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=Ill Moderna Coordensie atria Wa Raga Mososio eo de tnt: 850 Cas gost Preparagt de tt: Elana Shot Pir Coordenagse de designe prcets visu: Sra Sota de Cao Hare Proite gra: ana Both de Cano Homes apa: Cost: Everson do Pls toca roar rie: oe, te ac Rosies Revd: Sand Un Forsh aide rte: Ret Susana Reber ‘Aasatinci da produ: Eniget Mona Moyer Coordenatia de perquin conor nase Sores Peaquseonogréfior Roxane Cameo [Asimapers ara com a3 CD loam oes po Con de INoemap eDooimernro cs Eats Node Coordeneindeteatarente de imagens: Arico ess “ttamente de images: abo NProsnd, Jar Srna Siva, Sala de flies Hein Som ha Maco Heya Karta Coordanegte de proeie nduetia Wieon Arca Toga Impresto oecabomento: Coit Gres 9 Eo Lt <2 tema en ino Crain de rept eas “ire "ese dos aa” Estor Nova Frets” reton cmon por Slat — Apts errs nebxsOroee comb” ‘Dados itemacionie de Catatgseto na Puen CP “Sooolgi inode la da soca (ites Cont, 0 are — 1. ecto. Th, sate Indices para eattlogs stereo" 1. Selena at ecrisopoti k. ok CF 910 1 tat e003 A3* edigto do livto Sociologia — Introdugio a Ciéncia da Socieda- de tem por abjetivo oferecer 20 leitor ~ alunos, professores, pesquisa- dores e demais interessados nas questdes sociais ~ um panorama das principais teorias sociol6gicas, desde seus primdrdios até a atualidade, de um ponto de vista histérico e eritico. Procura analisar as conjuntu- ras sociais nas quais emergiram os diversos modelos de explicagao sociolégica, apontando para suas contribuicdes ¢ limites. Olitorpoeréacompanharaemegncia do peneamenta ci sico desde oRenascnento, quando se constr a bases da soci dade mederna com a urbaniagao, 2 instia © a Replica, até 9 awaldage, quando os fundarartos dessa sctedade se lem, zendo emergir novos modelos de organizacao da vida social. Nesse proceso, novo paaiga cnc se insti, obrigando eves0@ Telcture de conectose expends da ealdadesotial-O Ino acon, pant 9 desenlr des stra do penearmento hirano que pro Pa dat coma da Sociedade a parr de constitu de na tad Gentica que se renova ese desenvole Essa visio historica e critica apresenta ao leitor a constituigao dag principais escolas soctologicas com suas principais caracteristicas os autores, a abordagem do objeto, os conceitos, a metodologia de pes- quisa eas propostas de ago na realidade. Trata da instituigao do cam: po cientifico da sociologia e de suas relagées com as demais ciéncias, hhumanas, em especial a antropologia, com quem ela mantém até hoje ‘uma forte interdisciplinaridade. Visitadas as principais escolas sociolégicas européias, 0 livro abor da o surgimento da sociologia no Brasil, apresentando os mais impor- tantes autores que se destacaram na compreensao de nossa especificidade histérica e social. Nomes como Darcy Ribeiroe Florestan Fernandes recuperam esse patriménio do pensamento sociol6gico bra- sileiro, Estudos sobre o desenvolvimento, a dependéncia e as particu- laridades de nossa formagao cultural e étnica ensinam os cientistas brasileiros a pensar sobre si mesmos. a observacio, 345, Atividades, 346. Temas para debate, 348. Leituras ‘complementares: 1. Educacao a distancia — entre o entusiasmo e a critica, Cristina Costa, 349. 2. Técnicas ¢instrumentos de observacio, Perseu Abramo, 351 EE Experimento, questionarrio, entrevista, grupo de foco..., 353. Experimenta, 353. Questiondrio, 355. Entrevista, 356. Amostragem, 358, Atividades, 359. Leituras complementares: 1. Vantagens © desvantagens, Perseu Abrammo, 363, 2. Poema pedagégico, A. S. ‘Makarenko, 364, i] Outras fontes de dados, 365. Dados censitirios, 365. Historia de vida, 366. Levantamento histérico, 368. Pesquisa iconogratica, 368. Pesquisas de intervencéo, 371 iitérios de escotha — pesquisas quantitativas e qualitaivas, 372. (© sucesso de uma pesquisa, 373, Novos recursos, 374. Atividades, 376. ‘Temas para debate, 377. Leitura complementar: 1. [Sobre a historia de vida como métodol, Ecléa Bosi, 383. « Conesitos basicos de sociologia, 385. Bibliogratia, 409 Introducdo O conhecimento como caracteristica da humanidade Nas'mais variadas espécies animais, encontramos formas de cornporta- ‘mento e relacionamento que nos fazem pensar na existéncia de regularidades ‘que ordenam sua vida em grupo — os anirhais se agrupam, convivem, com= ‘peter, acasalam, Zobrevivem e se eproduzem de forma mais ou menos orde- nada, ern ungo de suas caracteristicas e do ambiente ern que viver. A preservacdo das espécies animais e seu aprimoramento parecem ser, como afirmou Darwin na teoria sobre a evolucao das espécies,.o objetivo dos habitos de vida, convivéncia e sociabilidade. Assim, os ani mais desenvolvem estilos préprios de