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Processamento de Gas Natural 8 PROCESSAMENTO DE GAS NATURAL 8.1 InTRODUGAO ‘comercializad. Cada campo produtor vai requerer caracteristicas especificas das suas instalagdes de processamento de gas natural em fungao da qu lidade e quantidade dos ‘componeentes presentes nesse sis. Cabe ao provessadior dimensionar os equipamentos das instalagdes industriais de processamento de forma a garantir a adequagao do gis comercializado as especificagdes definidas nas normas vigentes, 's natural proporciona a otimi: ago da utllizagio desse insumo, assegura a sua presenca e relevancia estratégica na Certamente, a atividade de processamento do matriz energética brasileira e garante, de forma segura, o retorno dos investimentas aplicados nessa atividade 8.2 OBJETIVOS DO PROCESSAMENTO DE GAS NATURAL 0 objetivo basico do processamento de gis natural é separar seus componentes fem produtos com especificacao definida e controlada, para que possam ser utilizadas com alto desempenho em aplicagbes especificas, permitindo a incorporacao de maior valor agregado aos produtos geradas, De modo semethante a destilagao de petréleo, que fraciona 0 dleo em produtos: de especificagao definida, uma unidadle de processamento de gs natural (UPGN) tem como fungao basica fracionar 9 gas em produtos especifieados para atendimento as diversas aplicagdes requeridas pelo mercado, 8.3 PRODUTOS 00 GAS NATURAL Basicamente, o processamento do gis natural gera gas especificado ¢ pronto para consumo em qualquer equipamento térmico industrial, motor & combustéo a gis ‘ou uso domiciliar, conforme especificagio contida na Portaria n, 104 da ANP de 08 de to ais sde Processamento de Gas Natural 231 julho de 2002 (ver Capitulo 2), Normalmente, esse gas fornecido é chamado, no ambito industrial, de gis combustivel, gs seco, as processado, gas residual ou, simplesmente, de gis especiticado. Outro combustivel de grande importancia obtido a partir do gas natural é o Gas Liquefeito de Petroleo (GLP). Esse produto do gis natural é o combustivel de maior utilizagao no émbito domiciliar, possuindo um alto valor agregado, Como o mercado de GLP ainda é parcialmente atendido por importagao, qual ‘quer aumento de produgao interna deste gera uma economia direta de divisas para 0 Pais. Nesse cendirio, o processamento de sais natural tem uma relevante importincia estratégica, pois uma boa parte da produgao nacional de GLP é oriunda desse process industrial Normalmente, o fracionamento do Liquide de Gas Natural (LGN) gera, além do GLP, uma fragio mais pesada denominada gasolina natural, ou fragio C,*. Esta, por nao possuir uma especificagao bem definida, nao tem uma aplicagio mais nobre. 0 principal destino dado a essa corrente ¢ a injegao em correntes de petréleo em prati- ‘eamente todas as Unidades de Processamento de Gés Natural da Petrobras. O mais novo produto derivado do processamento do gas natural € 0 etano petro- quimico, o qual deve ser fornecido como matéria-prima para a indiistria de base para a fabticagao de polietilenos de varias densidades, como 0 Plo Gis Quimico do Rio de Janeiro. Componentes Processamento| do gas natural (Separagao) Procton Gés espectioado Etano peroquimico Gas Liquetoto de Petrleo (GLP) _Gasoina natural C Figura 8.1 Produtos do gés natural 232 TECNOLOGIA DA INOUSTAIA DO GAS NATURAL 8.4 CONFIGURACAO BASICA DE UMA UNIDADE DE PROCESSAMENTO DE GAS NATURAL {Uma unidade de processamento de gs natural 6 composta basicamente por das reas distintas e sistemas auxiliares e de tratamento de produto (ver Figura 8.2) ueees0 [_Fesonmeno | expwcteagso on Sistema Sistema Sistema za se goragao +} de soparacae derratamento. |= ‘e produtos debaxa e proutos temperatura _ f Produtos: ‘gerados Figura 8.2 Esquemabasio de uma UPGN Vs fim. “I Area fria ~ Area responsavel pela liquefacao dos componentes mais pesados men do gis natural, gerando uma fragao liquida de alto valor agregado, A érea fria de uma unidade de processamento de gas opera normalmente com baixas ‘temperaturas e altas pressies, condigdes que favorecem a condensacao da riqueza do gés natural Area quente ~ Area responsivel pelo fracionamento do liquido de gés natu: ral gerado na drea fria em produtos finals com especificagao bem definida. Opera, em geral, com temperaturas mais altas ¢ presses mais baixas do que a dea fria, A alta temperatura e baixa pressiio favorecem a separagio das fragoes de hidrocarbonetos constituintes do Iiquido de gas natural obtido, dew bora Sistemas de tratamento de carga ¢ produtos ~ Sistemas responsiveis pela e rel 4garantia da qualidade dos produtos obtidos ¢ também pela especificagao re- exist uerida para a corrente de gs natural carga da unidade. Os prineipais sistemas de tratamento de carga e produtos sao os tratamentos dessulfurizantes, sejamn 86 ‘radicionais, por lavagiem céustica, ou patenteados & base de dxidos metilicos, *] Sistemas auxitiares ~ Sistemas responsaveis pela geracio das facilidades necessérias para a perfeita operagiio das éreas fria e quente e pelos sistemas dade de tratamento dos produtos gerados. Os prineipais sistemas auxiliares sto: vator Processamento de Gas Natural 233 \ Sistema de aquecimento de dleo térmico ~ Normalmente, um forno aquece o éleo térmico e este cede carga térmica para todos os refervedo- res da drea quente da unidade. Em unidades com sistema de geragiio de vapor d'égua, este fuido pode ser utilizado como fonte quente. Sistema de compressio de propano — Utilizado como fonte fria (sozinho ‘ou com a turbo-expansiio) para obtengiio da temperatura necesséria para a conclensagao das fragdes pesadas do gis. \ Sistema de desidtratagdo de gis natural ~ Responsdvel pela retirada da gua do sis, visando evitar a formagdo de hidratos na unidace durante a etapa de resfriamento. Outros sistemas auxiliares podem ser adicionados ao projeto, visando a espe- cificacao final de produtos, & geragdo de facilidades para consumo interno ou outros sistemas de apoto a operagao. 