma, Rel. Mic. JORGE MUSST, Die de 03'062011), MSTY Stimalo n° 444 -28/042010 - Dc 1205/2010 - VedagSio - Utitizagaa de Inquéritos Pol ‘Agdes Penais em Curse para Agravar a Eoua-Dase: F vedada a utilizagio de inqusritos poticinis & ages penais cm curso para agravar a pema-tase, 2SSMVA, Jorge Vicen‘e. Manual d-sentenga penal eordenatéria, Curitiba: Jurué, 2003. p. 256 e749 Poder udiciério 1 Secretaria do Tribusal do Lisi Gabinete do Juiz de Direito Autor: Ministério Piblieo Réu: Jean Monteiro da Lez Autos n° 2012.20486-8 Tespeuto @ principios € preccitas que & socledade term por corresas em wn tuilviduo wo se vomporiamenta eotidiana”™, “Na configuracéts ela personatidade congregam-se elenentos hereditérios e sdvia-ambientais, o que vate dizer que as expenéncias da vida contribuem pata a sua evolusdo, Esia se faz em cinco fases hom caracterizadas: infirncia, juventude, estado udulto, muturidade e velhice” (Guitherme Oswaldo Arbenz, Compéndio de medicina legal). Segundo NUCCL. in “Cédigo Penal Comentado, 2 tiragem, Sta Panto: RT. 2007, so exerplos de fatores positives da persunalidude. bondede, calma, paciéacia, amabilidade, maturtdade, simplicidade, desprendimento materia, soliduriedade. $20 fatores negatives: matdade, agressividade thoril ou destrutival, impacincia rispides hostilidade, imaturidede, irresponcabilidade, meu-humor, covardia, frieza, insensibilidede, intolerncia (racisma. homofohia, xeaofohia), devonestidade, soberba, inveja. cabiga. egoisma”. ‘Nio asta, enttetanto, que o agents icoka ateibutos considerades negatives para que sua reprimend seje clevada, sendo necessario que tal atributo negative seja 0 mével propulsor do crime (ex: inveja incontrufivel da vitima}, Em suma, é preciso que haja um nexo de causalidads cnttc © motivo do crime o o clemeno negative da personalidade do agent hg nos aur glemenlus iGenicos sufi antes para se afesit do maneira concrela a peryonalidade do agente, de modo que a referida cincunstinsia nio pode ser comsiderads aegativamente na flyagio da pena-base, 5, Motivos do crime Os motives do crime representam os antecadentes psiqnicos da vontade do agente. Pata NELSON HUNGRIA: * fhideu. p.253. ¥ NUCCI, Guilherme de Souzs. Individualizacio da Pena. Sio Paulo: Fditora Revista des ‘Tribunals, 2008. p. 207/208, ost Poder Judiciario ¥ Secretaria do Tribunal de hict Gabinete de Juiz de Direito Autor: Ministério Pitblico Réu: Jean Monteiro da Luz Autos 11° 2012.20480-8 “representam a pedra de toque do criwe, Nao ha crime granite ou ‘sem moun, @ é aa motive que revide a significagte mestna do erin. © mutivo & o atjetve de elemento mordd do erie. E oteavés do porqué do crime, prinvipalvent, que $0 pode ranvear 9 valor psivolbgico do erimineso & afsrin a sus maior on menor conc sociabiidade, Para a medida da pena, & inprescindivel tere om conta a quantidade des motwos que impelivant a indwiduo uo crime, Desprezadas mistdas subdistincdes, os motives podem ser classfcador om cues grandes categorias: mottos moras on reas antisotats € mottos marats on soca, conforme seu rita coniavies as emis eicerprids da vida em sociedte, O amor i feniie, 0 vadimerte de ban, a greendao, a revolts eontra a justi, ax parts nobres, on gira podem lavar ao cris; mat 0 aie torb de dslingnir entre esses 2808 6 agueles auras om que 0 morons 60 egoismo free achlera mda prepnténcis, a maleic, @ inprobidade, a tuctria, a cobioa, a auri sacra fames. 