comportamento que thes permi- tem a reprodugdo e a sobrevivencia. Estabelecem para isso modelos de comportamento complexos, com sistemas de acasalamento, alojamen- to, migragao, defesa e alimentacao. © _homem, como uma dentre as vérias espécies animais existentes, também desenvolveu processos de convivéncia, reprodugao, acasalamento e defesa,,Desse modo, apresenta uma série de atitudes ‘nstintivas", isto €, ages e reagdes que se desenvolvem de forma espon- tanea, dispensando o aprendizado, como respirar, engatinhar, alimentar se. Proveniente de sua bagagem genética, o homem demonstfa também ser capaz de sentir medo, prazer ou frio e de estabelecer relacdes de amizade e parentesco. Porém, quer por dificuldades impostas pelo am- biente, quer por particularidades da propria espécie, o homem também desenvolveu habilidades e comportamentos que dependem de aprendi- zado. Assim, as criangas aprendem a conter sua fome e a comer em horatios regulares, aprendem a brincar ea obedecer e, mais tarde, quan- do crescem, a trabalhar, comerciar; administrar, governac. ‘© homem precisa de aprendizado para desenvolver formas peculiaves de compartamento O homem, portanto, distingue-se das demais espécies existentes por. que grande parte de seu comportamento nao se desenvolve naturalmen- te em sua relagao com 0 mundo, nem se transmite & sua descendéncia pelos genes. Ele é um animal que necessita de aprendizado para adquirir ‘a maior parte de suas formas de comportamento. Tornar-se humano LLendas e mitos relatam historias de herdis que, mesmo crescendo no isolatmento, tornaram-se hurmanos — Réxnulo e Remo, Tarzan, Mogti —, apresentando comportamentos compativeis com os demais seres humanos, Entretanto, para se tornar humano, o homem tem de apren- der com seus semelhantes uma série de atitudes que jamais poderia desenvolver no isolamento. 1é entre as outras espécies animats, uma cria, mesmo separada de seu grupo de origem, apresentard, com 0 tempo, as mesmas atitudes de seus semelhantes, na medida em que estas decorrem, sobretudo, de sua bagagem genética e se desenvol- vem de forma espontanea. © cineasta alemao Werner Herzog trata justamente desse tema em seu filme O enigma de Kaspar Hauser, de 1974. Baseado no livro do austrfaco Jacob Wasserman, ele mostra como um homem criado longe de outros seres de sua espécie ¢ incapaz de se humanizar, nao conse- aguindo desenvolver aptiddes ereagies que Ihe deem identidade e possi- bilidade de interagirsatsfatoriamente com seus semelhantes Portanto, para que um bebe humano se transforme em um homem propriamente dito, capaz de agir, viver e se reproduzie como tal, & TO enigma deKaspa Hauser. Werner Herzog, RFA, 35 mm, 1974 necessério um longo aprendizado, em que as geracbes mais velhas transmitem as mais novas suas experiéncias e conhecimentos, Essa caracteristica da humanidade dependeu, entretanto, da nossa capaci dade de criar sistemas de simbolos que constituem as linguagens, por meio das quais somos capazes de nos comunicar, transmitindo aos ‘outros o legado de nossa experiéncia de vida, compartlhando os sen- tidos que a ela atribuirnos essa forma, o homiem, transmite suas experiéncias e visbes de mun- 4o utilizando a comunicacio, estabelecendo-se uma fatima identidade entre linguagem, experiéncia erealidade, que 6 a base do imaginario e do conhecimento humano, Comparado a0s outros animais, 0 homem no vive apenas em uma realidade mais ampla, vive, pode-se di 2er, em uma nova dimeisio da realidade... 0 homem vive ‘em um universo sinibolico. CCASsuRit, Ernst, Eneao sobre © bomem: Inurodigo 2 uma Rlosofa da cultura homana ‘So Paulo: Marine Fontes, 1997. #8 Por isso, dizemos que 0 pensamento.humano é Gnico, pois de- monstrou ser capaz de transformar a experiéncia vivida em um dis- curso com significado e de assim transmiticla aos demais seres de sua espécie e a seis descendentes, Até onde sabemos, ele € 0 inico a conceber acontecimentos, ages e reagGes sob forma de imagem, que, mesmo na auséncia daquilo que the deu origem, capaz de provocar sentimentos e de se fazer conhecer pela reflexao. Por meio do pensamento, 0 homem pode reviver'as situagées que o estimula- ram e que foram arquivadas na meméria. Além disso, ¢ 0 pensamen- tahumano-que possibilita ao homem diferenciar as experiéncias no tampo e, em consequéncia, a distinguir o pasado do presente e a projetar as acdes futuras (© homem, portanto, & capaz de abstrar situagdes e emogbes e dé transformé-las em imagem, & capaz de simbolizar, dé armazenar signifi cados, de separar, agrupar, lassificar 0 mundo que o cerca segundo de- terminadas caracteristicas, Dessa habilidade provém a capacidade de projecio, aidéia