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CROCE HEEHOAHOHAHOHEHHHEHEHHHHHHEH OHHH HHH OHHH HED UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROGRAMA DE POS-GRADUAGAO EM ENGENHARIA DE MINAS, METALURGICA E DE MATERIAIS - PPGEM FRAGMENTAGAO PRINCIPIOS E APLICAGOES A ENGENHARIA MINERAL NOTAS DE AULA Instrutor: Luis Marcelo M. Tavares i Setembro/1997 e teetree rere eoeeeoeoeoereeoeoeeeesneoeoeeeeseeeeseeseseeee ‘ pilha ou correia, sob condigdes dtimas de iluminago para garantir uma boa qualidade das imagens. Estas imagens so entao digitalizadas e analisadas subseqiientemente em computador. A etapa de anélise, de imagem consiste da filtragem, corregdo (para distorges no caso de medidas de corpos em movimento como correias transportadoras), segmentagdo ~ que pode ser manual ou automética —, identificagao, medida da distribuigdo de interceptos lineares.ou-perimetros, ¢ transformagio'(estereolégica ou nfo) dos dados para geragdo da distribuigdo. volumeétrica de tamanhos', A Figura 2.1 apresenta um exemplo deste Procedimento, mostrando a imagem original e 0 resultado do processamento e segmentagdo. Observa-se que ~ de um modo geral — a agem resultante parece satisfatéria Figura 2.1. Imagens original (esquerda) e depois do processamento e segmentagao Varios sistemas comerciais ja existem que permitem a medida da distribuigdo de ‘amanhos tanto na pilha de minério desmontado como em uma correia transportadora exemplos so 0 FragSize’ e 0 U of U Particle Size Analyser! e Estes programas consistem de médulos de captura eletrOnica da imagem usando uma cémara de video (tipo VHS), ‘ransferéncia desta imagem para um microcomputador via um frame grabber © Aeitelicasdo, aiseginéntagdo; que é.0 reconhegimento,doslimitesente'aéiparticulaé, é uma “taps problemética pois as bordas entre as pariculas no sfo sempre de fic identificagdo Também, particulas menores tem maior probabilidade de serem escondidas pelas maiores e "CL. Lin, ¥.K. Yen, & J.D. Miller, ‘Annual Meeting, Preprint 95-241. *A. Scot (Ed), Open pit blast design, JKMRC, University of Queensland, 1996, On-line coarse panicle size measurement - industrial te 1g, 195 SME 333533930 ae $3533 G oe 8353338393899 35588388 5 ‘A medigao desta distribuigdo de tamanhos de blocos nao ¢ simples nem pode ser realizada diretamente. Torna-se necessario, assim, utilizar métodos indiretos, baseados em informagdes coletadas em campo, anélise estatistica dos dados, simulago das descontinuidades e medida da distribuigao de tamanhos de blocos. Estes métodos podem usar informagdes das descontinuidades em uma ¢ duas dimensdes. Informagdes em uma dimens&o podem ser obtidas de testemunhos de sondagens*, enquanto informagdes em duas dimensdes podem ser obtidas através de mapeamentos estruturais de faces de lavra’ usando, por exemplo, 0 método dos scanlines’, Em muitos estudos de pré-viabilidade e de viabilidade técnica preliminar, perfis de sondagem sao freqtientemente a iinica fonte de informagao da rocha, Este tipo de informagio unidimensional pode, semi-empiricamente, ser usada para desenvolver um modelo de blocos do macigo’. A distribui¢o unidimensional (de interceptos lineares ou cordas) acumulada de fragmentos ¢ inicialmente calculada e transformada empiricamente para gerar a distribui¢do tridimensional. Hardy et al.’ obtiveram sucesso no caleulo da distribuig¢éo de blocos in situ para rochas com valores de RQD inferiores a 50 % © com sistemas de juntas bem definidas. Similarmente, métodos que usam medidas bidimensionais’, baseadas no mapeamento de frentes de lavra usando scantines também tem sido usados com algum sucesso na caracterizagdo de descontinuidades e estimagao de distribuigdes de blocos in situ, ‘A.J. Hardy, TM, Ryan & J.M, Kemery, Block size distribution of in situ rock masses using digital image processing of drill core, Int. J. Rock Mech. Min. Sci., Voi. 34, No. 2, pp. 303-307, 1997, J. Aler, J. Du Mouza & M. Amould, Measurement of the fragmentation efficiency of rock mass bl its mining applications, Int, J. Rock Mech, Min, Sci., Vol. 33, No. 2, pp. 125-139, 1996. ‘3. Briest & J.A. Hudson, Discontinuity spacings in rock, Int. J. Rock Mech, Min. Si, Vol. 13, pp. 135- 148, 197 "A.J. Hardy, TM, Ryan & JM. Kemery, Block size distribution of in situ rock masses using digital image [rosessing of drill core, Int. J. Rock Mech. Min. Sci. Vol. 34, No. 2, pp. 303-307, 1997. A. Scott (Ed.), Open pit blast design, JKMRC, University of Queensland, 1996. \gand o 2 ® > ° » ™ ° 2 +o oo GOGO 4393889599383 H8TFHSIPITIDG IGG CAPITULO 3 PRINCIPIOS DA DEFORMAGAO E FRATURA DE ROCHAS A fragmentacao pode ser entendida como o proceso resultante da deformagio (que ocorre devido a aplicacdo de esforgos), da iniciagio (ativagao) de defeitos, e da sua Propagagio e coalescéncia formando fragmentos. © entendimento e a a se Guantitativa destes estégios € de grande relevincia na descrigio da fragmentagdo. Embora varias das solugdes teéricas sejam somente aplicdveis a estados de tensdes relativamente simples, os conceitos decorrentes auxiliam 0 entendimento — embora qualitativamente ~ das condigdes complexas de esforgos que existem na pritica, Alguns dos principios basicos da resisténcia dos materiais (mecanica do continuo) © da mecdnica de fratura relevantes 4 fragmentagdo de rochas so revisados a seguir, e Conceitos relevantes a deformagao e fratura de materiais sélidos so definidos, 3.1 Mecanica do continuo Particulas ou blocos de rocha ou minério s io fraturados como o resultado da ago de esforcos (ou tensées). Os esforgos podem ser genericamente classificados como hormais ou tangenciais. Esforgos normais, por sua vez, classificam-se entre compressto © tragdo, enquanto os tangenciais so os de cizalhamento. Antes de sua fratura ou ruptura, a primeira resposta de um sélido a esforgos se da na forma de deformagées. Deformagées eldsticas so aquelas nas quais a resposta do material aos esforgos & somente afetada pelo esforgo presente. Nao existem efeitos de tmeméria que possam comprometer a resposta posterior do material. Também, a energia acumulada durante 0 carregamento é totalmente recuperada no instante em que as cargas sto removidas, Um caso particular do comportamento elstico € © elistico linear, caracterizado pela relagao linear entre tenses e deformagdes. No caso das deformacoes em uma dimensio resultantes de esforgos normais, temos a equagaio Ye GL) Equacio (3.1) € a famosa lei de Hooke, na qual ¢ é a deformagio espectfica, ¢ o< @ tenso. Y € 0 médulo de elasticidade longitudinal do material médulo de Young — também chamado ~ © qual corresponde & constante de proporcionalidade da relagio. A 35353899 9D a 2 a e © s & e cs 2 2 s * J e e e * e a * ® a - ° ,a9 u deformacio especifica € dada por € = A/d, onde A é a magnitude da deformago e d é 0 tamanho inicial da amostra, ¢ o = FIA, onde F & a carga axial e A é a secao transversal da amostra, Para um cristal perfeito, Y depende das orientagdes dos esforgos, no entanto no caso de s6lidos policristalinos como rochas, os quais possuem uma distribuic randomica de cristais em tamanho e orientago, Y é melhor interpretado como uma Constante relativamente isotrépica efetiva de elasticidade do material, O médulo de elasticidade de rochas pode ser igual ou inferior a 10 GPa para algumas rochas sedimentares ¢ mirmore € atingit os 80 GPa e acima para algumas rochas igneas © quartzitos, por exemplo. Similarmente ao médulo de Young, o médulo de elasticidade transversal (ou médulo de rigidez G) representa a constante de proporcionalidade entre esforgos de cizalhamento e deformagées transversais, Existem materiais nos quais a resposta a esforgos nao é elstica. Este comportamento inelastico pode ser decorrente de deformacdo permanente ou do efeito do tempo na deformagio do material, entre outros. Diferentes de deformacées elisticas, estas deformagées consomem energia e esta energia nfo recuperdvel. Tradicionalmente se distingue entre 0 comportamento plastico e o viscoso. Estes tipos de inelasticidade se Superpoe 40 comportamento elistico € constituem 0 que se denomina o comportamento clasto-plistico © © comportamento visco-eléstico, © comportamento elasto-plistico resulta em uma deformacio permanente do material - como a que ocore em varios Metais — que no desaparece com o tempo, pois este no depende do mesmo. O Comportamento visco-eléstico se caracteriza pela forte dependéncia da velocidade de carregamento ou deformagio, além da temperatura. Quanto mais lento 0 cartegamento, mais inelasticamente se comporta © material. Um material pode ser comportar clasticamente no carregamento répido, © visco-elasticamente em carregamento mais rapido. Assim, quando se deseja fraturar materiais visco-cldsticos, deve-se controlar a ‘emperatura ¢ a velocidade de carregamento para que o material se comporte clasticamente Com raras excegées, como por exemplo rochas salinas ¢ alguns carvées que Podem upresentar significativas deformagées visco-eldsticas ou elasto-plésticas, materiais Fochosos séo geralmente caracterizados por deformagées predominantemente elésticas, como mostra a Figura 4.1. Em alguns casos, como por exemplo nas Figuras 4.lc ¢ 4.1d, 5993989999939 599999989D 933 THFDIFIIIITIDDDHNSHIIDSDIDIYS deformagées ineldsticas podem estar presentes, ¢ caracterizam os mesmos como elasto. Plésticos. Cabe, entretanto, estabelecer a distingdo entre 0 comportamento elasto-pléstico de metais ¢ aquele que se observa em rochas, Enquanto nos primeiros atualmente se Feconhega que o mesmo seja decorrente do actimulo de deslocamentos na microestrutura do material, sabe-se que as deformagées inelésticas associadas & deformagao de v. frias Fochas estd associada & evolugdo do fraturamento do material antes da ruptura assunto € de grande relevancia & fragmentag ee a naar cine (0) (+) % 7 ' 8 ? T 6 2 . Eteitatrane) € ita) () (8) Figura 3.1 Curvas tensao-detormagao para com pressao Uniaxial para calcdrio (a), dolerito (b), quartzito (c) e arenito (¢)" A densidade de energia acumulada pelo material durante a deformagéo de um S6lido € dada por daiwa? an thete E, f g dé ( G2 AP Oe wnserte "LC. Jaeger & N.G.W. Cook, Fundamentals of Rock Mechanics. 3" edigdo, Chapman and Hall, 1979. 13059986398 ADDD1398D9H88HIBBD 193995939333 383838985898999959H9 1B onde E, é a energia de deformacéo por unidade de volume para uma deformacao unidimensional. Deformagses elésticas ou ineldsticas siio o meio que o sblido (€ a sua estrutura inema) dispde de armazenar ou dissipar, respectivamente, a energia introduzida na forma de esforgos, A medida que os esforgos aumentam, 0 sélido nao mais & capaz de suportar Os esforgos ¢ a ruptura ocorre. Os esforgos responséveis pela ruptura do material podem Ser determinados em ensaios de laboratério em espécimens padronizados (a sisténcia € simplesmente a razdo entre a forga responsavel pela fratura e @ rea P| P a da seco transversal da amostra), Rochas sdo normalmente caracterizadas pela sua elevada dureza (que pode ser definida como a resistencia & indentagio ou deformagio plastica), mas normalmente no do muito tenazes ou resistentes, Valores tipicos da resistencia A compressio uniaxial varlam de menos de 50 MPa para alguns caledrios para acima de 450 MPa para algumas rochas igneas A resisténcia & tragio destas rochas equivalem a aproximadamente 10 % Estes sio relativamente baixos comparados com a fesisténcia de agos, que é tipicamente superior & 700 MPa © motivo desta tenacidade relativamente baixa € a da resisténcia & compressio uniaxial Presenca de micro e macro efeitos na sua estrutura, que funcionam como concentradores de tensdes e que Brscipitam a ruptura do sélido, Materiais que apresentam este com es pela deformacao cldstica antes da ruptura e por uma elevada velocidade de Pr ropagacao da fratura. Esta se Contrapde & fratura dictil, a qual é acompanhada por grandes deformagdes plésticas antes do desenvolvimento da fratura Considerando a importincia dos defeitos na fratura de discutida a seguir 5938965993380 08338202933930N59955958555303838083838908009088980 3.2 Mecanica de fratura Uma teoria da fratura de materiais frégeis foi desenvolvida por Griffith? na década de 20, ¢ que mais tarde culminow na teoria modema da mecénica de fratura, Em esséncia Griffith foi capaz de explicar por que a resisténcia real de materiais frageis como vidro era significativamente menor que a resisténcia prevista através de célculos tedricos assumindo a ruptura de ligagdes atémicas entre pares de stomos. Griffith postulou que a baixa resisténcia observada para materiais frégeis era resultado da presenga de pequenos defeitos ou microfraturas no material. Quando um material contendo defeitos é tensionado, estes defeitos agem como amplificadores de tenstio de modo que as tensdes a0 longo da superficie do defeito (greta) sio significativamente maiores que as tensdes médias ao longo da sesso do material © conceito bisico da hipétese original de Griffith € baseado na condigo que a variagio total da energia potenci 1 dU resuttante da extensio de uma falha (greta) é balanceada pela energia eldstica de deformagio U, armazenada na estrutura, ¢ na energia Superficial das faces livres da greta U,, De acordo com o critério de Griffith, a fratura ird Propagar sob uma tensio constante aplicada o se um aumento infinitesimal do comprimento da fratura ndo produzir qualquer mudanga na energia total do sistema (aVide=0), de modo que um aumento na energia superficial € compensada por um aumento da energia eldstica no material, que dé dU, du, Sactearac 2 onde 9 semi-comprimento da fratur) €£0 semi-comprimento d Para o caso de uma falha (greta) em uma placa de espessura muito pequena carregada sob tensio, com U,=4cy, ¢ U,=-a'e'o?/Y, Equacio (3.3) se torna oven = /2¥7, (3.4) Para um solide frégil ideal, o lado da direita da Equago (3.4) inclui somente constantes que dependem do material. Assim, a iniciagao de fraturas ocorre quando o grupo over atinge um valor critico, chamado tenacidade a fratura (ou “fracture toughness”) Ke A.A. Griffith, The phenot 163-168, 1921 of rupture and flow in solids, Phil. Trans. Royal Soc., Ser. A, Vol. 221, 38388. 9933989393839 T7793 HHHHFH3H98IH5HHH8H93TI9HHHTIIVOID Reorganizando Equacao (3.4), a tenso para a fratura de um material frégil ideal € entdo dada por / « lbpee> (2k)? 2 / V4 w=} f (3.5) ue indica que a tensio requerida para a iniciasio de fratura em um material frégil ideal é inversamente proporcional taiz.quadrada do comprimento da fratura Reconhecendo que a maior parte dos sélides sofrem alguma deformagao plastica na zona préxima & ponta da fratura, de modo que a energia para propagagio da frature nfo € somente consumida na quebra de ligagdes atémicas yy mas também na deformagao mictoplastica préxima & ponta da greta Yp Irwin? modificou Equacdo através da Substituigdo de %, por yy, (=) de modo que Gor onde 77 energia especifica de fratura. Ela foi originalmente considerada uma constante Para cada tipo de material, mas mais recentemente tem sido demonstrado que ela pode ser afetada pelo tamanho da fratura e pela sua velocidade de Propagacao. © resultado principal da teoria de Griffith & que quanto maior 0 tamanho do defeito, menores as tensdes necessérias para a fratura Este efeito do tamanho do efeito Pré-existente no material resulta em uma grande Variabilidade da distribuigdo de ‘esisténcias e do efeito de escala na resisténcia mecdnica de materiais frageis (segao 3,5). ratura, sendo necessdria a preseng: Para que ocorra a ruptura frégil existiriam esforgos de tens: a de Poder-se-ia se pensar que nio io sob condigdes de compressdo unidimension, al simples. uma andlise mais detalhada, que considere todas Entretanto, as possiveis orientacdes de ‘efeitos, mostra que se produzem esforgos de tensio na orientagio adequada, global Ponta de uma elipse de mesmo quando 0 s6lido como um todo se encontra sob compressio Como resultado, a resisténcia 4 compressio de materiais frageis € quase uma ordem de magnitude maior que a resisténcia a tragdo. Este, incidentemente, é 0 principio *GR. Irwin, Fracture d ‘namics. In: Fracturing of Metals, American Society of Metals, Cleveland, pp. 147. 166, 1948, 99355995 FTH97TH19898H4HHFH97HIHH8HTDHHI9HTDHHFHT9V9F9BETDOHSOD 16 usado na medida da resisténcia A tragdo de materiais frégeis usando o ensaio Brasileiro, ‘no qual um espécimen cilfndrico é submetido a esforgos radiais, A resistencia € menor que a ideal porque o esforco global ndo precisa ser suficientemente grande para romper todas as ligagdes de uma vez, mas sim ele precisa ser elevado 0 suficiente para romper aquelas ligagdes na ponta do defeito mais critico do material, Os conceitos discutides acima fazem parte de uma drea chamada mecfnica de fratura eldstica linear, cujas bases jé estava estabelecidas antes do final da década de 60. Estes coneeitos assumem que o material € continuo, idealmente frigil, e que a tinica de ontinuidade presente € a greta de Griffith. Em materiais como rochas. isto nao é em geral vilido, devido & presenga de vérias outras descontinuidades como interfaces de ‘es, poros, outras fraturas, e inclusdes, as quais tem potencial de dissipar a energia da ; © provocar a parada na propagacao das mesmas. A parada na propagagdo de uma fratura pode permitir que outras fraturas também se desenvolvam paralelamente, de modo que a rocha vai somente soffer ruptura quando uma grande proporedo destas fraturas coalescer, produzindo uma macrofratura que atravesse toda a segdo do sélido. Desta Forma, reconhecendo estas limitagdes da mecdnica de fratura tradicional, alguns Pesquisudores desenvolveram uma teoria que evita as dificuldades de descrever a evolucdo de cada fratura individual no s6lido € sua interagao descrevendo a mudanga de uma ‘ou um grupo) de varidveis de estado que dependem das tensdes aplicadas. Esta ‘eoria. iniciada pelo trabalho de Kachanov‘, é abordada resumidamente a seguir. 3.3 Mecdnica do dano Usando um simples modelo de barras paralelas para representar 0 comportamento de um sélido perfeitamente clistico submetido & esforgos de tenstio, Kachanov demonstrou que a rela entre tensbes © deformagdes em um material fr: 1, mas que contém microfraturas. é dada por onde D é a varidvel de dano. =. “LM, Kachanov, Time of the rupture process under creep conditions, Izv. Akad. b pp. 26-31, 1958, wuk AN SSSR, Vol. 8 3 o@900080D. 9995393998339 9F]98]T}3 98H 9199855959949 HITHT393T008 Se definirmos um médulo efetivo de elasticidade para o material como, ¥=U-D) Y , ent&o a equagao constitutiva do material toma-se simplesmente o = Ye A mecinica de dano.do continuo (CDM — do inglés continuum damage mechanics), essencialmente usa-as relagdes tensdo-deformagao da elasticidade ao mesmo Tempo que defini¢des de médulo de elasticidade efetivo para descrever a influéneia da scumulago de dano no material no comportamento mecéinico de sélidos Figura 3.2 mostra resultados de ensaios de com, ipressdo triaxial em uma amosira de quartzito argiloso. Tensio axial gmax ezeatemax 7 Feito ae —__. A varidvel de dano tem um papel central na mecdnica de dano do continuo, Elaé ‘elacionada as tensdes e deformagdes no sélido através da lei de evolugao de dano. Como mostra a Figura 3.2, 0 dano (ou microfraturamento ) $6 se torna significativo depois de deformagdes_minimas Para uma amostra intacta, ela varia de 0 no inicio do SSrregamento até 1, que corresponde a desintegra¢o completa. A v aridvel de dano pode ser um escalar, um vetor ou um tensor A varidvel de dano escalar tem sido usada mais aK Hallbauer et a., Some observations concerning the mictoseo specimens in stiff triaxial compress pic and mechanical behavior of quartzite ion tests. Int, J, Rock Mec! fh. Min, Sci., Vol. 10, pp. 713-726, 1973, 1999083838968 58983308939000 9939893999888 38903908388808993% freqitentemente dada a sua simplicidade e sua habilidade de descrever dano isotrdpico. Alguns autores® tém proposto que a lei de evolugdo de dano pode ser descrita por uma fungio poténcia do tipo D=(€/€,4)! G8) onde 7€ conhecida como a constante de acumulagio de dano. Valores de e.,,¢ podem ser encontrados, por exemplo, para descrever as: encontradas na Figura 3.1, Se/7¥ alto, curvas tenséo-deformagio nenhuma acumulagio de dano vai ocorrer até muito préximo da fratura; se o valor de 7 Yor baixo o microfraturamento € significativo \ mesmo a Pequenas deformagées relativas. Assim, a constante de acumulago de dano é um indice que indica se 0 fraturamento interno que ocorre pve do material é gradual ow . 