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Descriciio e textos descritivos Hai situacoes em que temos de utilizar nossos conhecimentos lingitisticos para transmitir uma imagem — a imagem de uma pessoa ou de um perso- nagem, de um animal, de uma paisagem, de wm ambiente. Veja 0 que ocorve nos quadros seguintes. Hf Cartum de Quino poo Li OI WEEE © es ceicho © textos vescritivos vENDO TEXTO ENDO TEXTO 1. O que esté fazendo 0 personagem que se encontra na cabine telefénica? A quem ele dirige sua mensagem? 2. Ajulgar pela atitude das pessoas que esto na fila, o que podemos dizer sobre a duracao dessa conversa telefénica? Por qué? 3. Caracterize com poucas palavras cada um dos personagens envolvidos na seqiléncia acima. Nao se esqueca do pintor. 4. Aseqiiéncia de quadros nos mostra um ato de comunicagao. Aponte cada um dos seis elementos que o formam. 5. Ajulgar pela tela produzida, o que podemos dizer sobre a eficiéncia da mensagem enviada? Por qué? 6. Escreva aquilo que o personagem da cabine telefénica deve estar di- zendo ao pintor. 7. O texto de Quino é composto por trés momentos. Comente 0 impacto causado pelo terceiro momento em relacao aos dois anteriores. 8. Desenho e pintura conseguem reproducées exatas da realidade? Mes- mo que esse fosse seu objetivo, vocé acha que isso seria possivel? Por qué? © responsdvel pela bela seqiién- cia desenhada que vocé acaba de ver 6 0 Quino, nome pelo qual é conhecido Joaquin Salvador Lavado, desenhista de humor nascido em 1932, em Mendoza, ‘Argentina. Quino criou a Mafalda e toda a turma de personagens que a acom- panha; criou também varios dlbuns de cartuns deliciosos: Ndo me gritel; Bem, obrigado, e vocé?; Gente; Comes e bebes; Penso, logo existo; Homens de bolso; Artes e partes; Mundo Quino e Quinoterapia. Além do trago leve e do detalhis- mo perfeccionista, atente para a preci- sao da técnica de Quino na seqiiéncia que abre este capitulo. Observe como sua exposi¢ao obedece a um plano capaz de, gradualmente, sai de uma situagao corriqueira (uma fila de pessoas carrancudas diante de um tele- fone ptiblico ocupado) e atingir um inesperado desfecho, com a apresen- taco do pintor em seu atelig. Observe, no segundo quadro, o detalhe do gesto do personagem que conversa com 0 pintor e que esta empenhado numa minuciosa descricao. € dbvio que a seqliéncia é produto de um sério. trabalho de planejamento. Trabalho esse que vocé nunca deve dispensar em suas atividades criativas. Ea O ato de descrever Utilizar a linguagem verbal para construir imagens que representam seres, ‘objetos ou cenas é assumir a atitude lingiifstica da descrigao. Nesses casos, vocé estara empenhado em transformar em linguagem aquilo que seus sentidos captam a partir da observacéo de um objeto, de um recorte da realidade que se quer fixar. Um texto elaborado com essa finalidade é um texto descritivo. Elaborar um texto descritivo € apresentar um ser, um objeto, um recorte da realidade a partir de um determinado ponto de vista, ou seja, 0 objeto da descrigdo deve ser observado a partir de uma determinada posicao fisica. © ponto de vista € fundamental para a organizacao do texto descritivo, ja que as diversas partes do objeto devem ser expostas ¢ relacionadas a fim de formar um conjun- to que o leitor seja capaz de entender. Dessa forma, é recomendavel que, antes de redigir, voce faca um plano de trabalho. Como apresentar ao leitor os detalhes do que se esta descrevendo? Qual a melhor ordem a ser seguida? Que tipo de impressao geral deve ser trans- mitido? Além disso, vocé deve estar consciente de que, a0 produzir seu texto, haverd intromissao da sua atitude em relacdo ao objeto descrito na imagem que esté sendo produzida. Seu estado de espitito faz parte de seu ponto de vista, influenciando na selecdo e organizaco dos dados que formam o texto. Os limi- tes da intromissao dessas suas marcas pessoais vao depender principalmente dos seus objetivos ao produzir 0 texto. Fica evidente, pois, que um texto descritivo acaba transmitindo uma ima- gem que pode estar mais ou menos impregnada da postura pessoal do produtor do texto. Isso nao 6 nenhum problema, pois um texto desse tipo pretende trans- ‘A natureza-morta, género recorrente na histéria da pintura, tem cardter essencialmente descritivo. Nem por isso ela deixa de revelar as distintas maneiras de ver 0s objetos e 0 mundo, como pode ser observado ‘na obra acima, de Lubin Baugin, do século XVI, e na obra ao lado, de Roy Lichtenstein, de 1972. BREDD oescaicio « textos