de tempo € o esforco em preparar o futuro, caracteristi- cas que permitem o deserivolvimento da ciéncia. Esse 6 0 centro de sua Pacidade simbélica e de sua humanidade ‘Ao pensar, ao ser capaz de projetar, ordenar, prevere interpretar, 0 homem, sempre vivendo em grupos, comecou a travar com 0 munde a0 seu redor uma relacao dotada de significado e sentido. O conheci- mento do mundo — organizado, comunicado e compartilhado com seus semelhantes e transmitido a descendéncia —transformou-se em tum legado cumulativo fundamental para interpretar a realidade e agir sobre ela, ou seja, deu origem a cultura humana, Essa elaboragio © Fomo sapiens € capaz de comunicar sua experién- cia vivida por ‘meio de wm discurso significativo Ohomem travea com 0 ‘mundo que 0 rodeia uma relagao dotada de significado e sentido. simbélica da experiéncia fez com que os homens recriassem a reali- dade segundo suas necessidades e pontos de vista, traduzindo-a sob a forma de informagio ou conhecimento, Essa criagao simbélica que organiza o mundo e the atribui sentido € marcada pelo espago e tempo que a produz e pelos grupos com os quais dividimos nossas experiéncias, gerando uma multiplicidade ili mitada de inierpretagbes da tealidade que nos cerca. € por isso que encontramos padrées de vida, de crengas e de pensamento tao diver- sos, Porque esses padrées nao sdo apenas conseqiiéncia de uma es- {rutura genética da espécte, mas do compartithamento de experién- Cias simbélicas por um determinado grupo humano. Uma vez que cada cultura tem rafees, Significados e caracteristicas réprias, todas elas revelam, como processos cognitivos, 4 mesma com: plexidade. Como culturas, todas sio igualmente simbolicas, fratos da capacidade criadora do homem ¢ adaptagbes de uma vida comum situ ‘ada em tempo e espaco determinados: Resultam de tim incessante recri- a, compartithar e transmitir da experiéncia vivida e aprendida As culturas humanas como processos Essa capacidade de pensar 0 mundo, de atribuir significado a rea lidade de transmiti-lo aos seus descendentes assegurou ao homem, ‘um conjunto de informacdes & sentidos que é denominado conheci- mento. Desde os primeiros vestigios arqueolégicos do homem sobre a Terra, percebemos que os problemas por ele enfrentados — de so- brevivencia, defesa e perpetuagao da espécie — apresentaram-se como obstaculos para os quais buscou explicagées indagando sobre si mes- mo e sobre 0 mundo onde vive. Esses obstaculos estimularam 0 de- senvolvimento de idéias e seu compartilhamento, ‘Antropéloga na indonésia (1973), §esquerda,e na Guatemala (2004), dirt ‘A pesquisa arqueolgica ea anropolégica buscam desvendar a cltua humana, desde os tempos mals romotar até os dis aluas. A descoberta de tGmulos neoliticos, perto de asa, no Médio-Egito, prova que o egipcio pré-historico jé acreditava ‘na existéncia cle uma vida futura, xplica da vida terest. AS ppemas dobradas, deitado sobre o lado esquerdo, era 0 2: diver deposto numa fossa oval: a posicio era a de feto; © rosto voltado para 0 oeste, era 0 morto envolto numa esteira ‘ou mortalha. Por vezes a cabeca repousava num travesseiro; vvasos pardos ou cinzentos, contendo comidas e bebidas, palhetas para arebique, de alabastro ou de ardésia, bracele- tes de marfim, calaies, colheres para ungtentor, almofarizes ppara gros, machados de peda polida, facas, raspadeinas de pedra estavam colocados junto do compo. ESSER Io oto fatae 8p (Os mais antigos “cemitérios" huranos, onde se encontrar ossadas di posta em cetta posicio acompanhadas ou nao de alguns objetos, mostam «que mesmo o ato de enterrar os mortosrespondla a questoesrelativa a vida €& morte e implicava uma escolha da “melhor forma" de acio. Aceita pelo igupo, essa “melhor forma” tendia a se repetir, vansforrsando-se em ritual — uma ago revvida em grupo e expicada em fungéo da respostacoletiva dada 20 “para que" e 20 “por que” da existéncia humana. Tas formas de interretacdo da vida tenclem a se perpetuar por meio dos ‘tose mitos. Ao mesmo tempo, porém, é esse conhecimento acumulado nas radigdes que possibilta operartansformagies na cultura ena socieda- de que as ctiou-Quando novos obstculos se apresentam, exigindo a busca de diferentes formas de pensar o mundo, o conhecimento existente evita {que se para do zero para buscar novas férmulas a serem aplicadas aos pro- blemas, permitindo, assim, a elaboragao de propostas mais adequadas ¢ tes a5 solugdes das diticuldades enfrentadas. A pedpria reproducao das {oxmas de vida existentes acareta novas necessdades, que o homem procl- ‘ard satisfazertransformando 0 modelo existente, Podemas entéo conceber 2 diferentes culturas como essencialmente