0 mescuinhes expirito de vingunga, a empolgatura des vicios™. Segundo Bettiol, os motivus do crime para fins do diteito penal Sio “os precedentes eausais de candter psicolégica da acto". Assim, representam um conjunto de sinnaches psiquicas, que faz. alguéra agit criminosamnents, podendo representar tanto s.causa do delito como « finulidade a ser alingida pelo agente!” ™ se encontram nos antos, hem delineados, os motives do ctime, de modo que a ruferids citcunsténeia nfo possul condigée de interferir negstivmonle 09 ponu-buse a sor finada, 6. Cireuustincias do crime SHUNGRIA, Nelson. Ob. Cit p22. > CL lherlo Silva Franco. Cidign de Process Penal v sua inlerprelaga jurisarudencial, p. 899, “CE Nueo!, op. cit. 218, 16 Poder Iudiciérie ¥ Secretaria do Tribunal de Pari Gabinete de Juiz de Direito Autor: Ministéria Pitblico Réu: Jean Monteiro da Luz Autos 1° 2012,20480-8 do as modalidadies da acao ‘AS circunsténcias do orime ~ criminose, prarticularmente no que respeita & sua retureza, J expéeie dos meiox empregades, ao objeto, 10 tempo, ao bugar. d atitwde ou estacks de dnimo do réu artes. durante ou apis 0 crime” Para NUCCT®, trata-se de elemento residual, pois quando nd prevista a cirewastinela coma qualificadora/causa de aumento. ou privilégio/causa de diminuigéo, o juiz padera considerar tal como ciscunstineia judicish. No caso om toa, us circunsidncias do delito 9 extremamente desfavordiveis, uma vez que apés 9 cometimento do deliio, o réu se evadin, som prestar ajuda vitima sobrevivente © ainda se livreu de arma do rime, a fim de se eximir de evenmal pu: esse mado, aumento a pena em 1/8 (um oitavo), vale dicet, em 9 (nove] meses de welusio. 7. Consequéncias du As comsequéncias do crime caractetizam-se pela “maior a1 menor gravidade dev dane ou perign de dano acasionado & vitina eo maior ou menor alarde soctal provocade”™®. F mecessiri, eegunda NUCCTH, que as consequéncias superem ‘© resultade lipico: “E Fdgivo gue num homicklio, por excmplo, a vomeguéncia nanwal & a morte de alguén: ¢, em decarréncia disso, wma pessie pode ficar riiva on Or (8. Diferentemente, wnt individuo que assassina a esposa na frente dos filhos menores, causendo-Thes 1m trauma sem precedentes, precisa ser mais severamente apenada. pois tratwse de ume contequéncia rela neural do deli, ” dos. verifi we do dito 4! SILVA, Iorge Vieorto. Manual da sontengo poral condonet6ria, Curitiba: Jurué, 2003, “Ader. p. 225, * HUNGRIA, Nelson, Ob. Cit p. 23. Idem, p. 226. 