2F ef sad freon Se ocorre subitamente no instante da ruptura, € © modo de acumulacdo de dano vai ter relevantes consegiléncias no que diz, Tespesto a fragmentagdo, Materiais como cristais, tipicamente apresentam acumulagdo de ano muito ripido, caracteristico da fratura frégil. Estes materials se comportam clasticamente e em geral a propagagao de fraturas € limitada ao toda stante da ruptura, onde “ energia eldstica armazenada € usada na propagacio de uma (ou algumas) fratura(s) 0 solide que podem (ou nao) bifurcar. © resultado & que Poucos fragmentos, hormalmente de tamanho grosseiro ¢ um niimero limitado de fragmentos materi No caso de NS Hos quais 0 acdmulo de dano se dé gradualmente, como aquele mostrado na ura 3.2, a ativagdo © a propagacdo de microfraturas se d4 durante inelistica do material a deformagao © resultado € que um nimero maior de fragmentos e de Branulometria mais fina vai resultar do primeiro evento de ruptura do sélido Estas e onwas relagoes entre o mecanismo de fratura e a fragmentagio resultante vio ser abordadas em maior detalhe no Capitulo 5, 3.4 Fratura de esferas e particulas AME este ponto, tem-se considerado que as tensdes deformagdes se distribuem ‘uniformemente no s6lido, como € 0 caso da compressio ou tragio uniaxial e Prova cilfndricos. m corpos de Na pritica, em varios casos de interesse na fragmentagio, como por ° KE. Loland, Continuous damage model for 10, pp. 395-402, 1980, ad-response estimation of concrete. Cem. Conc. Res., Vol ea a e e « e ® e e e e e e a e ° 2 2 ® a e c e ® c e & e 2 ® * a © o c a e e « i} a e e e e e « a 19 exemplo a compressio de particulas irregulares ¢ a ago percussiva de bits de perfuragio, © carregamento no € uniforme, mas sim distribufdo. Nestes casos uma deformagao local (indentagao) além da deformacao global do sélidg, ocorre. No século passado H. Hertz’ desenvolveu uma teoria que descreve as tensdes ¢ deformagies proximas ao ponto de Contato de s6lidos em colisio como fungao das suas propriedade elésticas e geométricas. Embora baseada em varias idealizagSes (inexisténcia de fricgio e comportamento Perfeitamento eldstico ¢ normal) esta teoria da mecdnica de contatos resulta em relagdes bastante dteis para a descri¢ao da deformagdo de corpos de geometria irregular. Examinemos 0 caso da compressio de uma esfera por wet, superficieS planas Paralelas. A selagdo entre a carga superficial (F) e a deformacao normal de uma esfera (4) de didmetro dy pressionada entre superficies paralelas é dada por ay 3 1-y? 302 (3.9) onde 41 € a razdo de Poisson do material, que representa a relagdo entre a deformagao linear transversal ¢ a longitudinal do s6lido sob carregamento. Ela pode ser medida em ensaios padrGo de laboratério onde a amostra € equipada longitudinalmente ¢ transversalmente com transdutores de pressio. Note que a teoria de Hertz prevé uma relagdo nao-linear entre as cargas ¢ “eformagoes (Equagao 3.9), ao contrario da lei de Hooke (Equagdo 3.1). Isto se deve ao fato de que a area de contato varia continuamente com a carga aplicada A partir da ensaios de compressio em esferas, € possivel calcular a resisténcia das mesmas, através da formula" (3.10) onde F, € a forga correspondente & fratura, A telacdo entre a resisténcia mecdinica de esferas ¢ a energia especifica de fratura por unidade de volume (Equagao 3.2) é dada por | E. Hevea, Uber die Beruhrung fester elasicher Korpor. J. Reine u. Angew. Math, Vol 92, pp. 156-171 1882. *'Y. Hiramatsu & Y. Oks, Determination ofthe tensile strength of rock by a compression test of an incegular test piece. Int. J. Rock Mech. Min. Sci., Vol. 3, pp. 89-89, 1966, 99989838 5HHH5H93HHFTTHHDPOTOSO SD HNDOBOD 989598309888 3838808 20 s, (year G1) I-w? ) 3.5 Variabilidade e efeito de escala da resisténcia de materiais frageis Como ja havia sido anteriormente mencionado, as propriedades mecanicas de sdlidos frégeis como rochas se caracterizam por uma elevada variabilidade © um Significativo efeito da escala (ou tamanho do espécimen). Observa-se geralmente que Scorre um aumento da resisténcia mecdnica destes materiais com a diminuigio do ‘amanho do espécimen. Este aumento da resisténcia pode ser explicado pela Probabilidade de fratura baseado na teoria de Griffith, que determina que a probabilidade de defeitos (falhas) estarem presentes em um sélido diminui com a redugio do tamanho do espécimen, Uma teoria desenvolvida com 0 objetivo de quantitativamente analisar a int iagio de fraturas foi desenvolvida por Weibull’, ¢ é revisada abaixo. & probabilidade de fratura de uma barra de comprimento / sujeita a uma tragdo uniaxial & pode ser descrita por P(o, J). A probabilidade dela no quebrar & entdo dada por | - P(o, ). Para uma barra de comprimento 2/ do mesmo material, a probabilidade que ela ndo quebre é entao dada por 1-P(o.21) =[1- PoP (3.12) Esta equagdo pode ser expandida para barras de qualquer comprimento L para qual a probabilidade de fratura se torna, Po,L) ~f- Poof" (3.13) Introduzindo-se uma nova fungao g, Inf /U- Po], (3.14) a expresso P=1-expl-L/I g(o/o,)) (3.15) obtida para a probabilidade de fratura, para a qual g tem_qué’ser determinada experimentalmente, Weibull encontrou que os resultados medidos para a maioria dos “W.A Weibull, statistical theory of the suength of materias. Ingvetenskakad Hand!, Vo 151, pp. 5-48, 1939. a39038e0e2d 9983993939 FHTH3HTT2H989F97HTHHHDHTHBTHO9HD9F9O08R +98 ‘materiais estudados que podem ser descritos pela relagao 8(0/6,)=(0/0,)" (3.16) no qual Go € m so constantes que levam em consideragao a distribui dependentes do material. igo de defeitos e sic (3.15) € vélida para o caso da distribuigd0 de defeitos em uma dimensio No caso de espécimens reais, 0 volume do S6lido € submetido a agao de esforgos, de modo que Equagdo (3.15) pode ser escrita novamente, de moto.que P(o) =1-exp[- > G17) onde V€ 0 volume da amostra A Equacio (3.17) forece um expi essdo para a variabilidade das medidas de cia mecanica de materiais frigeis, Esta equagio também pode ser relacionada ao efeito do tamanho na resistencia mecanica, assumindo Pla’) 632, de modo que o'=0,(VIV, (3.18) onde V, 6 um valor de referéncia, Tomandoogartmo da Equegao (3.18), temos Ino'=A-(/minv >) (3.19) » 0S dados se concentrariam em uma linha reta. Uma ilustragao do efeito de escala na resisténcia mecinica do esp. € mostrada na Figura 3.3 para diversos minerais, especifica de fratura & onde © valor médio da energia “presentado como funcdo do tamanho de particula para diversos merais festados em uma célula de carga ultra-répida, Nota-se que Equagao (3.18) ¢, 6m geril, capaz de descrever os resultados relativamente bem. Figura 3.4 mostra os resultados para diversos outros materiais. Neste caso, entrctanto, a rel “Sparemtemente $6 descreve os resultados bem mas fragdes finas, acima de uma certa granulometria, a resisténcia mecinica tom independente do tamanho. Um modelo que ‘em caracteristicas similares & Equaco mas que é capaz de descrever os resultados 34 experimentais € dado por a o=o,l+viv,y+] (3.20) © Principal resultado do efeito de escala & que néo se pode ~ em prinefpio — 9980893339888 8984H9}9858 D989 D D> 9959353988830 898 800699803 aplicar valores de medidas de resisténcia mecinica realizadas em amostras de uma dada dimensao a outras de tamanho diferente. Apatite Quartzo Benda Gatena Magnetita Gilsonita erie ee eT gh Tamanho de particula -d, (mm) Figura 3.3. Efeito do tamanho de particula na energia especifica de fratura de diversos minerais testados na célula de carga ultra-répida, —— Basato Minério ds ferro 2 Taconite af + Minétio de cobre Sf —e caledtio af = Mamoro = _Clinquar de cimento t a Energia espectica de fratura - E, (Wem®) eer ae ‘Tamanho de particula - d, (mm) Figura 3.4 Efelto do tamanho de partcula na enorgia especitica de tralura de diversos materials testados na célula de carga ultra-répida @08200509098080d 900998300888 9800000880088 99399333908880808 23 3.6 Efeito da taxa de carregamento na fratura que a estética Yashima et al.'° estudaram A resposta meciinica de esferas de vidro e de v: amento lento “irios minerais a condigdes que variaram do carreg 500 kg/s) © observaram que tanto o mé Sintetizados na Figura 3.5 para um folhelho pirobetumi nso! 100 ae OLA Heptieon bar FEO capacin tea Oteacee 8 «of 6 cascun 3 a0 F 20 1° tor 18 108 10 Razao do carregamento (1/s) Figura 3.5 Eleito da taxa de carregamento na Tesisténcia de foihetho pirobetuminoso medida por diversos métodos, Varias explicagdes tem sido usadas carregamento nas propried * Ep Para o efeito da taxa de deforma fades mecanicas de materiais que efeitos portamento 1S, Yashima etal, Mechanical properties of brittle materials {pads. Kagaku Kogaku, Vol. 37, pp. 1218-1226. 19% | DE. Grady & M.E. Kipp, Dynemie mee fragmentation. tn Fracture Me Londres, pp. 429-475, 1987 ‘and thei single Fracture under dynamic chanics of Rock, Academic, ee 0888808000808 253880880888 088888F8T3HHHHHH8HH8909 9808080 limitada ~ de aliviar as tenses crescentes 20 qual o material é submetido, Alguns materiais visco-elé ondas eldsticas, que se propagam a velocidade C Vip, onde ¥ € 0 médulo de clasticidade © p a densidade do sélido. As ondas elésticas in fluenciarao 0 tenses somente se a velocidade de imps cidade de propagacao C. Sea taxa de carre Somportamento mecinico de rochas em regime estitico, Tocha ~ seja durante o desmonte ou mais tarde durante necessidade de Durante a tragmentagio de @ cominuigdo -, existe a stingir clevadas taxas de produgio, uma ver Que destas vai depender a economicidade do empreendimento, ®S operagées de fragmentacio sao 40 intermediérias e elevadas 999988388 HHH}HO}DT}HH}H}HH8|VUHH8HH1HHH88H8HTETHTHTEHHVHHV HGH TSOOHN CAPITULO 4 PRINCIPIOS DA FRAGMENTAGAO Quando um sélido é fragmentado, a distribuigéo de tamanhos resultante vai depender do tipo de material, da sua distribuigSo interna de defeitos e da intensidade da energia aplicada, (Varios modelos )tem sido propostos na literatura para descrever resultados de fragmentagdo. Alguns dos principios envolvidos e aspectos destes modelos so revisados a seguir. 4.1 Aspectos gerais A fragmentagao € um processo intrinsecamente probabilistico, Submetendo duas Particulas do mesmo material, tamanho e forma aos mesmos esforgos, as distribuigdes de amanhos resultantes ndo vao ser idénticas. Isto se deve as diferentes populagdes de defeitos existentes em cada particula, A distribuigio de tamanhos de uma populago de particulas resultante da fragmentagio de um dado material pode ser medida por uma variedade de técnicas, revisadas no Capitulo 2. Esta distribuigdo, representada por P(d,), € definida como a fragdo em massa de particulas com tamanho menor ou igual a d, e tem as seguintes propriedades: (a) PO) =0 (b) Po) (©) P(d;) aumenta monotonicamente de 0 a 1 & medida que dy aumenta de 0 aco. AS propriedades (a) e (b) sdo Sbvias pois indicam que a populagao nfo pode ter Partfculas menores que 0 infinito, respectivamente, A propriedade (c) reflete o fato de due a fragdo da populagio que tem tamanho igual ou menor que dp; deve conter pelo menos todas aquelas partfculas de tamanho dy2 ou menores, se dy2< ds 4.2 Modelos tedricos 4.2.1 Modelos baseados em estatistica geométrica Algumas tentativas de desenvolver modelos te6ricos de distribuigdes de tamanhos vty ,5a pad Po Va FIAFIVIISHIII#IFIFAISH FF BGIHADISDAZIGIGY 26 foram feitas usando princfpios de estatistica geométrica. Ela se baseia no partigfo de x ; 1 linhas, éreas e volumes na distribuigo de tamanhos mais provével. Gaudin & Meloy desenvolveram 0 modelo que resolve o problema em uma dimensdo, ou seja, a partigtio de uma linha em segmentos e chegaram & distribuigao binomial, dada por Pd,)=1-(I-4,/D,)' —parad, x!” A variagdo na forma da distribuigao de tamanhos com o aumento da energia de impacto € descrita por uma reducdo da contribuigdo da respectiva distribuigdo referente a Populacio mais grossa e do aumento da contribuigdo da distribuigdo referente & fragao mais fina, 4.3.3 0 procedimento t,, Narayanan & Whiten'” revisaram os varios métodos de tepresentagio de dados granulométricos disponiveis na literatura e conclufram que nenhuma forma funcional simples seria capaz de descrever as diversas formas de fungio de quebra obtidas como resultado da quebra de particulas individuais a niveis varidveis de energia. Eles entao Propuseram um novo método (chamado tyo) que & baseado em principios de similaridade © que — embora empirico ~ mostrou robustez suficiente para ser aplicével a uma variedade de rochas e condigdes de impacto. Este é descrito a seguir. A fungao de quebra, resultado de quebra de particulas de tamanho estreito, € normalmente plotada em fun¢do do tamanho de particula, como mostra a Figura 4.3, Estes dados podem ser replotados em termos do tamanho original de particula através da divisdo da abcissa pelo tamanho representativo das particulas originais y (Figura 4.3). A Partir deste grafico, alguns tamanhos padrdes sdo selecionados, definidos como a Proporgdo passante, 1, como fungo do tamanho original das particulas. Assim 1s 660598800083 8389088388090 ye ’ 9999909380888 938598 88899 HD 33 representa a percentagem passante em uma abertura de metade do tamanho da alimentagao ()/2), t4 € a percentagem passante em um quarto do tamanho representativo da alimentacdo (y/4) e assim por diante. Os valores dos va ios ¢s so entéo plotados em fungao de t1o, como mostra a Figura 4.4. O pardmetro to, que normalmente se situa na poredo média linear da funcao de quebra, € empregado como 0 indice padrao da mesma. aa || ‘Acumulado passante (4) ‘Acumulado passante (%) | | hx vio va Tamanho de particula (mm) ‘Tamanho de partcula (mm) Figura 4.3 Fungo de quebra original (esquerda) e fungdo de quebra re-escalonada (direita) mostrando os diversos ‘8, Cada linha vertical da Figura 4.4 representa uma fungio de quebra completa, expressa como frago acumulada passante, Assim, se os dados apresentados na Figura 4.4 podem ser medidos para um determinado minério, entdo a figura pode ser usada para prover a distribuigdo de tamanhos que resultaré em qualquer grau de fragmentagio (ou valor de tio) desejado. Este método conveniente de representagio de fungdes de quebra é hormalmente referido como o procedimento tip. © pardmetro tio € definido como a fragio acumulada passante em y/10, onde y € a média geométrica do intervalo de tamanhos da alimentagdo, Se as curvas para um determinado material so conhecidas, para um dado valor de t19 (ou nfvel de energia aplicada — como seré discutido no Capitulo 5), a distribuigdo completa de tamanhos pode ser reconstruida. Varios estudos tem demonstrado que a mesma familia de curvas (como as da Figura 4.4) pode normalmente descrever as caracteristicas fragmentativas de uma variedade de minérios!”. 'PS.S, Narayanan & W.J. Whiten, Brakage characteristics form ores for ball mill modeling, Proc ‘Australas. Inst. Min. Metall., Vol. 286, pp. 31-39, 1983. 938 99F8H1]8 92078 0HT4H}HTTHTV7HHH1NHHHHHH88H8H8FTTETHHVT9IORO ty (#assante) Pardmato tag (%) Figura 4.4 Relagao entre 1, € os diversos fs para uma variedade de minérios. Para a particula original, todos os valores de t so iguais a zero. Para fragmentacio a baixas energias, typ pode atingir alguns pontos percentuais. De um modo geral, mesmo para impactos de magnitude muito clevada, to dificilmente ultrapassa 50 ou 60 %. 4.3.4 A fungao de quebra de um equipamento A fungdo de quebra vai depender do material, mas também do processo de fragmentagdo. Cada mecanismo de fratura vai resultar em um tipo diferente de fungao de quebra, A fungao de quebra € dificil de medir experimentalmente porque ela essencialmente requer a observagio dos produtos da quebra de particulas individuais produzidas dentro de uma maquina de cominuigdo. Isto no pode ser medido diretamente Porque o ambiente ¢ formado pelas préprias particulas que esto sendo quebradas. Além disso, particulas “filhas” sao continuamente quebradas e é impossivel coletar as partfculas Fesultantes de eventos de quebra individuais. Dois procedimentos diferentes tem sido usados. O procedimento mais tradicional se baseia em assumir uma forma funcional para a fungao de quebra (como Equagao 4.7, por exemplo) e usar esta dentro do modelo da operagio de cominui¢do e estimar os parametros por regressio usando distribuigoes 6899355398988 809998038F5H9}32HHT3]H718389339H839882T88H8TR0F90UD 35 granulométricas do produto ¢ alimentagdo da operaciio. O outro procedimento se baseia no uso da fungio de quebra de particulas individuais, medidas usando 0 péndulo ou a célula de carga ultra-répida (ver Capitulo 6), e a posterior integragio. Esta é dada pela média das fung6es de quebra individuais que ocorrem a varias energias dentro de um equipamento de cominuigao, Boxy) = [80s y, 2) PC, E)p(EME (4.9) onde P(y, £) € a probabilidade da fratura de uma particula de tamanho y quando é submetida a uma energia aplicada E no equipamento de cominuigao. p(B) € a distribuigdo (nao acumulada) de energias de impacto no equipamento de cominuigdo como um todo. 9999599308088 F}H}H}FHH}DH}2HHHH8|]}1HH3H3H8HT}T}}HHH9}FHHI99S8OD 36 CAPITULO 5 A ENERGIA NA FRAGMENTACAO Nos capitulos anteriores foi demonstrado que ~ em principio - a tratura e a fragmentacdo de materiais frégeis pode ser analisada tanto sob a ética de tensdes quanto a de energia. Freqiientemente, como na cominuig&o industrial, ndo é posstvel determinar 0 estado de tensdes do material dada as incertezas com relagao & forma e 0 comportamento meciinico do material, entre outros. Além disso, freqtientemente tem-se informagio da quantidade de energia introduzida, seja a energia elétrica em um equipamento de perfuragio ou cominui¢ao, ou seja a energia potencial quimica do explosivo. Neste casos torna-se interessante a alternativa de analisar a fragmentagao destes materiais sob um enfoque energético. Fragmentagdo pode ser ob Ja através do uso de energia em diversas formas, sendo a energia mecdnica a mais tipicamente usada, Entretanto, & poss el também fragmentar S6lidos através do uso de energia quimica, térmica, elétrica, eletromagnética, e até nuclear. Resultados de ensaios de quebra de particulas individuais mostram que quanto mais cnergia € absorvida pela particula, mais fino é 0 tamanho médio da populagao (Figura 4.1) Isto resulta no conceito da absorgo continua de energia por uma populago & medida que @ distribuigdo de tamanhos se move para granulometrias mais finas. Algumas das teorias qu buscam descrever este processo serio ser“ revisadas. A seguir varios aspectos da transferéncia e absorgdio de energia em materiais rochosos, via desmonte ou cominuigao sao analisados em detalhe. 