dinémicas, desenvolvendo me- Canismos de conservaco e mudanga em permanente ajuste Essa idéia da telacdo existente entre as culturas humanas e as condigées* de vida de cada agrupamento mostra que as diferengas entre elas no sia de {ualidade nem de nivel: as diferencas cultrais devernse ds circunstincias {ques cercam, plenas de necessidades e obstculos a serem ultrapassados e de tradiges herdadas do passado. Os diferentes habits alimentares, a pre- senca ou nao da escrta, 0 uso de fontes energéticas ou 0 desenvolvimento tecnoligico slo aspectos da cultura que s6 se explicam em fungio de sua histéria e das necessidades enfrentadas. Cada elemento da vida social — tecnologia, linguagens ou relagGes de parentesco— estéligado a um con- junto de padrdes socias e uma modificagdo em qualquer um deles altera todo 0 conjunto. Por isso a adocio de tragos culturas, habitose tecnologias !novos sio incorporadios ou rechagados pela cultura ser que-os membros se (Osnativos da Austria vistos pelos europeus. Gravra do século XIX gue tos warsormagbes epresertariam sempre a passagem de um neti para outro superior, em que 0 organismo social se mos- Bs evoluido, mais adaptado e mais complexo. Esse tipo de mu Bi garantiria a sobrevivencia dos arganismos — sociedades ¢ indiv- eer mais fortes e mais evolutdos. Fr patos essa concep es evolucionistas, 0 lenis soci &- Foe ciedades tradclonisencontvadas na iia, na Ai, na A a eeGceania como “Ossie vives”, exemplars deextagiosan- s", do passado da humanidade. Assim, as sociedades a ce Sori content ee ecnoloia menos avangada deveram voll em d= procurands I Jemeio complexidade e popes na excala da volo acini BE ing 0 ego as aangndo ocupao pel sociedad He opéia, Essa explicacRo aparentemente “cientfica” que justi EF emvencao européla er outros continentes era incapaz de expli- Manto, as dificuldades pelas quats passava a prépria Europa Ta epoca, como hole, 0s frutos do progresso nao eram igualmente {ace nem todos paticipavam das benesses da civlizagso. ind- i fpovimentos de relvindicacio de camponeses e operirios prova Jo, Como 0 positvismo explicava essa distorcdo? transposigao de conceitos fisicos e biolégicos para o estudo das jdades e do comportamento humano promoveu desvios EP pretativos graves, que acabaram por emprestar uma garantia de tifcismo a ages guiadas por preconceito e interesses particulares. ‘desses desvios ocorreu com a aplicagao do conceito de espécie em {avin para 0 estudo das diferentes sociedadese etnias * Se 0 homem constitui biologicamente uma espécie, o mesmo nio se + pode dizer das diferentes culturas que ele desenvolveu. O cardtercultu- da vida humana imprime ao desenvolvimento das suas formas de principios diferentes daqueles existentes na natureza. Os principios\ lecdo natural sio aplicdveis as formas de vida cujo comportamento ‘expressio das leis imperativas da natureza, ou sea, aquelas incapazes “de transforma o ambiente em favor da sua adaptacao e sobrevivencia, Hoje, percebe-se que a complexidade da cultura humana tem con- Corrido para limitar a aco da lei de selecao natural. A adaptabilidade do fhomem e a sua dependéncia cada vez menor em relaco ao meio tém transformado 0 ser humano numa espécie & qual a selegao natural se aplica de maneira especial e relativa. Mesmo autores que continuam aceitando a idéia de que as leis de evolugio explicam parte das escothas realizadas pelo homem admitem que 0 entendimento de como essa lei ‘age deve se basear em critérias amplos,flexiveis e relativos que déem conta da maravilhosa diversidade da cultura humana, No entanto, uma aplicagao leviana do conceito de espécie a andlise da Sociedade servi, no séeulo XIX, como jstificativa para aaa polficaeeco- némica européia sobre Africae Asa, sem que se avalasse as conseqién- cias do que seentendia, em terms socsis, por mais forte ou mais evouido. 'dentifcar a especifcidade das regras que regem as sociedades & fun- damental para o uso de conceits de outras ciencias. Ainda hoje, tenta- se essa transposiclo para jusificar determinadas realidades socais. A regra darwinista da competicao e da sobrevivencia do mais fore & ap cada as leis de mercado, principalmente pela doutrina do liberalismo ‘econémico, hoje batizada de neo-liberalismo Pressupde-se que competitividade sejao principio natural —e, portanto, Universal ¢ exterior & vontade e discernimento dos prprias homens — que assegura a sobrevivéncia do melhor, do mais forte e do mais adaptado. £ preciso lembrar que o metcado, como outros elementos da cultura humana, ‘obedece a formas de organizacao social essencialmente humanas —e, por ssa razao, historicas —, resultantes do desenvolvimento das relagées entre (os