oeseaitivos mitir uma impressao geral, uma sensacdo dominante despertada pelo que se des- creve, muito mais do que um retrato fiel. Apenas a descri¢do técnica busca uma objetividade absoluta — e, mesmo nesse caso, € praticamente impossivel anular totalmente a interferéncia do produtor do texto. Descrever 6, portanto, um processo no qual se empregam os sentidos para captar uma realidade e reprocessé-la num texto, Para a elaboracao do texto final, concorrem a sua habilidade lingiifstica (no caso do texto escrito acrescenta-se seu dominio da modalidade escrita da lingua) e as finalidades a que ele se propée: in- formar o leitor, convencé-lo, transmitir-Ihe impressées ou comunicar-Ihe emoces. Nao é muito comum produzirmos textos descritivos puros. Normalmente, 0 processo descritivo € incorporado ao narrativo (caracterizando personagens € ambientes a partir do ponto de vista do narrador) ou ao proceso argumentativo (fornecendo dados para o desenvolvimento da argumentagao). UES A Bi Se eu fosse pintor... Cecilia Meireles eeu fosse pintor comecaria a delinear este primeiro plano de tre- padeiras entrelaadas, com pequenos jasmins e grandes campa- nulas roxas, por onde flutua uma borboleta cor de marfim, com: um pouco de ouro nas pontas das asas. ‘Mas logo depois, entre o primeiro plano e a casa fechada, hé pom- ‘bos de cintilante alvura, e passaros azuis tao rapidos e certeiros que se- ria impossivel deixar de fixé-los, para dar alegria aos olhos dos que jamais os viram ou verao. Mas © quintal da casa abandonada ostenta uma delicada mangueira, ainda com moles folhas cor de bronze sobre a cerrada fronde sombria, uma delicada mangueira repleta de pequenos frutos, de um verde tenro, que se destacam do verde-escuro como se estivessem ali apenas para tornar a drvore um ornamento vivo, entre os muros brancos, 0s pisos vermelhos, 0 jogo das escadas e dos telhados em redor. E que faria eu, pintor, dos imimeros pardais que pousam nesses muros e nesses telhados, e ai conversam, namoram-se, amam-se, e dizem adeus, cada um com seu destino, entre a floresta e os jardins, o vento e a névoa? ‘Mas por detras estio as velhas casas, pequenas ¢ tortas, pintadas de cores vivas, como desenhos infantis, com seus varais carregados de toalhas de mesa, saias floridas, panos vermelhos e amarelos, combinados harmoniosamente pela davadelra que all Os colocou. 5é€ eu fosse pintor, como poderia perder esse arran- jo, tao simples e natural, e ao mesmo tempo de tao admiravel efeito? Mas, depois disso, aparecem varias fachadas, que se vio sobrepondo umas as outras, dispostas entre palmeiras e arbustos varios, pela encosta do morro. Aparecem mesmo dois ou trés castelos, azuis e brancos, e um deles tem até, na ponta da torre, um galo de metal verde. Eu, pintor, como deixaria de pintar t4o graciosos motivos? Sinto, porém, que tudo isso por onde v4o meus olhos, ao subirem do vale 4 montanha, possui uma riqueza invisivel, que a distancia abafa e desfaz: por detras dessas paredes, desses muros, dentro dessas casas pobres e desses castelinhos de brinquedo, ha criaturas que falam, discutem, entendem-se e nao se entendem, amam, odeiam, desejam, acordam todos os dias com mil perguntas e nao sei se chegam a noite com alguma resposta. Se eu fosse pintor, gostaria de pintar esse tiltimo plano, esse diltimo Tecesso da paisagem. Mas houve jamais algum pintor que pudesse fixar esse mével oceano, inquieto, incerto, constantemente varidvel que € 0 pensa- mento humano? MEIRELES, Cecilia. tudes do mundo, Rio de Janelto, Nova Aguilar, 1976. p. 17-8, PEEERIN 1. Podemos afirmar que no texto predominam elementos descritivos? Por 5 que? aes A finalidade do texto é puramente descritiva? Por qué? Releia atentamente o texto. A seguir, elabore um esquema em que fique claro o plano seguido pela autora para nos expor o quadro que descreve. Retire do texto a passagem em que, ao avaliar 0 quadro descrito, a au- tora explicita a ordenacao que seguiu. 5. Qual dos cinco sentidos foi privilegiado na observacao da autora? Apon- te palavras e passagens que justifiquem sua resposta. 6. H4 coeréncia entre a resposta que vocé deu a questo 5 eo titulo do texto? Por qué? 7. Retire do texto uma passagem em que é feita uma comparacdo. Como ela se relaciona com o resto do texto? 8. Crie comparacées que sirvam para descrever: a) um morro apinhado de pequenas casas; b) uma avenida de tréfego intenso; ©) um rio largo e poluido; d) uma sala de aula pequena e escura. 