5.1 As “leis da cominuigao”: uma andlise macroscépica do uso da energia Uma expresso empfrica muito aproximada para a absorgdo de energia durante 2 fragmentagao pode ser obtida seguindo a variagdo de um tamanho Tepresentativo da Populago & medida que o mesmo diminui gradualmente com o aumento da energia que é introduzida no material. Considere d, um tamanho representativo do material. Este-pode ser o tamanho Z médio, mas normalmente 0 tamanho relativo a fragdo passante emi 80 % é usddo. A relagio 9999983 FT1T8FHTHFKHDH0D0THTFHIAHIH985H08H O88 HT9 HHH 8999085 37 entre a energia fragmentativa absorvida por unidade de massa do material ¢ 0 tamanho representativo € definida pela equac2o diferencial, IE. == Fad, 5.1 wm 7f4) 6.1) Jid,) € uma fungio decrescente de d,, refletindo o fato de que mais energia por unidade de massa é requerida para diminuir o tamanho de particulas. Varias formas funcionais para fid,) foram propostas na literatura, e as trés mais importantes so as de Kick, Rittinger ¢ Bond, Eles sugeriram fungées do tipo f (d,) =—Kd,", com n sendo igual a | para Kick, 1,5 para Bond e 2 para Rittinger. Um valor de n maior que 1 reflete um aumento da energia por unidade de massa A medida que o tamanho de particula diminui. ‘A equagao diferencial pode ser integrada usando a condigao inicial £ parad, = d,; para a urticulas da alis tag ac ) para as partculas da alimentagto sm (bee (52) (53) (5.4) (55) Sm particular, quando n = 1 (Kick), Equago (55) se tome) led d, Aga Bopemade le wrrusil crgesdenile otae ten xn a eet aenl cage (5.6) pee = 1,5 (Bond), Equagio (5.5) € igual a 9 wend em Similarmente, para n = 2 (Rittinger) temos OK gen ifh No caso da lei de Kick, a energia consumida ¢ proporcional a raziio de redugio, ou (5.8) Seja, a mesma quantidade de energia € requerida para reduzir uma populago de particulas 99 9FFHFTFT1HHHHTHFEHHOHHVHHHH8H8HH5HHK1HDH88HH7HTTTDTFHHV999O9DS 38 de um tamanho representativo de 100 centimetros a um tamanho representative de | centimetro quanto é necessdrio para reduzir de 1 mm a 10 micra. No caso da lei de Rittinger, 0 reciproco do tamanho representative pode ser considerado como sendo proporcional & érea superficial média por unidade de volume na populago de particulas. Desta forma, o consumo de energia é proporcional 2o aumento da rea superficial por unidade de volume. A lei de Bond, também conhecida por “terceira lei da cominuigdo”, foi proposta com base na hipétese de que a energia introduzida € proporcional ao novo comprimento da greta de Griffith que resulta na fratura do material, e € igual ao trabalho representado pelos Produtos menos aquele representado pela alimentagdo. © comprimento da greta por tunidade de volume € considerado proporcional a um lado daquela rea e portanto é inversamente proporcional a raiz quadrada do seu difmetro, Embora Bond tenha provado ‘eoricamente, € atualmente de consenso o reconhecimento de que Equa (5.5) & na realidade, uma relago empfrica que se ajusta muito bem a resultados experimentais de moagem, Nas décadas de 40 a 60 muito foi discutido a cerca da validade (ou néo) destas varias ditas “leis da cominuigfo”. Atualmente se acredita que nenhuma destas leis pode ser uusada indiscriminadamente e nem € de aplicagdo geral.. Experiéncia tem mostrado que cada tuma delas parece se adequar a um intervalo de tamanhos, como sugere a Figura 5.1 Aparentemente, a lei de Kick se aplica melhor & cominuigao grosseira (>10 mm), e portanto a britagem; a lei de Bond a particulas de tamanho intermediétio, e portanto & moagem Brosseira (barras e bolas); ¢ a lei de Rittinger a particulas finas, ¢ assim A moagem fina e & perfuragdo de rocha (10 a 1000 um). £ importante também salientar a correlagao que existe entre a aplicabilidade das diferentes “leis de cominuigao” ¢ 0 efeito da escala na resistencia mecdnica de particulas, Na pritica se observa que a resisténcia de particulas grosseiras torna-se independente do tamanho, como indiretamente € subentendido na “lei de Kick” (Figuras 3.3-4). A medida que o tamanho de particula diminui, aumenta significa amente a sua resisténcia mecanica, € também 0 consumo de energia na cominuig&o, como consideram as | s de Bond & Rittinger. 10998 FF3HOHEHHKHOHTHHDHHHVHHHHH8H8HHHHHHHHHHHHHHHSOED 39 ‘Consumo especitico de energia (KWiton) . es Ringer as ETB Tea ‘Tamanho de particula (micrémetros) Figura 5.1 Relagao entre energia de cominuigéo e granulometria do produto A aplicabilidade das diferentes relagdes a dados praticos de fragmentagdo é também analisada na Figura 5.2, onde as energias especificas, como fungdo do tamanho nominal de fragmento (mediano por massa) para varios métodos de fragmentagdo de rocha, sio ‘mostradas para rochas de resisténcia a compresséo na ordem de 200 MPa, Elas mostram que técnicas diretas de fragmentagao que usam a aplicagdo de energia mecdnica tendem a seguir a lei de Rittinger e aqueles para cominuigdo seguem a lei de Bond. Técnicas indiretas de fragmentagéo como jatos de égua (water jets) e langa-chamas (flame jets), Tequererem aproximadamente uma ordem de magnitude maior de energia. Presume-se que isso se deva & baixa eficiéncia da transferéncia de energia do jato até a energia de fragmentagiio destes métodos. A informagao apresentada na Figura 5.2 fundamental na avaliagdio de métodos Préticos de fragmentagao de rocha. Ela mostra que métodos de cominuigao sto relativamente mais eficientes que métodos usados na escavacio, especialmente para Pequenos tamanhos de fragmentos. Considerando que 0 tamanho de fragmento & uma medida nominal, isto implica que métodos de escavagdo provavelmente produzem uma maior proporgo de particulas ultrafinas ¢ dissipam mais energia como calor que métodos 9999895953989 535953598 ’ ) 3099989 FGOHDDFDTIG yes 5 40 de cominuigéo. Estudos de desmonte meeanico de quartzito indicaram que apenas 0,2 % da energia total introduzida era usada na criagdo de novas superficies ¢ que o restante aparecia na forma de calor; 80 % na ferramenta e 20 % nos fragmentos da rocha. Para cada método de escavagao existe um tamanho maximo de fragmento aceitével. Fragmentos produzidos Por perfuragdo devem ser suficientemente pequenos para serem facilmente removidos do furo, por exemplo. Entretanto, a produgio de fragmentos menores que isto, especialmente de particulas muito finas, normalmente representa um desperdicio de energi . © pode resultar em outros problemas como poeira excessiva, As m, © meio mais direto de melhorar a eficiéncia de qualquer método de escavagao consiste em minimizar a produgio desnecesséria de fragmentos finos e especialmente ultrafinos. Rittinger Energia especifica (Wem3) oor on 1 1 100 100 ‘Tamanho nominal de fragmento (mm) Figura 5.2 Energias especiticas como fungao do tamanho nominal de particula para varios métodos de fragmentagao de rocha: (1) langa-chamas, (2) jato de Agua, (3) perfuragio e corte a diamante, (4) perfuragao percussiva, (5) corte com mineradores continuos, (6) “roller bit boring’, (7) “impact-driven wedge", (8) desmonte com explosives, (9) britador de mandibulas, (10) britador girat6rio, (11) moinho de bolas’. "J.C. Jaeger & N.G.W, Cook, Fundamentals of Rock Mechanics. 3* digo, Chapman & Hall, 1979. e a © £ a a ® c ° e ® a © ® s @ 2 ® ° 2 * 3 $398 3949983898838FHAHTDDIAFDDS 4a ‘A maior limitagao destas vérias teorias esta relacionada ao fato de que, na prética, a maior parte da energia usada em uma operagdo de fragmentago é, na verdade, dissipada Sob a forma de calor, de deformagio plistica, etc, ¢ nfo realiza qualquer trabalho itil Sabe-se, por exemplo, que a energia consumida em operagdes de desmonte e cominuigio é varias vezes maior que aquela requerida para aumentar da érea superficial, como é Postulada na lei de Rittinger. Assim, embora seja esperado que uma relagio entre a energia Tequerida para quebrar partfculas e a fragmentacdo resultante exista, essa relagdo fundamental somente iré se manifestar se for possivel medir precisamente a energia e a fragmentagao resultante em um ciclo de aplicagao de energia, 5.2 A andlise em microescala da energia na fragmentagaio Um balango energético em uma operagao de fragmentagio pode ser representado por E E snag + E pera (5.9) amento onde £ € a energia aplicada na operacao, podendo ser a energia elétrica em um equip de cominuigao ou a energia quimica de um explosivo, Eu & a energia itil de fragmentagao © Frenias $80 25 perdas no processo, seja na forma de calor, aglomerago dos fragmentos, deformacao ineldstica, ow ainda projego dos fragmentos. A andlise do uso da energia na fragmentagao pode ser convenientemente realizada observando um evento no proceso de fragmentagdo (que pode corresponder a um impacto na cominui¢ao ou um golpe na perfuraco, por exemplo), como mostra a Figura 5.3. Nela Se mostra que quanto maior a energia de impacto, mais fina a distribuigdo de tamanhos do Produto. Uma diminuigdo indefinida do tamanho do produto, entretanto, no vai resultar de tum aumento da energia acima de um dado limite, dentto de um ciclo de carregamento. Também, impactos a energias muito baixas sfo inerentemente ineficientes, porque os esforgos talvez no sejam suficientemente clevados para causar fratura do material, mas apenas deformagoes elésticas e inelisticas. Por outro lado, impactos de elevada intensidade Podem resultar em perdas excessivas, uma vez que uma parte da energia € Progressivamente usada em processos paralelos & fragmentagiio, aglomeragao, como a compactagao ¢ a 9999999399898} TF8 HT} H9 3H 97 3298H98HH8 HAF 39599899 FH1AHHDHHHBBAN 2 A Figura 5.3 também mostra que o grau de fragmentagio atingido vai ser co- determinado pela energia introduzida e pela energia especifica de fratura do material. Esta, chamada “energia de fratura”, pode ser determinada em ensaios de laboratério como é mostrado no Capitulo 6, Proporgao de finos ou penetrago Por impacto Energia de imoacto / energia de fratura do material Figura 9.3 Efeito da energia relativa em cada impacto na fragmentagao por cominuigo @ na Penetragao durante a perfuragao percussiva Além disso, em um estudo recente? foi demonstrado que, no caso da quebra de Particulas individuais, a posigdo da curva para um determinado material na Figura 5.3 vai depender do tipo e textura do material, como é mostrado na Figura 5.4 Rochas apresentam uma grande populagao de descontinuidades: em grande escala, ‘acigos apresentam falhas, fraturas, juntas, didclases e bandeamento, enquanto que em Pequena escala as mesmas apresentam microfraturas, regiGes intergranulares, etc. A Presenga destas descontinuidades tem um duplo efeito na fragmentagdo. Elas servem como Pontos de concentragao de tenses, e portanto pontos provaveis de ativagao de fraturas, Por exemplo, materiais com grande concentragio destas descontinuidades apresentam baixa resisténcia mecanica, Por outro lado, a presenga de descontinuidades iré também afetar as caracteristicas fragmentativas do material. Descontinuidades oferecem pontos favordveis de bifurcagio de fraturas. S6lidos com grandes concentragao destas descontinuidades, no instante da ruptura, irdo sofrer intensa fragmentacdo. * LM, Tavares, Microscale investigation of particle breakage applied tothe study of thermal and mechanical predamage. PhD thesis, University of Utah, 270 p., 1997, 9359973339338 8H89900888}H8 9843298 HH)89H8 95388998 7HTHH9H988OHS 8 Fragéio menor que dy/10 (tho) % 10) Energia de impacto / energia de tratura do material Figura 5.4 Efeito da energia relativa de impacto na fragmentago de particulas individuais 5.3 Eficiéncia e densidade de energia em processos de fragmentagao E amplamente reconhecido que a fragmentagao de rocha € um processo notavelmente ineficiente, A quebra de particulas, uma a uma, no laboratério, que & considerada como 0 método mais eficiente de cominuir minérios, ndo tem eficiéncia de 100%. Tem sido observado que a eficiéncia de transferéncia de energia — definida como a relacdo entre a energia absorvida na quebra do material ¢ a energia apli da — diminui com © aumento da fragilidade do material e com o aumento da energia de impacto, De um modo geral, a energia de transfer ncia de energia € superior a 90 %. A quebra de particulas em leitos, como a que ocorre em moinhos de rolos de alta Pressfo ou em varios tipos de britadores, requer tipicamente de 1,5 a3 vezes mais energia que a quebra de particulas individuais. Esta eficiéncia € significativamente alta quando se considera que moinho tubulares (como o de bolas) requerem tipicamente entre 3 € 10 vezes ‘mais energia do que o m{nimo que seria necessério em uma méquina que operasse com cficiéncia maxima, No caso do desmonte com explosivos, estima-se que entre 4 v 7 veres 9999463999303 0080038083808008888885999830899559990889089N 44 mais energia € necessério para atingir © mesmo nivel de fragmentag3o do que um equipamento com eficiéncia energética maxima. energética, mas também pela taxa com a qual a energia é aplicada Arocha. No caso de explosivos, esta taxa vai depender do tipo de explosivo e do acoplamento entre o explosivo €arocha, No caso da cominuigdo industrial, a taxa de aplicagao de energia ao material Particulado vai depender da magnitude da energia envolvida em cada microprocesso (impacto) e do ntimero total de eventos que ocorrem por unidade de tempo’. Em moinhos de bolas ¢ moinhos vibratérios, por exemplo, a magnitude da energia envolvida em cada impacto € compariivel, mas uma vez que os mesmos se repetem mais freqtientemente nestes Uiltimos, eles so capazes de moer mais fino e mais rapidamente o minétio. No caso de Moinhos planetérios © alritores, por outro lado, a sua alta capacidade de cominuigao essencialmente se deve as maiores energias envolvidas em cada impacto. Em moinhos tubulares, nos quais a transferéncia da energia as particulas se dé através de corpos moedores, a magnitude da energia de cada impacto (ou microprocesso) pode ser controlada através de uma série de variaveis, inclusive 0 tamanho dos meios de moagem. A magnitude desta energia, entretanto, deve ser — em média ~ alta o suficiente para no somente deformar elasticamente a particula, mas nao excessivamente elevada ¢ ineficiente, como mostra a Figura 5.3. K. Schénert, Advances in comminution fundam nentals and impacts on technology. Aufbereitungs-Technik, Vol. 32, pp. 487-494, 1991 99939339998 H HTT} 9898} HHT} 3H} HH HIF9H19H9989T39HFT3H9TT999H CAPITULO 6 O ESTUDO DA FRAGMENTAGAO NO LABORATORIO A fratura ¢ a fragmentaco de rochas pode ser estudada sob condigées controladas de laboratério através de ensaios estéticos ou dindmicos, Ensaios estéticos, como os de compressao € tragdio simples ¢ de compressio triaxial, so quase que universalmente utilizados para medir propriedades mecanicas de materiais no contexto da construgio civil e da industria mecinica. A fragmentago no contexto da engenharia mineral, por outro lado, € realizada através de processos essencialmente dindmicos, dada a necessidade de atingir elevada produtividade Os testes ¢ os procedimentos usados na medigao de propriedades mecinicas em regime estitico (ou quase estético) sao apresentados detalhadamente no livro-texto de Jaeger & Cook. A medida de propriedades fragmentativas de rochas sob carregamento dinamico pode ser realizado em alguns equipamentos, dos quais se destacam a barra dividida de pressfo de Hopkinson, o péndulo duplo, ¢ a célula de carga ultra-répida, os quais so analisados a seguir. 6.1 A barra dividida de pressao de Hopkinson (SHPB) A barra dividida de pressio de Hopkinson (do inglés Split Hopkinson Pressure Bar)? € um dos poucos aparelhos que podem simular ~ mesmo que aproximadamente — as condigdes sob as quais a rocha se encontra durante o desmonte com explosivos. aparelho consiste de duas barra ~ entre as quais uma amostra da rocha é Posicionada —, um sistema de geragdo de tensdes dindmicas em uma extremidade, e um péndulo na outra (Figura 6.1), As barras so mantidas precisamente horizontais, deslizando sobre rolamentos Presos a placas. © péndulo colocado na extremidade da barra transmissora tem ° Propésito de absorver o impulso produzido. As ondas de deformaco so monitoradas Por sensores de deformagio (strain gauges), colados nas barras em pares em pontos 11, Jaeger & N.G.W. Cook, Fundamentals of rock mechanics, 3* edigfo, Chapman & Hall, 1979, 415: Honkinson, A method of measuring the pressure produced inthe detonation af high explosives or by the impact of bullets. Phil. Trans. Royal Soc. London, Ser. A, Vol. 213, pp. 437-456, 191.4, 99999839338 H}FH}}}H48H}8H8H89897)8HHH8H898NHH}39HH8FTHSHDTDOFT9O 46 diametralmente opostos. Esta configuracdo elimina qualquer efeito de deformagdes de flexdo, ¢ também permite uma maior precistio nas medidas, As deformages medidas nos Sensores piezoelétricos sio transformadas em microvoltagens depois da passagem pelo cireuito de ponte de Wheatstone. Os sinais transientes so armazenados em oscilosc6pios digitais para posterior anélise no microcomputador. © impulso dinamico pode ser produzido tanto pela detonago de uma pequena carga explosiva na extremidade da barra incidente, como mostra a Figura 6.1, quanto por ‘um projétil propelido por ar comprimido contra a extremidade da barra incidente. A magnitude do impulso podem ser adequadamente controlada através da massa de explosive ou da velocidade de impacto do projétil. A duragiio do impulso varia dependendo do método de geragio do pulso: 0 carregamento por explosivos permite impulsos mais curtos ¢ bruscos ~ da ordem de 10-20 jus — que pode descrever as condigdes mais préximas de um furo, enquanto sistemas pneumsticos podem ser usados na geracéo de pulsos mais longos (2 50 ts) e de ascensio mais lenta, que melhor reproduzem as condigGes existentes a maiores distancias dos furos. ‘A maior aplicagio da SHPB consiste da medida da energia absorvida pelo espécimen, usando-se medidas das ondas incidente, refletida e transn deformagao especifica (E) é determinada por tida. A energia da E=AYC, [erat (6.1) camara de SetOMACE pmonecedor Placas de aluminio Figura 6.1 Diagrama esquematico da barra divdida de presso de Hopkinson (SHPB)* "M.K. MeCarter & D.S. Kim, Influence of shock datna 4g€ On subsequent comminution of rock, In: Rock Fragmentation by Blasting, pp. 63-70, 1993, 9399393333999 H FF HHH FH 7HTH5HH}DTHH5HH}HD}39H}9DTT9HV9V99299099 4 onde A ¢ ¥ siio a drea da segao transversal e 0 médulo de elasticidade da barra, C, é a velocidade s6nica da barra, dada por C, = /Y/p , onde p é a densidade da barra. ¢ € a deformagao especifica linear, medida com os sensores de deformagao. A energia absorvida pela amostra Ee pode entio ser calculada assumindo conservagdo de energia por (6.2) onde E;e E, so a energias incidente e refletida, respectivamente (ambas medidas na barra incidente) e £; é a energia transmitida (medida na barra transmissora). Um exemplo de pulsos medidos em uma SHPB para uma rocha caledria € mostrado na Figura 6.2. Roa | —_ ——=>-— ° 100 200 300 400 ~~ 500 Figura 6.2 Resultados de testes com a SHPB em calcario' (tempo em microsegundos) Além de permitir a estimacao da energia absorvida, ensaios com a SHPB podem ser usados para determinar