homens e entre as sociedades. E, portanto, mutaveis e relativas. Duas formas de avaliar as mudangas sociais © darwinismo social, além de justiicar 0 colonialismo da Europa no resto do mundo, refletia 0 grande otimisma com que o progresso mate- Fial da industrializagao era percebido pelo earopeu Entretanto, apesar desse otimismo em relacao 20 cardter apto ¢ evoluido. da sociedade européia, o desenvolvimento industrial gerava, a todo 0 mo- ™mento, novos conflits sociais. Os empobrecidos e explorados —campone- ses e operdrios — organizavam-se, exigindo mudangas politicas e econ6mi- cas. Os primeitos pensadores sociais positivistas responderam a seus {questionamentos e reivindicagdes com as nogbes de “ordem e progresso”” Haveria, entéo, dois tipos caracteristicos de movimento na sociedade. Um levaria a evolugao, transformando as sociedades, segundo a lei univer. sal, da mais simples & mais complexa, da menos avangada & mais evoluida, ‘Outro procuraria ajustar todos 0s individuos as condicdes estabelecidas, .zarantindo.o melhor funcionamento da sociedade, o bem comum eas anseios dda maioria da populacao. Esses dois movimentos revelariam sero progresso © principio que rege as transformacdes sociais em direso a evalucio das sociedades, e a ordem,o principio regulador que garante o ajustamento e a itegracao dos componentes da sociedade a um objetivo comum. Os movimentos reivindicat6rios, os conflitos, as revoltas deveriam ser ccantidos sempre que pusessem em risco a ordem estabelecida ou 0 fun- cionamento da sociedade, ou ainda quando inibissem o progresso. ‘Auguste Comite identificou na sociedade esses dois movimentos vi- tais: chamou de “dindmico” o que representava a passagem para formas ‘mais complexas de existéncia, como a industrializagio; e de “estético” © (0 darwinismo social Jjustificava 0 colontatismo europeue refletia 0 ottmismo dos europeus em relagdo a sua cultura, responsivel pela preservagao dos elementos permanentes de toda orga- fizagdo social. Asinstituigdes que mantém a coesio egarantem ofuncio- famento da sociedade, como, por exemplo, familia, religiio, proprieda- ie, linguagem, direito, seriam responsaveis pelo movimento estatico da sociedad. Comte avaliava esses dois movimentos vitas privlegiando o tatico em detrimento do dinmico ou a conservago em detrimento da ‘nudanca. 30 significava que, para ele, o progresso deveria aperfeicoar zelementos da ordem e nao ameacé-los, assim se justificava a intervencio na sociedade sempre que fosse ne- dessiio assegurar a ordem ou promover o progresso.A existéncia da, ~ ciedade burguesa industrial era defendida tanto em face dos mov spentos reivindicatorios que aconteciam.em seu proprio interior quanto face da resistencia das sociedades agrérias e pré-mercantis em acei: ‘modelo industrial e urbano. | sas ideas tveram plena aceitagao no século XIX, 6poca de expan- By coropéia sobre-o mundo, mas permaneceram vivasealvantes depois Segunda Guerra Mundial, quando novas poténcias se firmaram no ita: EUA — Estados Unidos da América — e URSS — Unido de listas Sovieticas. © poder que elas exerceram sobre ativa de estarem ‘avancados de vida politica e econdmica. Ee, cecentemente, muitos acontecimentos que pautam as relagbes en- Fagoes e etnias mostram que.o-darwinismo social ainda ter muita ae jusifica diferentes arbitrariedades cometidas por um grupo sobre to, por um pais sobre outro. Por exemplo, as intervengves dos Estados {ibidos no Afeganistio-(2001) e no Iraque (1991 e 2003) vem coroadas ‘principios humanitarios libertérios que. ainda explicamas.diferen- 8 sociais como diferenca dé graus de desenvolvimento e de evolucao. ‘Congo, erefupiadoschegando a Benaco, Tanznia, fotos de 1994. O drama dos relugiados & duplo; expuls dos seus pases por gue, epidemis ou pela mséra, So tratados como pias nos paises onde buscam abigo. do presente, estruturaram-se para justificar a violencia fisica, politica e ideologica contra os estrangeiros e etnias em seus respectivos paises. ‘Também a forma como sdo tratados os refugiados estrangeiros que che- gam a Europa, vindos de pafses mais pobres ou em coniflito, faz lembrar a ctenca na superioridade racial e étnica de um povo sobre outro. Organicismo Nao podemos detxar de nos refertr, num capitulo que trata do positivismo e do darwinismo social, a outra escola que se desenvolvew no rastro das conquistas das ciéncias biol6gicas e naturals ¢ da teoria ‘evolucionista de Charles Darwin. Essa outra escola foi o organicismo, {que teve como seguidores cientistas que procuraram aplicar seus prin Cipios a explicacao da vida social Um deles fi 0 alemao Albert Schaffle, que se dedicou ao estudo dos “tecidos