9. Cecilia Meireles nos fala de uma limitaco expressiva dos pintores: a impossibilidade de fixar o pensamento humano. Vacé, como produtor de textos descritivos, j4 pensou na melhor forma de transpor esse limite? Como seria? ERY oescricho & textos DescrRitivos Bf Jardim morto Federico Garcia Lorca Cai chuvosa a manha sobre o jardim... No final duma ladeira lamosa e junto de uma cruz, verde e negra de umidade, esté a porta de madeira car- comida que da entrada ao recinto abandonado. Mais além ha uma ponte de pedra cinzenta e na distancia brumosa uma montanha nevada. No fundo do ‘vale e entre penhas corre 0 rio manso cantarolando sua velha can¢ao. Em um nicho negro que hé junto da porta, dois -velhos com capas ras- gadas aquecem-se ao lume de uns ticoes mal acesos... © interior do recinto € tioso e desolado, A chuva acentua mais esta impressdo. Escorrega-se com facilidade. No chao, ha grandes troncos mortos... Os muros, altos € amarelos, estdo cruzados de gretas enormes, pelas quais saem as lagartixas, que pas- seiam formando com seus corpos arabescos indecifraveis. No fundo hé um yesto de claustro, com heras € flores secas, com as colunas inclinadas. Nas fendas das pedras desmoronadas ha flores amarelas cheias de gotas de chuva; nos chaos ha charcos de ‘umidade entre as ervas..- ‘Nao testam mais do que as altas paredes onde houve claustros sober- bos que viram procissées com custodias de ouro entre a magnifica seriedade dos tapetes... ‘Uma coluna ruiu sobre 4 fonte, e ao celebrar suas podas de pedra 0 musgo amoroso cobriu-as com seus finos mantos. Pelos vazios de um capitel jacente assomam ervas mitidas de verde luminoso. Abrem-se as plantas umas com outras, a hera cobre as velhas colunas que ainda se tém de pé, a agua que transborda da fonte lambe o solo de pedra que ha em seu redor e depois se entrega terra, que @ bebe com repugnan- Ga... Arestante se perde por um buraco negro, que a bebe com avidez. Gd ‘A chuva aumenta e cai sobre o jardim produzindo ruido surdo e apa- gado... Umas folhas grandes estremecem suavemente ¢ entre elas assoma com sua cabeca achatada um grande la- garto... que sai correndo a esconder- se entre umas pedras. Deixa a cau- da de fora e depois se introduz de todo... As ervas que o peso do lagar- to inclinou voltam preguicosamente a ocupar sua primitiva posicao... Com 0 vento, todas as flores amarelas tremem e se sacodem da agua que tém entre suas pétalas... H4 caramujos pregados a0s Muzos..- © tempo foi desapiedado para com este jardim: secou seus rosais ¢ cinamomos e, em troca, deu vida a plantas traidoras e mal olentes... Nao para a chuva de cair. GARCIA LORCA, Federico. Pros vivuldedrio colisido, rad, Oscar Mendes. Rio de Janeiro. j. Aguilar 1975. p. 18-9 aaa a canga. Descobri por intuigdo a beleza do cangote e do pescogo feminino, no querendo com isto dizer que subestimava outras regiées do universo. MENDES, Mutll. A idade do serote. io de Janeiro, Sabi, 1968. p. 88-9. 1. Leia atentamente cada um dos paragrafos do texto. Qual 0 nticleo te- miatico de cada um deles? 2. Qual a atitude do autor diante da pessoa descrita? 3. Qual a impressdo geral que a descri¢ao cria? 4. As principais caracterfsticas de Prima Julieta implicam movimento? Explique. 5. Como vocé interpreta a observacao final do autor? 6. O retrato de Prima Julieta é fisico ou psicolégico? Explique. PROPOSTAS DE 7 1. Escolha uma pessoa que vocé considera particularmente atraente e des- creva-a, tomando 0 culdado de formar um quadro fisico psicolégico i a um s6 tempo. A seguir, descreva uma pessoa que vocé considera k nada atraente, observando os mesmos critérios. 2. Observe atentamente a foto abaixo. A seguir, descreva em poucas pa- lavras cada uma das pessoas nela retratada. | | Fills) 1. O titulo do texto jd nos apresenta o ponto de vista adotado pelo autor. Fhe Pensando sobre esse ponto de vista, responda: Gesat)| 2) Ha coeréncia entre 0 modo de ser do boi e aquilo que mais o inquie- ta no modo de ser do homem? b) Qual a imagem geral que o boi forma do ser humano? 2. © que leva o boi a considerar os homens coitados? 3. O que é impossivel aos homens? 