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  • Simoes Relacional 04 Doc. Entrevistas 1

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    Psychologica 2004, 333-341 A importancia da dimensio relacional na Avaliacao Psicolégica' Mario R. Simoes’ & Leandro S. Almeida* RESUMO © processo de avaliagdo psicol6gica niio é fécil de definir nos seus componentes ¢ elementos intervenientes. A sua caracterizagio, num modelo psicométrico clissico de avaliagio psicolégica, valoriza essencialmente ¢ os instrumentos empregues, sendo frequentemente lacunar no que diz. respeito & componente relacional. A dimensio relacional do comportamento humano ajuda a definir melhor © conceito e 0 processo de avaliacdo psicolégica. Assumida como a esséncia da avaliagao, como aliés de toda a intervencdo psicolégica, a relagio potencia e diversifica a natureza da prépria avaliagio Psicoldgica. Neste texto descrevemos 0s contornos da relagio de avaliacio psicolégica e como a mesma € hoje perspectivada no quadro de uma abordagem mais dinimica e contextualista da avaliagio psicoldgica, Pela sua importincia, ¢ influéncia decisiva nos préprios resultados © conclusies, justifica- $e uma maior atengio & dimensio relacional da avaliagGo psicolégica na formagio e na prética dos psicélogos. Paravpis-cHave: Avaliagio Psicol6gica; Relagio; Relaco de avaliag%o; Inteligénci Testes psicol6gicos; Observagdo; Entrevista, - Avaliago dinémi 1. A avaliagio psicolégica constitui um processo complexo de resolugdo de pro- blemas ¢ de tomada de decisses, supe procedimentos adequados de recolha de informa- Glo e processos de integragio e valorizagio da informagio recolhida. Neste processo, 0 conhecimento e dominio dos testes psicolégicos sao essenciais, Considerar a especificidade da avaliagdo obriga ao recurso a “uma testologia organizada ein fungao do problema colocado pelo sujeito” (Rey, 1964), Com efeito, é da competén- cia do psiedlogo compreender ¢ delimitar 0 pedido e objectivo da avaliagdo, a escolha "0 presente texto foi redigido com 0 apoio do projecto POCTIFEDER/35410/2000 (“Adap. {ago € aferigo de testes neuropsicoligicos para criangas e adolescentes”) financiado pela Fundagio para a Ciéncia e a Tecnologia, Servigo de Avaliagio Psicol6gica. Faculdade de Psicologia e de Ciéncias da Educagio da Universidade de Coimbra, Rua do Colégio Novo, 3001-802 Coimbra (Portugal). E-mail: simoesmr@fpce.ue.pt * Instituto de Educacio e Psicologia da Universidade do Minho. Universidade do Minho, Campus de Gualtar, 4700 Braga. E-mail: leandro@iep.uminho pt 334 Sim@es, M. R. & Almeida, L. S. das provas, ¢ 0 situar ¢ contextualizar as informagdes e os resultados. Os testes procuram responder igualmente a esta preocupago com um conhecimento que seja cientifico, isto & repetivel, comparével, cumulativo, objectivo. Quer dizer, e para usar as palavras de Perron (1997), a objectividade no esté no objecto mas no método de conhecimento. Adicionalmente, 0 recurso a testes estandardizados responde a necessidades priticas de classificagdo assentes na quantificagdo e na comparabilidade dos desempenhos indivi- duais, e visa situar 0 desempenho do sujeito numa determinada dimens3o relativamente 4 média ou norma de uma populagdo. Ou seja, a especificidade do sujeito passa pelo conhecimento das suas diferengas em relagdo aos outtos. Porém, 0 recurso aos testes é uma etapa necesséria mas insuficiente para caracte- Tizar 0 provesso de avaliagio psicolégica. A avaliacao psicol6gica esté longe de se esgo- tar ou confinar & utilizagéo de testes © outros instrumentos. O sujeito nao pode ser definido, exclusivamente, a partir dos resultados nos testes. Neste plano, so (re)eonhe- cidos os limites de uma visio exclusivamente instrumental da Avaliagdo Psicolégica ou dos testes psicolégicos, ou a ideia de que a proliferagdo de estudos com instrumentos nao constitui a solugo para todos os problemas da avaliucio: os instrumentos de avalia- $40 nao sto tudo, 0 psicélogo no pode ser um simples “técnico de testes”. 2. 0 exercicio da avaliagao psicolégica requer actualmente a integragio de aborda- gens que privilegiam diferentes niveis de anélise: a medida, a observacdo, os instrumen- tos € as téenicas mas, também, a relagio do psicélogo com o sujeito. Num registo complementar Pedinielli (1999) escreve que “a avaliagGo representa 0 conjunto das técni cas que possibilitam a realizaco do estudo de caso. Ela deve pois possibilitar 0 conhe- cimento do sujeito e do seu problema a partir da interpretagio de comportamentos, de

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