8.5 TIPOS DE UNIDADES DE PROCESSAMENTO DE GAS NATURAL 0 ponto mais importante das unidades de processamento de gas natural 6 0 sis- tema de geracao de criogenia (baixas temperaturas), responsével pela liquefago dos ‘componentes pesados do gés natural, © processo termodinamico escolhido para esse fim define o tipo de unidade a ser utilizado, Sao citados, a seguir, os processos atual- ‘mente utilizados no mundo em projetos de aproveitamento de gas natural produzido: 5 efeito Joule-Thomson; 9) refrigeracao simples; 71 absorgio refrigerada; turbo-expansio; } processos combinados. Como processo combinadlo podemos entencler a utilizagao em conjunt ce mais de um dos processos anteriormente eitados. Jé 0 processo absorcio refrigerada, em- bora envolva duas operagGes unitérias distntas da engenfiaria de processo (absorcio ¢ refrigeragao), nao € considerado propriamente um processo combinado, pots nao existe unidadie que opere apenas com a etapa de absorgao. 8.6 ESCOLHA 00 PROCESSO TERMODINAMICO Basicamente, a escolha do processo a ser utiizado no projeto de uma nova uni dade de processamento de gs natural depende de fatores técnicos, ligados ao reser- vatdrio, e também de fatores econdmicos de mercado, 234 TEONOLOGIA A NDUSTRA DO GAS NATURAL Os fatores a seguir relacionados dever ser analisados e discutidos por um grupo ‘multidiseiplinar encarregado pelo desenvolvimento do estuclo de viabilidade técnieo. cconémica (EVTE), o qual, normalmente, dé suporte a decistio gerencial sobre a esco- Jha do processo a ser utilizado, Qualidade requerida do gas processado Curva de produc do reservatorio (duragao das reservas) Vazao dle gis natural disponivel Produtos requeridos (gas especifcado, corrente de etano, GLP), Proximidadle de centros consumidores Porte e tipo de consumidores (para todos os produtos) Condigao de mercado para projeto ¢ aquisi¢lo das instalagdes (cisponibili- dade de equipamentos, prazos de entrega), ‘Tempo de retomo do capital investido. A anélise desses fatores técnicos, vinculada ao estudo dlo reservatério de gas ¢ ddo mercado consumidor, juntamente aos fatores estratégicos gerenciais da companhia dletentora da concessio dle producio ira determinar o plano de exploragao © comer. Cializagao das reservas de ws do campo produtor, bem como orientar a escolha mais adequada do processo a ser utilizado no processamento do gas, As condigdes de mercado sio bastante relevantes. A escolha de um determina do processo pode ser fortemente influenciada pela disponibilidade ou falta de um de. terminado tipo de equipamento ou material no mercado. Prazos de entrega costumam, Ser 0 caminho critica para conclusdo de um empreendimento e projetos na area de exploracdo de gas natural niio fogem a essa regra Multas vezes, apenas um dos fatores apresentados define o tinico processo que deve ser utiizaclo em determinada aplicacao, Se o objetivo de um projeto é produzir tano puro para suprimento de um pélo petroquimico, por exemplo, 0 processo jd est escolhido, pois apenas o processo turbo-expansio tem capacidade de gerar e especi- ficar esse produto, A quantidade de gas disponivel também é muito importante nessa escolha. Com base na avaliagao financeira do empreendimento 6 mais dif viabilizar unidades que utlizam teenologias mais complexas, como o processo turbo-expansio, 0 qual possui balxa capacidacle nominal (quantidade pequena de gas disponivel) A qualidade requerida do gs residual gerado também pode influenciar a utiliz ‘ito ou nao de um processo, haja vista que processos de baixo investimento podem no sarantir o atendimento a especificagdes mais rigicas, Coto exemplo, tem-se 0 efeito Joule-Thomson puro, 0 qual no 6 capaz de ga Fantir o atendimento a Portaria da ANP n. 104 para qualquer composigao de gas rico, Processamento de Gés Natural 235 Pependendo da composicao do gas a ser tratado, podem ser necessétios alguns ajustes adiclonals para garantir, principalmente, o atendimento ao valor da especificacao do ropano no sais de venda, 0 processo de refrigeracdo simples, embora capaz de garantir essa especifica: ‘$80, pode necessitar também de alguns ajustes adicionais em determinadas situagoes cespeciais para permitir essa garantia, A composigao do gis natural a ser tratado é certamente tum dos itens mais relevane {es naescolha do proceso termodinamico a ser utilizado, Gases com baixo teor de propa ‘no € ctano pactem ser enquaclraddos com facilidade, apenas ajustando-se as fragdes mais Desadas, como butanos e pentanos. Esse ajuste¢ facllmente conseguido com qualquer um {os processos jf cilados, inclusive o processo Joule-Thomson, o mais simples de todos, De uma forma geral, quanto maior rigor nas especificagdes dos produtos for equerido, maior deverd ser 0 investimento necessério, pois nos obriga a uliizar pro- essos de tecnologia mats refinadla, com sistemas de controte mais complexos o equi- Pamentos mais eficientes, Certamente, esses processos de maior grau de tecnologia aplicada demandam maior tempo de desenvolvimento e construgao, além de custos mais altos, Projetos que requeiram curto prazo para entrar em operagéo (por exemplo, Projetos para anteclpacao de producao de gis) nao permitem a utiizacao de equipa- Imentos com longos prazos de entrega e, em geral, utilizar adaptagbes em projetas ja fexistentes para serem conclufdos mais rapiddamente. 