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Cesrio verde (poeta-pintor)

Cesrio no manifesta apenas a sua viso da realidade na sua poesia.


Vivendo numa poca de contrastes, ele transpe para a sua poesia a
realidade que o envolve, reflectindo nos seus versos no s a beleza da
vida, mas tambm os seus dramas.
Ele observa atentamente tudo o que o rodeia, captando
sensorialmente cores, formas, sons e cheiros e atravs desta tua percepo
do real quotidiano, constri a sua poesia que aparece concreta, prosaica,
muitas vezes prxima de um dizer, de um narrar.
O sentido pictrico dado ao leitor pela sua presena acentuada da
cor e da impresso pura causada pela observao do real e captada
aquando da sua deambulao pelas ruas da cidade ou pelos campos sadios
que o poeta tanto aprecia.
de notar que os espaos na poesia de Cesrio so tendencialmente
exteriores, pois so aqueles que o poeta percepciona atravs do seu
deambular, do seu movimento pelos espaos que o circundam.
Cesrio faz com a linguagem aquilo que os impressionistas fazem
com as pinceladas.
Ele transporta para os seus poemas as sensaes, essencialmente,
visuais, mas tambm auditivas, olfactivas, gustativas ou mesmo tcteis.
O caracter pictrico e sensorial, aliado ao caracter deambulatrio
presente na produo literria de Cesrio, confere-lhe visualismo, marca
tpica da sua poesia

Poema de Cesrio onde as caractersticas do poeta-pinto so visveis


o de tarde
Como sugesto de uma pintura/aguarela que o leitor v:

Nesta estrofe, uma dimenso cromtica em aguarela;


Depois pode ser visto: -tambm se v uma dimenso
cromtica, no azul do granzoal azul e no rubro do
ramalhete rubro; e o movimento em descendo do burrico.
Aqui referenciado: - a luz (inda o sol se via) e a acumulao
de pormenores (referencia aos frutos e ao po-de-l)
Na ultima os diferentes planos, do geral para o particular (do
aspecto geral do piquenique; para a focalizao progressiva do
ramalhete); as formas (dois seios como duas rolas)

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