socials", conceito com o qual identiicava a diferentes socieda- des existentes, numa nitida alusdo a biologia. Ninguém, entretanto, se evolucso da espécie humana de acordo com leis que explicarian senvolvimento de todos os seres vivos, entre os quais o homem. Seu seguidor, o francés Alfred Espinas. afirma que os principios da biologia do aplicéveis a todo ser vivo, razao pela qual propde uma “ciéncia da sociedade”, cujas leis estariam expressas na vida comunitaria de todos 10s setes vivos, desde as espécies mais simples até o ser humano. Todos esses cientstas partem do principio de que existem caracteres Universais presentes nos mais diversos organismos vivos, dispostos sob a forma de 6rgaos e sistemas — partes interdependentes cuja fun¢io primor- dial 6a preservacao do todo social. Procuravam assim criar uma identida- de entre eis biologicas e leis sociais, hereitariedade e historia. Essa teo- rias entendem as andlises das relagbes sociais humanas como integradas ‘05 estudos universais das espécies vivas.Ignoram a especificidade hist6ri- ‘ca.e cultural do homem. Por fim, estabelecem leis de evolucao em que as diversas sociedades humanas sio tratadas como especies. © evolucionismo, velho compadre do etnocentrisino, no esté Tonge. A atitude nesse nivel € dupla: primeira- mente recensear as sociedades segundo a maior ou me- nor proximidade que o seu tipo de poder mantém com 0 nosso; em seguida afirmar explicitamente ow implicita- mente yma continuidade entre todas essas formas de po- der... Mas, de outra parte & muito forte a tentacdo de con- tinuar a pensar segundo o mesmo esquema e recorre-se a metiforas biol6gicas. Dai 0 vocabulério: embrionario, nascente, pouco desenvalvido, etc. ‘CLASTRES, Pere socedade contra oetado ‘so Paulo: CoeacNaify, 2008p. 35. Os“orga- nicistas” procuravam ‘caracteristi: cas untversais da espécte bumana, deteando de lado suas parti. culartdades. Evolucionismo e historia da humanidade ‘A concepgao de que a dinamica das espécies sociais esta relacio- ada a um grande movimento geral da humanidade, que iria de uma rigem comum a um fim semelhante, influenciou ndo s6 as andlises {Ja sociedade como as concepgbes explicativas de seu movimento his- térico. Dat se entender os diferentes momentos da historia de cada sociedade como expressao de diversas etapas de uma grande epopéia de toda a humanidade. A partir dessa idéia desenvolveram-se teorias jque admitiam, sem qualquer duvida, a igualdade de todos os seres “humanos em relaco as suas caracteristicas distintivas. ‘= Montesquieu foi um dos primeiros autores a tentar entender as di- sentes sociedades humanas, sem abandonar a crenga em um desti- “Fis comum que estaria por trés da trajetéria do homem sobre a Tera = Procurando entender a decadéncia do Império Romano, desenvolve Zim conceito de hist6ria social cuja dindmica estaria submetida a de- iinadas leis geraise invis(veis. Estas no se manifestariam em even- Jigs individuais como a derrota de um exército em uma batalha ou 0 J fiau governo de um suserano — que poderiamos considerar como usas particulares — mas em desvios importantes que s6 poderiam Er explicados por uma ldgica subjacente aos fatos. Nesse caso, a lei ue rege a historia serta semethante as lets naturals que agem de for- ia expontinea mesmo quando os seres que ela governa nao tém cons- jéncia dela. Porém a nocao de “lei” tem também, para esse advoga~ Flo, um sentido e valor moral que, quando ferido, provocaria necessa~ fismente a derrocada historica da sociedade. 1350 6 0 que teria acon- EB écido em Roma, onde os principios morals teriam sido vencidos pe- vicios do poder. _..Outtos autores procuraram compreender os fatos historicos e as “ferenas sociais como manifestagbes de uma ordenacio geral que _goveraria o mundo; entre eles podemos apontar Aléxis de Tocqueville, “que defendia a idéia de uma tendéncia universal a igualdade de con- ‘icdes entre individuos e sociedades. Tornou-se ferrenho defensor da emocracia, regime que paracia fazer coincidir, pela sua estrutura Tederativa, a igualdade com a liberdade. Charles Montesquieu = (1689-1755) aries Louis de Seconda, bado de La jréde ede Montesquieu, Nascido préximo a rdeaux, no castelo thoje provincia) de La "Bree, na Franca, bacharelou-se avogad © passou a conviver com os il6sofos desua épo- 2. Viajou pela Europa, onde se deparou com adiversidade de legislagoes aprovadas em di- ferentes paises. Foi severo crtico da socieda: dede sua época, Escreveu Cartas persas, obra fem que citica os costumes de seu tempo. Da filosofia social & sociologia Cada uma dessa escola de pensamento partindo de uma atudelaica e pragmatica em relago ao comportamento humano, procurava