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OVO! at WF ag UNISUAM ISOSTATICA | PROF? FRANCO CAPITULO 1 = ESFORCOS SIMPLES 1, INTRODUCAO Sabemos da estética que os apoios tem funco de limitar os graus de liberdade de uma estrutura. Entdo trés casos podem ocorrer : 19) Os apoios so em nuimeros estritamente necessérios para impedir todos os movimentos possivels da estrutura. Neste caso 0 numero de incégnitas ( reacdes de apoio a determiner) & igual ao niimero de equagées de equilibrio disponivels. Trata-se, portanto de uma estrutura ISOSTATICA. 20) Os apoios s80 em niimero inferior ao necessério para impedir todos os movimentos possiveis da estrutura. . Neste caso o ntimero de incégnitas ( reacbes de apoio a determinar) & menor que nimero de equacdes de equilibrio disponivels. Trata-se, portanto de uma estrutura HIPOSTATICA. 3°) Os apoios séio em néimero superior ao necessario para impedir todos os movimentos possiveis da estrutura. . Neste caso ntimero de incégnitas ( reagBes de apoio a determinar) & maior que niimero de equagdes de equilibrio disponiveis. Trata-se, portanto de uma estrutura HIPERESTATICA. 2. CONDICOES DE EQUIL{BRIO Consideremos um corpo qualquer, sobre 0 qual atue um sistema de agdes exteriores. A estética, considerando-o como rigido nos afirmaria estar ele em equilibrio se 0 conjunto de acbes exteriores fosse igual a zero, ou seja, em referéncia a um ponto qualquer no espaco : = = sam R = 0 (Resultante de forcas ) M ® = 0 (Momento resultante ) E isso era o bastante. 3. ESFORCOS SIMPLES Quando um corpo rigido € solicitado por um sistema de aces exteriores ele encontrara © equilibrio através das reagdes nos apoios . Como conseqiiéncia da aplicagdo do sistema de ages exteriores e das reagdes nos apoios surge internamente esforgos denominados esforcos simples ou esforcos solicitantes, Estes esforgos simples so importantes na engenharia para o dimensionamento das estruturas. Seja um corpo em equilibrio . Seccionaremos 0 corpo, dividindo-o em duas partes ( E ) e (D ) indicadas na figura. Se 0 corpo antes do corte estava em equibrio, para que ele se conserve é necessério aplicar na parte da esquerda ( E ) um sistema estatico equivalente ao sistema de forcas que ficaram na parte da direita ( D ), uma vez que estas forcas mantinham 0 conjunto em equiliorio, Assim, reduzindo o sistema de forcas da direita tem-se a resultante R’> e 0 momento resultante M’p, no ponto C ( centro de gravidade da seccdo ). Analogamente, para que a parte da direita (D ) se conserve em equilibrio é necessério aplicar na parte da direita ( D ) um sistema estético equivalente ao sistema de forcas que ficaram na parte da esquerda (E ), uma vez que estas forcas mantinham o conjunto em equilfbrio. Assim, reduzindo o sistema de forcas da esquerda tem -se a resultante R’t € 0 momento resultante M'e, no ponto C ( centro de gravidade da secco ). Resumindo, a resultante R’p que atua na parte da esquerda foi obtida pelas forcas da parte da direita, e vice - versa. O momento resultante Mp que atua na parte da esquerda foi obtido pelas forcas da direita e vice — versa. + ~a os R’p —Resultante das forcas a dieita de S(F3,F4,Fs € Fe) 7 — Resultante das forcas a esquerda de S (Fi, F2 e ™) 7’) — Momento das forcas a direita deS(F3, Fs, Fs e Fs) 1% —Momento das forcas & esquerda de S(Fi,F2 e Fy) Podemos dizer ento que uma secr#o § de um corpo em _equibrio estaré_ em equlbrio submetida a um par de Forgas Re e Rt (Ro =— Re), aum par de momentos Mp e Me (Mo =— Me), aplicados no seu centro de gravidade e resultante da redugo do sistema de forcas atuantes respectivamente a direita e @ esquerda. im > £ R oO —> = Re Mp Decompondo Re M em duas See uma normal a secgao e outra no plano da secg&o tem-se as forgas We y @ os momentos 7 @ Mw que sfo os esforcos simples. 