resisténcias dindmicas a compressdo e estudar a dispersio ¢ a atenuagtio de ondas de deformagio em rochas. O efeito do caregamento dindmico na ocha também pode ser caracterizado pela coleta e andlise granulométrica dos fragmentos gerados, assim como pela anilise microscépica do fraturamento (dano) interno sofrido pelo material 9999935353} FFFFHH4HFHHHHNHKTTDHHHD5H149FHH95TTD}TDBHTDTFDGVHDOOVBD 48 6.2 0 péndulo duplo © péndulo duplo (ou Awin-pendulum) é ilustrado esquematicamente na Figura 6.3. O aparelho consiste de uma bola metélica (freqiientemente de ago manganés) que cai em um movimento pendular, por gravidade, contra uma particula fixada em um cilindro de ago, chamado de péndulo de rebote’. Cada péndulo € suspenso usando cordées por dois piv6s, cujo comprimento pode ser adequadamente ajustado, Os péndulos podem ser colocados a qualquer nivel adequado para garantit um alinhamento étimo. O péndulo de impacto é clevado até uma altura estabelecida usando-se uma corda gue passa por uma roldana, garantindo uma liberagdo suave. © péndulo de rebote apresenta trés aletas, duas em um lado e uma no outro. © movimento do péndulo de Tebote € monitorado por computador, medindo-se 0 tempo necessério para o arranjo triplo de aletas de cruzar um feixe luminoso estreito. O perfodo médio é computado para cada oscilagdo para os seis perfodos que correspondem & passagem de seis arestas das haletas. A energia absorvida pela particula durante um impacto E, é dada port (6.3) Penduto de impacto Rotana | — nate | Fonte iminosa | tagimentos 4 7 Figura 6.3 Diagrama esquemdtico do péndulo duplo 4B: Lundberg, A split Hopkinson bar study of energy absorption in dynamic rock fragmentation. In. Rock Mech, Min. Sci, Vol. 13, pp. 187-197, 1976 5 5S, Narayanan & W.J. Whiten, Determination of comminution characteristics from single-particle breakage tests and its application on ball-mill scale-up. Trans. IMM, pp. C115-C124, 1988 99 993TF1HFHHTHHFEHHH}D}DHH}DHHHF9HH38HHFHHFHH3A9H 9H T9899 49 onde Eg2 € a energia transmitida ao péndulo de rebote, ¢ Ex) € a energia residual do péndulo de impacto depois da colisio. A energia cinética do péndulo de impacto pode ser calculada com base na diferenga de nivel h, entre a posigao inicial do péndulo e a sua posigdo em repouso, E,=mgh, (6.4) onde m, € a massa do péndulo de impacto € g a aceleragao da gravidade. A energia absorvida pelo péndulo de rebote ¢ calculada por Eq, =m,gh (6.5) onde m, € a massa do péndulo de rebote. A altura a qual o centro de massa do péndulo é clevado apés a colisdo é dada por h=L-LeosA (6.6) onde L € comprimento do péndulo, ¢ A é o Angulo varrido pelo péndulo durante o rebote, calculado usando 0 periodo de oscilagao através do sistema de aletas e feixe luminoso. Acnergi residual do péndulo de impacto é dada por E, my; (6.7) 2 Pela definigo de coeficiente de restituig: € como a razao entre os impulsos de restituigao e impacto, (6.8) a Equagio (6.7) pode ser re-escrita dando Eq = m(4 ~eu) (6.9) onde ui € a velocidade do pendulo de impacto no instante da colisio. A velocidade do péndulo de rebote apés a colisdo é dada por ¥, /2gh (6.10) © coeticiente de restituicao e é calculado substituindo Equagio (6.8) na equagéo de conservacio de momento linear para um experimento com o péndulo mye = my, + mv, (6.11) de modo que 999935 H1FHFHTHHFFHHVH HH HHHHHHFHTH}DHFH8HD}TTHH9D9F9VV299809 50 (6.12) © péndulo duplo € adequado & medida da energia absorvida por particulas (de formato natural e de granulometria estreita) durante carregamento a velocidades Mmoderadas, como as que ocorrem em equipamentos de cominuigo industrial Comparando a fragmentagao resultante a diversos niveis de energia aplicada e absorvida pode-se estabelecer as relagdes entre energia e fragmentago para o material, como as do tipo mostrada na Figura 4.1 Algumas das desvantagens do péndulo duplo dizem respeito ao tempo consumido no ensaio € a0 movimento secundario do péndulo de rebote que freqiientemente ocorre aps a coli 6.3 A célula de carga ultra-répida (UFLC) A célula de carga ultra-rapida (do inglés Ultrafast Load Cell) foi desenvolvida no Comminution Center da University of Utah com 0 objetivo de permitir 0 estudo das caracteristicas de fratura © fragmentago de partfculas individuais sujeitas a impacto @ moderadas ¢ altas velocidades. Ela resultou da combinagao da barra dividida de pressio: de Hopkinson (SHPB) e da maquina de ensaio Charpy, usada em ensaios de impacto na metalurgia. ‘Um diagrama esquemético da eélula de carga ultra-répida (UFLC) € apresentado na Figura 6.4. Um experimento com a UFLC inicia com o posicionamento de uma Particula ~ tipicamente de formato natural ~ no topo de uma barra metdlica longa, De uma altura conhecida e selecionada previamente, uma bola metélica é solta por gravidade contra a particula, No instante em que a bola cruza 0 feixe de raios laser, o sistema de aquisi 0 de dados é acionado. © impacto da bola contra a particula produz deformagio © fratura da particula, como mostra a Figura 6.5, e também causa a propagagao de uma onda compressiva na barra metélica. A passagem desta onda de compressao causa uma deformagao muito pequena, mas mensurdvel, nos sensores de deformago colocados diametralmente na barra metdlica. Estas deformagdes, ja transformadas em microvoltagens no circuito de ponte, so entio armazenadas em um osciloscépio de alta resolugao para posterior anélise 939908533 FF98FHHFHFTHTDHHODHHHX198HHT9HHF8HHT9HTHHHBV8TTSOD 31 Mecanismo ae disparo dabola Osciloscépio digital Fonte de tals Ia Foto-dlodo a ‘etormagic Caixa do circulto ponte Barra a UFLe Figura 6.4 Diagrama esquemdtico da célula de carga ultra-répida (UFLC) Experimentos com a UFLC podem ser usados para obter vérios parametros relevantes das caracteristicas de fratura e fragmentagéo do material, como a resisténcia A tragdo (usando Equacdo 3.10), a energia de fratura, ¢ a energia de cominuigdo. Um resultado tipico de um experimento com a UFLC é mostrado na Figura 6.5 para uma Particula de minério de cobre, As forgas F sob as quais a particula é sujeita podem ser calculadas pela equacdo Ye (6.13) onde A € a segao transversal da barra e ¥ é 0 médulo de elasticidade da barra, AS energias de fratura e fragmentagao do material podem ser calculadas a partir da equagio® 1 [i Foods ef Fens ( [Prenat] aH [Fwd 6.14) no caso de f. corresponder ao instante da primeira fratura da particula, Equagao (6.14) Tornece a energia de fratura da particula. Por outro lado, se t, corresponder ao iiltimo * LLM. Tavares, Microscale investigation of particle breakage applied to the study of thermal and ‘mechanical predamage, Ph.D. thesis, University of Utah, 270 p., 1997. 993998353990 FHHHHHHHHTHHHOHTHV9HT3DH7F9FHHHT00802889 32 instante de contato, como mostra a Figura 6.5, 900 « Primeira fratura col daparticula Quebra dos fragmentos Forga (N) 600) 3) 7200 "600 ‘Tempo (microsegundos) Figura 6.6 Resultados do impacto de uma particula de mingrio de cobre por uma bola de ago de 28,3.g de uma altura de 1,5 cm na UFLC. 9999 FF3HI3HHHHH4HHTTHHEHHHHHHHHHHH1HHHTTHTH9HHH292EES 3 CAPITULO 7 A FRAGMENTACAO MECANICA NA LAVRA DE MINAS Varias tarefas basicas ¢ fundamentais constituem 0 coragio do processo ciclico da lavra. No Ambito da produgdo, estas tarefas podem ser agrupadas como operacées de fragmentagio, de carregamento ou de transporte do minério ou estéril. Tradicionalmente as téonicas de fragmentagio (ou escavaco de rocha) na lavra de minas sio classificadas de acordo com método de aplicago de energia na rocha. Na perfuragao e escavagio mecanica, energia é introduzida na forma de energia mecénica. No desmonte com explosivos, por outro lado, energia quimica é usada na fragmentagdo, Outras formas de energia como a térmica e eletromagnética podem também ser usadas, entretanto, 0 seu clevado custo ¢ baixa eficiéncia nao permitem presentemente o seu uso econdmico. Conforme havia sido mostrado no Capftulo 4, a maior eficiéncia da fratura de materials frégeis, como rochas, é atingida pela aplicagao direta da trago. Infelizmente, nenhum método de fragmentago baseado somente na aplicago de esforgos de tragéo existe atualmente. Métodos presentemente usados produzem fratura pela aplicagdo de clevadas tensdes compressivas sob confinamento, 0 que resulta em elevadas perdas de energia por fricgao © dispersdo, Tipicamente, como resultado destas baixas eficiéncias energéticas, poténcias significativamente altas so necessérias para atingir taxas de fragmentagao compativeis com a taxa de produgao exigida na lavra. No presente capitulo a fragmentagao através de métodos mecanicos é analisada, Inicialmente os mecanismos usados na quebra de rocha por meios mecanicos io revisados € em seguida as operagdes de perfuragio, corte © desmonte mecanizado sio estudadas, 7.1 Mecanismos da quebra mecdnica de rocha © mecanismo bésico de virtualmente todas as méquinas de escavagio de rocha é a quebra da rocha por uma cunha. Existem essencialmente dois tipos de ferramentas mecinicas (elementos) de corte: os bits de arraste (drag bits) e os indentadores. A distingao entre estes tipos de ferramentas se deve ao fato que indentadores quebram a 3939 F8K8THTEHHHHHHOHHTHHHTTHH1HOHHHHHHG88H8HOHH8HHSDHS99 54 rocha pela aplicagio de forgas predominantemente normais & superficie da rocha. Por outro lado, bits de arraste quebram a rocha pela aplicagdo de esforgos em uma direga0 aproximadamente paralela A superficie da rocha, Uma ilustragdo de alguns tipos de ferramentas de quebra de rocha 6 mostrada na Figura 7.1. Na Figura 7.1, Fye Frrepresentam a forga normal ou a componente paralela & diregio do avango (compres ), que dependem da poténcia e do peso do equipamento de desmonte. Fr e Fo representam a componente paralela & superficie da rocha, Fesponsdvel pelos esforgos de cizalhamento, cuja magnitude vai depender do torque da méquina, A magnitude da forga normal utilizada vai depender do tipo de rocha: rochas mais competentes exigem altas presses normais. A magnitude da forga normal também vai depender da superficie da ferramenta em contato com a rocha: ela aumenta de cortadores puntuais, cortadores de disco, até cortadores de botdes. Cored punta A ie > | corador de btaes Oy Contador de cisco neh a oe Figura 7.1 Tipos de ferramentas de quebra de rocha’ Atwalmente a grande maioria das ferramentas usadas sejam mais usados, 10 do tipo indentador. Embora » indentadores so ineremtemente menos eficientes (requerem uma ‘maior quantidade de energia para escavar um dado volume de rocha) que hits de arraste Isto se deve a0 fato de que © modo de aplicagao das tensdes usando bits de arraste Favorece mais 0 desenvolvimento de tensdes secundérias de tragao do que indentadores Rochas so materiais frigeis e a propagagio de fraturas requer esforgos de tragio, como 'M.C. Hood & F.F. Roxborough, Rock breakage: mech: ianical, In: SME Mining Engineering Handbook, Vol 1. pp. 680-721, 1992, sXITR*MIBTADHHO|N pou 334 F HHH KTHHHH9EHFHIDGFHI9TDFHSIFDDIIAA 35 foi discutido no Capitulo 3. No caso de indentadores, fraturas resultam de tensdes de tragdo que se desenvolvem abaixo dos pontos de aplicago devido as deformagoes Plasticas e 8 cominuigao local da rocha em contato com a ferramenta. O carregamento com indentadores vai entao resultar, por um lado, na quebra da rocha devido a Propagagao de algumas destas fraturas até a superficie, produzindo o lascamento da Tocha, e por outro lado na indugdo de fraturas localmente na rocha, as quais facilitardo a quebra da rocha em ciclos seguintes de carregamento, © motivo porque, embora menos eficientes indentadores sejam mais utilizados que bits de arraste estd relacionado A sua maior resisténcia & quebra e desgaste’. Da mesma forma que bits de arraste eficientemente quebram a rocha dada a sua facilidade em induzir esforsos de tragdo, eles sto mais facilmente quebrados pois internamente também estilo sujeitos aos mesmos esforgos pelo simples principio da ago e reagao, Embora ‘menos eficientes, indentadores apresentam maior durabilidade e resistencia 8 fratura pois Carregam a rocha essencialmente em compressio e normalmente sio montados em pecas de modo que os esforgos predominantes sejam os de compressio. Dada a elevada resistencia 4 compressio destes materiais, a ruptura € minimizada e a vida til da ferramenta € maior que bits de arraste. A maior susceptibilidade de bits de arraste ruptura faz com que a aplicagdo deste tipo de elemento seja limitado & rochas brandas como carvio ¢ evaporitos. Por outro lado, ferramentas do tipo indentador sio usadas na Perfuraco ou corte de virtualmente qualquer tipo de rocha Bits de arraste so normalmente usados em conjuntos em equipamentos de escavagio. O corte com um conjunto de bits envolve cada bit passando pela rocha em seqligncia, como mostra a Figura 7.2. Cada bit tem a oportunidade de explorar 0 alfvio Produzido pela passagem do bit adjacente. Um espacamento timo existe entre bits que Permite um minimo conjunto de energia. As ferramentas normalmente so construfdas em ago endurecido. Para permitir uma maior durabilidade destas ferramentas, a porgo que entra em contato diteto com a rocha Pode se revestida por carboneto de tungsténio (WC). As propriedades mecdinicas do WC Podem ainda estar melhoradas pela cimentago com cobalto a concentragies entre 8 ¢ 14 % de Co, Este carbureto cimentado apresenta excelentes caracteristicas mecénicas, apresentando clevada tenacidade e dureza, entretanto os mesmo & susceptivel a fratura 933999 3FFK 99H HHHHH4AHGHHI998INIG8HHFHHHHHHODDVDADPIDR9ARDBABH 56 frdgil quando submetido a esforgos de trago. Elementos usados em brocas de perfuragio Podem ainda ser revestides com diamante polictistalino compacto (PDC), 0 qual apresenta excelentes propriedades mecanicas, porém custo significativamente maior que WC. oe el e © topos __Etaganeno ee esc fopract 0 i pacino e. s10mm ce ? 2 as 7 i: Cer i WW pg a? ° Experts nt bis an CEE TT Figura 7.2 Etelto do espagamento entre bits no consumo energético durante a escavagao 7.2 Perfuragao de rocha A perfuragdo percussiva ou rotativa — usada tanto na prospecgdo mineral (Sondagens) quanto na preparag2o de furos para o desmonte com explosivos pode ser analisada como uma primeiras operagdes unitérias da fragmentagdo na mineragao. A perfuragio € normalmente realizada com indentadores, que podem variar de menos de 10 mm a até metros de diametro®. Neste método, uma ferramenta é colocada €m contato com a rocha e tensbes normais e/ou cizalhantes so aplicadas. A perfuragdo percussiva combina quatro fungdes, que so a percussio, a rotacio, © avango ¢ a limpeza (Figura 7.3). Embora chamada apenas percussiva, ela na realid. Produz um giro na broca imediatamente apés cada golpe. lade Percussao Rotagao Figura 7.3 Elementos da perturagao percussiva 37 © acionamento da percussdo se da por ar comprimido ou pelo meio de dleo a alta Pressio (acionamento hidrdulico). Presso do ar comprimido ou do sistema hidriulico é controlada por um sistema de valvulas, resultando no movimento ciclico do pistéo (Figura 7.3). Este pisto se movimenta a freqiténcias da ordem de 2 a 3 mil impactos por minuto (33 a 50 impactos por segundo). Na perfuratriz percussiva o pistdo é acelerado a uma dada velocidade (a qual depende da pressio de operacio) e é projetado contra a broca. A energia € transmitida & broca através de um pulso de compressfo que se Propaga até a rocha e causa a penetragdo dos elementos de corte, que por sua vez quebram a rocha (Figura 7.4). Este pulso tem periodo ¢, igual a 2L/Cp, onde Cy é a velocidade de particula na barra, ou seja, em cada impacto a broca e a rocha ficam em contato por um intervalo de tempo igual a t,. A velocidade de penetraco da rocha vai ser igual & penetragio atingida em um golpe multiplicada pela freqiiéncia de impactos. A 9938598959938 0380805 Penetracao obtida em um golpe vai depender da energia util de quebra que chega até a face da rocha (que € igual a energia cinética do pistdo vezes a eficiéncia da transferéncia de enegia do pistio até a rocha), ¢ é dada por uma relagdo do tipo mostrado na Figura 5.3. A baixas energias, uma limitada penetragio € obtida uma vez que a energia pede nio suficiente para fraturar a rocha, A medida que a energia de impacto aumenta, aumenta Proporcionalmente a fragmentagao da rocha, Um méximo é entéo atingido na capacidade de penetragao da rocha em um ciclo, e um aumento da energia acima deste limite resulta em desperdicio de energia, (prlaan+ de) raf mes) ~ Figura 7.4 Forma da pulso de deformagaio na perturagao percussiva A eficiéncia de transferéncia da energia vai depender do sistema de perfuragio (da Presenga ou nao de adaptadores), assim como do comprimento do furo, mas tipicamente varia entre 60 © 80 %. Furos longos e com adaptadores apresentam eficiéncia de twansferéncia de energia notavelmente baixas. A freqiiéncia de impactos vai depender do tamanho do pistio L. oO *H.S, Ricardo & G. Catalani, Manual prético de exeavasio, 3° edigio, Editora Pini, 1990, ® a e a a a ® a * a ° s ® e ° * . * 9 a * a 7. 3883809936858 308800888388460398889HN8NHIHDH8H8HHBIDS 9909 Bd: 58 © mecanismo da fragmentagio na perfuragdo € baseada na formagio de um campo heterogéneo de tensdes sob cargas concentradas produzidas pelos bits. O comportamento da rocha varia de acordo com o nivel de tenses gerado no material. Nas imediagées do bit a rocha € fraturada intensamente, resultado dos elevados niveis de tenses que causam deformagao, colapso da estrutura ¢ compactagdo, produzindo finos, Uma zona maior de fraturamento é também criada em volta desta zona de compactagio. As fraturas iniciam no limite entre as duas zonas, e lascamento ocorre quando algumas destas fraturas atingem a superficie livre da rocha, Na perfuragdo rotativa a fragmentagdo da rocha se dé pelo movimento rotativo de uma coroa posicionada na extremidade de uma broc sob a aco de esforgos normais. Diversos tipos de elementos usados nestas coroas: bits de arraste revestidos com PDC, bits impregnacdes de diamantes, e miltiplos cortadores de rolos. Diferentes tipos de coroas so também disponiveis: coroas tipo cruz, tipo X, de botées, e de rolos em cone. Um principio bésico na fragmentagao € que o material que jé houver sido quebrado deve ser retirado © mais rapido possivel da zona ativa de quebra de modo que 0 desperdicio e a perda de energia ocorra. Considerando o elevado grau de confinamento dla rocha durante a perfuragio, ‘gua ou outros fluidos devem ser introduzidos em grandes volumes na limpeza do furo, 7.3 O corte © corte € uma das operagdes unitérias na lavra subterrinea na mineragio de carvdo ¢ de outros minégrios estratiformes, no qual a eamada & cortada na sua base, lado Ou topo, Maquinas de corte (chamadas rafadeiras) so usadas, as quais consistem de longus barras (de até 4 m de comprimento por até 40 em de largura) equipadas com corteias a0 longo das quais elementos cortantes (bits de arraste) estio Presentes. Estas méquinas sdo normalmente montadas sobre pneus. © uso do corte normalmente € capaz de reduzir © consumo de explosivos e resulta em uma fragmentagio mais grosseira ~ uma caracteristica muito desejavel na ‘mineragio de carvdo mineral. Além disso, nota-se que um menor nfvel de poeita é Berado no desmonte com explosivos quando a frente de lavra é previamente cortada, 939895198989 HH THHTHHHDHHHTHFHTVVHHAHHHHHHHHH9HHH888S8S8DS 59 Figura 7.5 Rafadoira A importancia do corte resulta da diminuigo do nivel de confinamento da rocha devido & criago de uma mais uma face livre para a sua deformagio. Em capftulos anteriores havia sido mencionado que quanto. maior o. grau de confinamento da rocha, maior a sua resisténcia mecdnica e maior a energia armazenada na rocha no instante de uptura, A fragmentagao resultante (0 tamanhos dos fragmentos) vai depender da energia armazenada na rocha. Assim, a criagio de mais uma face livre 6 capaz de reduzir 0 consumo de energia na ruptura da rocha, ao mesmo tempo que aumentar o tamanho médio dos fragmentos. 