Você está na página 1de 4
ae Fear do Cons Gores pd Tribunal Judicial de Vila Nova de Gaia 2° Vara de Competéncia Mista Cons. Vloo da Ci, 01+ 40850 Via Nova de sia “elt 25776200 Pox 225730679 Mat wi e@tobun oe CONCLUSAO - 12-09-2011 (Termo electrénico elaborado por Escrivao Auxiliar Carla Manuel Ferreira) =CL Admito a reconvengao, enneses Fixo a ace o valor de euros 103.703,21. ‘Ao abrigo do disposto no art? 508-B n° 1 alineas a) eb) do C.P.C. consider dlispensivel a realizagao de audiéncia preliminar e passo de imediato a proferir: DESPACHO SANEADOR O tribunal é competente em razdio da matéria, da nacionalidade e da Nao ha nulidades que enfermem todo o processado. As partes possuem personalidad e capacidade judiciarias, sendo legitimas. Inexistem quaisquer outras nulidades, excepgdes ou questdes prévias de que cumpra conhecer ¢ obstem 4 apreciago do mérito da causa. arquia, MATERIA DE FACTO ASSENTE A) A autora dedica-se A indstria de carpintaria, designadamente, para a construgdo «i ¢ obras piiblicas, e 0 comércio, sob qualquer forma, de produtos nacionais ¢ estrangeiros, assim como a prestago de servigos relacionados com estas actividades, B) No Ambito daquela actividade A. e Réu acordaram no fornecimento e aplicagao de carpintaria, pela primeira, numa moradia do 2° sita em Vila Praia de Ancora. °) Na execugao de tal acordo, a solicitagao do réu ¢ de acordo com as suas instrugSes, a autora procedeu ao fornecimento e assentamento em obra de diversos materiais de carpintaria, Tribunal Judicial de Vila Nova de Gaia 2" Vara de Competéncia Mista Rua Cons. Veloso da Cuz, 801-402-302 Vila Nova de Gaia Tele 223796200 Fax: 225756579 Mai: vga. eens orp D) Por conta dos trabalhos referidos em C) a Ré pagou a A. a quantia global de euros 104,000,00. E) No Ambito da execugio dos trabalhos referidos em C) a A. procedeu a0 envernizamento do chao de toda a casa do Réu, bem como ao revestimento das paredes com paingis de aglomerado folheado a wengé. F) Tais paingis, aps o seu assentamento, revelaram manchas escuras na parte inferior. BASE INSTRUTORIA 1°. No Ambitos dos trabalhos referidos em C) a A. procedeu a execugfio de todos os trabalhos descritos na factura de fls, 49 e ss., designadamente porta de entrada principal, caixilharia exterior, portadas interiores pivotantes, portas interiores pivotantes, armarios, revestimento de paredes, pavimento em deck, tecto exterior, escadas e pavimento em madeira? 2° Tais trabalhos atingiram 0 valor de euros 177.349,52 com IVA incluido? 3° Conforme acordado entre A. ¢ Réu os descritos trabalhos deveriam ser pagos na data de emissio da respectiva factura? 4°. A A. emitiu a factura de fls. 49 e ss, em 17 de Dezembro de 2009 tendo, nessa data, enviado a mesma ao Réu que a recebeu? 5° Nas negociagGes prévias & celebragio do acordo referido em B), a solicitagio do Réu, a A. apresentou-lhe uma proposta de pregos para a realizacio dos trabalhos em causa no valor de euros 149.639,37, sem IVA? 6°- O Réu aceitou tal proposta? 7°. No decurso da execuedo da obra o Réu solicitou a A. que realizasse trabalhos no incluidos no acordo inicial tais como o fornecimento e aplicacao de caixilharia exterior, portadas, vao de porta, portas interiores ¢ armérios da lavandaria na zona denominada por “Casa do Caseiro”; trabalhos esses que a A. efectuou? 8° O valor indicado na proposta inicial pela A. para o pavimento em deck de madeira foi mais alto do que aquele que efectivamente a A. veio a despender, tendo, em consequéncia, esta ajustado com o R. que tal decréscimo seria relevado em sede de prego final? « x, ‘Se Tribunal Judicial de Vila Nova de Gai: 2" Vara de Competéncia Mista Rua Cons, Vols dt Cruz, 80] «4404-302 Vils Nova de Gaia Tele 225775200, Fax: 225755579 Mai: wagner 9*- A.A. procedeu ao envernizamento do cho numa altura em que todas as madeiras aplicadas na horizontal (revestimentos de paredes, portas de roupeiros, portas das assoalhadas ¢ rodapés) estavam jé colocadas? 10 Quando a A. procedeu ao envernizamento do soalho nao teve 0 cuidado de isolar as madeiras que estavam na vertical e por forga da libertagdo dos vapores do verniz todas as madeiras (revestimentos, portas, rodapés) que estavam colocadas na vertical ficaram queimadas e manchadas, apresentando, numa faixa irregular de 30 a 40 cm de altura e a0 longo de toda a sua extensio, uma cor diferente, com um ar velho e muito degradado? 