7 Pye Pader Judiciéria 4° Secretaria da Tribunal de Jiri Gabinete de Juiz de Direito Autor: Ministéria Pablico Réu: Jean Monteiro da Lut Autos n° 2012,20480-8 “Fam conscquéncias haDeis 9 aulorizar a elevapan da pens-bave. 8, Comportamento da vitima Deve também 0 magistrado aferir o comportamento da vitima, verificando se cla facilitow ou contribuin para que o acusado executasse sua acSo criminoxa ou. no praticou qualquer ato nests sentido a justificur sun reagic. Segundo MIRABETE, “o comportantento da vitinia, embora nao justifique o crime, dimimd a censurabilidade da conduta de autor do ilicito, implicanda no adbrandamento de pena”, Segundo Miguel Reale Junior, René Aricl Dott, Ricardo Andreucti & Seigiv Pombo, “o comportamento da vitima consiitul inovagdo com vistes a aiender aox estudos de viemologta, pots adgumas vezes 0 ofendido, sem incorrer em tnjusta Provacagio, nem por isvo deisa de ecirran dimes; cutras vezes estima a prética do dettto, Os Néo conta dos autos informes de que a vitima teria contribuido Desta forma, amalisendo-se todas as circunstincias previstas: no. artigo 59 do Cdiga Penal, entencio ser necessitia e suficiente, para a seprovacio e prevencio dh fato tipico, a fixagio da pena-hase acima do minime legal, ov soja, em 06 (seis) anos ¢ 09 (neve) meses de rectus “ MIRABET', Julio Fabbrini, Mama de diveiio ponal, 7 i, Sax) Paul: Bd. Atias,p. 282, REATE JUNIOR, Miguel, et alii, Peoas ¢ medidas de seguranca no novo Cidigo. ta NUCCL Guilhorme de Sours. Individuatiraciy éa Pena, Sio Prulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008, p. 227 # PENAL — RECURSO ORDINARIO EM HABEAS CORPUS DOSIMETRIA DA TENA CIRCUNSTANCIAS JUDICIAIS — ART. 59 DO CODIGO PENAL — RLEMENTARES DO TIPO ART, 159 DO CP — AUSENCIA DE FUNDAMENTACAG — TNOCORRENCIA — RECURSO IMPROVIDO — 1. As circunstincin © consegigeciss do crime permitem mensvar © grw de culpabilidade © reprovebilidade da conduta, 1 Inexigiilidave de fundomentachu_exaustiva da cireunstancias judiciais consideradas, uma vez que a sentencs deve ser lida em TL ORC nic consfitai via adeqiada para a instiga ou injustige da pea-base quanto siz maioragéo tenha por 18 6¢. e Poder Judiciéria 1° Secretaria de Tribunal de Kiri Gabinete de Juiz de Direito Autor: Ministéria Pablico Réu: Jean Monteiro da Luz Autos n? 2012.20480-8 ‘Da segunda fase: andlise das circunstancias lepais| Inexistem circunstincias apravunles aleauantes a serem aplicadas na espécie Daa terozica fase” andlise das causas de aumento e diminuigio d= pena Visiumbra-se uma causa de diminuigho de pena a incidir ro Presents caso, pois so trata de homicidio em sua forma temtada, Para tanto, deve 0 Magistiado anelisar o chamadu iter crininis, ou seja, ¢ redugio, na tentativa, deve ser pesada de acondo com a maior ou menor proximidade da consunagio do delito. Nesse sentido, destaco o seguiute pensamenio: Lecienam Eugenio Rail Zeffarant ¢ Jose Heneigue Prerangelt, em ‘excelente estuda sobre a medida da pena my eases de ientattra: “Lim delta comptes de uma série de momentos fsices, represemiade cada un deles por wm aie com gree 0 autor ne dirige ao fin premosto. Quanta menor for a série de atos que resiarem por praticar, no aft de consumar ¢ delve, tanto riuict sera « qualidade da tentative, tarta miator teré sido 2 perigo e tanio maior deverd ser, por conseqiéneia, a tinpunneite nesse sentido, A dimintiede de imputacae da tentatira cuminhe sempre numa relacdo proporcional 6 imputagao que seria dads ao debit ve perfeite forse com relagé & qualidade ¢ quamidade do pripria iontativa. A qualidade, determina o grat nator ou menor di jorca moral de tentativa: a qutidade 0 grax de forgs fisioa A primeira cumenta bu dimivadi sexurdde as comsay gue impediram a conimnagie; a segunda cresce on dimtimai & medida que o momento furciamema circunstincias ojesivas e subjerivas idBeess. 