8.7 Processo JouLe-THomson 8.7.1 Introdugao E o mais simples e barato dos processos, poréim ¢ também o de uso mais restr to, devido as suas limitagoes técnicas, Como j4 visto no t6pico anterior (Escolha do Processo Termodinmico), esse Processo no garante a especificagdo para venda do gis processado para qualquer composicao de gis rico ¢ é normalmente utilizado apenas em projetos em que a com- Posigio do gis natural a ser tratadbo jé esta bem préxima da especificagao pretendida, faltando apenas um ajuste das fragdes mais pesadlas, como butanos e pentanos, Basicamente, ¢ um processo utiizado para acerto de ponto de orvalho de gis natural, objetivando sua adequagdo para movimentacdo por gasodutos. Dessa forma, © Provesso pode ser utilizado para separar fracOes pesadas do gés natural e permitir ‘eu transporte em escoamento monofisico de maior eficiéncia (elimina-se o risco de condensacao no interior dos gasodutos de transporte). 236 TECNOLOGIA DA INDUSTAIA DO GAS NATURAL Em utilizagées nas quais a garantia de qualidade do gés gerado é fundamental, ‘como em contratos de venda de gas de longo prazo, conforme a especificagao da Porta- ria n. 104, esse processo deve ser complementado com sistemas que garantam 0 valor ideal das variaveis de controle (pressio ou temperatura) a montante do sistema de separacao de fases liquido-gas. Esse sistema pode ser um compressor para assegurar certo nivel minimo de expansio, independentemente da pressio de chegada do gis, ‘ou um sistema de refrigeragao, para garantir um valor de temperatura, definido antes da etapa de expansio, Um ou outro sistema permite aumentar a garantia da quali- dade dos produtos gerados no processo, porém exigem a utilizagio de equipamentos adicionais 87.2 Fundamento termodinamico 0 fundamento termodinamico associado a esse proceso 6 liquefagao dos com= ponentes mais pesados do gis natural devido a queda de temperatura proporcionada pela expansio isentélpica em uma valvula de controle de pressio. 81.3 Principais caracteristicas As principals earacteristicas desse processo so basicamente 0 baixo custo e, evidentemente, a sua baixa eficiéneia de performance ma liquefago das fragdes pesa. das do gas natural. Nesse contexto, apresenta-se suas caracteristicas mais relevantes: expansiio isentépiea (Ah = 0); baixa eficiéneia de performance 1 baixo nivel de recuperagio de propano; 7 baixo investimento; proceso normalmente utilizado para acerto de ponto de orvalho de gis natural 8.1.4 Descricaa basica do processo Pode ser utilizada prévia compressio ou no, a depender do nivel de pressao disponivel e também do nivel de ajuste de ponto de orvalhio, ao qual o gas deve ser submetido (ver Figura 8.3). 87.5 Esquema do processo ‘Uma vélvula de controle de pressio (PV) quebra a pressao da linha e garante a estabilidade da pressio de fornecimento de gas tratado. A varidvel temperatura, mo- mental, 1 Porta valor ema de segurar do gis, 0 antes : quali- nentos nada sto e, pesa- nes: Processamento de Gas Natural 237 Restamens Somes | Se Condeneado Compressso opcional Um estagio deeaulloio pesadas ‘Nota: TT= Tansmissr de tamperatura Figura 83. Esquoma Joule Tomson nitorada no vaso de separagao de fases, estabelece o ponto de orvalho do gés, ou sefa, define a qualidade atingida pelo gas processado. © is gerado possui um menor teor de fragdes pesadas do que o wés na entrada da unidade, porém nao 6 garantida a separacdo total das frages mais pesadas, O ponto de corte € definido em funcdo da temperatura minima que o gas atingira durante 0 es- Coamento até a entrega ao consumidor final. projeto deve acertar o ponto de orvalho {do gis, de forma que essa temperatura minima durante o escoamento néo gere mais condensagao no interior dos gasodutos. Nesse processo, temos ainda que estabelecer o que fazer com 0 Kquido gerado, lumna vez que este possui uma alta pressao de vapor (valor usual préximo a 2,94 MPa ou 30 kgflem®) e nao pode ser descartado sei maiores cuidados, No caso de existéncia de unidades industriais que possam receber esse descarte, o problema mais facil mente resolvido, De outra forma, ser necessério projetar um sistema de estabilizagao do condensado, Para esse fim ¢ possivel utilizar vasos separadores, como estigios de equilforio (um ou dois estagios, dependendo das pressoes envolvidas) 876 Principais malhas de controle do processo A variével operacional mais importante do processo ¢ a temperatura obtida no vaso separador de fases apés a expansto, O valor de projeto dessa variivel é funcio 238 TECNOLOGIA DA INDUSTRIA D0 GAS NATURAL titela do ponto de orvalho pretendido para o gés tratado. Essa varidvel é controlada indiretamente, por meio do controle da presséo do vaso separador (nuumericamente, 0 valor da temperatura de operacio do vaso separador deve ser igual ao valor desejado para 0 ponto de orvalho do gas tratado). A pressto do vaso separadlor ¢ definida em fungio da pressio necessétia para Se escoar 0 4s processado até 0 seu ponto de destino, Uma vez que essa pressdo est definida pela necessidade de escoamento do gis, o grau da expansio conseguido na ‘alvula de controle de presstio a montante do vaso separador 6 fungao da pressio de hegada do gis, Se essa pressio diminui por problemas na produgio ou presenga de Hquido no duto, o grau de expansio também diminui, impactando negativamente a qualidade do gas tratado, Sistemas em que essa condigao de oscilagdo de presséo da ‘carga € incompativel com a garantia da qualidade do gs tratado obrigam ainstalacao de um compressor mia entrada da unidade para que se possa efetivamente controlar a pressiio de entrada e, conseqtentemente, o grat de expansiio do gis Outra variivel controlada da unidade ¢ o nivel de fundo do vaso separador, res- onsdvel peta retirada do liquido condensado na etapa da expansio, Uma vatvula de controle de nivel (LV) pode manté-1o constante, evitando o ocasional arraste de par caulas liquidas pelo gas 8.8 Processo REFRIGERAGAO SIMPLES 8.8.1 Introdugao E consicerado um processo simples e de médio investimento, podendo gerar gis especificado para venda, embora esse processo também passua algumas limitagdes tec. hess, prineipalmente no que diz respeito ao teor residual de propano (C,) no gis proces Sado. Se 0 objetivo do projeto for maximizar a produgao de GLP. deverd ser considerada @ possibilidade le utiizacao de um processo mals eficente (e certamente mais car), O sistema mais delicado de uma unidade que utiliza esse processo é o ciclo de refrigeracdo,o qual uiiza compressores de propano como fonte de energia para lique facao das fragdes mais pesadas do gis natural Nonmaliente, unidades que utilizam esse processo termodindmico so do tipo DPP (ew point plant) ou unidade de acerto de ponto de orvalho de gis. Essas unidades tém. como objetivo principal apenas especificar o ss processado, sem grandes compromissos ‘cama especifiagao do lquido gerado ou com a maximizagao dessa frag liquida 882 Fundamento termodinamico Nesse processo temos a liquefagaio das fragbes mais pesadas do gs natural por melo da reduco de temperatura provocada pela troca térmica do és com um fluido refrigerante rolada nte, 0 Jado para esti lo na io de ade tea oda ico de nt Processamento de Gas Natural 239 Em geral, ¢utlizado o propano como Mido refrgerante em um ¢ elo de refrige- Face Convencional. Esse propano utizado no ciclo &predzidoa parting, proprio gis Alural, Por melo do fracionamento de uma porgio do LON gerade na unidade, Devido & obtencao de baixas temperatura, o natural preci ser desidrata- do antes de ser submetido as trocas érnicas nos permutadones ve aproveitamento de energia © nos permutadores a propano, Basleamente usase a injegdo de monoetilenogliol (MEG) ‘que funciona como, ‘wente desidratante em um ciclo fechado, O MEG é regenerado em um sistema auxiiar cage eate oF una torre retifcadora com refervedor que elimina o vapor agua absor- vido pelo MEG do gis natural 883 Principais caracteristicas Exige desidratacio do gés natural ) Atinge baixas temperaturas, Uulizacio de um ciclo de refrigeracio a propano, Processo simples e robusto, 1 Nao necessita de pressoesaltas (nl opera com expan Considerado de médio investimento, 884 Descricao bésica do processo © as natural ¢ inicialmente separado do condensado e da gua livre em um BAM) Sebaradortrifisico, Apés essa primeira separacio, ois & desidratacs ela utii- Zagio de monoetilenoglical (MEG) em wm sistema de absorgio por contato fisico nos Permutadores da unidade. O MEG é nebulizado por meio de bicos aspersores, direta- dane Sobte 08 espelhos dos permutadores, de forma a entrar nos tubos to bermuta: ‘lor intimamente misturado ao gés escoado. Por similardacte uimica, 0 vapor dégua Present no gis migra para a fase liquida da sohugdo de MEG. Apée a injegao de MEG & absorgio da dgua do gis, a solugdo aquosa de MEG é separada do ii © segue para 0 sistema de regeneracao de MEG. A solucdo de MEG 6 regenerada por agio de calor, eam vaporizagao da agua "etal do gas. Em seguid, esta, concentrada,retorna para novo eontaty com 0 gis de alimentagao da unidade, operando em um ciclo fechado, O ss seco (desicratado) tem sua temperatura reduzida no sistema de reftigera- {0 da unidade por meio da uilizagdo de um ciclo a propano, causanlo.¢ condensagao {as Feagoes mals pesaclas do gs. O gs rio pobre remanescente troea calor com o gis ‘natural, carga da unidade, para recuperar energia 240 TECNOLOGIA DA INDUSTRIA D0 GAS NATURAL Em uma torre de desetanizaglo, o excesso de etano incorporado ao liquido ge- rado na etapa de refrigeracio 6 vaporizado e separado do liquido réstante. Esa re rada de excesso de etano permite aleangar a especificagao da Pressio de Vapor Reid (PVR) do liquido gerado, O etano vaporizado gera um gs residual que sai pelo topo dessa torre. Pelo fundo, o liquido de gés natural (chamado simplesmente de LGN) deixa a torre para ser submetido a préxima etapa, LGN pode ser destilado em uma torre desbutanizadora para producto de GLP © C,* ow apenas ser misturado com a carga de uma outra unidade para processamento posterior. 8.8.5. Principais malhas de controle da unidade As principals malhas de controle operacional da unidade e os valores usualmen: te praticados na sua operagio sao os seguintes: 7) Vazdo de carga da unidade ~ controla a entrada de gas na unidade. Os va lores ustais dependem do porte da unidade. A faixa normal de capacidadés nominais de projeto vai de 150 000 ma a 5 000 000 mia. Pressdo de descarga do compressor de propano — é funcao da qualidade do propano refrigerante ¢ da carga da unidadle. Carga acima do valor nominal ou alto teor de etano no propano refrigerante causam alta pressio da descarga do compressor, Valores usuais: em tomo de 1,18 MPa. 1,47 MPa (12 kgem? 15 kavier®), Temperatura de regeneracio do MEG ~ a baixa eficiéncia do sistema de regeneracao pode ocasionar balxo teor de MEG na vazao circulante e, conse- ‘qtientemente, formagao de hidratos na unidade. Valor usual: 120 °C. Vazdo de cireulagdo de MEG —a baixa vazao circulante de MEG pode