11° A A, reconheceu o seu erro e prometeu resolvé-lo, garantindo ~ numa primeira fase ~ que caso fosse necessério substituiria todas as madeiras verticais? 12% Para esse efeito a A. procedeu a raspagem de uma zona das aludidas madeiras verticais queimadas para apurar se o dano havia sido apenas & superficie, pois caso assim fosse a mera raspagem da camada queimada e novo envemizamento poderia resolver 0 problema? 13°. Feita a experiéncia constatou-se que tal nfo seria solugio, pois as madeiras colocadas na vertical haviam sido atingidas quase até ao seu mago, pelo que por mais que se raspassem, a mancha escura de madeira queimada pelos vapores dos quimicos do verniz no desaparecia nem, tio pouco, disfarcava? 14°- Entiio a A. protagonizou outra solugo; forrar todas as madeiras das paredes com uma “folha” de apainelado cor da madeira existente, ficando, na pritica as paredes de madeira forradas a madeira? 15°- A A. forrou o corredor da casa com os ditos apainelados, que foram colados a madeira — estragada — pré-existente que servia de revestimento, sendo que os apainelados colados comegaram a descolar-se, os painéis comecaram a ganhar “bolhas” e as paredes no ficavam lisas e uniformes, apresentando um ar rugoso e um aspecto degradado, aparentando estar prestes a desabar? 16°- Constatou-se, eno, que a tinica solugdo seria arrancar todos os revestimentos Iaterais, portas dos roupeiros e portas das diversas assoalhadas em madeira e colocar outros em sua substituigao, sendo que para tal seria necessdrio retirar as madeiras das paredes, destruir os tectos falsos ¢ as zonas envolventes as ditas paredes que sempre ficariam degradadas? 17°. O Réu concordou com tal solugdo e ficou & espera que a A. calendarizasse os trabalhos para 0 efeito, o que nao chegou a acontecer tendo esta, no inicio de Dezembro de 2009, comunicado ao Réu que afinal nfo iria proceder as reparagGes/substituigdo das madeiras danificadas e que, quando muito, poderia fazer um desconto naquilo que ainda estivesse por pagar? Tribunal Judicial de Vila Nova de Gaia 2+ Vara de Competéncia Mista un Cons. Veloso da Cruz 801 = 4404502 Vila Nova de Gaia ‘Tele 225776200 Fax 225736679 Mai wpa etna org. 18°. A situag4o descrita em G) ocorreu por causa da existéncia de humidade e infiltragdes de agua nas paredes, jd que a moradia em causa apresenta um nivel anormal de humidade relativa do ambiente © excesso de humidade nas paredes? 19°. A degradagao do revestimento das paredes em madeira deveu-se & condensago da face interior dos painéis, resultante da humidade proveniente da ascenso capilar através das paredes ¢ do pavimento, que acabou por provocar o intumescimento ¢ deformagdo do ‘material (escurecimento ¢ apodrecimento da madeira)? 20%- Ao exposto acresce que, j4 depois de executados os trabalhos de revestimento das paredes a madeira, ocorreu uma ruptura das tubagens interiores de agua, concretamente numa instalagdo sanitéria, “paredes-meias” com 0 hall onde se situam as paredes em causa? 21°- Tendo a gua derramada sido absorvida pela madeira dos paingis de revestimento, 0 que provocou a dilatagao da madeira? 22°. A A. procurou proceder a correcgio dos referidos vicios, tendo desde logo, porém, dito ao Réu que a sua eliminagao s6 seria eficaz se previamente fossem resolvidos 6s problemas de humidade verificados na obra? 23°. Assim, a autora comegou por proceder a raspagem dos painis danificados e ao consequente envernizamento? 24°. Tal operagdo nao se revelou eficaz. uma vez que, em face do nivel de humidade, voltaram a reaparecer as manchas escuras na madeira? 25°. Foi er madeira? que a A. decidiu forrar todos os paingis com nova camada de folha de 26°- Tal operagiio nao foi bem sucedida, pois a humidade voltou a aparecer ¢ fez descolar essa camada de folha de madeira? 27°- Em face disso, a A. sugeriu ao Réu remover todos os painéis de revestimento de paredes danificados, para posterior fornecimento e assentamento de novos painéis tendo-se aquele recusado a pagar o prego de tais trabalhos, apesar de a A. se ter comprometido a nfio debitar qualquer custo pela remogdo dos painéis danificados? Notifique.

Você também pode gostar