4, ANALISE DOS EFEITOS ESTATICOS DOS ESFORCOS SIMPLES 1°) ESFORCO NORMAL cw) — age no sentido de tracionar ou comprimir a secodo. E a soma algébrica das projecdes sobre a normal a seccéio das forcas exteriores situadas de um mesmo lado da secco. E positivo quando se trata de tracdo ( tendendo a distender a secc&io — esforgo normal saindo da seco ) ou negativo quando se trata de compressio ( comprimindo a seccéo — esforgo normal entrando na seccio ). és se aad + 7 2°) ESFORCO CORTANTE ((Q ) = age no sentido de cortar ou cisalhar a seccHio. E a soma vetorial das projegdes sobre o plano da seccéio das forcas exteriores situadas de um mesmo lado da secc&o ( tende a cortar a seccio, promover 0 seu deslizamento ). € positivo quando calculado pelas forcas & esquerda da seccdo, tiver 0 sentido do eixo y. E positivo quando calculado pelas forcas a direita da seccdo, tiver 0 sentido oposto do eixo y. 3°) MOMENTO FLETOR ( W) — age no sentido de envergar ou flexionar a seco, isto 6, distender fibras € comprimir outras. E a soma vetorial das projegbes sobre o plano da seccéo dos momentos das forcas, situadas de um mesmo lado da seccdo, em relacéio ao seu centro de gravidade ( tende fazer a secc3o girar sobre um eixo localizado no seu préprio plano, comprimindo uma parte e distendendo a outra ). E positivo quando as fibras distendidas ( tracionadas ) forem as inferiores. E negativo quando as fibras distendidas (tracionadas ) forem as superiores. Obs : é comum a preocupaco com as fibras que so tracionadas, pois no caso de estruturas de concreto armado, colocam-se aos ( que sdo materiais resistentes a tracao ). 4 — Tracio — Compresséo 4°) MOMENTO TORSOR ( T ) — ageno sentido de torcer ou girar a seccéo. E a soma algébrica dos momentos, em relago a um eixo perpendicular ao plano da secgio e passando pelo seu centro de gravidade, das forcas exteriores situadas de um mesmo lado da seco ( tende a torcer a seccdo, fazendo-a giras em torno de um elxo que Ihe & perpendicular ). E positivo quando sai da seccdo. E negativo quando entra na secgdo. S6 aparece em estruturas espaciais. 5. ESTRUTURAS PLANAS — CONVENCOES No caso de estruturas planas, deixard de existir 0 momento torsor, pois nenhuma forca do plano dara momento em relagdo ao elxo. Este é 0 caso mais encontrado na pratica, portanto 0 mais estudado. e| 2 lh > > Q Q > Superiores ( C) 7 ¢ ) ; of. Inferiores. (T) = > ‘Superiores ( T ) - ( ) i of Inferiores (C) @ D — N — e| =| 6. EXERC{CIOS PROPOSTOS Obter os esforgos simples nas seccdes indicadas. 5 KN 4) t [ a r af\ tt 1 Sa 155) 15, _ + f am Am Am 3am AOKN 2) | 3VBKN | 5KN i ° i q Ai A | 1 AN 154 ign WANE + $< nr em oo green am m am 4m Q0KN 1 $ 4 = 20kN/, 8) 4) "2 | | 7 | ' L T A 7 1 i 8 \ i A - + + + am 2am am am + 7) 30KN [54 5 4 = IOKN/ my 19a \ a0kN ! 1 h t : } === Li she ' ' lokNam — + aay dan haan Same one Sam I 1 Sa | 1 KN 1 15. QKN | 3 ! | I ‘ I L H a ! 