1V_ Recurco a que xe nega provimento. (STF BHC 90531 — RJ PT. Rel. Min, Ricardo Lewardowski - DIU 27.04.2007) (gif). Poder Judiciatio ¥ Secretaria do Tribunal do Riri ‘Gabinete do Tuiz de Direito Autor: Ministérie Piiblico Réu: Jean Monteiro da Luz Autos n° 2012, 20480-8 Gee parOn a aGao era Manis oN menos préxino do limo uo da consumagan (12a Team, RI. 1992, p.130) “Helene Prageso. da mesma foros, ajtvina que ‘on erliértos 1 sere agui consideredys S80 nese veferem @ quarmidede fisica da sentative, que ests om fargdo dos ator executados ¢ do resulsade obthte, em sua maior ow menor proxinsidade da consmegdo tigSes de Diveite Panal, forense, 1991, B23) Colo Belmanto, por iltime, ¢ du mesma forma, arota que: Aplica-se & tentativa a pena prevista para o crime consumade, mas dintinuida de wn a dis tergos, Essa reduce deve ter em vista © camino j2 percorride pelo agente na prética detiuosn Assim, 8@ 0 sew deenvalvinen foi impedide no intelo, a dimimutgaa verd naive; aus contricia, xe ii percurren maior expeco, 0 abatimento ver menor. A quontidade da redugio (‘dimimeida dem a dats tergon') deve ser focada pelav vireonstancias da pripria ientetiva e nia pelas do crime, pois estas jib sda considerartes no cétaule de peaa bave Quende 0 jut ndo aplica a reducto mdcima que a let permite, deve instificar a reducén dessa menor diminuigéo. “O parisgrafe ressalva * Uisposicéo om contrdrio' porqnanite ha tentotivas que sda prniaas ‘com pena fgual an delito consumado fer. art 352 du CF) (Cédigo penal Comentade, Resour, 1995, 9.23)" (TACRIM-SP — Apd169653-1- Rel. Mireio Birzoli |. 14.01.2000) De avordo wom o que 5° extral dos autos, é possivel afirmar a grande proximidade do momeno consumutive alcangady pelo 1a, uma ve que 08 disparos de arma de fogo alingiram regigo vital do corpo da visima (regio. Grace abdominal & esquerda © merobro supesior esquetdo}, ficando interaadlo nu Hospital do Trabalhader por quase um més (Us. 86), Assim, forgoso concluit que a redugic relativa a tentativa deve ser fixada cm sou Palamar minimo, ou seja, cm 1/6 (um sexto), que aplicado ao montante alcancade até acui representa um redugio de 01 (um) ano, 1 (um) més ¢ 15 (quinze) dias. ‘Da pena definitiva 6&E Poder Judiciiri ¥ Secretaria do Tribunal de Hik Gabinete do Juiz de Direito Autor: Ministévia Publica Réu: Jean Monwire da Luz Auttos 11° 201 2.20480-8 Desta_lonma, 0 total da pena privativa de libesdady imposta 40 ru € de 05 (cinco) anes, U7 (sete) meses ¢.15 (quinze) dias de welusio, Da continuidade delitiva To que restou até aqui umalisado, resta.se induhitivel a subsungio dos Fates a6 dispasio no art. 71, do Cédigo Penal, que assim express “Quandy o agente, mediante mais de ama acd on amissdy, pratica dois on mais crimes da mesme espécie ¢, pelas condickes de tempo, lugar, maneira de execiuito ¢ cures semethantes, devem os subsequentes ser havedos comy continuagao di primeira, aplica-se- The a pena de 10 95 dos