7.4 Desmonte mecanico Méquinas de desmonte mecanico so a alternativa continua (ou aproximadamente) 20 processo descontinuo do desmonte com explosives, o qual consiste das operagdes de perfuraglo de rocha, carregamento dos furos, detonayao e carregamento. Méquinas de desmonte mecfinico de rocha se caracterizam por permitirem uma clevada produtividade decorrente da operagio continua, maior seguranga nas escavagSes (taludes ¢ galerias, por exemplo), ¢ maior seguranga (na lavra subterrnea de carvao, por exemplo), quando comparados com 0 método tradi nal de desmonte por explosivos. AAs suas maiores limitagSes dizem respeito ao alto custo de investimento, a sua pequena aplicabilidade a rochas abrasivas (devido ao desgaste excessivo dos bits), ¢ diminuigdo da Produtividade que acompanha o seu uso em rochas com maior resisténcia mecdnica, Varios tipos de méquinas existem para o desmonte mecanico na lavra a céu aberto © subsolo, De acordo com o tipo de operagao estas m&quinas podem ser classificadas como de operagdo cfclica (mas em um periodo de tempo muito mais curto que o 99995553 D9HHTH}HHADH4EHH}HTHHI7HHHH}A}T}HT2}3A2H83HHH8HHADSDOD 60 desmonte com explosives) ou continua, Exemplos de méquinas de operagio cfclica incluem as escavadeiras de pa frontal (shovels), as de cagamba de arrasto (drag-lines) 0s scrapers — todas usados na lavra a céu aberto. Esta méquinas sio, tipicamente, somente usadas no carregamento do material previamente fragmentado ~ por explosives, por exemplo —¢ so somente usadas em fragmentago propriamente dita quando se tratam de rochas muito fracamente consolidadas ou solos. Neste caso o desmonte é facilitado por dentes posicionados na p4 ou cagamba que facilitam o corte da rocha. Maquinas de desmonte mecdnico de rocha com operago continua incluem escavadeiras de roda de cagamba (BWE), méquinas de abertura de galerias, mineradores Continuos, raise borers e tuneleiras, Alguns aspectos da fragmentago de rocha nestes diversos equipamentos serdo analisados, Para maiores detalhes a respeito da operagio ¢ dimensionamento destes equipamentos, sugere-se que o leitor consulte 0 manual da SME’. Escavadoras de roda de cacamba Escavadoras de roda de cagamba (ou bucket wheel excavators ~ BWE) ° Principal tipo de minerador continuo usado na lavra a eéu aberto. O BWE consiste de um sistema de miltiplas cagambas espagadas igualmente na periferia de uma roda que gira a velocidades periféricas entre 1.0 © 2.0 m/s. A rocha carregada nt S cagambas & continuamente descarregada em um sistema de correias transportadoras. A BWE pode ser usada, em certas condigées, na escavacio de rochas relativamente competentes como folhelhos © atenitos, mas em geral néo & capaz de escavar rochas mais duras, Tipicamente considera-se que o limite superior de aplicabilidade da BWE é em rochas de resisténcia a compressio simples de 18 MPa, Desta maneira, @ mais importante aplicagdo da BWE é em depésitos de rochas sedimentares brandas ¢ de grande espessura. Para rochas de maior abrasividade, dentes de carboneto de tungsténio devem ser usados para permitir uma maior durabilidade. ° HLL, Hartmann (Editor), SME Mining Engineering Handbook, 2" edigdo, SME, 1992 939935588889 TFHHH4FH98HHHFHI289H}}TH}HHHHF9N9H9B28BODS 6 Méquinas de abertura de galerias (MAG Sao equipamentos de desmonte mecdnico com aplicagéo na abertura de vias subterraneas para a lavra em subsolo assim como na construgdo de tineis para estradas, Maquinas de abertura de galerias ~ também chamadas de méquinas de ataque puntual — Consistem de uma cabega rotativa colocada no extremo de um brago mével, montada em uma estrutura sobre esteiras, como mostra a Figura 7.6. Nesta cabeca rotativa elementos de corte, tipicamente do tipo de bits de arraste puntual (Figura 7.1) so usados. A configuragao dos bits na cabega cortante varia com os varios fabricantes, mas deve ser adequados & profundidade de corte desejada (Figura 7.2). Por outro lado, 0 espagamento deve pelo menos garantir que varios bits estejam em contato com a rocha ao mesmo tempo de modo a evitar vibragdo excessiva na maquina. A escavagiio € realizada pela pressio normal da cabega cortante contra a rocha ¢ 0 movimento transversal do brago para cortar o perfil desejado da galeria. Os fragmentos de rocha depositados no chao so entio carregados por um brago em uma calha que passa através do centro da maquina. Magquinas de ataque puntual so disponiveis no tipo transversal longitudinal’ Em méquinas do tipo transversal (Figura 7.6b) os elementos sZo dispostos em um cilindro (cabega) que gira transversalmente a0 brago, © principal torque é obtido pelo movimento rotativo da cabega cortante. A forca normal de contato dos elementos contra a frente é obtida pelo movimento do brago giratério. Em maquinas do tipo longitudinal, por outro 'ado, 0s bits de arraste so montados em espiral na cabeca que gira axialmente ao braco da maquina, Devido a simplicidade do mecanismo de transferéncia da energia do motor A cabega rotativa, cabega com menor didmeiro podem ser empregadas, o que permitiria a Sua aplicagdo na lavra seletiva de lentes ou bandas estreitas, por exemplo. Magqi unidades com pesos de 10 a 80 toneladas © poténcias de 100 a 500 kW podem ser encontradas. was de abertura de galerias slo disponiveis de diferentes fabricantes, ¢ Sio normalmente adequados & fragmenta io de rochas de uma grande variedade de caracteristicas: desde rochas brandas como carvao até rochas muito competentes, com resistencia & compressio de até 150 MPa. A sua produtividade e a durabilidade dos bits, “E, Delia, Introduction generale a I'abatage mecanique, Ecole Nationale des Mines de Paris, 1986, 9993893 FF39HFHHHTHHH}D8HHHHHH9HTH}7}HHFHA2HHFH9HHHBT9HROD 2 entretanto, reduz. significativamente 4 medida que aumenta a resisténcia mecdnica e a Proporcao de silica (abrasividade) da rocha. Via de regra, méquinas de abertura de galerias capazes de desmontar rochas mais resistentes que mineradores continuos, uma vez que a energia € concentrada em uma menor érea, Operagdo em rochas duras € resistentes exigem maiores presses de contato ¢ torques e menores velocidades Periféricas da cabeca cortante, e invariavelmente resultam em fragmentagéio mais fina. Figura 7.6 Maquinas de desmonte mecanico: (a) raise borer, (b}maquina de abertura de geloria 40 tipo transversal, (c) minerador continuo do tipo tambor e (d) tuneleira de face total 9999951393998 F989} HT8HHH 90TH TTHHHTHH1HX99FH999H893895 68 Mineradores continuos Mineradores continuos sfo méquinas usadas na lavra mecanizada de depésitos de estrutura acamadada ou tabular com espessura uniforme, e com rochas de baixa resistencia mecinica e dureza. Uma vez que permitem a integragio das fungdes de desmonte, cartegamento ¢ transporte eles so capazes de proporcionar uma maior velocidade de avango, uma melhor estabilidade da rocha, maior produtividade e menores custos em condigdes favordveis. Similarmente as MAGs, mineradores continuos do tipo tambor também possuem bragos que recolhem o material desmontado, o qual passa por um sistema de calhas com és de arraste ou envolventes em diregao & parte posterior da méquina (Figura 7.6c), A partir di } a rocha é transportada por uma variedade de sistemas, incluindo “‘shuttle-cars”, calhas, correias transportadoras, ete, Mineradores continuos encontram-se disponiveis com pesos entre 25 e 70 toneladas e com poténcias entre 150 e 400 KW. Sao aplicdveis em rochas com Tesisténcia 4 compressio uniaxial de até 40 MPa, portanto tipicamente se limitam & depésitos de carvéo ¢ evaporitos. Assim como no caso das MAGs, o porte do equipamento deve ser compativel com o tipo de rocha quebrada, Em particular o peso do minerador continuo e © coeficiente de atrito das esteiras contra o chao da galeria devem ser suficientemente clevados de modo a equilibrar as forgas de compressio requeridas para o corte da rocha. Tipicamente mineradores continuos usam elementos de corte puntuais de carboneto de tungsténi » distribufdos em miiltiplas espiras (com até 250 bits por tambor). Eles Fequerem clevadas poténcias, pois operam a elevados torques e presses de contato, Shearers ‘o mineradores continuos usados em frentes de longwall, O corte se dé pelo movimento rotativo de um tambor paralelamente A face no qual bits de arraste Posicionados. Os maiores problemas operacionais das shearers dizem respeito a0 clevado nivel de pocira gerado, ¢ aos problemas decorrentes de desvios da camada Quando os tambores de corte So permitidos cortar camadas adjacentes, a taxa de desgaste aumenta dramaticamente, uma vez que estas rochas sao tipicamente mais resistentes ¢ abrasivas que os minérios que sdo cortados pelas shearers (carvoes ou evaporitos). Isto pode resultar em uma substancial diminuigo da disponibilidade do equipamento dada a necessidade de substituigdo de bits de arraste. 99989 F9F29FHFTHHHHHTEHHTHHHHHHGHHHHHHOHHHHHHH888SE8S Tuneleiras Tuneleiras — também chamadas Tunnel Boring Machines (TBM) - so maquinas de escavacao de tineis originalmente desenvolvidas para a construgao civil e mais tarde Uusadas na industria mineral. Blas se caracterizam pelo movimento rotativo de uma face Provida de elementos cortantes sob a ago de arietes hidréulicos que aplicam pressiio Contra a rocha, assim permitindo o desmonte da rocha (Figura 7.64) Vérios modelos existem de diferentes fabricantes, os quais permitem a escavagto de tdneis de didmetros desde 1,75 m até mais de 11 m, embora na mineracéo diametros Taramente excedem 6 m. Estes podem apresentar pesos de até 400 toneladas, poténcias de até 1000 kW, permitindo 0 uso de forcas de compressao de até 8000 KN*. Tuneleiras encontram-se disponfveis do tipo de face total (no qual o didmetro da escavagao coincide com 0 diametro da maquina) e de face parcial Diferentes tipos de elementos slo usados em TBMs. Cortadores puntuais ‘equerem elevado torque e pequena pressio de contato pois 0 corte se dé principalmente Pela aco cizalhante do elemento. Sao altamente eficientes, mas so somente adequados & Fochas de baixa resisténcia (resisténcia & compress’o < 70 MPa) e de baixa abrasividade, Cortadores de disco so 0s mais usados em TBMs, Sao normalmente Construfdos em aco endurecido, mas botdes de carboneto de tungsténio podem ser usados Para reduzir © desgaste tratando-se de rochas abrasivas. Discos com diferentes Ecometias so dispontveis, como mostra a Figura 7.7. Atualmente considera-se que os conadores de disco de sesio constante sto preferiveis pois a érea em contato com a rocha Permanece relativamente constante A medida que © mesmo progressivamente sofre desgaste. No caso de discos em cunha, a érea em contato com a superficie da rocha Stmenta com desgaste, exigindo um aumento da pressdo de contato necesséria para que a ee scavagio de rochas mais resistentes (com resistencia A compressao de até 275 MPa), mas uma vez que a fragmenta da rocha ¢ principalmente realizada pelo mecanismo da indentaga ~ © qual requer © comportamento frégil do material para a propagagdo de fraturas ~ este tipo de elemento nao adequado a rochas plasticas ou de baixa resisténcia Cortadores de disco requerem alta pressdo de contato, torque médio ¢ devido & pequena area de contato, produzem alta penetrago fragmentagio grosseira. Cortadores de rolos 9980999309 FHFHTT2DTTHHTHTHHHHHHHHHTHH8HTDH8HO8DOEED 65 € botdes (Figura 7.1) usam pontas de carboneto de tungsténio para permitir a fragmentago de rochas muito resistentes (podem ser usados em rochas de até 400 MPa de resistencia 4 compressao, embora a baixas velocidades de avango). Exigem elevadas presses de contato, devido A grande érea de contato entre o elemento e a rocha, ¢ alto torque. — Figura 7.7 Cortadores de disco de seco constante (esquerda) e de cunha (direita) TBM tem vérias vantagens quando comparados com o sistema convencional de desmonte por perfuragao/explosivos: permitem uma maior velocidade de avango, operagdo continua, uniformidade da abertura, e seguranga na operagio. Além disso, devido ao menor distirbio & rocha adjacente, escavagses produzidas por TBMs requerem menos suporte € a resultam em menor distdrbio a0 lengol freético. A maior limitagao deste tipo de equipamento diz respeito ao elevado custo. Sido méquinas usadas na escavago de acessos tanto entre dois niveis em uma ‘mina subterranea (pogo) ou entre a superficie ¢ um nivel existente na mina (chaminé) Figura 7.62. A operagio do raise borer convencional consiste na colocagio da maquina de perfuragao no nivel superior e a perfuragao de um furo to (tipicamente de 24 em de diametro) até o nivel inferior usando ti amente uma coroa em tricone. Quando o furo é completo, a coroa é retirada ¢ substitufda por uma cabega que apresenta o mesmo didmetro da escavacio desejada. Esta cabega € entdo girada e erguida em diregdo a maquina (fopo). Os fragmentos caem pela agdo da gravidade no nivel inferior, de onde So removidos. Raise borers so dispontveis desde 0.9 m até 3.5 m de didmetro. Outros Lipos de raise borers existem, mas so de aplicagao mais limitada, © torque ¢ a pressio so os principais critérios para analisar a capacidade da 999 90FFTFHFHFHHTHTDTTHDHHHHHHHHHFHTHHHTHHHHHHVSHSSSD 66 Maquina. O desempenho do raise borers esté relacionado diretamente com a presséo que cle € capaz de aplicar aos elementos cortadores. Uma relagdo aproximadamente linear existe entre o carregamento por cortador e a velocidade de penetragao, Diferentes tipos de elementos sio usados em raise borers. Cortadores de dis 0, io tipicamente os mais usados. seu uso torn: ¢ anti-econémico para rochas com resisténci & compressio superior a 275 MPa devido ao desgaste excessivo. Cortadores de botes (revestidos de carboneto de tungsténio), que exigem elevado torque e pressdo de contato, io normalmente usados em rochas de elevada dureza ¢ resisténcia mecanica, Bles produzem fragmenta¢do muito fina, que pode apresentar problemas de manuseio: ¢ consomem uma maior energia por unidade de volume que os cortadores de disco. Em condigées favoraveis, 0 custo por unidade de metro avangado com raise borers é menor que 0 método convencional de perfuragio e desmonte com explosivos na Perfuragao de pogos ¢ chaminés®. Além disso, eles oferecem maior seguranga do pessoal, maior produtividade (maior velocidade de avango), menor uso de pessoal, ¢ maior estabilidade de escavacées que o desmonte com explosivos. 7.5 Novos métodos de escavagao Uma das principais limitagdes dos métodos de desmonte mecanico diz respeito ao clevado desgaste e quebra de elementos, resultando em uma redugZo na vida util ¢ na disponibilidade das ferramentas de corte. Métodos alternatives nos quais a rocha nao entra em contato direto com a ferramenta tem sido propostos. Jatos de Agua ~ tradicionalmente usados no desmonte hidriulico de rochas fracamente consolidadas € solos - tem recentemente demonstrado aplicabilidade no desmonte de rochas de elevada resisténcia mecanica’, Isto se deve a habilidade de ‘emas hidrdulicos modernos de atingir elevadas pressdes. A quebra de rocha pela ago de Agua resulta essencialmente de um proceso de erosto, no qual a agua que penetra em Pontos de fraqueza naturais da rocha ~ como fraturas e interfaces entre gros ~ é capaz de enfraquecé-la produzindo ruptura. © uso de maiores PressGes © vazdes, assim como a incorporago de abrasives (como granada) ao jato tem permitido estender a aplicabilidade do desmonte hidréulico & rochas mais resistentes, tais como aquelas que apresentam *L.W. Home, Raise drills, In; Underground mining methods (W.A. Hurstulid, Ed), pp. 1093-1103, 1982. 67 textura fina ¢ elevada resisténcia intergranular, e portanto uma pequena proporgao de defeitos pré-existentes que poderiam ser explorados pela ago erosi ada Agua, Energia térmica também pode ser usada para fragmentar rochas de alta resisténcia Mecdnica, O aquecimento da rocha por condugdo (com uma fogueira) e 0 choque térmico da rocha era usado na mineragdo de rochas resistentes na antigiidade. Mais recentemente, langa-chamas (ou flame jets) também foi usado no corte de rochas. A. m ‘or limitagdo da aplicagtio que calor diz respeito a baixa efi ncia de transferéncia de cnergia térmica a energia de deformagao na rocha, uma vez que uma parte da energia é dissipada ou desperdigada no derretimento de porgdes da rocha em contato com a chama, Uma alternativa ao aquecimento da rocha por condugio, € 0 aquecimento da rocha internamente por irradiagao. Microondas (radiagdo eletromagnética de alta frequéncia) so capazes de fragmentar rochas de alta resisténcia mecdnica devido a habilidade de minerais de absorverem energia e deformarem diferencialmente. Embora evidéncia jd existe para suportar a viabilidade técnica do fraturamento de rochas muito resistentes usando microondas, estudos ainda so necessérios para melhor estabelecer os Parametros de engenharia, assim como desenvolver um equipamento de aplicagao adequada nas condigdes mineiras. A aplicago de raios laser também tem sido proposta e a sua habilidade técnica de produzir clevadas velocidades de penetragao na rocha tem sido demonstrada em laboratério®, embora a consumos energéticos Proibitivos. Embora a viabilidade técnica dos varios métodos recentes de escavagio de rocha mencionados tenha sido demonstrada em estudos em escala de laboratério, eles sofrem limit: ‘Ses no que diz respeito ao custo de investimento ¢ particularmente a0 consumo cnergético, como ¢ ilustrado na Figura 5.2. O elevado consumo de energia (que ¢ em geral de uma ordem de magnitude maior que os métodos de desmonte mecanico tradicional) se deve a baixa eficiéncia da transferén a de energia do equipamento a energia titil de fragmentagéo. Figura 5.2 mostra que o desmonte com explosivos ~ que consiste da combinacao de dois métodos diferentes de desmonte de rocha (0 uso da energia mecdnica da “ BR, Jurewiez, Rock escavation with laser assistance. Int J. Rock Mech, Min, Sei, Vol, 13, p. 207-220, 1976. 