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O que mais se espera do século XXI?

Durante toda a vida, as pessoas fizeram questão de nos soprar nos ouvidos que o homem tem
a obrigação de ser cavalheiro. Abrir a porta do carro para sua acompanhante, enviar flores à
sua amada, dar sempre preferência de passagem às mulheres, deixá-las entrar primeiro em
qualquer evento, jamais agredir, gritar ou ofender as damas, enfim, usar de todos os
salamaleques possíveis para mostrar que somos verdadeiros e educados cavalheiros. Se bem
que alguns homens confundem “cavalheiro” com “cavaleiro”, esse último remonta ao animal
quadrúpede masva a cavalo, e usam suas esporas e chicotes para humilhar, maltratar e até
bater em suas caras metades.

Um desses dias destes estive a andar na cidade e de repente descobri que algumas mulheres
deixaram de ser “cavalheiras”, mimosas e delicadas. E descobri isso observando o trânsito
pesado da cidade. Há mulheres motoristas tão agressivas e neuróticas como o mais irracional
dos motoristas homens. Elas lutam ferrenhamente por seu espaço, não admitem que alguém
lhes dê uma “fechada”, aceleram seus possantes mais do que o bom senso nos aconselha,
enfim, estão mais para cavaleiras brandindo esporas e chicotes chegando a utilizar seu
automóvel como uma arma. Não dão espaço para outros carros que estejam tentando sair de
uma vaga, de um estacionamento, de uma garagem. Em ruas e avenidas onde faixas duplas se
transformam em fila única, ai de você se tentar encaixar seu carro antes dela. Cheguei a ver
uma motorista encostar o pára-choques no carro da frente, apenas para não me dar a
possibilidade de passar para a faixa única.

O mundo realmente mudou. Damas que não são mais damas, homens que não são mais
homens, gentileza masculina sendo confundida com “gaysice”, grosseria feminina sendo
confundida com liberação feminina, damas soltando vozeiradas ou palavrões (que nos
perdoem os brasileiros) cabeludas... O que mais o Século XXI nos reserva?

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