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Os
Mortos-Vivos vinham de um mundo deslocado. Ali, literalmente bilhes de pessoas vi
viam
e sofriam beira da fome. No tinham terra. Companhias poderosas compraram toda a t
erra
para cultiv-la
saque-la
com fertilizantes, pesticidas e monoculturas inadequadas.
De
modo que os semterraterra
para cultiv-la saque-la
com fertilizantes, pesticidas e monoculturas inadequadas.
De
numa granja. Obtendo uma promoo, trabalhara uns tempos num matadouro, antes de emi
grar
para a Holanda, onde roubara uma doceira. Mais tarde, foi vocalista de um grupo
chamado
As Portas da Eclusa.
Vestia uma jaqueta bufante de lam dourado, cales justos de zibelina e botas de cano
alto,
amarradas. Estava de cabea raspada; aconselhara-se quanto a esse detalhe.
Sobre a mesa sua frente havia um cutelo novo em folha, especialmente afiado por
um cidado
de Genebra, representante da companhia sua que fabricara o instrumento. De quando
em quando, Flammerion lanava um olhar para
um sinal da freira, Flammerion fechou o jornal. Levantou-se e pegou o cutelo. G
algou as
escadas com passos firmes e emergiu em meio luz resplandecente dos holofotes.
Uma reprter da televiso norte-americana, trajada com um vestido vermelho-sangue, d
isse
docemente: Se seus planos imediatos para esta noite no incluem decapitao, sugerimos
que voc desvie os olhos do aparelho por alguns momentos.
Cessados os aplausos, Flammerion assumiu sua posio entre as marcaes de giz.
Curvou-se sem um sorriso. Ao passar o cutelo para a mo direita, a lmina cintilou s
ob as
luzes. A multido fez um silncio de morte.
Flammerion desceu a lmina sem d, para que lhe fatiasse a garganta at a nuca. A cabea
caiu certinha do corpo.
Ele continuou de p uns instantes, soltando o cutelo da mo.
A platia demorou a aplaudir. Mas tudo transcorreu muitssimo