causar formagao de hidratos, Valores usuais: em torno de 25 a 45 litros de solugao de MEG a 80% em volume por litro de agua retirada do gis, Nével do vaso separador de MEG — o descontrole do nivel desse vaso pode ocasionar arraste de MEG pelo gis (nivel alto) on passagem de gas para 0 sistema de regeneragio de MEG (nivel baixo). Valores usuais: em torno de 50% a 70% do nivel méximo. Pressiio do vaso separador de conddensado ~ a pressao do vaso separador influencia diretamente 0 escoamenta do gis processado para as redes de distribuigdo, Valores usuais: fungao direta da pressdo necesséria para 0 es: coamento do sais até a rede de distribuicao. Nivel de fundo da torre desetanizadora ~ controla a retirada de produto liquido da torre. Valores usuais: em torno de 50% a 70% do nivel maximo. Processamento de Gas Natural 241 7 Pressao da torre desetanizadora ~ controla o teor de etano do LGN produ Zido (¢ responsdvel pela pressdo de vapor do liquido separado), Valores usuais: em tomo de 0,98 MPa a 1,67 MPa (10 kgicm®a 17 kgf/cm?) 1 Temperatura de fundo da torre desetanizadora ~ com a pressio da tore controla o teor de etano residual no LGN produzido. Valores usuais: em tor- no de 90 °C a 100°C. 7 Temperatura de fundo da torre desbutanizadora ~ controlao nivel de corte entre os produtos de topo (GLP) e de fundo (C,*). Determina a Pressio de ‘Vapor Reid (PVR) do produto de fundo. Valores usuais: em toro de 110 °C 125°C. Temperatura de topo da torre desiuutanizadora — esta varidvel é controlada pela razto de refluxo, Valores usuais: em torno de 55 °C 70 °C, I Nivel de fundo da torre destutanizadora — controla a retirada de produto liquido da torre, Valores usuais: em tomo de 50% a 70% do nivel maximo. 7 Pressao da torre desbutanizadora —controlaa eficiéncia de separagao da torre, ‘Valores usuais: em torno de 1,18 MPa a 1,67 MPa (12 kgfem®a 17 kgm?) I Vazdo de refluvo da torre desbutanizadora — controla a qualidade do pro- duto de topo (GLP) gerado, Valores usuais: de 3:1 a 5:1 (em relagao & vazio de prostuto de topo). 8.8.6 Esquema do processo Fracionarento Restiamento S8Parag%0 _ Separagao Desetanizagao de MEG de condensado ecuperagao de energia Inject de MEG ros cespalhas dos pormutadore| | Fageneragaa propane SOMES. Gis espectcade Figura 84 Esquona do processoretigeragio TECNOLOGIA DA INDUSTRIA DO GAS NATURAL Variagdes no esquema de recuperagao de energia poclem ser utilizadas com o objetivo de otimizar o aproveitamento energético da unidade. De uma forma geral, 6 im Portante fazer as correntes frias trocarem calor com o gis natural de entrada dla unicade bara que a poténcia requerida e, logicamente, o tamanho e custo dos compressores cle Propano sejam significativamente menores. A troca térmica com o iquido ftio separado, fem geral, deve sera ultima devido & maior capacidade de troca do liquido em relayio ao 121s. Essa disposigao das etapas de troca maximiza o aproveitamento de enengia. 8.8.7 Principais problemas operacionais ta unidade Formacao de hidrato Os prineipais fatores que podem ocasionar formagdo cle hidratos em uma unida: tle desse tipo esto relacionados a injecio de desidratante. Entupimento no bico nebulizador ou baixa eficiéncia da bomba de circulagaio de MBG podem levar & formagao de hidrato, A balxa eficiéneia de regeneracao do MEG por falha na alimentagao dorfiaido uente do refervedor ou por geracao de caminhos preferenciais no leito do re. ‘htelo da torre regeneradora sio os principais motivos da piora da qualidade da solugéo de MEG, o que, certamente, pode acarretar a formacao de hidrato na unidade, O aumento do teor de umidade no gas natural, acima dos valores previstos ‘no projeto original, também pode ocasionar formagiio de hidratos na unidade (esse caso, a vazio circulante de MEG torna-se insuficiente para promover a desidratacdo adequada do gas) Parada dos compressores de propano Por ser uma unidade eriogeénica, 0 cielo de propano pode ser considerado 0 principal sistema desta, Problemas relacionados a qualidade do propano refrigerante do ciclo poclem acar- ‘elar problemas operacionais nos compressores, como presséo muito alta ou mui to baixa na descarga da méquina, o que poderia causar a parada destes. Nesse ‘meso sentido, problemas elétricos também podem provocar o mesmo efeito, PROCESSO ABSORCAO REFRIGERADA Introdugao O processo absorgio refrigerada possui alto rendimento na recuperagso de pro- ano, sendo capaz de garantir a especificagao do gis processado, eonforme a Portaria 1 104 da ANP. Processamento de Gs Natural 243 Processo, por ter um nivel major de complexidade, possui um custo assim, para garantir 0 retorno do in- Vestimento realizado, precisa se carga minima. Normalmente, al ou acima de 1.000 000 m?d de gés natural Imento garantido em pouco tere Do de operacio. Entretanta, em caso de a arga apresentar alto teor de fragdes de hidrocarbonetos pesados (C,* da ordem de tone »» podem ser viabilizadas plantas com capacidades menores, 892 Fundamento termodinémico esse rocesso,ofundamentotermodindmion utilizado 6a combinagdio da ret {tracao com oefeito da absorgto de fragio de Pesados do gs natural por meio do uso ‘eum solvente adequado, nesse caso, uma fragdo de petréleo na faixa da aguarrés, Nessa etapa ocore a lquefacdo cle parte das fragdes mais pesadas do gis na tural por melo da queda de temperatura Proporcionada por um cielo de propano arte Pela absoredo provocada pela lavagem em Contracorrente do gs natural com aguarras, Como sistemas principais, temos um ciclo dle relrigeracao a propano utitizado na “tapa de reftigeracso e uma torre absorvedons