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O Belo, o Inútil e A Poesia
O Belo, o Inútil e A Poesia
Hermeto Paschoal, compositor arranjador e multi-instrumentista brasileiro, nascido em 22 de junho de 1936, em Olho
Paulo Leminski, escritor, poeta, crtico literrio, tradutor e professor brasileiro, nascido em Curitiba, 24 de agosto de 1944 e
falecido em Curitiba, 7 de junho de 1989.
E, guisa de abertura para novas divagaes, remetemo-nos, mais uma vez, a Hermeto Paschoal: ...[na msica] o que d
dinheiro sempre burrice...No tive e nem vou ter nenhum retorno financeiro com minha obra, mas meu prazer, minha alegria,
continua sendo tocar. Por isso, as minhas msicas eu quero mais que sejam pirateadas. Quero mais que as pessoas toquem,
ouam, a conheam. E pra mim, quem reclama da pirataria quem faz msica apenas para vender. Meu valor no so as notas
de dinheiro. So as notas musicais... e, complemento eu, o valor depositado nas notas musicais no outra coisa seno a
liberdade de gozar o belo na inutilidade do cio, distncia do labor e do trabalho que escravizam nossas almas e limitam
nossas mentes.
Poesia
Paulo Leminski
words set to music (Dante
via Pound), uma viagem ao
desconhecido (Maiakvski), cernes
e medulas (Ezra Pound), a fala do
infalvel (Goethe), linguagem
voltada para a sua prpria
materialidade (Jakobson),
permanente hesitao entre som e
sentido (Paul Valery), fundao do
ser mediante a palavra (Heidegger),
a religio original da humanidade
(Novalis), as melhores palavras na
melhor ordem (Coleridge), emoo
relembrada na tranquilidade
(Wordsworth), cincia e paixo
(Alfred de Vigny), se faz com
palavras, no com ideias (Mallarm),
msica que se faz com ideias
(Ricardo Reis/Fernando Pessoa), um
fingimento deveras (Fernando
Pessoa), criticismo of life (Mathew
Arnold), palavra-coisa (Sartre),
linguagem em estado de pureza
selvagem (Octavio Paz), poetry is to
inspire (Bob Dylan), design de
linguagem (Dcio Pignatari), lo
impossible hecho possible (Garcia
Lorca), aquilo que se perde na
traduo (Robert Frost), a liberdade
da minha linguagem (Paulo Leminski)