93935555 FEFHDHHDHHHHDHHHHHTHHHHTHHHHHHHHHHHHH88HHOED 68 perfuragéo © da energia quimica dos explosivos) é um dos métodos mais eficientes de fragmentagdo na lavra. Isto pode sugerir que a hibridizagio pode oferecer um caminho provavel para a otimizagio de métodos de desmonte, pois permitiria por um lado a redugao da energia especifica (consumo de energia) e um aumento da poténcia (velocidade de avanco) na operaco de fragmentagao, A aplicagaio de jatos em alta pressdo juntamente com méquinas de desmonte mecinico tem potencial de permitir uma maior taxa de fragmentagio. O corte mecanico da rocha produz fragmentos, que se ndo forem imediatamente retirados do contato com a ferramenta, poderdo proteger a superficie da rocha e prevenir a quebra eficiente da rocha no ciclo seguinte de carregamento, © jato de agua tem a habilidade de rapidamente remover o material desmontado e oferecer uma superficie fresca, € também inregular (devido & ago erosiva do jato), & agdo subsequente da ferramenta mecdnica. Este sinergismo tem sido explorado em um modelo de maquina de abertura de galerias com jatos de alta pressdo do fabricante Dosco®. © equipamento tem demonstrado habilidade de desmontar rochas de alta resisténcia mecénica a velocidades de avango similares aquelas obtidas com méaquinas de abertura de galerias de menor porte. Além disso, observou-se uma maior durabilidade dos elementos, devido & habilidade do jato de rapidamente resfriar os bits. Microondas podem ser usadas no pré-fraturamento da rocha antes do desmonte mecanico. Neste tipo de aplicaglo a rocha é irradiada com energia em microondas imediatamente 2 frente do bit. Quando o bit passa pela rocha, a rocha é escavada com forgas menores uma vez que uma rede de fraturas resultantes da expansao térmica foram geradas. Experimentos realizados no United States Bureau of Mines dos EUA indicaram que uma redugdo de até 70 % da energia de corte dos bits de arraste pode ser obtido, Lasers tem potencial de aplicago como um método de corte, similar As rafadeiras, mas para rochas de elevada dureza O corte prévio da rocha na lavra subterrnea poderia facilitar o desmonte mecfnico ou com explosivos subsequente. 996833878898 FFHHFDHATLEHT7HHTHHAAHHHDHAFAVODDISOBdIBHNNH 3 CAPITULO 8 ‘A FRAGMENTACAO COM EXPLOSIVOS A fragmentago com explosivos € 9 método mais freqilentemente usado no desmonte de rochas na inddstria mineral. Em contraste aos métodos de desmonte mecinico,‘cuja aplicagao é limitada & rochas de resisténcia baixa a median, explosivos so capazes de fragmentar rochas independentemente de sua re: abrasividade neia mecdnica e © desmonte com explosivos pode ser considerado como uma ciéncia assim como uma arte, Diversos aspectos do desmonte com explosivos tem sido discutidos extensivamente na literatura técnica'**, A seguir, alguns aspectos relevantes do desmonte com explosivos a fragmentago de rocha sero analisados. 8.1 0 mecanismo da fragmentagao de rocha com explosives A fragmentacdo de rocha com explosivos pode essencialmente ser analisada como © resultado da propagagdo de ondas de choque ¢ da pressio de gases resultantes da detonagdo. Uma andlise te6rica dos diversos estégios desde processo é apresentada a seguir’, os quais sao ilustrados na Figura 8.1 No instante da detonagao do furo, uma onda de choque € gerada a qual se propaga através da rocha, com a sua pressdo rapidamente decaindo em amplitude e sofrendo dispersao em forma & medida que a onda se distancia do furo. A onda cilindrica divergente apresenta os componentes radial e transversal, como é mostrado na Fi jgura 8.2, Nas proximidades do furo, o componente radial cartega elevadas tensdes de compressio OS quals excedem a resisténcia & compressio dindmica da rocha. A rocha entio softe intenso fraturamento nesta regido devido ao cizalhamento. A maiores distincias do furo, ©ste componente softe atenuagdo a niveis de tensio absixo da resisténcia da rocha a compressi0, definindo © limite da zona de fraturamento intenso (cominuigao). 0 "GH. Dowding & C.T. Aimone, Ri 1992, G:C. Sen, Blasting technology for mining and civil engineers, UNSW Press, 1995 ¢ U. Langefors & B. Kinlstrm, The modern technique of rock blasting Joke Wiley, 1978. “A. Scott (Ed.), Open pit blast design. IKMRC Monograph Series Tre University of Queensland, 1996, ‘ock breakage: explosives. In: SME Mining Engineering Handbook, 35999898599 898T}HHK}H48H}DTDHVHN IHF HI9THVOAHAADHDDAHDDDPDH 34 componente tangencial torna-se progressivamente de trago e aumenta a nfveis superiores A resisténcia a tragdo dinamica da rocha, A rocha em volta ao furo enti sofre fraturamento radial & medida que a rocha sofre ruptura & tensio. Quando este componente softe atenuagao abaixo da resisténcia & trago da rocha, entio o fraturamento diminui e a onda de deformagao continua sua propagago na forma de uma onda elistica sonica.* (4) Zona cominuida (©) Propagagio de ondas de choque ‘eexpaneiio de gest (€) Expanato da supertci \descascamento da face e formagdo de rede de traturas (©) Retiexto Figura 8.1 Sequéncia de eventos que ocorrem no macigo rochoso, onde a, © @ so o vaio da $210880, alo do furo em expanséo, respectivamente, P, & a pressao no ture, or ©, S80 08 componentes tangenciais e radiais, respectivamerte’. Dependendo do tipo do explosivo e da resisténcia da rocha, graus caracterf de dano podem ocorrer a distncias variadas do furo. icos Resultados experimentais tem mostrado que @ zona de fraturamento intenso (cominuigG0) tipicamente corresponde de 2 2 4 vezes maior que o raio do furo, enquanto que a zona de fraturamento normalmente se estende até 20 raios do centro do furo e pode chegar a 50 raios Proximo a superficies livres, ocorre um aumento do fraturamento devido a “ransigdo do componente radial de compressio para trago devido A reflexo que ocorse “HK Kutter & C. Faithurst,On the fracture process in blasting, Int J. Rock Mech. Min. Sci., Vol. 8, pp. 181-202, 1971, 55 quando a onda incide na face livre. A interagdo das miiltiplas reflexdes das ondas incidentes e refletidas primérias e de cizalhamento causa a iniciagfo e bifurcagao de fraturas, © a fragmentago resultante vai depender fortemente das descontinuidades inerentes da rocha 6 compressto Raza, Ginames Tempo Resistencia & tragdo dintnica Componente rad Tempo Flawa 8.2 Pertis tipicos de tenses versus tempo a duas distincia Ri do centro do furo (a, 6 0 rao inicial do fro). Em seguida & detonagao, os produtos gasosos so formados, produzindo intensa Pressurizagdo do furo (a pressées da ordem de 1 GPa). Se o explosivo completamente Preenche o furo lateralmente, esta pressio € entdo aplicada imediatamente as paredes do furo. Estas tenses so capazes de produzi intenso fraturamento inter- e intragranular da rocha, 0 colapso de poros, assim como a compressio diferencial de gros ¢ a matriz da Tocha, Também, & medida que os gases penetram nas fraturas produzidas pela passagem de ondas de choque, a energia potencial dos gases é transformada em energia cinética dos fragmentos, resultando na projegio dos mesmos e na formagdo da pilha do desmontado, © intenso fraturamento que ocorre decorrente da répida expansio de gases pode ser indesejével, pois produz sobrequebra ¢ em dano desnecessério A superficie de uma escava » © qual pode afetar negativamente a estabilidade da escavagao, O grau de confinamento do explosivo no furo pode ser diminuido pelo de-acoplamento do explosivo, ou seja, usando cargas menores que o furo. Um fendmeno também observado no desmonte com explosives — o 1). Os padrées de furagio podem ainda ser do {ipo centrado ou em zigue-zague, Um parémetro mais usado que a carga de explosivo Q € a razao de carga R- que dada por Q (8.14) SBH A seqiiéncia de iniciagdo de furos, a razio S/B os retardos utilizados entre as detonagées, € 0 ntimero de linhas de furago determinam 0 grau de fragmentagdo da Tocha, assim como a forma da pilha de material desmontado. Atastamento 0 Espacamento oY ° Altura da bancada Comprimento do furo eo 8 ° ° Comprimento do tampao Comprimento da substuragae = Angulo da bancada () Vista SUPERIOR (A) SEGAO LATERAL Figura 8.9 Parametros geométricos do plano de fogo de uma bancada a céu aberto' A metodologia tradicional de projeto de desmonte a céu aberto consiste em Empiricamente variar os vérios pardmetros em campo e refiné-los indefinidamente até que uma configuragio aceitével seja alingida. © uso deste tipo de metodologia se faz necessdrio devido aos varios fatores que ndo podem ser controlados, como a geologia e as condigoes de carregamento do explosivo. Relagdes empiricas baseadas em dados de Sampo tem sido propostas por vétios autores com o intuito de oferecer pontos de partida Para algumas das variéveis, assim como minimizar © tempo envolvido nesse processo erativo. O didmetro do furo e o afastamento sio provavelmente os principais fatores no projeto de um plano de fogo.’ © afastamento deve ser escolhido com base na geologia e na energia do VITGKIDSDSD vdIGIDSIS 999 YHIIOS 9998338383838 808038 39H HE sao 5 rs 83 explosive, O didimetro do furo é normalmente limitado A capacidade de perfuragio dos equipamentos disponiveis, mas deve ser escolhido de modo a petmitir uma razio de carga adequada para a fragmentagao da rocha, € uma distribuigo uniforme do explosivo a0 Jongo do furo. A razdo entre o comprimento da carga (L-T) e o didmetro da carga deve ser igual ou maior que 20 de modo a permitir a total utilizagdo da energia de deformagao do explosivo.’ O afastamento, que corresponde & distancia do furo a face livre mais proxima, depende do tipo de rocha, explosive e didmetro do furo. Enquanto o afastamento adequado para rochas de densidade inferior a 2,7 gfem* usando ANFO seja da ordem de 22 vezes 0 didmetro do furo, aquele adequado a rochas de densidade superior a 2,7 g/cm’ usando explosivos de alta energia (como dinamites, emulsdes e aquagéis) € da ordem de 35 vezes o diametro do furo, por exemplo.' © espacamento deve variar entre uma e duas vezes 0 afastamento, dependendo da iniciago dos furos © comprimento de sub-furagGo, que corresponde & profundidade extra perfurada abaixo do nivel da bancada para garantir 0 desmonte integral da frente ao nivel da bancada, deve variar entre 8 a 12 vezes 0 diimetro do furo, tergo do valor do afastamento.? ou a aproximadamente um © comprimento do tampio também deve ser feito com cuidado, Um valor muito curto do tampao pode resultar em ruido excessivo, enquanto que um muito longo pode ‘esullar em pequena fragmentagao da rocha pr6ximo ao eolarinho do furo. Tipicamente 0 Comprimento do tampio deve variar entre 0,5 € 1,3 vezes o afastamento, ou alternativamente entre 14 © 24 vezes o didmetro do furo.! A inclinag&o do furo também relevante de deve variar de 0 a 30. Furos inclinados permitem uma melhor distribuigao de explosivo, além de perm ir a reduzir 0 aparecimento de toes (que correspondem a pedagos da roc! chao da bane: 14 s6lida entre face livre © 0 ada) da sobrequebra que pode ocorrer na crista da bancada,? A escolha da raziio de carga deve levar em consideragao 0 tipo de rocha, assim como o nivel de,fragmentagao adequado ao equipamento de escavaco, A Tabela 8.1 oferece um guia ~ muito simplificado - da razdo de carga em fungio da resisténcia mecanica da rocha. Razdes de carga variam tipicamente entre 0,3 € 0,6 kg/m?. Maiores razbes de carga podem ser usadas para permitir uma distribuigdo de fragmentos mais fina, compativel com carregadeiras (front-end loaders). Pot outro lado, menores razées de 95389339998 a 399395383933 3 1395659998888 088338383088TGTHH552 84 carga que permitem fragmentagio mais grosseira sfo tipicamente usadas para o carregamento usando escavadeiras de pé frontal (shovels) de grande porte, e de cagamba de arrasto (draglines). Tabela 8.2 Guia para escolha de razio de carga em fungdo do tipo de rocha? Tipo de rocha Exemplos Razio de carga Fator da rocha A (resisténcia a de rochas Re (kg/m’) no modelo de compressao uniaxial) Kuz-Ram Resistente (>200 MPa) Andesitos, doleritos, 070 12-14 granitos Média (100-200 MPa) Dolomitos, quartzitos, 0,45 10-11 serpentinitos, xistos Branda (50-100 MPa) —_—_Arenitos, calcérios, 0,30 8-9 folhelhos Muito branda (<50 MPa) Carvao 0,15-0,25 6 Uma prética freqlientemente usada ¢ reparti¢ao vertical da carga no furo em duas ou mais cargas individuais, Estas cargas, separadas por espagadotes inertes, podem ser iniciadas simultaneamente ou separadamente. A repartigfo vertical do explosivo no furo Pode ser usada para reduzir a fragmentagdo excessiva em camadas de rocha de baixa resisténcia; melhorar a distribuigo da carga no furo, permitindo uma melhor fragmentag3o da rocha préximo ao colatinho do furo; redu: a quantidade de carga detonada ao mesmo tempo, reduzindo vibragdes no terreno. Para que 0 plano de fogo seja posto em pratica, o método de iniciago, o tipo e Posigio do primer, ¢ 05 valores dos retardos, deve ser determinados. Os métodos de iniciagio mais usados incluem espoletas elétricas, cordeis detonantes ¢ o sistema Nonel Primers podem — em prinefpio ~ ser colocados em qualquer Posigdo no furo, embora a colocagio do primer muito préximo ao tampio pode causar desperdicio de energia devido a projegdo do tampiio no instante da detonagio. Os padrdes dos retardos usados no plano de fogo irdo determinar a seqiiéncia da iniciagao dos furos ¢ linhas, ditando a dirego do movimento do material desmontado ¢ a fragmentagdo resultante. Como mostra a Figura 8.4, afastamentos © espagamentos fetivos (Be © Se, respectivamente) vio depender da seqiéncia de iniciagio. A escolha 1905383988989 808809038388838808808383098559983 3980585859955 9DH8NT398S 85 dos retardos € de vital importiincia a efetividade do desmonte. Retardos excessivamente curtos, resultam em movimento limitado da rocha entre cada linha de furos, e em vibragdes excessivas, sendo capazes de afetar a estabilidade da bancada. Por outro lado, retardos excessivamente longos produzem fragmentagao grosseira e podem causar cortes acidentais na fiagdo de acessérios na superficie da bancada. © valor minimo do retardo pode ser calculado com base na distancia percorrida pela onda (2 B,) ¢ a velocidade de propagagdo‘da onda na rocha Cp, 2B,1C, (8.15) Equagao (8.15) indica que a onda de deformagao gerada pela detonagdo simultinea de uma linha de furos deve propagar até a face livre e refletir de volta até os furos, de modo a permitir a separagao completa de uma “fatia” da rocha, antes que a proxima linha de furos seja detonada. Uma implicagdo interessante 6 que rochas mais competentes ¢ com menor densidade de fraturas requerem menores retardos que rochas intensamente fraturadas, Isso € freqlientemente observado na pritica e pode ser explicado pela Equagio (8.15) e pela menor velocidade da propagagao da onda em rochas intensamente fraturadas. Na prética tem-se observado que € necessério usar valores maiores que aqueles dados pela equagao acima devido ao tempo necessério para o movimento da rocha. Valores de retardo usualmente variam entre 4 ¢ 8 ms por m de afastamento efetivo. ee 4 0-09 0 oo Se Figura 8.4 Padrées tipicos de iniciago no desmonte a céu aberto: (A) por linhas, (B) paralelo, (©) em"V", e (D) em diagonal. 5953 dad9 930 9953993503898 009383838988555598 989898 HH9H 53393 9D 86 O uso crescente de computadores na indtstria mineral tem tornado possivel automatizar (pelo menos em parte) 0 projeto do plano de fogo no desmonte de rocha a céu aberto. Softwares de projeto ¢ simulagio de planos de fogo tem sido desenvolvidos hos dltimos anos com o intuito de dinamizar o processo tedioso de selegio do plano de fogo, por um lado evitando que planos desastrosos sejam colocados em pritica, € por outro permi ido que planos que jé funcionam na pratica sejam refinados de maneira rapida e eficiente. Exemplos destes softwares sio 0 ShotPlan™ do IES, 0 ShotPlus® da ICI, 0 3x30-PRO do JKMRC, além de médulos especiais do Datamine™ ¢ Surpac. 8.5.2 Desmonte na lavra subterranea © plano de fogo no desmonte subterrdneo depende do grau de confi que a rocha se encontra nento em Em trabalhos de desenvolvimento (na abertura de galerias, Pogos, chaminés ¢ vias de acesso a blocos de produgo), assim como em blocos de Producao pelos métodos de cAmaras e pilates, o desmonte € realizado somente com uma face livre. Miltiplas faces séo encontradas na lavra pelos métodos de subleve corte-e-enchimento (cut-and-fill), 1 caving, € recalque (shrinkage), ¢ em tiineis de grande diametro usando métodos de bancada.' O desmonte pelo método de bancada € essen idéntico Aquele usado em céu aberto mente (8.5.1) endo seré tratado em maior detalhe No desmonte de rocha durante o desenvolvimento da mina, assim como na Produgio através de alguns métodos de lavra, a rocha se encontra sob confinamento ¢ 0 Plano de fogo deve ser projetado de acordo. Um padtio de perfuragdo tipico usado no desmonte de tineis ¢ ilustrado na Figura 8.5. © pilto representa um grupo de furos localizados no centro da face os quais so detonados com retardos muito curtos. O Propésito do pildo ¢ gerar um alivio inicial (mais uma face livre) que facilita a fragmentagio dos furos subsequentes. Os furos que fazem parte do pilio sto normalmente perfurados paralelamente ou em “V". A localizagdo do pilfo na face Jo © a distincia da projegio, Neste tipo de desmonte o alinhamento do determina a dire furo € critico, e espagamento ineorreto dos mesmos pode causar dano excessivo A galeria ou fragmentagdo insuficiente. Relages empiricas tem sido propostas™"? para o espagamento de furos ¢ razes de carga, ¢ podem ser encontradas em outras publicaydes. '°R. Holmberg, “Blasting”, In; Underground Mining Methods, W.A, Hustuld (Bd ). pp. 1580-1589, 1982 a a a a ® s 2 os G a e ® e 2 ” ® * 2 ® ea 2 © eo a a e ® a e ° ® a a e o a « e a e * ,a0990 87 Foros de fund O Feros tees Figura 8.5 Plano de fogo no desmonte de galeria no subsolo, mostrando a terminologia ¢ a sequéncia de iniciag&o de retardos." O retardo usado tem uma grande influéncia no desmonte com uma tinica face livre, Retardos usados sdo da ordem de milisegunidos (curtos) ou longos (segundos). Em geral, 0 uso de retardos longos produz fragment grosscira, ¢ a pilha do desmontado é alta e préxima a frente, Retardos curtos produzem fragmetago mais fina é responsavel Por fragmentagdo mais fina e um maior espalhamento da pilha do desmontado. Um tipo especial de desmonte com uma face livre é a abertura de pogos. Nestes €asos 0 controle da fragmentagio € muito importante, pois uma fr agmentagio étima Permite agilizar a escavagio do material ¢ portanto a velocidade de avango. Elevadas razGes de carga (1,2 a 3,6 kg/m’) e a distribuigdo do explosivo em um grande numero de furos de pequeno didmetro € normalmente necesséria. O desmonte com miltiplas faces livres no subsolo esté normalmente associado Produsio do ininério nos blocos de lavra, como mostra a Figura 8.6. O padrdo de perfuragdo utilizado vai depender diretamente do método de lavra. Nos métodos de corte-e-enchimento ¢ recalque, o desmonte normalmente se di em uma bancada invertida (Figura 8.6)... Os furos so de pequeno comprimento (<4 m) € Podem ser feitos verticalmente (ascendente) ou horizontalmente na bancada. A escolha da diregdo da perfuragdo normalmente depende da disponibilidade do equipamento de Perfuracao e da estabilidade dos pilares.'" "W.A, Hurstulid (Ed.), Underground Mining Methods, SME, 1982, 933989393399 55599808533908 3a 9930939395930 0980808088808380339883330388393589 88 (A) (D) Furos de grande comprimento (10 a 60 m) sio usados em blocos Javra com os méodos de sublevel caving e sublevel stoping. No método de sublevel caving (Figura 56a) a furagao ¢ feita em leque, enquanto que no método de sublevel stoping a furagio pode ser tanto em anel quanto paralela, RazSes de carga usados na furagio em angis variam tipicamente entre 1,2 € 3,6 kg/m’.! No método de sublevel stoping no qual blocos inteiros sao desmontados sem subniveis (Figura 8.6c), razdes de carga baixas da ordem de 0,4 kg/m’ c furos de no méximo $0 mm de diémetro so usados, No desmonte de produgio a fragmentagio 6tima da rocha vai der determinada Pelas dimensoes dos chutes de extragdo do minério dos blocos ¢ pela capacidade de carregadeiras. Varios aspectos devem ser considerados na selego do explosivo para o trabalho 5998803898 1369999383088 3838983808083883808388898H9 19893985559. 