utilizada na etapa de absoreao O és natural obviamente precisa ser ‘lesidratado antes de ser restriado para vilar a formagio de hidratos que geram obsttusdes nas linhas da unidade. Nesse sen, Fido, 6 utilizadotim sistema auxiliar de inlecto e regeneracio de MEG para garantir 4 adequada desidratacia do gis natura 8.9.3 Principais caracteristicas AS principais caracteristicas do processo absoreio refrigerada sto as seguintes Processo fisico ¢ exotérmico, Utilzagao de solvente (6leo de absorcio), Mecanismo de absorcio— tavagem de gis em contracorrente, Variaveis de controle principais ¥ temperatura; \ reso; ¥ Yaaito de solvente, ASpecto enti ~afnidade versus seletvidade do solvente, Alta recuperaaio de propano, Alto investimento, 244 TECNOLOGIA DA INOUSTRIA DO GAS NATURAL 89.4 Descri¢ao basica do processo ‘A unidade ¢ dividida em sistemas basicos © auxiliares, nos quais ocorrem os diversos processos unitdrios que fazem parte da operacao de processamento do gés natural (ver Figura 89.5 Esquema simplificado do proceso = D~Be = Separader] eparado] 0g de MEG. {ae Me Foua Cat + Hicrosarbonetos| pesados eparadad absoreso Figura 85 Fuxograma sinplifcado do processoabsorgo reigerata © gis natural 6 previamente separado da fase liquida ¢ da agua livre presente na corrente de hidrocarbonetos e recebe a injegdo de MEG, de forma idéntica ao j4 descrito no processo refrigeragao simples, (© gas praticamente isento de dgua ¢ resiriado no sistema de refrigeragao a pro- ano quando ocorte, entao, aproximadamente metade da condensacio total obtida na unidade, A outra metade da condensagao ocorre na torre de absorgao por meio do contato do gas natural com um Iiquido de absorgiio (solvente), que ¢ injetado em contracorrente com o gas resfriado. A fragao no absorvida constitui-se no gas residual (basicamente metano @ etano) que sai pelo topo da torre de absorgao especificado para venda ao consumidor final Processemento de Gas Natural 245 O'liquido condensado pelo resfriamento com propano sai do vaso separador de Bicol ¢ entra pelo fundo da torre absorvedora, untamente com o és no condensado O Bis sobe pela torre e o guido sui pelo undo desta com o solvente e 0 condeneachy formado nessa etapa de absorgao, sem partiipar do equitbrio de tases que aeorre Hos estgios dessa torre (para efeito de equilbrio termodinémico & como se liquido Seraclo na etapa de refrigeracio nao entrasse na torre de absor¢o). O broduto de fundo da torre de absoreao (chara de 6leo ric) & constitu pelo ‘eo de absorgto e pela facto dogs condensada nas etapas de reigeracaoe abso, Na etapa de absorgao, uma grande quantidade de etano ¢ incorporada ao éleo Nico, Dessa forma, parte desse componente ¢ retirada do éleo rico na torre de deseta. ‘nizacao, ocalizada apés a torre dle absorgao, gerando umn gis residual rico em etano no ope da desetanizadora e um dleo rica desetanizado no fundo desta, A préxima etapa do processo ¢ a etapa de fracionamento do LGN gerado, Em Lima torre fracionatdora, o leo rico (aguarrés + .GN) é separado em liguido de gis na. Waal (LGN) que sa pelo topo da torre na fase vapor ¢ em éleo de absorcio (aguarris) isento de fragdes do LGN gerado no processo. Esse éleo de absorcao destilado é cha- malo de dleo pobre ¢ sai pelo fundo da torre. O calor necessério para promover esea Separacio € proporcionado por um foro, que funciona, nesse caso, como o refervedor da torre de fracionamento. Parte do 6leo pobre que sai do fundo da fracionadora transfere energia térmica bara os refervedores das torres de processo da unidade, ¢resfriada com agua e, final mente, com dleo rico fro. Bssa passagem por uma série de permutadores permite uma melhor otimizaco energéica da unidade, pois ao mesmo tempo em que prové carga amica para todos os consumidores da unidade, possbiitao resftiamento do leo po- bre necessério para a etapa de absorgao, Anés 0 resfriamento,o dleo pobre é novamenteinjetado nas torres de absorgao desetanizagdo em um cielo fechado, © LGN separaco que sai pelo topo da torre fracionadoraalimenta a torre desbu- tanvzsora para separagio em GLP, que sai pelo topo da tore, egasolina natural, que ‘a Pelo fundo. O GLP oriundo do topo da torre desbutanizadora segue para a etapa de {tatamento fal, onde ocorre a retirada de componentes que transmitem corrosividade 20 produto, Esta etapa pode ser relizada em uma unidade de tratamento céustico con. ‘encional ou orm um sistema patenteado a base de éxidos mtlicos (Fe ou Zn), ‘Uma vez tratado, o GLP segue para o sistema de odorizacio, onde € injetado na corrente de GLP produzide um agente indicador de vazamento, por questao de seguran- ‘ca de manuseio, . ‘Apés ser odorizado, o GLP enviado para as esferas de armazenamento e, em Se8uida, para o carregamento por carretas, enquanto a gasolina natural é enviada para ‘8 tanques de C;*; para posterior bombeio ao destino final 246 TECNOLOGIA DA INDUSTRIA D0 GAS NATURAL 89.6 Etapa de separacao de liquidos (agua e condensado) A gua livre que chega com o gs natural dos campos de produgio é separada na entrada da unidade, gerando um gis em equilibrio com vapor d'gua (gas saturado ow no ponto de orvalho), conforme apresentaco na Figura 8.6, Também eventuais fragdes pesadlas de hidrocarbonetos, condensadas durante o escoamento para unidade, s&o separadas nessa etapa, 0 equipamento utilizado ¢ um vaso separadar horizontal trifisico, o qual tem dduas saidas para lquido, sob controle-de nivel e uma saida para gés, que controta a pressio de operacio do equipamento. A entrada de carga é controlada por uma valvula de controle de vazao, a qual permite o controle de carga da unidade ___Pressao Gas uumido Gas [—* especticaso ara consumidores Processamento| =, dos natural Separador se agua e ‘condensado U J =: : Z ‘Vaso de aceane Bombo para sistema detache |” nave de sop ees Separador de ‘gua e leo |__, Ague para scare Figura 86 Separagdo de agus econdensado Principais malhas de controle Nivel de hidrocarboneto liquido do vaso separacdor. Nivel de égua da bota do vaso separador. 