4. Na sua opiniao, a que se refere 0 boi quando fala em “sons absurdos € agénicos”? i Lo) LS Weer eee) Imitando 0 procedimento do poeta, crie dois textos descritives. No pri- meiro, adote 0 ponto de vista de um cao que observa os seres humanos. No segundo, o de uma velha érvore frutifera. Antes de escrever, reflita sobre o modo de ser do cio eo da Arvore e procure identificar aquilo que, nos homens, Ihes causaria estranheza. Procure dar profundidade ao seu texto, evitando lugares-comuns e pieguice. > [i Prima Julieta Murilo Mendes Prima Julieta, jovem vidva, aparecia de vez em quando na casa de meus pais ou na de minhas tias. O marido, que Ihe deixara uma fortuna subs- tancial, pertencia ao ramo rico da familia Monteiro de Barros. Nés éramos do i ramo pobre. Prima Julieta possuia uma casa no Rio e outra em Juiz de Fora. Morava em companhia de uma filha adotiva. E j4 fora trés vezes a Europa. Prima Julieta irradiava um fascinio singular. Era a feminilidade em pes- soa. Quando a conheci, sendo ainda garoto e 4 sensibilissimo ao charme feminino, teria ela uns trinta ou trinta e dois anos de idade. Apenas pelo seu andar percebia-se que era uma deusa, diz Virgilio de ou- tra mulher. Prima Julieta caminhava em ritmo lento, agitando a cabeca para tras, remando os belos bragos brancos. A cabeleira loura incluia reflexos meté- licos. Ancas poderosas. Os olhos de um verde azulado borboleteavam. A voz rouca e dcida, em dois planos; voz de pessoa da alta sociedade. Uma vez des- cobri admirado sua nuca, que naquele tempo chamavam de cangote, nome expressivo: pressupée jugo e dominio. No caso somos nés, homens, a sofrer WMEEY © sceicho & textos pesceitivos ‘eeukre Seabee eonett, 1960 tera eae ree 1, O dono do barzinho que vocé costuma freqiientar pediu-Ihe que redi- gisse um texto publicitério para atrair ptiblico ao estabelecimento. Pro- duza esse texto. 2. Vocé foi incumbido de redigir o texto de um informe publicitério para uma agéncia de viagens, apresentando, descritivamente, uma praia brasileira ao piiblico jovem. Redija 0 texto, que deve ser curto e convin- cente. (Se vocé nao conhece nenhuma praia ou prefere outro tipo de passeio, descreva a paisagem que mais Ihe agrada.) i Um boi vé os homens Carlos Drummond de Andrade Tao delicados (mais que um arbusto) e correm e correm de um para outro lado, sempre esquecidos de alguma coisa. Certamente, falta-lhes no sei que atributo essencial, posto se apresentem nobres e graves, por vezes. Ah, espantosamente graves, até sinistros. Coitados, dir-se-ia nao escutam nem o canto do ar nem os segredos do feno, como também parecem nao enxergar o que é visivel e comum a cada um de nés, no espaco. E ficam tristes ¢ no rasto da tristeza chegam a crueldade. Toda a expresso deles mora nos olhos — e perde-se a um simples baixar de cilios, a uma sombra. Nada nos pélos, nos extremos de inconcebivel fragilidade, e como neles hd pouca montanha, e que secura e que reentrancias e que impossibilidade de se organizarem em formas calmas, permanentes e necessarias, Tém, talvez, certa graca melancélica (um minuto) e com isto se fazem perdoar a agitacdo incémoda e o translticido vazio interior que os torna tao pobres e carecidos de emitir sons absurdos e ag6nicos: desejo, amor, citime (que sabemos nés?), sons que se despedacam e tombam no campo como pedras aflitas e queimam a erva e a agua, e dificil, depois disto, é ruminarmos nossa verdade. ANDRADE, Catlos Drummond de. Reuniao: 10 liv de poesia. 10, ed. Rio de Jancizo, José Olympio, 1980. p. 167. como dona Ivone Lara e Jamelao. O ambiente exibe fotos de Jodo da Baiana e Donga, compositores que marcaram época, além de cenas dos desfiles no Rio e aderegos cammavalescos. Com uma programagao para l4 de atraente, a casa apresenta a banda Carioca Club, que anima diaria- mente suas noites. As 5%, Joao Nogueira comanda o Clube do Samba cantando varios sucessos — de Cartola a Paulinho da Viola. J nas 6% e sabados, a vez é das escolas de samba cariocas ocuparem o palco numa animagao digna da maior festa popular do pats. O Carioca Club funciona de 5? a sdbado, das 22 horas até o tltimo cliente. Shows apés as 23 horas. Ritmo (estrada do Jod, 256, S40 Conrado, Rio de Janeiro, tel. 021/322-1021). Mais do que o visual da praia, gatas bronzeadas e os véos de asa-delta nos céus de Saéo Conrado, o que tem despertado a atengao do pitblico masculino e de mulheres cintilantes, como a atriz Vera Fisher, séo as noites para l4 de quentes da Ritmo. Enderego carioca perfeito para se comer bem, beber, assistir a 6timos shows de MPB, bossa nova, blues e jazz e dancar até altas horas. Aboletada junto a uma area preservada da Mata Atlantica, a casa possui um telhado transparente, iluminagao e arquitetura integradas a drvores centendrias e jardins assinados pelo paisagista Burle Marx. Além do bistré de cozinha mediterranea e toques orientais, tem um disputado bar e a boate que abre suas portas apés os shows. Dentro da programagao fixa da casa, as 2, so animadas pela ban- da RioSalsa e seu repertério asso Pes de sons caribenhos. O grupo cover Terra Molhada relem- bra, aos domingos, os suces- sos dos Beatles. A Ritmo fun- ciona diariamente das 20 ho- ras até o Ultimo cliente. Principal, jan. 1008, 1. Hé predominancia de elementos descritivos no texto acima? Por qué? 2. © autor do texto é indiferente ao que descreve? Justifique sua resposta. 