8 ADS tom A ie Bam + 4m ym o 2am + R0KN 13) | 1 NG '\ akan | rn aAt ry | 1 15) 11 Z x wo 2am om dan 12 CAPITULO 2 = LINHAS DE ESTADO 1. INTRODUCAO Vimos no capitulo 1 0 conceito geral de esforcos simples numa seccdo e como calcula-los. E necessdrio estabelecer os valores dos diversos esforgos simples nao em uma determinada secodo, mas em qualquer delas. Chamamos de Linhas de Estado ao estudo grafico dos esforgos simples. Esses gréficos ou diagramas so verdadeiros retratos dos valores dos esforcos simples ao longo de toda estrutura. Assim ao observarmos um diagrama, ficamos com a nocdo de como os esforcos simples variam de secoo para secco na estrutura. De um modo geral, as Linhas de Estado numa estrutura so : 1°) Diagrama de Esforcos Normais > DEN ou 20 ) Diagrama de Esforgos Cortantes > DEC ou 3¢ ) Diagrama de Momentos Fletores ——————» DMF ou az02 1° ) Diagrama de Momentos Torsores —————— DMT ou 2. PROPRIEDADES DOS DIAGRAMAS Para tracar os diagramas dos esforcos simples de uma estrutura, algumas propriedades devem ser observadas. 12)0 DEC sempre limitado por uma curva um grau acima do grau da linha de carga. 280 DMEF é sempre limitado por uma curva dois graus acima do grau da linha de carga. 38) Trecho descarregado = DEC —> uma linha reta paralela ao elxo da estrutura ( uma constante ) . DMF — 6 uma linha reta inclinada em relacdo ao eixo da estrutura_ ( equacao do 1° grau ). 48 ) Carga concentrada : DEC — sofre uma descontinuidade igual a carga. DMF —> tem ponto anguloso ( muda 0 coeficiente angular da reta ). 58) Carga momento : DMF —> sofre uma descontinuidade igual a carga. 13 Obsi:No DEN e DEC os valores positivos séo marcados para cima das estruturas horizontais e para fora das estruturas verticais. Obs 2: No DMF os valores positivos séo marcados do lado das fibras tracionadas . 3. RELACOES DIFERENCIAIS ENTRE MOMENTO FLETOR(M), ESFORGO CORTANTE (Q) E CARREGAMENTO DISTRIBUIDO (q ) dP= qd po oe de XA =0 => Q-q-dx -(Q+dQ)=0 SiQ=-¢ & a Mo, =0 => Q-dx+M-q-dx S-(M+am)=0 q-dx? 2 => dM = (Q~q-dx)- dx =(Q + dQ): dx => dM =Q-dx- 14 4. EXERCICIOS PROPOSTOS Tragar os diagramas dos esforgos simples das estruturas . 417) Ykn 15 23) 3GOK.m P DA0Os ¢ 25) P= A00N 05 d= 08 ol SEW b= 0,6 A 8 c nn Yam Yn ze) M=A00NOm af\ “ 6 7\¢ Som 5m 27) Q =A mm = 16 28) 4eaby 4q= Ia0W// “mn 33) A B Q0kN c GokNam : am Yam AOKN 38) 39) 5am 19 43) ea 8 7 L=5Im a 4 = b0ON, 4 so 44) 6 A TT QL = AQm =a ss 21 CAPITULO 3 = VIGAS GERBER 1. CONCEITO A viga Gerber se consfitui num caso particular de estruturas compostas, Consta de uma associagGo de vigas com establlidade propria, com outras, sem estabiidade prépria apoiadas sobre as primeiras, dando ‘estabilidade ao conjunto. A interiigagao entre as partes se da por intermédio das articulagdes (iétulas). Nesta associagao, as vigas com establlidade propria suprem as outras dos vinculos que Ihes faltam, ficando 0 conjunto estavel, portanto, as primeiras sdo acrescidas de cargas que Ihes sGo transmitidas pelas rétulas. Ex A SO aw 2a © aparecimento das vigas Gerber deu-se para resolver problemas de ordem estrutural e construtiva. As vigas Gerber tem lugar de grande imporiancia na engenharia estrutural e a tendéncia 6 de cada vez mais serem utilzadas, tendo em vista o desenvolvimento das técnicas de pré-fabricagdo e montagem de estruturas. Ex ‘esquema estrutural: a aS Rétula de uma viga gerberente gerbe?), utlizada em uma estrutura pré-fabricada de concreto. 2. CALCULO DAS REACGOES NOS APOIOS Método Algébrico Constitui-se na aplicagdo pura das condigdes de establlidade. 