1 Pressao do vaso separador 897 Etapa de desidratagao do gas natural 0 ais, embora isento de agua livre, possui vapor d'dgua em equilibrio, que deve Ser removido para permitir a operagao da unidade em baixas temperaturas (elimina condigdo favoravel & formagio de hidratos). Processamento de Gas Netural 247 O Proceso usado na desidratacio do gés natural em unidades do tipo absorcao refrigerada ¢ a absorcao da agua (soluto) pelo MEG (solvente), aproveitando a maior afinidade quimica existente entre o MEG e a gua, uma vez que as duas substancias Posstiem moléculas polares, enquanto os hidrocarbonetos eomponentes do gas natural so apolares, © MEG € nebulizado na corrente de sss por intermédio de bicos nebulizadores instalados na entrada dos permmutacores responséveis pela refrigeracao do gés natural, conforme jé descrito no processo de refrigeracio simples, Sto utilizados bicos nebulizadores que transformam a massa do liquido em gott- culas de pequeno tamanho, que se dispersam na massa gasosa com grande facilidade. Nao havendo remogao adequada de agua, havera formacio de hidratos que causario ‘obstrucdo das linhas ¢ equipamentos da unidade. O sistema de desidratacao do gis natural opera intimamente ligado ao sistema de regeneragao do agente desidratante (MEG), o qual circula em um ciclo fechadlo entre os dois sistemas. Nao é possivel operar um sem o outro, ‘Agente desidratante utilizado Nome comercial Monoetilenoglicol (MEG) ~ Massa motar: 62 kw/kmot ~ Temperatura de degradagio: 164,4°C ~ Teor de MEG regenerado: ‘80% a 85% (em volume) ‘Teor de MEG saturado: 60% a 65% (em volume) ~ Formula quimiea: HO-CH,-CH,OH O controle do teor do MEG regenerado e saturado ¢ feito em funciio da densida- de relativa, usundo-se um gréfico de densidade versus teor de MEG, O pH do sistema deve ser controlado proximo a 7,0 para evitar a formagio de espuma, Desidratagao com Monaetilenoglical (MEG) O processo de desidratacio de gés natural com MEG ¢ baseado no mecanismo 4a transferencia de massa entre a fase iquida (Solucio de MEG) e a fase gasosa (gs {imido), por meio da aspersio da solucao desidratante dentro da fase gasosa nos per ‘mutadores da unidade (ver Figura 8.7) © gis natural ¢ resiriado no permutador gs-sis e no permutader a propano, Com a reducio da temperatura, a sgua presente no gs migra para a fase liquida da Solucdo de MEG devido a diminuigao da constante de equilforio que determina a quan- dade maxima de vapor d'igua que pode ficar em equilibrio com o gis. Ao migrar para 248 TECNOLOGIA DA INDUSTAIA D0 GAS NATURAL fase liquida, a gua nao se solidifica (formanclo hidratos) devido a presenga do MEG, gue é nebulizado dentro da corrente de gas natural © MEG com a agua retirada da fase gasosa é separado do gs natural em um. vvaso separador horizontal por meio da ulilizacao de chicanas e compartimentos inter- nos a0 vaso, A vazio circulante de MEG ¢ controlada por ago no controlador do cursor da bomba de MEG, a qual é uma bomba alternativa de baixa vazao e alta pressio de des- carga. eo de abcorgao Condesa Tore |_| regeneradora Camera | | cores BF | ae Te ativado a xGicol FR i MEG regenera! Comba Boos ) Vato mebulragores fo) Injogao nos permutadores da niece "Nota: PO= indicator de prasstoditerential Figura 8.7 Esquema do sistema de desdrataco dogs natural regeneragio do monoetilenagicl 898 Etapa de regenoracaa do MEG MEG saturado com agua absorvida do gas natural é concentrado na torre de Tegeneragdo de MEG. Bsta é recheada com pecas de recheio ceramico tipo “sela inta- lox” ou similar e opera com uma temperatura de regeneracao da ordem de 120°C. 0 twor de MEG na solugio varia de 65% (entrada do MEG saturaclo) até 85% em volume (Salda do MEG regenerado), Processamento de Gis Natural 249 © produto da torre ¢ 0 MEG regenerado, que volta ao sistema para novamente absorver égua do gas natural em um circuito fechado de baixa perda de produto, Deve-se cnidar para que a temperatura da torre de regeneragio nio ultrapas- ‘8e muito 0 valor de projeto, para evitar a decomposigao do MEG, que pode ocasionar @ formagio de dcido acético (H,C,0,), produto da oxidagao do MEG, o qual é um agente responsiivel pelo aumento das taxas de corrosio interna dos equipamentos da unidade, © topo da torre regeneradora deve ser controlado de forma a minimizar as per- das de vapores de MEG. Uma corrente fria passando pelo condensador de topo pode ser utilizada para esse controle. Antes da etapa de regeneragio, a solucao de MEG 6 purificada em filtos tipo cartucho e de carvio ativado para retencio de impurezas sélidas ¢ liquidas. Apés a Tegeneragio e recuperacao de calor, a solugio de MEG ¢ bombeada para os permuta- dores, onde € novamente nebulizada na corrente de gés natural, fechando o ciclo do sistema de desidratacao da unidade, Principais malhas de controle | Temperatura de regeneragio do MEG ~ a baixa eficiéncia do sistema de Tegeneracdo pode ocasionar baixo teor de MEG na vazio circulante e, conse- alientemente, formagao de hidratos na unidade. Essa temperatura é contro- Jada no refervedor da torre regeneradora. Valor usual: 120 °C, “] Vazdo de cireulagao de MEG —a baixa vazio circulante de MBG pode causar