3. Qual a finalidade principal do texto? 4. Pelo vocabulério empregado, podemos deduzir alguma coisa sobre 0 piblico a que o texto se dirige? Comente. get LHANDO © TEXTO: WREES ©: scericdo © rexros pescnitivos . Pe CCC mcunro-cmcurro A noite é uma crianga or Mareoe Auréio Mexguiz20 Bar Cabral (avenida Stéfano, 999 — Hotel Casa Grande, Praia da Enseada, tel. 0132/86-2223, Guarujé/SP); The Phoemix (Praia da Enseada, Gua- rujé). Points mais do que consagrados na noite de Sampa, eles desceram a Serra do Mar trazendo uma legido de festeiros e adoradores da madru- gada para esquentar ainda mais o veréo paulista. Na congestionada Guaruja, praia da Enseada, com ar colonial-sofisticado de um hotel cinco estrelas, o bar Cabral trouxe para beira-mar o agito em alta voltagem e os fiéis seguidores da casa da Cidade Jardim, em Sao Paulo — uma clientela casual-chic em versdo pimentéo, que adora ver e ser vista. Guarujé também abriga um novo enderego para quem gosta de curtir os prazeres da noite: a Phoemix, que vem fazendo a festa para os descola- dos desta parte do Atlantico com mulheres bronzeadas de tirar 0 folego. O bar Cabral abre de 5% a domingo, a partir das 22h30; a Phoemix, de 5% a sébado, depois das 23 horas. Nation Pets Cabral: sucesso em Sampa, agora também no Guarujé. ox Amaral rest Carioca Club (rua Cardeal Arco- verde, 2 899, Pinheiros, So Pau- lo, tel. 011/212-9782/814-6711). Ao exorcizar a pecha de timulo do samba, esta badalada casa noturna conseguiu em poucos meses de vida transformar-se num dos maiores sucessos da noite paulistana. Espécie de a trincheira do samba, j4 passa- ‘Carioca itn gimina noone ; ogists Rio na noite paulistana. ram por 14 sambistas ilustres, TRABA- arty) coi 20) 140 1. “Cai chuvosa a manhi sobre o jardim...” (primeiro paragrafo) e “Nao para a chuva de cair” (iltimo pardgrafo). De que forma essas duas frases colaboram para criar a impressdo dominante que 0 texto nos transmite? 2. Releia atentamente 0 texto e elabore um esquema que mostre a se- qiiéncia seguida pelo autor para apresentar o jardim morto. 3. Quais sentidos foram sensibilizados pela imagem do jardim? 4. Em varios pontos do texto, o autor atribui vida e sentimento a seres ina- nimados, utilizando uma figura de linguagem chamada prosopopéia ou personificagao. Aponte passagens do texto em que isso ocorre. 5. Na sua opiniao, 0 autor faz uma descricao objetiva ou subjetiva do jar- dim? Ele aponta tudo 0 que vé ou seleciona o que mais 0 sensibiliza? Ha emogao da parte de quem descreve? Comente. 6. O jardim descrito teve alguma relacdo com atividades religiosas? Por qué? 7. Aponte a passagem do texto em que o autor revela explicitamente o que pensa sobre o jardim descrito. PROPOSTAS DE 7edacao 1. Garcia Lorca descreveu um jardim valendo-se de uma combinacao sen- sorial: imagens, sons e, em menor grau, aromas montam um quadro melancélico e decadente. Imagine-se nesse mesmo jardim, com os olhos fechados, ¢ descreva-o utilizando: a) imagens auditivas; b) imagens olfativas; c) imagens tateis. Procure escrever com sensibilidade, desinibindo sua capacidade sensorial. 2. Observe atentamente a foto seguinte. Depois, descreva a cidade nela apresentada. ‘Medion CeblgaStckProtor r ERE mmmvisio Sem espelho falante O pais que n&o assiste 4 TV e nao come pizza nem hhamburguer se assusta com 0 que aparece no video A vida em Estouros, povoado a 290 quilémetros de Belo Horizonte, segue um ritmo que parece eterno. Nao é necessério reldgio. Acorda-se com o raiar do sol e dorme-se quando as estrelas comegam a surgir. Os homens trabalham a terra e as mulheres cuidam da casa e dos filhos. Nas refeig6es, as familias se alimentam daquilo que a terra lhes devolve. Feijo, aroz, couve, abébora. De vez em quando, carne de porco ou de galinha, criados no quintal. Ali néo se conhece hambtirguer, pizza nem maionese. Tem gente que no més passado tomou Coca-Cola pela pri- meira vez na vida. Os jomnais sé aparecem para embrulhar encomenda. Estouros 6 um lugar sem aquele eletrodoméstico que ocupa o lugar cen- tral na residéncia da maioria dos brasileiros — um aparelho de TV. O que | earv? | O menino Ivanei Carlos Martins, 10 anos, sete irm4os criados por um lavrador de Estouros, que todos os dias caminha 12 quilémetros para ir A escola e voltar, explica: “E uma caixa de som com um espelho na frente”. Ivanei tem um irméo mais velho, Wilson, que jé viu TV nas redondezas. Mas, se pudesse, Wilson néo compraria um aparelho. Uma égua de 3 anos teria maior utilidade. “Eu descansaria das pernas. A gente anda sempre a pé ou no caminhéo do leite." Wilson assistiu a uma exibigéo do Aqui Agora, do SBT, ¢ ficou de olhos esbugalhados. Nao se conforma até hoje: “A gente vé batida de carro, roubo", espanta-se. “Aqui ndo tem nada disso. Tem bandido que mata a pessoa & toa. Aqui a gente mata porco. E para comer.” Outro habitante de Estouros, Lu- ciano Felisberto Filho, tem outra lembranga do tinico programa de TV a que jé assistiu. “Minha idéia ndo da para assistir tanta coisa junta. Nao entendo 0 que vejo. O povo fala muito.” Economia de troca — E mesmo estranha a vida sem 0 espelho falante do pequeno Ivanei. O povoado de Serra Velha, em Santa Catarina, que tem 300 habitantes e sessenta casas, fica encravado numa montanha e © acesso ¢ restrito a uma estrada de mesmo nome da comunidade. Ali nunca se ouviu falar do pacote do ministro da Fazenda, Fernando Hen- rique Cardoso. Tampouco de Roberto Carlos ou Pelé. O idolo naquelas paragens é o professor Santanor Petersen, unico na regido, proprietario de uma caminhonete que faz 30 quilémetros por hora como velocidade MBEYS oc scaicko & textos vescairivos maxima. Bem diferente dos veiculos saidos de uma linha de montagem, a.caminhonete do professor Petersen tem a carroceria de madeira, que sobrou de um corte de arvores, e o motor de um barco. Pessoa mais bem informada da cidade, o professor ndo sabe que o presidente da Repti- blica se chama Itamar Franco. Esse pais indiferente & passagem do tempo, com muito menos di- nheiro e conforto, menos violéncia e perversidade, integra uma das mais pem-sucedidas utopias nacionais. A do Brasil rural, de pessoas simples e valores estabelecidos, de pequenos herdis e pequenos vilées naturais em qualquer parte. & um pais delicioso de ver e explorar, como desco- briram as novelas rurais que a Globo produz e eles ndo véem. Mas é uma utopia urbana achar que 0 povo desses lugares quer ficar assim. TV é eletricidade, eletricidade é progresso e néo hé como preferir um lam- pido de querosene a uma lampada nem é possivel achar que 0 cidadao que nao sabe o nome do presidente é mais feliz do que aquele capaz de recitar a lista de todos os ocupantes do Planalto de 1964 para ca. E 86 mais ignorante. Ha seis meses, em Lagoa do Oscar, lugarejo do interior de Minas, correu 0 boato de que, enfim, os postes de luz chegariam ao local. Foi um alvorogo. O roceiro Domingos Ferreira Conceicao, um se- nhor jé de meia-idade, percorreu 110 quilémetros apenas para fazer uma troca. Entregou uma espingarda nova para um muambeiro, que Ihe dew uma TV portatil trazida do Paraguai. O roceiro aguardou quatro meses pela luz. Como ela nao veio, vendeu a TV para um caminhoneiro, que pagou 20 000 cruzeiros reais por ela. Mas nao desistiu. "As criangas 56 falam do dia em que teréo uma TV em casa”, diz. Com 3 000 moradores, a 700 quilémetros de Salvador, Muquém do Sao Francisco é outro exemplo. Ali ndo existe luz elétrica, agua encana- da nem rede de esgoto. Mas tem TV. Um aparelho, de propriedade da prefeitura, ligado a um gerador a dleo diesel. Todos os dias 0 funcionario Francisco Raimundo Cardoso pega um televisor de 20 polegadas num partaco onde ele fica trancado e o transporta até a praga da cidade. Ali, cercada com arames farpados, a TV fica ligada das 6 da tarde até as 11 da noite. “Luxo” — Muquém 6 um municipio paupérrimo, com orgamento de 10 milhdes de cruzeiros reais por més. Com esse dinheiro, 0 prefeito Carlos ‘Moreno Pereira, do PDT, paga 0 salério de 130 funciondrios piblicos ¢ investe 2 milhées de cruzeiros reais na area de satide. As escolas da ci- dade lhe custam 0 mesmo que a conta do gerador da TV: 4 milhdes por més, Até 0 prefeito acha um absurdo. “E um luxo gastar dinheiro com 0 ge- rador", reconhece. Mas no hé alternativa. Desde que a TV foi instala- da, no final de 1991, é sucesso absoluto. Nos dias normais retine trinta pessoas na praca. Em grandes momentos, passa de oitenta. Quando se transmite futebol, a platéia se divide. As mulheres querem ver as nove- las © os homens, futebol. A tltima palavra é da primeira-dama, Vera Lucia Pereira, que sempre acaba dando