crimes, xe idénticas, ox a mats grave, se diversas. aumentada, em qualepuer ean, de wim sextn a dois torsos Desta (eita, considerando que no presente caso foram dois delites praticades pelo acusado, de mode que, um deles so fei consumado, pantanda-sc pela maior pena, qual sija, 15 (quite) anos de reclusio, a auments em 1/é (um sexio), perfazeado-a em 17 (decessete) anus € 06 (seis) mescs de reclusdn, TDo regime inicial de camaprimento de pena e da detragao penal A. alteragio legislative reventemente operada pela Lei 12.736'2012, impée a0 juiz senteneiante © cfmputa do tempo de pristo proviséria, de prisio aadministativa on de internagio pan determinacio do reg al de cumptimente da pena, Em ouiros termos , taca-se da deslocamento da atribuigie anteriormente conferids 20 Juizo da Execucio Penal para o edleulo da detragio, agora possibililada $4 no inslanle em que a condenagio € proferida, Prevé a nova redagio do art. 387, $2° de CEP: 24 bt Poder Jndicisrio 4° Secretaria de Tribunal de Hirt Gabinete do Juiz de Diretto Autor: Ministévio Piblico Réu: Jenn Momeiro da Luz Autos n° 2012,20480-8 $2" 0 tempo de printie prosdria. de pristo adminiswativa on Imernacde, no Brasil ow no esirangeire, sera computude pera fins de deteeminagan do regine inivial de pena privativa ile iberdade ‘Cuide-se de medida que visa agilizar e facilitar 0 cumprinemo da pena, garantindo desde loga ao sericuciado eventual ditcitu & progressio, anlcs condicionado A expedig’o de guiu de recalhimento ¢ nio raras vezes a uma morsa tramilayGo perante ag Varas de Brecugies Penis Na higdtese versada nestes wulos, constata-se que o acusado foi reso preventivamente no dia 19/05/2014 (fls. 383), restando-se avautelado até o presente momento, vu scja, envontta-se plese pot, aproximadamente, 0S (Sois) meses & 19 (dezenuve) dias, Esse periodo reterente @ prisio provissria, portarto, deve ser descomiado do cOmputo Ua pena final, para fins de analise quanto 8 Lixacao do regime, Nesse ponto, analisando u periods de prisio ¢ realizundo-se a frespectiva detracdo, & possivel se constatar que ne Acuve o preenchimente sequer Go requisito ‘objetivo, vale dizer, 2/5 (dois quintos), para v inicio da pena era regime menos grevoso ‘Assim, nos termes do ar. 387, 82° do CPP (com a nova redacio dada pele Lei n° 12.736/2012), ofo art. 33, § 28, “a”, do CP, fixo pars o inicio de cumprimento da pena privaliva de liberdade 0 regime. fe Da substitaigic da pena privativa de lberdads por testritive de deltas Nao ¢ possivel a substicuicio da pena conforme art. 44. inciso I, do Cédigo Penal, por sex a pena superior a quatro anos de reclusao. | Da suspense concicional da pera Nio € possivel a concessio an réu do beneficie da saspensio condicional da pena, ante o disposte no art. 77, caput, do Cédigo Penal, Oe Poder Judiciério 4° Secretaria de Tribunal do Jiri Gabinete de Juiz de Direito Autor: Ministério Piiblico Réu: Jean Momeiro da Luz Autos 1° 2012.20480-8 Dos efeitos secuadérios especifious da condenagaa ‘Nie di efeitos secundérios expeciticns da condenagao, [Da fixugio de valor inimo para rwparagio dos danos Dispae 0 art, 387, inciso TV. do CPP, que o julz, a0 proferir sentenga