identifica os principio que govemama vida social do homer. Fo entretanto.o positivismo {que logrou, de forma pioneia, sitematizaro pensamento sociolégico. Foi ele o primeira a definir precisamente o objeto, a estabelecer concei- tos eurma metodologia de investizacioe, alm disso, definraespecificidade do estudo cientfico da sociedad. Conseguiu distingui-lo de outras éreas do Cconhecimento, insttuindo um espaco proprio & ciéncia da sociedade. Seu principal representaneesstematizador fio pensador francs Auguste Comte Q-nome “positivismo” tem sua origem no adjetivo “positive”, que significa certo, seguro, definitive. Como escola filoséfica, derivou do ‘cientificismo”, isto, da crenga no poder dominante e absoluto da.ra- | go um modelo fisico ou mectnico. [ forts o postive fichemade ccsaflosofa soca positivist se inspirva no metodo de invesiga- ees cloncias da natueza, 2 Sr como procurava idenificar na Sip seta as mesmas rlactes.e paipios com o: quais os cientis- as explicavam a vida natural. (propria sociedade foi concebida Po um organise constitu de ets itegradas«coesae que un vrpavam Rarmonicament, egu0- “nbem de “organicisma! Ligo de anatomia doc Julp (1632), intra de Rembrandt. As pesqusas nas cincias naturals exerceram forte lnflubnca no desenvolvimenta da socilogia, _z30 humana em conhecer a realidade e traduzi-la sob a forma.de-leis ‘que seriam a base da regulamentacao da vida do homem, da natureza € do proprio universo. Com esse conhecimento pretendia-se substituir as explicagdes teolégicas,filosdficas e de senso comum por meio das quais — até entao — 0 homem explicara a realidade e sua participagio nela. © positvismo reconhecia que os principios reguladores do mundo fisico ‘@ do mundo social dferiam quanto a sua esséncia: os primeiros dizian res: peito a acontecimentos exteriores aos homens; 0s outros, a questes hurna~ nas. Entretanto, a crenga na origem natural de ambos teve o poder de aproxims- los. Além disso, a rdpida evolugio dos conhecimentos das ciéncias naturals Podemos apontar, portanto, F como primeiro principio te6rico F dessa escola a tentativa de consti- Fir seu objeto, pautar seus métodos e elaborar seus conceitos & luz das = Jejencias naturais, procurando dessa maneira chegar 4 mesma objetividade “b'a0 meseno éxito nas formas de controle sobre os fendmenos estudados. = Qapositivismo fo1 0 pensamento que glorficou a sociedade européia Séeulo XIX, em franca expansdo. Procurava resolver os.confltos eee melo da exaltacSo' coesd0,harmonia natural ene os ind “yiduos, a0 bem-estar do todo social. “O posilivisma reconbeceu a cexistoncia de ica, quimica, biologia — e o visivel sucesso de suas descobertas no vtncipis Por mais evidentes que sejam hoje os limites, interesces, ideologias © “6 positivismo increment da prodo mater ¢ no conto dis os da natteza aed a sconcetos eer chard poutivsas da soiedade, por mais eataoa a ram of primeiros cientitas socials para o seu método de investgacio. Essa Tinga aco e HP que-cles tenham servido como lemas de uma aco politica conservado- —epestio soctal ¢ tentativa de dervar as ciénciassociais ds ciéncas fisicas € patente nas obras "™MOTIND® Be TO iustiticaiva para as relagdes desiguais entre sociedades, € pre q harmonia ds primeios estudiosos da realidade socal. © proprio Comte, antes de criar ine B Gio lembrar que eles representaram um esforgo concreto de andlise Ci dos indivtduos ‘otermo "sociologia" ,chamou de “sica social” as suas andlises da sociedade. entifica da sociedade. dade, Nasceu em Montpellier; Franga, davuma familia catolica e monarquista. Viveu a in- fancia na Franca napolednica. Estudou no, colégio de sua cidade e depois em Paris, fa Escola Politécnica. Tomou-se discipulo, de Saint-Simion, de quem sofred enorme in= |_Guencia. Devotou seus estidos a filosofia positivista, considerada por ele uma reli- gido, da qual era 0 pregador. Segundo'sua filosofia politica, existiam na historia tres estados: um teoldgico, outro metafisico € ‘Auguste Comte (1798-1857) ‘inalmente 0 positive, qua representava 0 oroamento do progresso da humanidade. Sobre as ciéncias,distinguia as abstratas das ‘concretas, sendo que a ciéncia mais com- pleka’e profunda seria a sociologia, cién- cia que batizouem sua obra Curso de fi- osofia positva, ém seis volumes, publicada entre 1830.6 1842. Publicou também: Dis- ‘Curso sabré 0 conjunto do positivism, Sis- tema de politica positiva, Catecismo positivistae Sintese subjetiva ‘simples postura de que a vida em sociedade era passvel de estudo ‘ecompreensio; que o homem possuta — além de seu corpo e sentimen- tos —_uma natuteza social; que as emacbes, 05 desejs e as formas de vida deivavam de contingéncias hist6rcas ¢ socials —, tudo isso foram Conquista de grande importéncia, Diante dessesestudos, no deveros perder a perspectiva critica, mas centendé-los como as primeira formulacbes objtivas sobre a socabil- dade humana. Até mesmo 0 fato de que tais formulagées nao estivessem tpressas num liv sagrado nem se justificassem por origem divina é Suficiente para merecerem nossa atencao. Foram teoras que abrram as portas para uma nova concep¢so da realidade social com suas ‘especiicidadese regras Quase todos 0s paises europeus economicamente desenvolvidos conheceram o postivismo, No entanto, foi na Franga, por exceléncia nar eons ecescmntbCAS. 