formagio de hidratos. Valores usuais: em torno de 25 a 45 litros de solugao de MEG a 80% em volume por ltro de agua retirada do gés, ) Nivel do vaso separador de MEG — 0 descontrote do nivel desse vaso pode. ocasionar arraste de MEG pelo és (nivel alto) ou passagem de sis para 0 sistema de regeneracao de MEG (nivel baixo). Valores usuais: em torno de 50% a 70% do nivel maximo, “1 Nivel do vaso expansor de MEG — 0 descontrole do nivel desse vaso pode ocasionar arraste de hidrocarborretos pelo MEG (nivel balxo) ow perda de MEG (nivel alto). Valores usuais: aproximadamente de 50% a 70% do nivel maximo, “T Pressdo do vaso exxpansor — a pressio do vaso expansor de MEG controla 0 nivel de leves absorvidos pelo agente desidratante, Valores usuais: em torno de 0,34 MPa a 0,50 MPa (3,5 kgt/em?a 5,0 kgf/cm), “) Temperatura de topo da torre regeneradora ~ controla a perda de MEG arrastado pelo vapor d'agua que sai pelo topo de torre, Valores usuais: em torno de 102 °C a 105 °C. 250 TECNOLOGIA DA INDUSTRIA DO GAS NATURAL 8.9.9 Etapa de refrigeracdo a propano unidade utiliza um ciclo de refrigeragao a propano para atingir as temperatu- ras negativas necessérias ao processo. O gis natural € refrigerado com propano antes de entrar na torre absorvedora, assim como os vapores de topo da torre absorvedora fe desetanizadora, as quais possuem condensadores a propano no sistema de topo (ver Figura 8.8 e Grafieo 8.1) 0 ciclo possui dois compressores de propano (sendo um reserva) com dois es- tagios de compressio para atuirem no proceso de compressaio dos vapores de pro- pano geracdos nos permuitadores. O vapor de propano, apds compressio, 6 resfriado liquefeito no condensador de propano e vai para o vaso acumulador, Do acumulador, 0 propano é sub-resfriado com os vapores do topo da torre desetanizadora e segue para ‘vaso eeonomizador de propano, no qual ocorre uma expansdo, gerando um vapor pressio manométrica de 392 kPa (4,0 kaffen2), que entra no 2” estigio do compressor de propano, ¢ um liquido que segue, entao, para o vaso separador de propano. Ciclo de refrigeragéo a propano ~ o diagrama a seguir apresenta as quatro pas do ciclo de refrigeracao utilizado na unidade, 1 Estaglo 4, Expansso liquide ) sursestiamenton — Gi 1. Evaparagao O 5 3. Condensagao oo {> sas vapor 2 Eaagio eEstago Figura 88 Ciclo de rerigeraclo de UPGN Do separador, o propano liquido alimenta os permutadores do sistema de refti- ieragio e retorna na fase vapor para o mesmo vaso, para dda{ ento retornar & sucgao dos compressores sob controle de pressio no valor de 83 kPa (0,85 keticm?), Processamento de Gas Natural 251 ‘eneraia roquerida (calor ltente) pela mudanca de fase do propano, que passa ‘fase iquida para a fase vapor, éretiada das correntes gasosas do gs natural no religerador de gis e nos condensadores das torres absorvedora e desetanizadora, ' Piagrama pressdo versus entalpia~o dagrama p versus h permite aavlin- ‘#0 termodinamiea do ciclo de propano da unidade tipo absorgio refrigerada, Lv igo Festiador intermedia 10% vaporzagaa 2eetapa . Evaporaga estigio estiamento do gas natural vap, ena Figura 8.9 Relagdo pressao versus entbia Principais malhas de controle "] Controte de névet do vaso do primeira estégio do compressor ~ valores Uusuais: 50% a 70% do nivel maximo, Controle de nivel do vaso do segundo estdgio do compressor ~ valores Ustais: 50% a 70% do nivel maximo, Controle de nivel do resfriador a propano de gas natural ~ esta varidvel controla.a taxa de condensagao de pesados do gis. Quanto mais alto for 0 nivel de propano, mais fracdes pesadas so condensadas. A contrapartida € que o nivel alto do resfriador tende a aumentar a pressio da descarga do ‘compressor de propano, Esse permutador possui a maior vazio cireulante de Propano da unidade. Valores usuais: 40% a 60% do nivel miximo, Controle de nivel de propano do permutador de topo absorvedom esta var "vel controla a taxa de reabsorcio da fragéo C,* do topo da torreabsorvedo- 2. Quanto mais alto foro nivel de propano, menor sera o teor de pesados no ‘tis especificado para venda, Valores usuais: 40% a 60% do nivel maximo, ‘TECNOLOGIA DA INDUSTRIA DO GAS NATURAL Controle de nivel de propano do permutador de topo desetanizadora — esta variavel controla a taxa de reabsorgio da fragio de etano do topo da torre desetanizadora. Quanto mais alto for o nivel de propano, maior sera o teor de fetano do LGN produzido, Valores usuais: 40% a 60% do nivel maximo, Controle de pressia do primeiro estdgio do compressor ~ valores usta 80 kPa a 90 kPa (0,80 kgf/cm a 0,90 kgf/cm), O valor de projeto (85 kPa ou 0,85 acm?) definido em fungao da temperatura de equilibrio para 0 propano puro a -28°C, . Controle de pressito do segundo estigio do compressor ~ valores usuas: 390 kPa a 410 kPa (4,0 kg/cm? a 4.2 kgl/em®) Pressto Prestigio | Condensador permuiadores ‘a unidade Acumuladoe Figura 8.10 Esquema do sistema dertigcago s propano 8.9.10 Etapa de absorgao 0 processo de absorgao pode ser fisico ou quimico. Se a absorgio for quimica, cesta pode ocorrer por reagies reversiveis ou irreversiveis, As reagdes quimicas rever siveis exigem equipamento adicional para regeneragao do solvente, ja as Irreversiveis exigem o descarte do solvente. 0 solvente no deve ser caro ou t6xico, para nao inviabilizar 0 processo. Deve também apresentar uma boa estabilidade quimica © uma baixa pressio de vapor, pois 0 ‘fs que deixa a torre de absorctio sai saturado de solvente e uma pressio de vapor alta deste tltimo implica uma alta perda de solvente,

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