condenGtia, fixard valor minimu pare reparagéo dos danos causedos pela inftagio, considerando os prejuizos softides pelo ofeadivo. Dispée ainda, o Cidigo Civil, qual a extensio da iadenizagio decorrente de responsabilidade civil ex deliio em case de homicidia: Art, GAB. No caso de homicide, a indenizagite consists, sam exctrir wutras repararées: I - no pogomente das despesas com & tratamenie da vine seu funeral ¢ 0 lato da families Ht ~ na prestacte de Giimentas ds pessoas a quem o moro os devia, levande-se en conta a eluragdio proével tka veda dea vita, Para Andrey Borges de Mendonga", em sinwagoes excepcionais, devidamente justificadas, podetd oconter de © magisirado ndo ter elementos suficientes para fixar 0 valor da indenizs o, Sequer em scu minime legal. No presente caso, nao houve a apuracdo de eveatuais danos m0 curso da instrugdo criminal, Ademais, a fixagio ce indenizagiia pressupée a pr manifestagio do acusado sobre os danos proprizmeate ditns -a fim de sv evilar cerceamento de defesa - v yue lambém mao ocorreu. Nesse sentido. destaco— entendimento —_jurisprulenciat manifeslado pelo Egrégio Tribuaal de Justica do Pereni: MENDONCA, Andrey Borges de. Nowa Relarms do Cédigo de Processo Penal. § do Paulo: Método, 2008, pf2t2 B Poder Judicigria J Sceretaria do Tribunal do Biri Gabinete do Juiz de Diretta Autor: Ministério Piblico Réu: Jean Monteiro da Laz Autos 11° 2012.20480-8 TENAL ~ CRIME CONTRI 0 PATRIMONIO ROUSO ARTIGO 137, § % INCISOS 1 & 11, DO CODIGO PENAZ MATERIALIDADE E AUTORIA. COMPROV4DOS RECURSO DESPROVIDO, EXCLUINDOSE DF ORICIO A INDENIZAGHO FIXADA NA SENTENCA 4 ITULO DE REPARACAO DOS DANOS CAUSADOS PLLA INFRACAO, COM RXTENSAO DOS BFEITOS AO CORREU ADGLSION FIEIRA DA SILVA, 1, Tratando-se de det de roubo, a palavra da vita € de suma relevancte, maxime por dizer respeite ao proseder de pessoas desconhecilus, dando nenhum Interesse em inerimini-las greawitcmnente, 2. A reparacdo pelos denoy causadus smvitturle da praia do delite, mi forma do antigo 287. incisa IL. dey Cishigo de Procesto Penal prossupte a pyévia manifestaciio sobre a tenia pelo acusado, sob pena de cerceamerte ag sen dineito de efesa, (TIPR » 54 C.Ctiminal - AC 0648523-4 - Arapongas - Rel. Des Tauro Augusto Fabricio de Melo » Undaimue - J. 27.01.2011) Nessa ada, deixo de fixar valor minimo para reparacio dos Pisjuizos causados pela praviea da intragao penal, sem prejuizo, obviamente, de liquidagio da sentenga junto av Juteo Cfvel para a zpuragto dos dancs. Do direito de apelar em liherdade © acwszdo foi press preventivamente pelo prasente feito, sub & fundamento de assegurar 9 oplicagio da Tei penul, uma ver. que possui histérico dc xe evadir do sistema prisional (Als, 343/353). Sendo assim, em néo sc restando alteradas as circunstancias empiticas, tenho que uinda se fazem presentes os fundamentos da segiegagSo ceultclar. Partanto, denego the o diteito de apelar eta liberdace (art. 492, inciso J, alinea “e”, CPP) 4. DISPOSICOES FINAIS 24 8g Poder Judicifrio. ¥ Secretaria do Tribunal do Hiri Gabinete de Juiz de Direito Autor: Ministério Pilblico Réu: Jean Monteiro da Luz Auton n° 2012, 20480-8 Foi nomcado como defeasor