73 ‘que floresceu essa escola, a qual, partindo de uma interpretagao or ginal do legado de Descartes e dos enciclopedistas,tinha na razao e 1a experimentagao seus horizontes tebricos. Entre 05 flésofos socias franceses, pode-se destacar HipoliteTaine, que formulou uma concepcao da realidade hist6rica resultante de tres forcas primordiais:a *raca", que constituiria 0 fundamento biol6gico; ‘0 “meio”, que incluiria aspectosfisicos e sociais; € 0 “momento”, que se constituiria no resultado das sucessbes histéricas. Outra figura re- levante 6 Gustave Le Bon, médico @ arqueslogo, contemporineo de Taine, autor de pioneira e controvertida obra sobre a “psicologia das, multiddes", na qual reflete sobre as crencas sociais mais gerai forma- doras da “mentalidade coletiva’ e sua ago em individuos compondo a multidao. Pierre Le Play, outro dessesfildsofos socias, tinha uma perspectiva naturalista bem acentuada, havendo concentrado seus esforcos na busca da *menor unidade social”, comparavel ao stomo da fsica ou as células da biologia. Le Play estabeleceu a familia como essa unidade bésica e universal, postulando que as relacbes socials seriam decortentes das relagdes familiares, em grau variavel de com- plexidade. Fora da Franca, cabe lembrar mais uma vez 0 trabalho do inglés Herbert Spencer, por suas reflex6es na linha do evolucionismo e do organicismo. ‘A maioria dos primeiros pensadores sociais positivistas permanece, pois, presa por uma reflexao de natureza flosofica sobre a hst6ria © a agdo humanas. Procedimentos de natureza cientifica, andlises sociol6- gicas baseadas em fatos observados com maior sistematizZagao tebrica «e metodologia de pesquisa 56 seriam introduzidos por Emile Durkheim ‘seu grupo, que estudaremos no pr6ximo capitulo, Litogravra de Rugendas(c 1835). Cietista ‘eropeus petcoreram 0 mundo ‘observando €| ‘dentifcand “espe ores = Compreensio de texto 1 Qual a influéncia das idéias e do teoria de Charles Darwin no pensomento sociolégi co positivsto? 2 Como. idéia evolucionista da biologie iransposta par os ciéncias sociais condicionou 6 visio dos europeus sobre as sociedades ndo-européios com os quais enfraram em contato @ partic do expansionizme imperalista? 3 Quais 0 dois movimentos que Comte dstinguia na sociedode® Como ele os relaco- nova? “a= Interpretasiio, problematizaséio e pesquisa 4 Identfique e discuta os caracteristicas do pensamento posiivista presentes neste texto: “Todos os diversos meios gerais de exploragio racional, aplict vveis as investigagoes politicas, concorreram espontaneamente para cestabelecer, de uma maneira igualmente decisiva, a inevitavel ten- ‘déncia primitiva da humanidade a uma vida principalmente militar © seu destino final no menos irresistivel a uma existéncia essencial- ‘mente industria ae EE & curso de lost posts In: AYALA, Franco. a ‘Historia deta scselogia.Bchos hie: Lesa, 1947. P77. {5 Com bose nos caracterislicas do pensamento positivista, analise este texto de Comte: jossa exploracio hist6rica deverd ficar quase unicamente redu- zida a selegto ou 4 vanguarda da humanidade, compreendendo a maior parte da raca branca ou as nagdes européias ¢ até limitando- nos, para maior precisio, sobre todos os tempos modennos, 20s po- vvos da Europa Centra.” 6 O texto a seguir é de autoria do filésofo sociel Le Bon e foi retirado de sua obra A mubidéo, escrita em 1895. leiao e responda & questio 0 seg *Pelo mero fato de formar parte cle uma multidao organizada, um homem desce varios degraus na escala da civiizagio. Isolado, ele poderd ser um individuo cultivado; na multidao, € um barbaro— ou seja, uma criatura que age por instinto.” In COHN, Gabriel. Sociologia da comunicago, ‘io Paulo: Poneta, 1975. p20, Que coracteristicas do pensamento positvisla-evolucionista podem ser encontrades 10 texto? 7 Pesquise artigos de jornal ov revista que contenham algume descrigGo ov opinido sobre um acontecimento qualquer envolvendo alividades desempenhadas por mul-

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