preferéncia a platéia feminina. Captada por antena parabélica diretamente do Rio de Janeiro e de Sao Paulo, a TV de Muquém tem uma peculiaridade. Nao apresenta co- merciais. Enquanto os espectadores do pais inteiro assistem a um car- rossel de amuncios, ali a tela fica escura. O impacto sobre os hébitos de consumo é menor. A platéia sé 6 atingida pelo merchandising inserido diretamente nos programas. Por essa razo, as donas de casa comegam. a trocar os temperos caseiros por industrializados e ficam satisfeitas quando descobrem que a TV mostra a mesma pasta de dentes que guar- dam na despensa. “A TV é vista em muitas comunidades como simbolo de status”, afirma a sociéloga Sara Chucid da Via, titular da Escola de Comunicagées e Artes da Universidade de Sao Paulo. “As pessoas mu- dam de comportamento em fungéo do que passam a ver.” Um dos mais antigos habitos dos adolescentes de Muquém era o “papo do comité”. Eles se encontravam todas as noites nas escadarias de um prédio utili- zado como comité de um partido politico para conversar e fazer brinca- deiras. “Eram mais de vinte pessoas”, lembra Carla Rejane Almeida, 18 anos, Nesses papos se falava, por exemplo, de Noemi, a garota mais boni- ta da cidade, e de Reivaldeo e Gildasio, os gatos mais paauerados. Ago- ra no se fala mais disso, Esto todos assistindo a televisdo na praga. Veja, 8 jan. 1984. TV da prefeitura de Muquém, na Bahia: gasta-se com o gerador a mesma verba destinada 4s escolas do municipio. BREE] © sceicko & textos pescaitivos 1. Aponte no texto a passagem ou passagens predominantemente des- critivas. 2, Qual a funcao dos elementos descritivos no texto? 5. Voce concorda com as conclusdes a que se chega no texto? Por qué? Baar Keene 1, Escreva um texto que siga a estrutura de “Sem espelho falante”: par- tindo de uma passagem descritiva, obtém-se argumentos para uma posterior exposicao de idéias e opinides. Coloque-se no papel de um reporter que anda pelas ruas da cidade a fim de constatar 0 seu estado de conservacao. 2. Observe a foto abaixo atentamente. A seguir, descreva a cena nela ré- tratada, tomando essa descricao como ponto de partida para expor sua opiniao sobre a questdo social levantada. 1B O retrato de Euridice Mario Quintana Nao sei por que hé de a gente desenhar objetivamente as coisas: 0 galho daquela rvore exatamente na sua inclinagao de 47 graus, 0 casaco daquele homem justamente com as ruguinhas que no momento apresenta, e 0 prd- prio retratado com todos os seus pés-de-galinha minuciosamente contadi- nhos... Para isso jé existe a fotografia, com a qual jamais poderemos compe- tir em matéria de objetividade. Se tivesse o dom da pintura, eu seria um pintor lirico. Quero dizer, 0 modelo serviria téo-s6 de ponto de partida. Ese me dispusesse a pintar Eurfdice, talvez viesse a surgir na tela um has- til, © arco tendido da lua, um antilope, uma flamula ao vento, ou uma forma abstrata qualquer, injustificavel a nao ser pelo seu harmonioso impeto em ca- mara lenta, pela graca da linha curva em movimento, porque Euridice afinal é tudo isso... E tudo isso e outras coisas que s6 os anjos e os deménios saberao. QUINTANA, Matio, Da presuca como metas de trabalho Rio de Janelro, Globo, 1987. p, 93-4. 1. Na sua opinido, a fotografia é uma forma objetiva de retratar a realida- ees de? Comente. Ase | 2. A proposta do autor 6 obter retratos objetivos ou subjetivos? justifique sua resposta com elementos retirados do préprio texto. 3. Pense sobre as varias formas que o poeta utilizaria para representar Eu- ridice. Que tipo de mulher ela deve ser? Por qué? 4. A proposta descritiva de Mario Quintana nos proporciona possibilidades sensoriais e imaginativas muito grandes. Observe que 0 poeta se prope utilizar imagens que nao tém nenhuma relagao direta com objeto retratado, criando um processo de grande intensidade poética. Adotan- do o mesmo procedimento, que imagens vocé utilizaria para descrever: a) uma mulher de formas sua- ves ¢ equilibradas? b) um homem de estrutura fi sica bem proporcionada? ©) um cavalo de porte altivo? d) uma velha e simpatica tarta- ruga maritima? ) um pequeno peixe dourado? artista alemdo Konrad Klopheck roduziu uma série de obras nas quais estabelecia relacdes entre seres humanos e maquinas, como esta, intitulada As noivas dos soldados, de 1967. ERY os cricko © textos vescritivos 5. Nos textos descritivos, a comparacgao é também um grande recurso expressivo. Que comparacées vocé faria para caracterizar melhor: a) uma grande cidade cheia de