dalivo para patrocinar 4 delesa do teu 9 DR. LUIZ ROBERTO ZAGONEL (fl. 643), cis yue € dever do Estado efetivar a XXIV, da Constimigion asistencia judicial gratuita aps necessitados, nos Lermos do art. Federal, verbis An T= 6} LARI” 0 Pstado presiard asstnencia purities etegral e _prataita aor que comprovar inayficifnei ce recrrs0s” Sendo dever estatal prostar assisténcia judicial gracuita aos que dela novessitem 0 adyogade nomeado defonsor dative, em processes onde figure come pare Pessoa cconomicamente aecessitada, faz jus « honorérios, cabendu & Fazenda o nus pelo pagamene, Neste sentido, oolaciona os scguintes julgados oriundes do Exségio Tribunal de Tustiga do Parané: EMBARGSNTE DEVANIR DA SICW4 RIBEIRO. RELATOR: JUIZ RAUL PAZ DA SIDA PORTUGAL EMBARGOS DE DECLARACAO » VEREA HONORARIA DR DEFENSOR DATIVO - INOBSERVANCEA Da TARP LA EXPEDIDA PELL O4AB - OMISSIO CONPGHRAnt - EFEITO INFRINGENTE NBCESSARIO. EMBARGOS CONUIECIDOS ACOLINDOS. E cever du fsuuda pagar homonictes pariistiondss. 60 acvogede dasion regnivrmente nemeado, de acirats com a taboke da OAB, nes esates termos do art. 22, § I" da Fei 8.90694. Embergos aval, com cuptbuicto de wfeitn eprengente (IPR - 5° Cam. Cr = EDC 0 Merropobana de Cutt - Rel: Juiz Subst. 2° Untrine J-96, 50.201: 251T6AL - bars Central de: Repiéo Ret Vaz da Sihee Portugnd FMPARGOS VE DECLARACAO, TRIBUAAL DO JERI APELAGIO ANAL. ALEAGACTO DE Osussd NO TOCANTE d FixtG.J0 DE: HONORARIOS ADFOCATICIOS 40 DEFENSOR DATIVO. AUSENCIA DE DEPESSORMA PUBLICA NA COMARCA DBVER DO ESIADO DE PRESTAR ASSISTINCIA JORIDICA AOS QU DLA NECESSITAM. Akt, Lee pd CONSHTUNCIA FRNERAL, oMissto musTRNTE, 25 640 Poder Tudicidria 1° Secretaria do Tribunal do Jiri Gabinete do Juiz de Direita Autor: Ministério Piiblico Réu: Jean Monteiro da Luz Autos n° 2012,20480-8 SCFRIMENT. FUAGAD DE HONORARIOS ADTOCATICIOS 40 DEKFNSOR DATWO DOS CORREUS RURARGANTES, DE scORDO COM A TABLA DE HONORARION D4 O48, Ensburgn de Poclaragdo n" reati-201 SBCIO DO PARANA. EMBARGOS ACOLHIDOS PANCTALMENTE (TIP 0 Gam, Cok ~ BEC OPAALT T2001 « cbiran ~ Rel Des. estes Sapo» Unénime = J, 29.02.201 U Reeulla inquestionivel, portanto, o disvite do defensor & percepeéo de honoririos advocaticios em raz8o do Itabelho como sdvegado dativo na presente demanda judicial, Ante 0 expuste, com base no artigo 263, do Cdige de Pracesso Penal, fixo honorérios advacaticios em prol do DR, LUIZ ROBERTO ZAGONEL, no impone de RF 4.006,00 (quatro mill reais), fixados eonsounte Capstulo XIV, item 8.1, da tbela do Consellao Scecional da OAB pura remuncragie de edvogados, cujus houerdrios deverdo ser suportados pela Fazenda Piblica do Estado do Perani, 4) Com o wansita em julyado da sentenga, lance-se o nome do réu no col des culpadas; b) Provedam-se as comtunicagies necessérias’ ¢) Calculem-se as cusias, intimando-se 0 réu para pazamento no prazo de 1G (dez} dias; d) Cumprase 9 Cidigo de ‘Nonmas da Egrégia Corregedoria Geral de Suslica; e) Comuniquer-se os Zamiliares da vitima, fos termos do att, 201, §2, do CPP; 9/DOu a presente sentenga por publicada, fieando as partes desde }4 intimadas. Registre-se. 26 on

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