89 em subsolo. Explosivos que geram elevadas concentragées de gases txicos devem ser evitados. © explosive deve ser suficientemente insensivel de modo a nfo detonar acidentalmente devido a detonagao de um furo vizinho a um pequeno afastamento, além ser de fécil manuseio ¢ carregamento, Devido ao elevado custo da perfuragao em subsolo, decorrente do alto grau de preciso requerido, € comum usar explosives de alta velocidade de detonagio © energia e que apresentem pequeno diametro c: ico para garantir uma maxima velocidade de avancgo (como aquagéis, emulsdes e até dinamites), Entretanto, devido ao dano que os mesmos podem causar a estabilidade dos pilares, se deve evitar a detonagdo de mais de dois furos simultaneamente e se usar retardos de longa duragio, 8.6 Modelamento da fragmentagaio com explosivos Diversas tentativas tem sido feitas para modelar a fragmentagio de rocha com explosivos, ¢ algumas das principais so revisadas a seguir, 8.6.1 Modelo empitico de Kuz-Ram A distribuigao de tamanhos dos fragmentos da detonago com explosivos pode ser apropriadamente representada pela distribuigdo de Rosin-Rammler'?, dada por PUd,)= ~exp-@, 1a:)'| (8.16) onde P(dp) é a frago em massa menor que d,,ene d) sio parametros do modelo. O parametro d), € determinado pelas caracteristicas da rocha e do explosivo pela formula de Kuznetcov'? modificada por Cunningham! d) = dy /0,693'"" (8.17) onde dyy = A(R.) O°" (115/ EP” (8.18) "CJ. Konya & E.J. Walter, Surface blast des ®V.M. Kuznetsov, The mean diameter 9, pp. 144-148, 1973 “CYV.B. Cunningham, The Kuz-Ram model of prediction of fragmentation from blasting. Proc. 1 In, Symp. on Rock Fragmentation by Blasting, Lulea, Suécia, Vol. 2, pp. 439-453, 1983, igh. Prentice Hall, Englewood Cliffs, pp. 134-136, 1990, Of fragments formed by blasting rock. Soviet Mining Science, Vol 189082838030 9853395380088 08838838308882820308388803900838835938 90 onde A é uma constante que depende da rocha (Tabela 8.1), Q é a massa de explosivos (em kg) em cada fur © 100 para ANFO. E é uma constante da energia relativa do explosivo: 115 para TNT © parametro n no modelo de Rosin-Rammler pode ser calculado com base em experimentos em pedreiras Australianas, ¢ é dado por n=(22-4BY;_ dw) f+ s7B L, (8.19) ‘ D BN 2 4H onde D é 0 iametro da carga (mm), B é 0 afastamento, $ é 0 espacamento, Aw é 0 desvio padrdo da preciso da furagio, L, € 0 comprimento da carga, ¢ H é a altura da bancada, todos em metros. Assim, 0 modelo empirico de Kuz-Ram permite prever a distribuigo de tamanhos do material desmontado pelo célculo das constantes dso ¢ n. 86.2 Modelos mecanisticos Modelos mecanisticos so aqueles que buscam descrever o processo complexo da fragmentagdo de rocha através da identificagio ¢ descri¢lo de alguns mecanismos que so considerados como os predominantes. A maioria dos modelos mecanisticos consideram que o fragmentagao € principalmente decorrente do fraturamento radial a0 redor do furo decorrente da passagem de ondas de deformagio pelo macigo.* Uma das metodologias mais promissoras de modelamento do desmonte com explosives consiste do uso das leis de cominuigdo (5.1). A vantagem desta metodologia é que os efeitos da energia do explosivo € da distribuigéo de blocos in situ sio descritos explicitamente, A relagdo entre a energia aplicada e a razio de redugao atingida durante © desmonte com explosivos pode ser descrita por e-() (8.20) diy onde dis" 60 ta nanho médio dos blocos in situ ~ determinados segundo procedimentos descritos em 2.4 ~e E representa a energia absorvida na fragmentago, Dinis da Gama“ 6; d8 Gama, Reduction of costs and environmental impacts in quart tock blasting, Proc, In Symp. on Rock Fragmentation by Blasting, Brisbane, 1990, ‘Jab RRBdD Qo 3909835593838 FFFF}38H}HHFHFHTTHHHHETHH}DAHHG85HSFDSS a usou a energia quimica te6rica do explosivo, Kleine'® usou o fluxo de energia medido a Partir das vibragées (Equacao 8.12). Mais recentemente tem-se proposto o uso da energia de fragmentacao, que corresponde & soma da energia de vibragées ¢ a energia da expansao dos gases. * Existe um consenso entre pesquisadores de desmonte com explosive que o tamanho médio de fragmento diminui com uma diminuigio do afastamento. Assim, considerando Equa io (8.10) ¢ assumindo uma relagdo poténcia entre afastamento ¢ tamanho de fragmento, podemos obter uma equagdo do tipo" d, Voge (ysim yt 0 = Bag) 1) onde a,b,c © d sdo parimetros do modelo ¢ devem ser determinados usando dados de campo. Uma vez, determinados os parimetros, 0 modelo pode entdo ser usado pura Prever resultados de fragmentagio com novos parametros. 8.6.3 Modelos numéricos Muito progresso tem sido realizado nos iiltimos anos no modelamento dos Processos de fratura e fragmentagao usando 0 método dos elementos ¢ diferengas finitas.'”'® Estes modelos de terceira geragdo podem fornecer a distribuigao de tamanhos do produto, o perfil das pilhas do material desmontado, o perfil de tensdes e dano residual ha rocha, entre outros. Entretanto, a aplicabilidade destes modelos é ainda limitada pois que eles ndo levam em consideragio a variabilidade da geologia ou as condiges de carregamento de furo encontradas na prética. A sua maior vantagem diz tespeito ao fato de que varios dos pardmetros so levados em consideragio explicitamente nos modelos ¢ 9 ajuste dos pardmetros restantes requer um minimo de experimentos de campo 8.7 Implicagées do desmonte nas operagées subsequentes © desmnonte de rocha com explosivos tem uma influéncia direta nas operagées T.H. Kleine, A mathematical model of r Queensland, JKMRC, 1988. "4S. Kuzsmal, A new constitutive model for fragmentation of rock und Rock Fragmentation by Blasting, Colorado, pp. 412-423, 1987. pe lit & Katsabanis, Developmento of a continuum damage model fr blasting analysis, Int. 1, Rock ‘Mech, Min. Sci., Vol. 34, pp. 217-231, 1997 ‘ock breakage by blasting, PhD thesis, The University of ler dynamic loading, 2 Int. Symp, 99095898058 oo 9939958 H13F00083983HF8FHTTTFTHHFHHHHHDHHHHH}DGE 92 subsequentes de lavra ~ como o carregamento e transporte — ¢ de beneficiamento - como a britagem e moagem, A produtividade de escavadeiras € afetada diretamente pelo desmonte, Um desmonte grosseiro, por exemplo, que resulte em uma grande proporgdo blocs grossciros, chamados “matacos”, influi negativamente na produtividade de carregadeiras. © grau de empolamento, que também determina o fator de enchimento de cagambas, depende dé distribuigdo granulométrica do material. Similarmente, 0 transporte também € afetado pelo desmonte. No caso de caminhdes, matacos pode reduzir a pacidade de cagambas, além de representar um risco & seguranga ao pessoal ¢ dano ao equipamento. Corrcias transportadoras também so afetadas negativamente pela presenga de matacos, ( so capazes de transportar rochas com granulomettia superior a 3 metros. AS operagées de britagem e moagem, no caso do material desmontado se tratar do minério, também ‘0 afetadas pelo desmonte com explosives. © tamanho maximo do material a ser alimentado a britadores primérios (tipicamente girat6rios ou de mandibulas ~ ver Capitulo 10) € limitado & abertura da alimentagao (gap). O desempenho de britadores ¢ moinhos também 6 afetado pela fragmentagao no desmonte. Altas razdes de carga, pequenos retardos e explosivos de alta velocidade podem introduzir na rocha microfraturas, as quais podem afetar a resisténcia mecdinica da rocha. Desmonte mais intenso que resulte em maior microfraturamento da rocha pode resultar em maior Produtividade, um menor consumo energético € até mesmo ui menor desgaste de Fevestimentos de britadores e moinhos. A granulometria e a competéncia do material também sio relevantes na moagem autégena e semi-aut6gena, A operagio deste tipo de moinho € criticamente afetada pelas caracteristicas da rocha. Em um estudo recente” foi demonstrado que a capacidade de uma planta de britagem/moagem autégena poderia set clevada por 20 % com o aumento da fragmentagao da rocha no desmonte. O desmonte de rocha também pode afetar diretamente na gerago do produto final vendivel. A otimizagio pode se dar através da maximiza da proporgao entre grossos ¢ finos no desmonte de minérios de ferro e de brita, ou através da redugio da proporgao de finos no desmonte de carves. —— 1° Dis. McKee, G.P. Chitombo & S. Morrell, The relationship between fragmentation in mining and comminuition circuit throughput. Minerals Engincering, Vol. 8, pp. 1265-1274, 1995, sJaddSOBS 9999599973008 330808838380808838338838888888538 93 Devido A importincia do desmonte com explosivos nas vérias operagées Subsequentes, a sua otimizagao individual pode ou no representar em uma melhora do Proceso como um todo. Este tipo de metodologia tradicionalmente usada - que normalmente se traduz em presses para minimizar o custo com Perfuragao e explosivos ~ Pode refletir negativamente no aumento do custo com desmonte secundario (fogacho), redugdo da produtividade no carregamento, transporte, britagem e até mesmo no valor do produto firlal. Desta maneira, atualmente tem-se reconhecido* que o desmonte étimo & ‘aquele que permite maximizar a produtividade e minimizar o custo do sistema produtivo completo, © ndo apenas da operagdo do desmonte, Isto é ilustrado na Figura 8.3, que Mostra que a fragmentagio ideal no desmonte & aquel produto. la que mil miza o custo total do Custos de carregamento, transporte e brits Custo de erfuracao © desmonte Custo por tonelada time Fine Grosseira Granulometria Figura 8.4 Custo em fungéo da granulometria do produto do desmonte com explosivos * e 9990999918933 33TFHTTHTHTHVHFHG8HF8H8H99898398HH989HHH988HBDD 94 Tabela 8.2 Glossario de termos relevantes ao desmonte com explosivos Explosive Substincia ou mistura de substincias que na queima ou detonagao podem Produzir uma quantidade de gés sob alta pressio tio rapidamente que Ihe permite submeter os seus limites a elevadas tensdes dinamicas. Estabilidade Habilidade do explosive de permanecer quimicamente inalterado durante armazenamento, Velocidade de detonagio« ‘Taxa com que a onda de detonago se propaga através da carga explosiva Pode ser determinada experimentalmente no laboratério. Varia com o tipo de explosivo, composicao, diémetro do explosivo (no furo), tamanho das particulas constituintes, densidade, confinamento, e tipo de rocha Densidade Deflagragao Relaciona a massa do explosivo e o volume que ele ocupa no furo. Para explosivos nitroglicerinados, elevada densidade indica alta concentragio de cnergia. Para explosivos & base de égua (emulsées e aquagéis) uma relagao inversa entre densidade e encrgia normalmente existe. Reagdo de combustio de baixa velocidade (<1500 m/s) que expansio de gases ¢ nio gera onda de choque. Deflagraca quando a energia transferida ao explosivo nao é suficiente Para causar a detonagao. Para altos explosivos que requerem detonacdo para perinitir a liberagio de sua energia quimica, a deflagracio deve ser evitada apenas produz pode ocorrer Detonagiio Sensibilizagao do explosivo (reagao quimica) pelo movimento de uma onda de choque através do explosivo a velocidades maiores que a velocidade do som. PETN Fogacho Nitropenta (tetranitrato de penta-eritritol). Explosivo de alta velocidade usado como primer. Nome dado & operagao de desmonte secundario de matactes Estopim Cordel detonante Iniciador usado para cargas explosivas sensiveis 2 chama negra, espoleta e dinamites. Consiste de um nicleo de Pélvora negra cnvolto em fios de algodio (ou rayon) cobertos por uma camada plastica ou asféltica para protecao a agua. Iniciador constituido por um tubo fexivel de material explosive que Permite a detonagio simultinea de varias cargas explosivas, Pode ser usado 2a iniciagio lateral ou radial de uma coluna de explosivos. (ais como pélvora Nonel Iniciador que consiste de um tubo pléstico oco que possul uma pequenn [pelicula de material explosivo nas paredes internas. Espoleta elétrica [Booster Retardos Iniciador que consiste de uma resisténcia eléwica a material explosivo e detonagao. qual, mergulhada no ativada por uma corrente elétrica (> 0,5 A), causa a Explosivo colocado a intervalos apropriados que permite a manutenglo da velocidade de detonagao do explosive. Também podem ser usades om Posigdes no furo onde a rocha apresenta resisténcia particularmente elevada, Dispositivos que ‘permitem controlar 0 intervalos de tempo entre a detonagao de furos. Sao normalmente usados para reduzir a magnitude da iS a ondas sismicas de grandes desmontes melhorar a fragmentacao 1893990937338 ]3080383390808838803898898808808388898802530800008 CAPITULO 9 COMINUICAO INDUSTRIAL 9.1 Aspectos gerais A cominuigdo representa o primeiro estagio do processamento mineral apés a lavra do minério. ,Ela visa liberar os minerais valiosos dos minerais de ganga no caso de um material heterogéneo, ou a redugio até a dimensdo ditada pela utilizagio, como no caso de materiais homogéneos, A cominuigio também pode ser utilizada para facilitar o transporte do minério desde a mina até a usina de processamento, como é 0 caso da britagem priméria em subsolo usando feeder-breakers ou a céu aberto usando britadores in-pit A cominuigdo representa entre 50 e 75 % dos custos diretos de produco da maior parte das usinas de concentragio na indiistria mineral. A maior parte destes custos se deve a insumos como energia ¢ metal de desgaste. Freqiientemente estes custos dividem-se igualmente entre energia e metal. Embora cu s de mao de obra freqiientemente sejam considerados como criticos, estes tipicamente representam apenas 5 a 10 % dos custos de produgo para plantas de mais de 40.000 toneladas/dia A redugiio de tamanhos na indistria € realizada essencialmente pela aplicagao de esforgos mectinicos via compressio entre duas superficies ou impacto contra uma superficie rigida. As diferengas principais entre os varios equipamentos estéo normalmente associadas a aspectos mecanicos da aplicagao de forgas a diferentes tamanhos de particula: Quando a particula € grosseira, a energia necesséria para fraturar cada particula individual é alta, embora a energia por unidade de massa (ou volume) seja baixa. A medida famanho de particula diminui, a energia necessiria para fraturar cada particula diminui, mas 4 energia por unidade de massa aumenta rapidamente. Consequentemente, méquinas usadas na cominuigfio grosseira ~ tipicamente chamados de britadores — precisam ser robustos ¢ de grande porte, enquanto maquinas para cominuigao fina ~ ch di amados moinhos vem ser capazes de dispersar a energia em uma érea relativamente grande. Cominuigao na industria € frequientemente dividida na operagdes de britagem e moagem, Antigamente, quando _usinas de beneficiamento mineral quase que Universalmente consistiam de até quatro etapas de britagem, seguidas de moagem e moinhos de barr m s € de bolas, era usual separar britagem como as operagdes que cominuem 9998938398088 FHHHHHHHHHHHHHG8HFHHHHFH}HHHF}HHFH OHRID 96 acima de | polegada ou 25 mm, de moagem como a etapa responsdvel pela quebra do material abaixo daquele tamanho'. Ao passar dos anos, britadores tem progressivamente estendido sua aplicabilidade a granulometrias cada vez mais finas usando tecnologias como © s britadores Waterflush® (ver Capitulo 10) enquanto que alguns tipos de moinhos, como 8 moinhos autégenos € semi-aut6genos, tem demonstrado aplicabilidade na fragmentagio de materiais run-of-mine (ver Capitulo 11). Assim, ‘no presente texto escolheu-se definir moagem como a cominuigao realizada ¢m moinhos tubulares - independentemente do tamanho ~, e britagem como a cominuigo realizada em todos os equipamentos restantes 9.2 Mecanismos de fragmentagao em maquinas de cominuigao Para fraturar uma particula, uma tensdo suficientemente elevada que exceda a Fesisténcia mecinica da particula (mesmo que localmente) € requerida. A maneira pela qual uma particula fratura depende das suas caracteristicas, assim como do modo pelo qual aplicada A mesma, Varios termos tem sido utilizados para descrever os diferentes a forga Mecanismos de fratura de particulas individuais, e a terminologia aqui utilizada reflete aquela proposta por Kei & Spottiswood! Abrasdi ¢ lascamento Abrasdo € lascamento ocorrem quando a particula é grosseira ¢ as tensdes de Compressio ndo sio elevadas 0 suficiente para causar fraturamento ou quando as tenses incidentes so essencialmente de cizalhamento na superficie da particula, respectivamente Neste mecanismo, a particula mie solre uma redugdo de tamanho quase imperceptivel, caquanto um grande nimero de particulas de tamanho muito fino so geradas (Figura 9.1), Clivagem 4 {ragmentagdo por clivagem ocorre quando uma quantidade de energia aplicada é 86 0 suficiente para‘criar tensoes elevadas em algumas porgdes da particula, causando fratura ¢ resultando em apenas um pequeno nimero de fragmentos. A granulometria destes fragmentos € préxima Aquela da particula original (Figura 9.1), Fragmentos muito finos também podem aparecer, originétios das regides préximas aos pontos de aplicagdo de "EG. Kelly & D.J. Spottiswood, Introduction to Miner ‘al Processing, John Wiley and Sons, 1984, 9999 D9FFT3HTHHHFEHTHVHHFHH}HHGHHTHHHDH}8HHHFI7VHH9G98H2TID ra ” carga. Tipicamente a clivagem ocorre sob condigdes de carregamento lento onde a fratura imediatamente alivia o carregamento da particula. “Droog 0H +O adoae. Figura 9.1 Mecanismos de tratura ¢ representacao de distribuigSes granulométrica de produtos. i uneisnde na rags Fratura desintegrativa (shatter| A fratura desintegrativa ocorre quando a energia aplicada € significativamente maior que aquela necesséria para a fratura da particula. Sob essas condigdes, muitas reas da particula encontram-se sobrecarregadas ¢ o resultado é um grande nimero de fragmentos com uma distribui relativamente ampla de tamanhos. Isso normalmente esté ociado a0 carregamento répido (impacto) A diferenciago entre os varios mecanismos na prética ndo € facil. A andlise de curvas granulométricas resultantes da quebra de particulas individuais em laboratério mostra que existe, na verdade, wma transigdo suave entre a abrasdo, clivagem até a fratura desintegrativa a altas energias de impacto, como mostra a Figura 4.1. Inclusive, a fratura desintegrativa pode it sive ser considerada como a repeticao de miltiplos eventos de fragmentacdo por clivagem. Essa sucesso de eventos ocorre to rapidamente (na ordem de alguns mili "gundos) que para o observador eles parecem corresponder simultaneamente, 4599988383 3FFHHHHHHTEHHHHHHFHHGHHHHHHH88H1H0888088 © Quanto mais estreita a distribuiga 98 8.3 Principios gerais da operagao de equipamentos de cominuigao Alguns dos prinefpios titeis para a operagio de méquinas de cominuigdo incluem: Um tipo de maquina de cominuigéo € mais eficiente em um determinado tamanho de particula da alimentacdo; Reducdo de tamanho € realizada mais eficientemente em uma série de estégios; nio existe méquina que reduz eficientemente grossos em finos através de quebra repetida; Se for desejado cominuir certas granulometrias Tapidamente ¢ eficientemente em uma. méquina, a fragdo em massa destes tamanhos deve ser mantida tdo elevada quanto Possivel, ou seja, material mais fino deve ser removido © mais répido da agao da cominuigio; Para prevenir sobrecominuigdo de particulas de um dado tamanho a sua proporsao no moinho deve ser mantida baixa, ou seja, material jé suficientemente fino deve ser Femovido t4o répido quanto possfvel, ¢ elevadas cargas circulantes devem ser utilizadas: Zo de tamanhos do produto de um citcuito fechado de cominuigio, maior a sua capacidade e menor 0 seu consumo especifico de energia AS operaces de britagem e moagem sio analisadas em maior detalhe nos capitulos seguintes. s9HISHTDODD 59993958338 88488993898888895995H9SHDAIIAS do0 yep i 99 CAPITULO 10 BRITAGEM 10.1 Aspectos gerais A britagem representa o primeiro estigio do proceso de cominuigio. Ela pode ter varios objetivos, como preparar o minério para a cominuigdo fina (moagem), maximizar @ produgdo de particulas com um tamanho especifico e com formato caracteristico na produgo de agregado e calcério agricola, por exemplo, e mesmo para reduzir 0 top size do material a fim de facilitar o seu transporte. E uma operagdo normalmente realizada a seco em miiltiplos estagios. Sao varios os tipos de britadores utilizados na industria, cuja aplicabilidade depende do tipo de material, capacidade, e razo de redugo desejada 10.2 Tipos de britadores Na indlistria a britagem consiste da quebra de material principalmente pela ayao da forga de compressdo, aplicada através do movimento periédico de aproximagdo e afastamento de uma superficie de britagem mével contra outta fixa, e do impacto, resultante da projegtio de particulas contra elementos do britador ou revestimento Assim, britadores podem ser classificados conforme © mecanismo usado, seja por compressio ou impacto. E comum denominar o primeiro estagio de britagem como britagem primaria ¢ ‘odos os estigios subsequentes como britagem secunditria ou rebritagem. 