20 Kin (vis a i. 15m lm j1m 41 No exemplo acima temos 4 reagdes extemas a determinar e 3 equacées de estética. A6tula nos dé outra condigéo de equiliorio pois 0 momento em relagéo & ela deve ser nulo. Rx=0 3 Ry=0 7 MB=0 7 MR= Podemos entdo, dispor de 5 equacées algébricas com 4 incégnitas o que se constitui em um sistema algebricamente possivel. > Min =0 Observagoes: 1. Aescolha adequada das equagées a serem utilizadas pode facilitar ou no a solugGo do problema. 2. Para vigas Gerber com maior nimero de apoios ¢ rétulas este método pode no ser muito interessante pela dificuldade algébrica da resolu¢ao. Método Direto Como 0 nome ja diz, no método direto € fetta a decomposicdo da viga nas partes que 4 constituem. Esta decomposigdo € feita nas arficulagées, portanto nenhum momento é ‘ransmitido entre as partes. ‘aco de uma parte sobre a outta que Ihe serve de apoio corresponde & TeagGo igual e contraria desta sobre a primeira (principio da agdo e teagéc), portanto cada forca de ligagdo deve ser indicada nas duas partes Correspondentes com senticos opostos. ‘Quando so desfeitas estas ligacdes com 0 meio extemno e nas articulagdes, a estrutura se transforma para fins de célculo, num conjunto de corpes livres © ‘em cada um sao aplicavels as 3 equagées da estética. © cdilculo deve seguir uma sequéncia légica, sendo calculados primeiro os frechos sem estabilidade propria, para entdo, apés a transmissGo das cargas, calcularmos os com estabilidade prépria. 08S: Numa viga Gerber pelo menos 1 dos apoios deve ser capaz de ae forgas horizontals que iro diretamente para ele através das rétulas. Exemplo: sown - 1s 1am Dy SKN) 01am 60° All rey 3. EXEMPLOS DE DECOMPOSICAO Ex 1: seja a estrutura representada abaixo =i a (Ae Cc o 0 trecho CD néo apresenta estabilidade prépria necessitando do trecho ABC para manter-se estavel. O ponto C é 0 ponto de transmissio de carga do trecho CD para o trecho ABC. A esse ponto de transmisséio de carga dé-se 0 nome de apoios gerber ou dente gerber ( como é conhecido em estruturas de pontes ) - E representado por uma rétula ( que ndo trasmite momento ) . Para resolver a estrutura ABCD, comeca-se resolvendo o trecho CD ( trecho sem estabilidade propria ), transmitindo-se para o trecho ABC ( trecho com estabilidade propria ) as reagdes encontradas no trecho CD . Logo, pode-se decompor as vigas gerber em vigas sem estabilidade prépria apoiando-se em vigas com estabilidade prépria e recaindo em vigas bi-apoiadas, j4 estudadas em estatica. 24 A B c A trecho sem estabilidade propria Obs : a viga gerber possui a rétula sobre 0 apoio intermedidrio ( 0 que significa que os trechos AB e BC tm momentos fletores nulos em B ) . Funciona como se fossem duas vigas bi-apoiadas AB e BC independentes, que tém como (nica particularidade o fato das reagdes em B se somarem no apoio tinico existente 4. EXERCICIOS PROPOSTOS Determinar as reag®es nos apoios das vigas gerber . 6 5KN ‘Tracar as linhas de estado para as vigas gerber 1OKN 50) A B c 0 & ‘ 3m Am 3am 3am oe IKN/n = | | | | || | | | | a Xe c Ke eS /\F Tr = i £2 a ho a + 52 YKN Aks/yn Kwan y KN E aia 4m am 4am + aan enn am 4m am 56) AOKN 5 Ki/om “ A rere omeme | TamGacaaeas aan Tam tim 57) Bim im fee 28 Tracar as linhas de estado para os quadros tri-articulados, Obs : quadros tri-articylados so quadros que apresentam dois apoios do 2 ° género e uma rétula, devidamente digpgstas para apresentarem estabilidade. FRANCO FATTORILLO 29 Professor UNISUAM ‘Mat. 1023

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