luzes? b) um pequeno trapiche? ©) um livro antigo? d) uma sala cheia de gente e de fumaca? ‘e) uma queimada na selva? roaaceaeeereee 6. Captar detalhes é fundamental para s construir bons textos descritivos. Para isso, é necessdrio observar bem 0 objetos, as pessoas, os cendrios. Também é necessdrio desinibir o olhar, aprendendo a ver as coisas com olhos novos, olhos de quem descobre 0 mundo. Que detalhes vocé apontaria para caracterizar: a) um lapis? b) uma pequena pedra de granito? ©) uma folha de bananeira? d) sua cédula de identidade? e) a porta de sua casa? i Conto em letras garrafais Marina Colasanti odos os dias esvaziava uma garrafa, colocava dentro sua mensagem, ea entregava ao mar. Nunca recebeu resposta. Mas tornou-se alcoélatra. COLASANTI, Morina. Contos de amar rasgados. Rio de Janeiro, Rocco, 1986. p. 95. PROPOSTA DE vedacaio © conto da pagina anterior, extremamente sintético, oferece-nos oportuni- dade de desenvolver nossas habilidades descritivas e narrativas. Reescreva-o, caracterizando 0 personagem (ou a personagem), descrevendo seus tra- 605 fisicos e desenvolvendo sua personalidade. Crie também o cendrio em que a acdo se desenvolve. £ importante que todo o material descritivo esteja em harmonia com a matéria narrativa. PROPOSTAS DE redaciio i Calvin e Haroldo Bill Watterson pecido nell Hee, | PoE ee one “Farid” |= £ ue x = a 1. Vamos colaborar com o Calvin. Observe atentamente 0 Haroldo, TONFIAZ NOS PAIS: no quadrinho ao lado. A seguir, RISCADO PARA A SUK elabore um antncio classificado descritivo mostrando a aparéncia € 0 modo de ser desse tigre sim- patico. HRERY cscricio ¢ textos oesenitivos 2, Descreva a cena retratada na foto seguinte. Sua descrigao deve fazer parte de um texto que protesta contra a matanga de animais. Matanga de focas. LeITURA & debate ‘arte de fotografar tem varias relacdes com a arte de descrever. Leia aten- tamente texto abaixo e discuta com seus colegas de classe as possiveis aproximacées entre o fazer fotografico € o fazer lingiifstico da descricao. i Realidade e fotografia Claudio Aratijo Kubrusly ‘A vealidade nua e crua — viva, tridimensional e cambiante — é apenas éria bruta, apenas uma das matérias-primas, na complicada alquimia da .m, Nao é indispensavel partir do belo para chegar ao belo. A fotografia sido uma prova contundente dessa verdade. ‘A melhor imagem, aquela que transmite com mais eficiéncia uma idéia, emocao ou 0 contetido de um tema, nao é, necessarlamente, a que con- 9 maximo de informacao verbalizavel. Nem sempre € aquela que repro- com mais fidelidade 0 assunto ou mostra com muita clareza 0 maior ero possivel de aspectos. Muitas vezes 0 que torna forte uma imagem, Trés imagens de personalidades importantes da politica do século XX, cada uma com um significado distinto. Acima, Hitler, em foto produzida pelo servico de propaganda nazista, em 1935. ditador foi dos pprimeiros @ perceber o impacto da fotografia sobre as ‘massas, © que 0 levou a tomar todo cuidado com as imagens que veiculava de si proprio. A suavidade da cena toma dificil maginar os horrores patrocinados pelo retratado. Acima, & direita, a foto “oficial” de Pinochet, logo apés 0 golpe militar que 0 colocou no poder no Chile (1973). A rigidez do semblante e da postura dos retratados transformou essa imagem em ‘simbolo da tirania no mundo todo. Depois dela, 0 ditador nunca mais usou éculos escuros em piiblico. Ao lado, Che Guevara, na foto de Alberto Korda que ajudou a acender as esperancas de milhares de jovens ‘do mundo todo na década de 60. A tomada levemente de baixo para cima e o olhar fixo.no infinito dao a esse retrato a atmosfera idealista que imortalizou o retratado. WER ors caicdo & textos pesceitives srepejed ‘oyeyo ‘021 ‘ovSipne ‘opsia :sieiosuas sleue> saquasayip sod oyu2sap oralqo epe? ap se2nsya}2e1e> se seyde9 and -old “Cara ‘010)S9) ap soured ‘sesaw ‘seslape> ow0d ‘soulanbu409 a sajduis sew so anisn|pul) sojalgo ‘siewijue ‘soquedai ‘suabesied ‘sopepi> :ov5uasap ap soia{qo so.no wod epnadau sas (snap a) apod eouausdxe ewsaw ess {01%8] Nas ap sopajap No sapepijenb se sienD ZeyuIsap eossad e seIyQUAP! ureuinBasuod sajq ‘asse|> ap seBajo> snas vied 0-219] “eossad ep aWoU © opeuouau elas ovu oyxa} nas Wa anb ayuewodw! 9 ‘a]UaWe>/60]0> -isd 8 e21S\j e[-2Z18}>e42> OpuesN20Id ‘OANUISap 01x9} WN aiogeja a LN6Y, essa aqUALURIUDIe B\NasqO ‘(eUodns oBU No) aulLIpe 320A anb esowyy eos -sad eno sanbjenb no eysije>1puls wn “sejndod e1oqUe> ew no JoyUe? 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