10.2.1 Britagem primaria Britadores priméri 08 sfio miquinas muito robustas, usadas para reduzir blocos Provenientes da mina até uma granulometsia adequada ao transporte e alimentagio aos britadores secundarios. Eles sempre so operados em circuito aberto, com ow sem Brelhas escalpadoras. Britadores de mandibulas e giratérios so os principais tipos de britadores usados na britagem priméria de minérios. Uma boa revisto da literatura sobre britadores primérios pode ser encontrada em 4609933939038 3388890888083838389383383H83H898H89N8AHNNF9G8DDBDD 00 outra publicagao!. Britadores de mandibulas Sao usados na britagem primaria para instalagdes de baixa e média capacidade. A britagem é realizada a seco, ¢ razdes de redugio em tomo de 2 a 3 podem ser atingidas. Consistem basicamente de uma mandibula fixa, e uma mével igada a0 excéntrico, que fornece o movimento de aproximagio e afastamento entre elas. Desta maneira, 0 bloco alimentado na boca do britador progressivamente desce entre as ‘mandibulas enquanto € sujeito 4 compresstio que causando a quebra do material (Figura 10.1), Manatbula id Exctntrico Manaiouls/) movel Fixo traseiro Movimento exctntrica Britadores de mandibulas sio classificados segundo 0 método de pivotamento da mandibula mével. No britador do tipo Blake (Figura 10.1) a mandibula € pivotada no topo ¢ assim apresenta uma area de abertura da alimentagao fixa e uma abertura da descarga varivel. No britador do tipo Dodge a mandibula ¢ pivotada na base, dando uma area da alimentagdo varidvel mas uma abertura do produto variavel. Britadores do tipo universal so aqueles em que 0 pivotamento se da na porgdo média da mandibula, que resulta em aberturas da alimentaco ¢ produto variaveis. Britadores de um e dois cixos so disponiveis. Os britadores de dois eixos (Figura 10.1) so os mais indicados para britagem primaria de materiais extremamente, duros ou abrasivos, em pedreiras, mineragdes ¢ industrias de cimento. O movimento do queixo é puramente pendular e sem excentricidade. Caracterizam-se pelo menor consumo das B.A. Wills, Mineral Processing Technology, 5* edigdo, Pergamon, 1992, 599893838 59933 }G3DHHO9HHF8H8FHH8HHHHF8HTDHH9H9H8HH}D}D}DIDSD 101 pegas de desgaste, quando comparados com os britadores de um eixo. Entretanto tem custo de capital aproximadamente 50% mais elevados que aqueles de um eixo, para a mesma capacidade. Britadores de um eixo sio comparativamente mais leves e compactos que britadores de dois eixos. © movimento da mandibula mével nao s6 é de afastamento ¢ aproximago em diregao & mandibula fixa, mas também é vertical a medida que 0 excéntrico rota. Isto faz com que a capacidade de britadores de um eixo seja um pouco maior que aqueles de dois eixos, uma vez que o movimento da mandibula virtualmente empurra o material através da cdmara de britagem. Entretanto, este movimento excéntrico aumenta a taxa de desgaste nas placas de revestimento A amplitude do movimento exeéntrico (Figura 10.1) é determinada pelo tipo de ‘material a ser britado e € normalmente ajustado pela substituigio do exeéntrico. Ele varia de 1 a7 cm dependendo do porte da méquina, ¢ é maior para materiais plasticos e tenazes © € menor para materiais duros ¢ frageis.’ A especificagao de britadores de mandibulas é dada pelas dimensdes da abertura da alimentacao: uum britador com 100 x 80 cm apresenta boca com 80 em de largura ¢ 100 cm de comprimento. Britadores giratérios O britador giratério consiste essencialmente de um longo eixo vertical que carrega tum elemento cOnico de ago duro (chamado a cabega) a qual senta em uma luva excéntrica (Figura 10.2). O eixo é suspenso por uma “aranha” @, & medida que ele sofie a rotacao (de 85 a 150 rpm), cle produz um movimento cénico dentro da cmara de britagem fixa, como resultado da ago giratéria do excéntrico, Este movimento circular fiz com que toda a drea da carcaga seja utilizada na britagem, capacidade de qrpmagiig. pisdenda Operam a razdes de redugo entre 3 e 4. Podem ser alimentados diretamente por caminhdes € néio tem a necessidade de alimentadores. © que fomece ao britador uma grande 0 eixo do britador giratorio & idréulico, © qual permite controle automético da abertura de saida (APF) 533339388338 383893985898083898F838 99853935899} H9999]9H5HH9THDBID loz Figura 10.2 Britador giratério: diagrama esquemiatico (esquerda) corte lateral (direita) Ambos britadores primérios analisados (de mandibulas e giratério) empregam 0 principio da fragmenta¢ao por compressdo, por ser este 0 método mais pritico de cominuir particulas muito grosseiras. A limitago de britadores que empregam Compressdo ¢ que eles tem restrigdes criticas ao tamanho da alimentagao e também ao tamanho do produto. © resultado € que esses tipos de britadores tem uma razio de redugdo relativamente limitada. Britadores giratérios so melhor adequados a altas capacidades ( > 1000 Uh) e para materiais com tendéncia a produzir particulas lamelares do que britadores de mandibulas. Britadores de mandibulas so, por outro lado, mais adequados que o giratério em lidar com produtos timidos e argilosos. O britador de bandibulas exige alimentador, em contraste ao giratorio que pode ser alimentado diretamente por descargas de caminhoes. 10.2.2 Britagem secundaria Britadores de rolos Sio normalmente de baixa capacidade, mas produzem uma pequena produgdo de finos. A sua razio de redugto maxima é da ordem de 3. Consiste de dois rolos de ago Birando @ mesma velocidade e em sentido contrério, guardando entre si uma distancia definida (Figura 10.3). A granulometria maxima da alimentago destes britadores € limitada pela distancia entre os rolos, de modo que o peneiramento prévio da alimentagao 333333589893 HF}HTHHT.HNDGH998HHFHHAFH8HH HN DIBDHBD 4,093 103 é necessario. Figura 10.3 Britador de rolos Varios tipos de revestimento dos rolos so disponiveis: lisos, ondulados ou dentados, dependendo das caracteristicas do material a ser britado. A aplicacdo de britadores de rolos é limitada a materiais de baixa abrasividade, como bauxita, carvao, sinter e calcério, devido ao desgaste excessivo dos rolos. O produto destes britadores apresenta formato predominantemente tabular. Britadores cnicos Sao virtualmente o padrdo na britagem intermediéria e fina na industria mineral Estes britadores operam a razdes de redugdo entre 3 ¢ 4. © britador cénico possui o mesmo principio de operagio do britador giratoro. Entretanto ele se diferencia do giratério porque © manto e 0 cone apresentam longas Superficies paralelas (Figura 10.4), assim garantindo um tempo longo de retengdo do material nesta regido. No britador giratério a descarga se da pela ago da gravidade, enquanto que no c6nico, a descarga é condicionada ao movimento do cone. © Perfil do revestimento do britador controla quantas chances a particula tem de Ser comprimida e quao répido ele pode fluir através do britador. O angulo do cone afeta o desempenho do britador tao significativamente que britadores aparentemente idénticos em todas outras caracteristicas sio dados homes diferentes. Quanto mais horizontal 0 Perfil do revestimento, menor a capacidade, mas mais fina a granulometria do produto. Exemplos de britadores cénicos sio 0 Hidrocone® da Svedala e 0 WaterFlush® da Nordberg © Hidrocone® se caracteriza pelo suporte hidraulico do eixo. © ajuste do britador 95998838000 5333333330588 898589980333839383858983838'198]33895 > ’ 104 (APF) pode ser realizado simplesmente movendo-se verticalmente 0 eixo do britador. Neste britador o ajuste da distdncia entre 0 manto e o anel convexo do britador pode ser realizado com 0 equipamento em operagdo total através da elevagao ¢ do rebaixamento do manto através de um pistao hidrdulico no sistema automético chamado “Hidroset Com este tipo de britador é possivel obter produtos abaixo de 3 mm em circuito fechado. Tanto o anel céncavo quanto o manto sto consumiveis feitos de liga de ago manganés, 0 qual tem resisténcia superior & abrasto. Varios formatos de perfis destes revestimentos sto disponiveis ¢ devem ser adequados ao tamanho e distribuigdo das particulas na alimentacao. Figura 10.4 Diagrama esquematico do britador cénico O britador WaterFlush® se caracteriza pela elevada capacidade, uma vez que os finos so retirados rapidamente por um fluxo de gua a alta presso. O formato das Particulas no produto apresentam formato lamelar, o qual aparentemente é de mais ficil moagem em estigios subsequentes. A sua elevada razéo de redugdo permite a sua substituigao da britagem tercidria © moagem grosseira. A britagem a imido de finos Permite a cominuigZo até um produto mais fino (3mm) com poténcia comparivel, € com maior capacidade, devido ao melhor transporte do material através do britador pelo fluxo da Agua. O britador pode operar a menores APFs que a britagem a seco, mas a vida ttil de revestimentos de desgaste ¢ reduzida em 30% em relagdo a operago a seco, devido a corrosiio.* 939998 FF3FGFTHHFEHEFHFHHHHTF389FH519H9GFHHHH9H559STBTISESD Britadores de eixo horizontal (HSI) Exemplos de britadores (mais freqiientemente chamados moinhos) de eixo horizontal sto 0 britador de impacto, o britador de gaiola ¢ o britador de martelos, Em britadores de impacto e martelos, ilustrados na Figura 10.5, a quebra se da predominantemente por impacto com os martelos. A fragmentago da rocha se dé pela Sua projegdo contra o revestimento e a grade do equipamento, se necessério, pela abrasio do’ mesmo contra a grade. A denominagdo de “moinho de martelos” é normalmente reservada a equipamentos que apresentam grades de descarga, nos quais 0 material grosseiro € recirculado dentro da cémara de britagem até que seja cominuido a uma granulometria inferior a abertura da grade. A granulometria do produto pode ser controlada pelo ajuste da rotagao do eixo ou pelo espagamento entre a ponta dos martelos © @ grade, Devido ao desgaste preferencial que ocorre em um lado dos martelos, a diregdo dos mesmos deve ser invertida durante a manutengao do equipamento, Em alguns equipamentos, como mostra a Figura 10.5, isto pode ser feito simplesmente invertendo a ditegdo de rotagao do motor. Aberturas da grade de até 3 mm ou 0,5 mm podem ser usados. Entretanto, a cominuigdo de materiais com elevada umidade pode representar um problema devido ao entupimento da grade. Equipamentos com capacidade de até 1400 th sao disponiveis para a britagem de produtos grosseiros, Figura 10.5 Britador de impacto (esquerda) e britador de martelos (Gireitay * A. Svensson, P. Hedvall & M. Fjaestad, New. ‘comminution applications using hydrocone crushers with seiting regulation in real time, tnt J. Miner. P ocess., Vol. 44-45, pp. 461-469, 1996. 390339998 HHHTHT7TVHHHTHHHHHHH8H3H}HHFHTF9FHH|999RISBD Britadores de impacto e martelos sio adequados 4 cominuico de materiais de baixa abrasividade, tais como caleério e carvo. Apresentam elevada capacidade e permitem elevadas razées de redugdo com menor consumo de energia, produzindo materiais ctibicos com alta porcentagem de finos. Um outro tipo de britador de impacto de eixo horizontal é 0 de gaiola. Este britador emprega miiltiplos estégios de impacto por gaiolas rotativas. A alimentagdo se dé internamente € as gaiolas se movem em diregdes opostas & mesma velocidade. A medida que o material passa através do britador de um estdgio de redugio para o proximo, a velocidade de impacto aumenta, mas age preferencialmente no material grosseiro. O material fino produzido no estagio anterior de redugiio é menos afetado e, consequentemente, uma proporgio excessiva de finos ndo é produzida.> A alta velocidade de rotagio de britadores de impacto age, de certa maneira, como um ventilador centrifugo e as unidades puxam ar através da alimentagao e o descarregam com 0 produto. A poeira excessiva gerada por este tipo de britador pode representar um limitante da sua aplicagdo, devido a restrigdes ambientais, Os britadores de impacto funcionam a rotagdes entre 500 ¢ 800 rpm, e velocidades periféricas de até 75 mis so usadas. Alguns cuidados gerais devem ser tomados com britadores, como no final da operago eles devem ser operados vazios até que fiquem vazios, uma vez que eles no devem iniciar j4 carregados. Britadores de eixo vertical (VSI) Nestes britadores, cujos exemplos so 0 Canica e 0 Barmac Duopactor, a rocha é alimentada no topo do equipamento ¢ um rotor a propulsiona contra uma cémara de britagem. No caso do Barmac (Figura 10.6), tanto 0 rotor quanto a camara de britagem sao revestidos por um fluxo continuo de particulas, com a vantagem de que o contato das particulas com 0 equipamento é reduzido que permite o seu uso com rochas de maior abrasividade. O formato das particulas no produto é relativamente isométrico (blocdide), apresentando também baixo consumo energético e desgaste, além de uma pequena proporsdo de ultrafinos. Variéveis operacionais e de projeto deste tipo de britador incluem a velocidade e diémetro do rotor e o perfil da camara de britagem. * JW, Leonard (Ed.), Coal Preparation, 5* edigdo, SME-AIME, 1991 3993939938903 HR9309TT7T 73 HHHH2HFH8}HHAHFHHD GF IH H99DEBDD , Figura 10.6 Britador de eixo vertical BARMAC® A razao de redugao é raramente superior a 2 e alimentaydes com baixa umidade sto necessérias. Entretanto, 0 produto é caracterizado por um aumento significativo da proporgiio de material fino. Quanto maior o didmetro do rotor, maior a velocidade pet cominuigdo. Este tipo de britador nao é sensivel taxa de alimentagao. Um aumento da rica da particulas quando deixam o rotor ¢ maior a energia especifica de taxa de alimentagéo € simplesmente acomodado pelo fluxo de cascata na camara de britagem. A velocidade de rotagao dos diversos modelos disponiveis varia entre 1000 e 5000 rpm Britador (moinho) de rolos de alta presto (HPGR) © britador (ou moinho) de rolos de alta pressio (high-pressure grinding rolls HPGR) foi desenvolvido na década de 80 por K. Schénert na Alemanha como resultado de estudos fundamentais de seu grupo na Area de fratura de particulas individuais e em leitos* O HPGR é um equipamento de rolo duplo o qual é alimentado e operado de modo que um leito de particulas se forma entre os rolos produzindo uma presso superior a 50 “K. Schiinert A first survey of grinding with high-compression roller mills, Int. J. Min, Process., Vol. 22, pp. 401-412, 1988. 4599 9FFFTHTEHTHHHHHFHH HH OH F7HHHHHHHHHHFHHAHHHVTDIBDA Los MPa (Figura 10.7). O produto deixa o HPGR sob a forma de uma torta ou flocos, cuja consisténcia depende do material, No HPGR um rolo ¢ fixo ¢ 0 outro é pressurizado (ou “lutuante”) € ambos pressurizam 0 leito de particulas. g “aeeio Alimentagio Y Produto Figura 10.7 Britador de rolos de alta presséio (HPGR) Ini mente 0 HPGR encontrou grande aplicagao na moagem de cimento na ropa, mas vem progressivamente encontrado maior aplicabilidade na industria mineral Exemplos sao aplicagdes a quimberlitos contendo diamante na Africa do Sul e na Australia, dada a sua habilidade de fragmentar seletivamente a matriz da rocha ¢ néo os diamantes de maior tenacidade e dureza. Este equipamento é normalmente caracterizado Por elevadas razdes de redugdo e baixos consumos de energia quando comparado a outros equipamentos que também operam no mesmo intervalo de tamanhos, Estima-se que o consumo de metal devido a desgeste por tonelada de alimentagio Processada € 50 a 70 vezes menor no HPGR do que em moinhos convencionais. Entretanto, o custo unitério do metal usado no revestimento de rolos € significativamente maior que em moinhos de bolas, por exemplo. Além disso, a reposigdo de revestimentos no HPGR € uma tarefa muito mais dificil que ¢m moinhos tubulares, de modo que a aplicabilidade do HPGR a m érios abrasivos é ainda questionavel. Aplicagdes potenciais do HPGR esto na preparagao do material para a moagem fina, substituigdo simultanea das operagdes de britagem terciéria, moagem em moinho de barras © moagem priméria de bolas, assim como na melhora da lixiviabilidade de 59 3FG9FGFT3HHHHTHHHHHHHHHHHHAFHHDHHGEHDIIAHNHONDISDD d 110 Tabela 10.1 Tamanho maximo de blocos em fungao da escala de producto e método de lavra’ Escala de produgao Granulometria maxima da alimentagao (em) (x 1000 ton/ano) Lavra a céu aberto Lavra subterranea Pequena 500 50-60 25-35 Média 500-3.000 70-100 40-50 Grande 3.000-9.000 90-100 60-70 Muito grande > 9,000 120 : Tabela 10.2 Granulometria maxima da alimentagdo de diferentes tipos de britadores® : Tipo de britador ‘Tamanho maximo da alimentagio Mandibulas (um eixo) 80-85% da abertura do britador Mandibulas (dois eixos) 75-85% da abertura do britador Giratério 80% da abertura da alimentagaio Impacto (eixo horizontal) 85-90% da abertura da alimentagao Rolos de alta pressio (HPGR) 3,5 vezes a abertura do britador Tabela 10.3 Capacidade de produgao (em m°/h) de britadores primarios’ Exeén- Movime ‘Abertura da bota de saida ~ posiglo fechada Modelo ico todo a eR — (nm) ___queixo SGC 15 % 8050C 16 r 77-100 88-155 woosoc 17 r 88-115 105-140 120-160 140-180 155-200, toosoc 17 190-149 110170 140-200 160-230 0 200-290 tnog9¢ 17 1 yoo-tSS 120-187 155-220 175.253 35 220-320 12090¢ 17 Wr 130-180 135-230 185-275 210-310 240.370 265-410 280-450 isou0c_ 19 350-520 390-560 405.600 470.690 4 €0 fator de densidade aparente e ¢ aproximadamente dado por A = 0,636D,, onde D, é a densidade aparente do material, em t/m’. O fator B depende do indice de € dado por B = 1,56exp(-0,03067). Os fatores de tamanho da alimentagao C e umidade D podem ser estimados usando tabelas trabalho do material (W; em kW-hr/ton), que constam no Manuais de Britagem de fabricantes, A andlise granulométrica aproximada do produto pode ser obtida a partir de Curvas padronizadas como aquelas mostradas na Figura 10.8. +AB da uz L Conta M, Poss & S. de Almeida, Ttamento de Minds, CETEMICNPa, 1995 ‘Seow (Ed), Open Pit Blast Design, JKMRC Monograph Series, The University of Quecland, 1996

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